Com um chef de origem veneziana, o restaurante Nido aposta em receitas da tradicional gastronomia mediterrânea

Com um chef de origem veneziana, o restaurante Nido aposta em receitas da tradicional gastronomia mediterrânea

Apostando na clássica culinária do mediterrâneo, o Nido Ristorante tem sua cozinha comandada pelo chef veneziano Rudy Bovo. Inspirado nas tradições de sua terra natal, ela acaba de criar novos pratos para o cardápio. Entre eles, vale destacar as quatro versões de polentas (com queijo Taleggio, com mix de cogumelos, com tinta de lula e lagostins ou com ragu de linguiça), a lasanha fresca com ragu de vitelo, o pente de cordeiro em crosta de ervas e servido com risoto de açafrão e ainda os raviólis com massa de cacau e recheados com cogumelos e trufas servidos com molho de mascarpone e presunto parma. Na hora da sobremesa, a dica é a Regina – uma esfera de chocolate 70% recheada com sorvete de pistache e frutas. Aproveite que “nido” em italiano quer dizer “ninho” e aconchegue-se no acolhedor ambiente do restaurante.

 

Ravioli de Camarão do Nido Restaurante - Foto Lipe Borges

Ravioli de Camarão do Nido Restaurante – Foto Lipe Borges

 

Nido Ristorante
Avenida General San Martin, 1.011, Leblon, tel. 21 2259-7696 e 21 98122-03944.

Companhia espanhola Yllana apresenta em março no Teatro Casa Grande o espetáculo “The Opera Locos”

Companhia espanhola Yllana apresenta em março no Teatro Casa Grande o espetáculo “The Opera Locos”

Espetáculo “The Opera Locos” mistura teatro, mímica, circo e árias clássicas de Puccini, Bizet e Mozart para tornar o canto lírico mais popular e acessível

Pela primeira vez no Brasil, companhia espanhola Yllana apresenta nos dias 9, 10, 11 e 12 de março no Teatro Casa Grande o espetáculo “The Opera Locos”, que reúne trechos de óperas conhecidas e outros estilos musicais. No palco, cinco atores-cantores com visual extravagante e exímia técnica vocal conduzem a plateia numa jornada embalada por árias famosas de Puccini, Mozart e Bizet que se intercalam, como se uma se completasse com a outra, e até hits do pop das últimas décadas são misturados nessa odisseia musical com uma dramaturgia original, marcada por altas doses de comédia e a melhor tradição do teatro gestual. A temporada brasileira faz parte do Festival Ópera na Tela, que pretende democratizar a ópera e tornar o gênero mais acessível, com a formação de plateia em primeiro plano. A companhia Yllana já realizou turnês que passaram por 44 países, tiveram mais de 12 mil apresentações e o incrível total de três milhões de espectadores!

Espetáculo “The Opera Locos” - foto divulgação

Espetáculo “The Opera Locos” – foto divulgação

 

Teatro Casa Grande
Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon, tel. 21 2511-0800. Ingressos de R$ 25 a R$ 180.

Escolas de surfe na capital paulista e nos litorais norte e sul oferecem metodologias próprias

Escolas de surfe na capital paulista e nos litorais norte e sul oferecem metodologias próprias

As águas de março estão chegando para fechar o verão, mas ainda dá tempo de aprender o esporte que é a cara da estação: o surfe. Para os moradores da capital paulista, ter aulas em uma praia não é uma tarefa tão simples, já que é necessário viajar para encontrar o mar. Mas, acredite, não é preciso pegar a estrada para se aventurar na prancha.

A escola Surfa-Sampa conta com unidades em toda a Grande São Paulo, litoral paulista e na cidade de Campinas. Os cursos duram de três a quatro meses e incluem treinos semanais em piscina e encontros quinzenais no mar – conforme o aprendizado de cada um –, sempre com profissionais da área e metodologia própria. As pranchas e equipamentos de segurança são disponibilizados pela escola, que também é especializada em stand up paddle e bodyboard.

 

Alunos treinam na piscina da Surfa-Sampa - Foto divulgação

Alunos treinam na piscina da Surfa-Sampa – Foto divulgação

 

Caso tenha facilidade para descer a serra e aprender no mar, não faltam opções. No litoral sul, o Guarujá abriga a Surfistas para Sempre, localizada na areia da Praia do Pernambuco, que ensina os fundamentos básicos do surfe, long board, fun board, short board, bodyboard, stand up paddle, stand up surf, body surf e jacaré. Há, ainda, aulas de surfe adaptado, destinadas para pessoas com paralisia física, síndrome de Down, cadeirantes, amputadas, com problemas respiratórios ou mais de 70 anos. Os equipamentos necessários para a prática estão inclusos nos preços das aulas.

Aulas da Surfistas para Sempre, no Guarujá - Foto @bucosurffotos

Aulas da Surfistas para Sempre, no Guarujá – Foto @bucosurffotos

Para quem prefere o litoral norte do estado, Ubatuba é sempre uma boa pedida. Fundada em 1995, a Escola Zecão de Surf fica na praia da Itamambuca e surgiu como um projeto social para crianças carentes na região. No método desenvolvido pelo famoso surfista José Carlos Maciel Rennó, mais conhecido como Zecão, em apenas duas horas de aula o aluno já consegue surfar sua primeira onda sozinho. A escola oferece também todo o material necessário.

 

Professor da Escola Zecão com a aluna no mar de Ubatuba - Foto divulgação

Professor da Escola Zecão com a aluna no mar de Ubatuba – Foto divulgação

 

Escola Zecão
Tel 12 3845-1021.
Aulas: a partir de R$ 150.

Surfa-Sampa
Tel 11 93066-4003.
Curso de surfe: R$ 320 (mensal).

Surfistas para Sempre
Tel 13 99787-5056.
Aulas: a partir de R$ 120.

Bete Coelho traz a São Paulo peça baseada em ‘Ulysses’, do escritor irlandês James Joyce

Bete Coelho traz a São Paulo peça baseada em ‘Ulysses’, do escritor irlandês James Joyce

A atriz e diretora Bete Coelho coloca em cena os desejos femininos em sua nova peça “Molly-Bloom”, em cartaz no Teatro Unimed até o final do mês

Com mais de 40 espetáculos na carreira, Bete Coelho é sinônimo de teatro. Um roteiro cativa a atriz e diretora quando se revela, em suas palavras, “necessário e urgente para nos ajudar na reflexão das transformações da nossa existência”. Sua nova peça, “Molly-Blom”, em cartaz no Teatro Unimed até o final do mês, carrega justamente uma narrativa repleta de contemporaneidade – apesar de pertencer a uma obra de 100 anos (“Ulysses”, de James Joyce). Bete também coassina a direção, ao lado de Daniela Thomas.

“Quis levar à cena uma das personagens femininas mais icônicas da literatura moderna. A adaptação para o teatro contou com a valiosa colaboração e os conselhos do último tradutor brasileiro de ‘Ulysses’, Caetano Galindo”, conta. O ponto de partida do espetáculo é o retorno de Leopold Bloom, interpretado por Roberto Audio, a sua casa após vagar por Dublin. Sua esposa, Molly Bloom (papel de Bete Coelho), já está dormindo, ou finge estar. Ele, exausto, entra na cama com cautela para não a despertar, e dorme. Nesse momento, ela começa a refletir sobre seu casamento, seu corpo, seus desejos – muitas vezes frustrados e proibidos para uma mulher do século 20 – seu passado e a infância, passando por memórias marcantes e pelas incertezas ou certezas deprimentes do futuro.

Bete Coelho - Foto Rafa Marques

Bete Coelho – Foto Rafa Marques

 

100 anos depois, essas angústias se mantêm atuais e persistem em dialogar com o público. “Impressiona o fato de que alguns temas abordados pela personagem ainda sejam motivo de espanto e tabu, ao mesmo tempo em que certos pontos são eternos, como o amor, as contradições, o desejo e a maternidade. O que se mantém muito moderna é a maneira como tudo isso é pensado, escrito e agora falado”, analisa.

Após o fim desta temporada, o desejo é levar a peça para outras cidades. “Eu, particularmente, adoraria entrar em cartaz na minha cidade natal, Belo Horizonte, e levar a Molly para a cidade onde ela mora, Dublin, ou onde nasceu, a península de Gibraltar”, compartilha. E o leque de outros projetos para o ano é amplo: “Estamos envolvidos com textos clássicos, contemporâneos, inéditos e até um bíblico!”

 

Espetáculo "Molly-Bloom" - Foto Fernando Sant'Ana

Espetáculo “Molly-Bloom” – Foto Fernando Sant’Ana

Jards Macalé, que completa 80 anos neste mês, está presente no cenário musical e cultural brasileiro há décadas

Jards Macalé, que completa 80 anos neste mês, está presente no cenário musical e cultural brasileiro há décadas

Mais um grande nome da música brasileira completa 80 anos em março: Jards Macalé. Carioca da Tijuca, morador de Ipanema, ele foi copista de partituras para o grande Severino Araujo da Orquestra Tabajara, aprendeu a tocar em um violão de Turíbio Santos – instrumento em que compõe até hoje –, trocou ideias sobre samba e bossa nova com João Gilberto, foi fundamental na obra pós tropicalista de Gal Costa – dirigiu o histórico show “Fatal” com Waly Salomão –, é compositor de clássicos como “Movimento dos Barcos” (com o poeta Capinam) e “Vapor Barato” (com Waly). Isso só para começar!

Macalé é um imenso compositor. Em agosto de 2013, estivemos juntos no Jardim Botânico para uma longa entrevista para o livro “Vozes do Brasil” (edições Sesc). Ele me contou do “tempo do desbunde”, o final dos anos 1960 quando se reuniam nas areias do Posto 9, nas dunas da Gal, a turma da música, do cinema novo, de tudo que era novo naquela época. O músico me falou também dos anos 1980 quando parou de ouvir rádio porque “o jabá encaretou a programação” e ele se voltou para os sambas dos anos 1940, para as canções dos anos 1950. Macalé sempre misturou o jazz, o blues, o pop e o rock com a música feita no Brasil. Debussy, Ciro Monteiro, Clementina e Nora Ney são todos parte de uma mesma história.

 

Jards Macalé - Foto Felipe Giubilei | divulgação

Jards Macalé – Foto Felipe Giubilei | divulgação

 

Minha proposta é um mergulho na obra deste artista. Vamos começar com o disco de 1972, que Macalé gravou com Lanny Gordin (guitarra, violão e baixo) e Tutty Moreno (bateria). Produzido por Guilherme Araujo, o álbum tem um repertório maravilhoso: “Mal Secreto”, “Movimento dos Barcos”, “Hotel das Estrelas”, “Farrapo Humano” (de Luiz Melodia) e “Let’s Play That” – parceria de Macalé com Torquato Neto. Aliás, ler o poeta é um ótimo caminho para entender essa obra. Recomendo o livro “Torquatália”, que reúne as colunas escritas por ele e que falam muito da música feita nesse tempo.

Seguindo nos discos, vamos para 1987: “Quatro Batutas e Um Coringa”. Macalé gravou composições de Paulinho da Viola, Geraldo Pereira, Lupicínio Rodrigues e Nelson Cavaquinho. Um luxo. Anos depois, em 2011, pela Biscoito Fino , saiu o disco “Jards” – uma belíssima compilação de composições de Macalé e seus parceiros, com participações maravilhosas de Elza Soares, Elton Medeiros, Luiz Melodia, Ava Rocha, Cristovão Bastos, Jorge Helder – um timaço!

Em 2019, o professor Macalé se encontrou com os paulistas Rômulo Fróes, Kiko Dinucci, Thiago França, Tim Bernardes, Rodrigo Campos e mais uma turma de talentos dessa geração para compor, arranjar e tocar em “Besta Fera” – disco que concorreu ao Grammy Latino. Em 2021, ele se juntou ao também fundamental João Donato, e os dois mestres lançaram “Síntese do Lance”.

Todas as loas para o mais novo oitentão da música pop do Brasil. Salve Macalé! Ouça e caia no feitiço. Perceba a sofisticação das melodias, do ritmo, da intenção em cada parceiro, em cada verso. A história do Brasil passa por ali!