Em cartaz até o final de fevereiro, a mostra “Arte É Progresso” leva ao Teatro Viradalata quatro musicais cheios de brasilidade do dramaturgo mineiro Vitor Rocha

por | jan 31, 2022 | Cultura, Entretenimento, Espetáculos, Música, São Paulo | 0 Comentários

Produzida de forma 100% independente, a mostra “Arte É Progresso” propõe um resgate ao folclore brasileiro e uma ode ao teatro musical autoral nacional em peças repletas de lirismo roteirizadas, musicadas e performadas pelo mineiro Vítor Rocha

Do interior de Minas Gerais, vaga-se a pé até a Bahia para levar um menino e seu peixe de estimação, Sr. Cargas D’Água, para conhecerem o mar. Em seguida, bandeia-se do sertão do Cariri em um caminhão de pau-de-arara, em busca de um “Mágico Di Ó” que conceda chuva à terra da garoa. Por fim, invade-se uma sala de terapia onde dois ex-apresentadores mirins revelam os podres e as regalias da indústria televisiva do eixo Rio-São Paulo, em um “Bom Dia Sem Companhia”. Tudo isso, é claro, embalado pelas cantigas, lendas e provérbios do nosso folclore, reverenciados em “Se Essa Lua Fosse Minha”.

 

Vítor Rocha e a atriz Luiza Porto em “Bom Dia Sem Companhia” | Foto: Victor Miranda

 

Esse é o trajeto oferecido ao público da mostra de teatro musical “Arte É Progresso”, em cartaz de quinta a domingo no Teatro Viradalata, na zona oeste de São Paulo. Nessa viagem pelo imaginário brasileiro, a cada dia da semana os espectadores aportam em uma das quatro peças que compõem o festival – todas elas roteirizadas, musicadas e performadas por Vítor Rocha, ator e dramaturgo mineiro que, aos 24 anos, já acumula mais de 40 indicações a prêmios nacionais, dois troféus Bibi Ferreira e alguns milhares de fãs pelo país, cativados pelo lirismo simples e brasileiríssimo de suas produções. Munido de suas histórias, ele retorna aos palcos após dois anos de cortinas fechadas, para “celebrar o ‘resistir’ da cultura em tempos de medo e incerteza”.

 

Vítor Rocha interpreta o repentista Osvaldo no cordel cênico “O Mágico di Ó – O Clássico em Forma de Cordel” | Foto: Victor Miranda

 

“Atualmente, não há nada mais sucateado, fragilizado e mal-falado no nosso país do que a arte. Já ficou claro para os artistas brasileiros que se eles não se movimentarem, ninguém fará isso por eles. A saída, então, é unir forças, e é justamente isso que estamos fazendo”, explica. Produzidos de forma 100% independente, os quatro espetáculos têm movimentado, juntos, mais de 50 profissionais da cena artística, entre atores, diretores, coreógrafos, figurinistas, iluminadores e contrarregras. “Reunir todas as peças que já estreei em um único lugar é também juntar todos os artistas que me ajudaram nelas e mantê-los criando.”

Com sessões de janeiro lotadas e ingressos disputados, o plano é, um dia, conseguir levar o festival para todos os cantos do país. “Rodar todas as capitais e entregar esses vários Brasis diretamente aos brasileiros que os inspiraram. Nosso maior desejo é exaltar nossa cultura e provar que, apesar de desamparada, a arte nacional segue viva e florescendo.”

 

Vítor Rocha e elenco de “Se Essa Lua Fosse Minha” | Foto: Fabio Stamato

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