São Paulo e Florianópolis são as melhores cidades brasileiras para empreender

São Paulo e Florianópolis são as melhores cidades brasileiras para empreender

As cidades encabeçam o ranking com ambiente mais favorável para empreender; Cuiabá é outro centro urbano que concentra grandes oportunidades, por causa do boom da agropecuária

A Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a rede Endeavor acabam de publicar a edição 2023 do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE). O índice cria um ranking baseado em sete quesitos que podem ser determinantes no sucesso de um negócio. São eles: ambiente regulatório; infraestrutura; mercado; acesso ao capital; inovação; capital humano e cultura empreendedora.

As oito mais bem colocadas neste ano foram, pela ordem: São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Joinville (SC), Brasília (DF), Niterói (RJ), Boa Vista (RR), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ). São Paulo atingiu a primeira colocação geral por liderar nos quesitos acesso ao capital (é onde os empreendedores têm mais facilidade para financiar os seus negócios) e infraestrutura (como as condições urbanas, o custo da energia elétrica e o sistema logístico). Florianópolis, a capital catarinense, foi a campeã de inovação e onde se verificou o melhor capital humano (disponibilidade de mão de obra qualificada).

 

Vista aérea de Florianópolis, cidade no ranking como uma das melhores para empreender - foto divulgação

Vista aérea de Florianópolis – foto divulgação

 

Boa Vista, em Roraima, surpreendeu ao figurar no Top 10 desse ranking por se destacar no quesito cultura empreendedora. A cidade é um caso muito interessante de engajamento do poder público municipal no fomento ao empreendedorismo. Além de ter instituído uma Agência Municipal de Empreendedorismo e Fomento, conta com um programa de apoio aos pequenos negócios da cidade, que agiliza a oferta de microcrédito. Brasília foi outro destaque em termos de cultura empreendedora.

O ICE é uma importante ferramenta para que os governos municipais, estaduais e federal identifiquem os gargalos existentes para o empreendedorismo e possam direcionar com maior precisão as suas políticas públicas em prol de novos negócios. O índice também funciona como bússola que orienta os empreendedores a encontrar boas oportunidades no país. Para visualizar o ranking completo, acesse www.enap.gov.br.

Mas este não é o único indicador a ser analisado na hora de definir onde investir. É preciso acompanhar também as perspectivas e a evolução de cada mercado. Cuiabá, por exemplo, aparece na 41ªcolocação no ranking do ICE, mas hoje é considerada uma das cidades mais desejadas no universo das franquias, segundo a Associação Brasileira do Franchising (ABF).

A capital do Mato Grosso foi a segunda metrópole com mais inaugurações em 2022. O desempenho é associado à expansão do agronegócio – muito forte na região.

ABF Franchising Expo chega a sua 30ª edição consolidada como a maior do mundo

ABF Franchising Expo chega a sua 30ª edição consolidada como a maior do mundo

Feira reúne franquias dos segmentos de Alimentação, Educação, Saúde, Beleza, Turismo, Entretenimento, Tecnologia, além de microfranquias

ABF Franchising Expo, feira oficial do setor de franquias, chega a sua 30ª edição consolidada como a maior do mundo. O evento engloba as principais redes de franquia do país, lideranças e profissionais do setor com candidatos a franqueado de diferentes perfis e de todo o Brasil. Em 2022, a feira recebeu mais de 60 mil pessoas, mostrando a força de um mercado que superou em grande parte os impactos da pandemia e ultrapassou o faturamento anual de R$ 211 bilhões, com quase 185 mil unidades em operação, mais de 3 mil marcas e com, aproximadamente, 1,6 milhão de empregos diretos.

Neste ano, o evento se realiza de 28 de junho a 1º de julho, no Expo Center Norte (pavilhões Branco e Azul), em São Paulo. A ABF Franchising Expo deve reunir mais de 400 marcas expositoras em seus 32 mil m2. Em entrevista à 29HORAS, Tom Moreira Leite, presidente da ABF, destaca os segmentos prósperos no mercado de franquias e discorre sobre as expectativas para o setor.

Tom Moreira Leite, presidente da ABF - foto Primo. Studio

Tom Moreira Leite, presidente da ABF – foto Primo. Studio

 

A Feira ABF 2022 ressaltou o crescimento do mercado de franquias após a pandemia, firmando modelos virtuais e até mesmo home based de negócios. A expectativa, este ano, é que essas mesmas tendências permaneçam? Há novidades específicas que devem estar em alta em 2023?
A grande digitalização da economia – e de nossas vidas – deve continuar alavancando esses modelos, mas esperamos que neste ano franquias mais associadas a atividades presenciais ganhem força. É o caso dos segmentos de Alimentação, Hotelaria e Turismo, Entretenimento e Lazer, e Moda. Esperamos ainda uma presença representativa de novas marcas (muitas empresas de vários mercados têm adotado o franchising como estratégia de expansão), franquias de serviços no geral (B2C e B2B) e da área de estética. Não chega a ser uma novidade, identificamos esse movimento em outras feiras, mas o desenvolvimento de modelos mais enxutos para chegar a cidades do interior e fora do eixo Rio-SP também é uma tendência.

Todos os 11 segmentos elencados pela entidade registraram crescimento no ano passado, com destaque para Hotelaria e Turismo, Alimentação e Saúde, Beleza e Bem-Estar. Por que esses setores prosperaram? Quais comportamentos dos consumidores justificam esses números positivos nessas áreas?
A alavanca geral foi o retorno das atividades presenciais com força e durante todo o período e, somado a isso, temos fatores particulares. Hotelaria e Turismo tiveram sua reação mais forte em 2022 mesmo, com retorno de viagens de turismo e corporativas, inclusive para grandes eventos. Já em Alimentação, temos uma demanda reprimida pelo serviço do salão e confraternizações com a manutenção do delivery em níveis elevados. A maior digitalização do segmento foi algo que contribuiu também. Por fim, Saúde, Beleza e Bem-Estar é aquecido pelos segmentos acima e reflete também a tendência de busca pelo bem-estar e gratificação.

 

Loja da Cacau Show, eleita a melhor franquia do ano - foto divulgação

Loja da Cacau Show, eleita a melhor franquia do ano – foto divulgação

 

Polos regionais e mercados para além do eixo Rio-São Paulo também estão em expansão no mercado de franquias. Dentre essas localidades, quais você destacaria e por quê?
Com o mercado de franquias retomando os níveis pré-pandemia (superamos a marca de R$ 211 bilhões), a tendência é que as marcas mirem outras regiões. Com a pandemia, de fato, mesmo nas grandes cidades, houve uma maior disposição de pontos comerciais, mas agora a competição já retornou. Por isso, se dirigir a regiões menos visadas e com custos, em geral, menores. E, mais uma vez, a digitalização auxilia esse processo, pois é mais fácil agora acompanhar à distância, dar orientações, fazer ações de comunicação etc. O crescimento dos multifranqueados, que são aqueles franqueados que administram mais de uma unidade, também ajuda neste movimento. Quanto às regiões, é difícil precisar, pois varia muito de acordo com o segmento, mas ocupar melhor as regiões do Norte, Nordeste e Centro-oeste continua sendo uma oportunidade para o setor, assim como cidades de cerca de 200 mil habitantes, incluindo aí em todos os casos polos regionais e ligados ao agronegócio.

O predomínio entre as franquias Top 10 se manteve dentre as marcas do segmento de Alimentação. Por que esse segmento tem desempenho positivo e contínuo no país? Saúde, Beleza e Bem-Estar também seguem essa mesma lógica e justificativa?
Temos que reconhecer o pioneirismo e grandes investimentos das franquias de Alimentação no país, tanto que, pela primeira vez, uma delas ocupa a primeira posição do ranking (Cacau Show). Não raro, nossas primeiras experiências com franquias foram com essas marcas. A representatividade dessas franquias está muito ligada ao tamanho de nossa população, ao fato de focar uma necessidade básica e, principalmente, ao amadurecimento da tendência de comprar refeições fora de casa. Por exemplo, muitas pessoas passaram a pedir mais intensamente o delivery. A situação de Saúde, Beleza e Bem-Estar é um pouco diferente. Trata-se de uma expansão mais recente, muito associada a serviços, incluindo estética e saúde (odontologia, clínicas populares) e a busca por itens para uma melhor qualidade de vida.

Quais são as expectativas para o mercado de microfranquias neste ano? Quais segmentos estão em alta nesse modelo? Qual seria o aporte financeiro inicial para um empreendedor dessas franquias?
Deve manter sua trajetória de ascensão, tanto por causa do mercado de trabalho ainda não ter acelerado, como por ser uma alternativa para empreendedores em início de carreira com menos capital disponível para investir. Além disso, muitas redes têm desenvolvido seu modelo de microfranquia para chegar em mercado menores, como o interior ou bairros de regiões metropolitanas. Quanto ao segmento, o destaque continua a ser serviços de forma geral, especialmente associados a atividades digitais, Educação e Gestão, além de Alimentação que também aparece aqui. Quanto ao aporte financeiro, nossa principal recomendação é que o empreendedor faça um investimento do tamanho de seu bolso, considerando ainda que o negócio demora alguns meses para atingir a performance almejada e que é necessário ter um capital de reserva. Além disso, conhecer o setor de franquias, sua legislação, bem como fazer um estudo profundo da rede em que se quer ingressar (conversando até com franqueados e ex-franqueados da rede) é fundamental.

30ª ABF Franchising Expo
Expo Center Norte – Pavilhões Branco e Azul
Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo
Ingressos: www.abfexpo.com.br (R$ 80 antecipado)

Henriqueta tem bacalhau em várias versões e outras receitas tipicamente portuguesas em seu cardápio

Henriqueta tem bacalhau em várias versões e outras receitas tipicamente portuguesas em seu cardápio

Desde a segunda metade de 2022 em funcionamento no Leblon, a tasca luso-carioca Henriqueta tem um menu focado em especialidades portuguesas. O bacalhau aparece em cinco versões: à Lagareiro (lombo confitado no azeite e acompanhado de batatas ao murro); à Gomes de Sá (em lascas, com ovo cozido, azeitonas, batata e cebola); da Tasca (lombo com batatas ao murro, cebola, azeitonas, ovo e couve); Espiritual (com molho bechamel, cenoura ralada e gratinado com parmesão) e com Natas (em lascas, num rico molho à base de creme de leite). Além disso, vale destacar também o polvo à Solar (em tiras, com azeite e páprica), as sardinhas braseadas e o bife à Café São Bento – filé com molho de natas, ovo e batatas fritas. A carta de vinho lista cerca de 100 rótulos, com ênfase nos produzidos no Alentejo e nos vales dos rios Douro, Tejo e Dão. O nome do restaurante é uma homenagem a Henriqueta Henriques, matriarca que comanda a matriz da “rede”, o restaurante Gruta de Santo Antônio, em Niterói.

Henriqueta - Foto Tomveba@gmail.com

Henriqueta – Foto Tomveba@gmail.com

 

Henriqueta
Rua Aristides Espínola, 121, Leblon, tel. 21 3429-6623.

Vermute: De aperitivo da Corte a drinque tropical

Vermute: De aperitivo da Corte a drinque tropical

O vermute, bebida milenar europeia, caiu no gosto dos brasileiros e já é encontrado em versões com botânicos e frutos nacionais

O médico grego Hipócrates costumava preparar uma bebida no ano de 400 AC. Ele macerava a planta losna e flores de menta em um vinho forte e doce da Grécia, criando um tônico digestivo que ficou famoso como “vinho de Hipócrates”. O médico costumava receitar essa bebida para tratar condições como reumatismo, anemia e dores regulares.

Durante a Idade Média, a produção de vermute se estabeleceu em Piemonte, próximo às colinas alpinas, assim os destiladores encontravam facilmente plantas botânicas em suas proximidades. Muito tempo depois, em 1768, a bebida foi nomeada o “Aperitivo da Corte “. O costume pelo vinho se espalhou na Corte Real da Bavária, onde o “Wermut Wein” era popular.

De taças em taças, ao chegar na Corte francesa, virou vermouth. A primeira marca comercial surgiu em 1786 fundada por Antonio Benetto Carpano – sua fórmula usava vinho moscatel de qualidade e ingredientes misturados por monges locais e álcool para fortalecer e preservar a receita final. Já em 1813, o herbalista Joseph Noily começou a fabricar o seu vinho com laranjas amargas, camomila, e botânicos como losna, criando o vermute aromático e seco, o Noilly Prat. Seguindo o exemplo, outras famílias iniciaram a pirâmide de vermute. Entre as mais famosas estão Martini & Rossi, Cinzano, Cora, Cocchi, Gancia, Toso e Riccadonna. Na França, destacam-se Dolin e Lillet.

A crescente e atual demanda por coquetéis e bebidas de qualidade, fez com que buscássemos por produtos nacionais. Vermutes brasileiros vêm ganhando espaço, conquistando o paladar de muitos apreciadores da bebida, como os vermutes das marcas Aureah da Famiglia Griffo, Virgulino Ferreira, Vermú da Cia dos fermentados e os inovadores rótulos da empresa Divino Vermutes – que lançou em conjunto com especialistas do país, uma linha de produtos como bitters, xaropes e, claro, vermutes.

 

Vermute de açaí, da Divino Vermutes - Foto Taba Benedicto

Vermute de açaí, da Divino Vermutes – Foto Taba Benedicto

 

Tive a honra de desenvolver e assinar a receita do primeiro vermute de açaí do mercado mundial, com o fruto nativo do Pará e mais 11 botânicos. Gabriel Santana, bicampeão do World Class Brasil, assina o vermute de caju que leva canela e cumaru entre as especiarias, o bitter aromático, e o xarope de limão siciliano. Léo Massoni, que já chefiou os bares Trabuca e DOM, assina o vermute de amora com laranjas e outras especiarias secas, o bitter de laranja e o xarope de gengibre.

 

Entre os clássicos e as novidades

Os vermutes são classificados em variedades doce e seca, com o Bianco de teor moderado de açúcar sendo introduzido por volta dos anos 1960. A bebida faz parte de grandes clássicos da coquetelaria centenária mundial e de coquetéis contemporâneos, como Negroni, passando por Manhattan, Dry Martini, Spritz e os mais “jovens” Vermute & Tônica. É possível degustar também os vermutes puros com gelo ou misturados com água com gás.

Bar Velvet, no subsolo do restaurante Dias Bar & Mar, possui ambiente superintimista

Bar Velvet, no subsolo do restaurante Dias Bar & Mar, possui ambiente superintimista

O Velvet é um bar e um clube de jazz com apenas 14 lugares que funciona no subsolo do restaurante Dias Bar & Mar. A atmosfera mistura referências dos Anos Dourados do Rio de Janeiro com outras da Gilded Age de Nova York, quando o jazz explodiu para o mundo. O mobiliário é todo revestido de veludo azul e o balcão tem uma parede espelhada decorada com garrafas. Da carta de drinques criada pelo mixologista Jonas Aisengart, vale muito a pena provar o Ghost Mary (um Bloody Mary clarificado com água de tomate temperada) e o Velha Bossa, que mistura cachaça, xarope de abacaxi, espumante e gim infusionado com laranja kinkan. Na programação musical, quinta-feira é noite de Standard Jazz, sexta é a vez do Fusion Jazz e os sábados são dedicados à Bossa Nova.

Velvet - Foto Andressa Guerra

Velvet – Foto Andressa Guerra

 

Velvet: Rua Dias Ferreira, 410, subsolo, Leblon, tel. 21 2540-6981.