Após 9 anos fechado, Museu do Ipiranga reabre ao público, como parte das celebrações ao Bicentenário da Independência
Com acervo restaurado, estruturas renovadas e um novo andar subterrâneo, o Museu do Ipiranga é revisitado em exposições imersivas e eventos culturais com repercussões no estado de São Paulo
Em 1888, Pedro Américo terminava de pintar o que se tornaria a principal referência visual dos brasileiros sobre aquele marcante 7 de setembro. A clássica imagem de Dom Pedro sobre seu cavalo no quadro “Independência ou Morte” ganhou o imaginário popular, tornou-se parte do acervo histórico nacional e, a partir do dia 6 de setembro, volta a ser observada de perto em um novíssimo Museu do Ipiranga. Após quase uma década fechado para obras de restauro, o edifício-monumento volta a se abrir ao público, como parte das celebrações ao Bicentenário.
Com acervo restaurado, estruturas renovadas e um novo andar subterrâneo, o museu dobrou de tamanho. Agora, são quase 7 mil m² de área dedicada à visitação, incluindo espaços para atendimento educativo, auditório, mirante 360º, café, restaurante e espaço para food bikes, sobre o recuperado Jardim Francês. Uma nova sala, de 900 m², abriga 12 exposições temporárias. Em cartaz até o final do ano, “Memórias da Independência” recorda o 7 de setembro em documentos, pinturas e esculturas da época, trazidas de acervos do Rio de Janeiro e da Bahia.
Integrado ao novo museu, o Parque da Independência também propõe uma experiência imersiva em áudio 3D na mostra “Vozes do Ipiranga”. Cinco totens guiam os visitantes em uma viagem cênica pelo processo de independência, contado por vozes que, à época, foram invisibilizadas. O episódio se reformula, agora do ponto de vista das mulheres, negros e trabalhadores brasileiros.
A minutos dali, a galeria Arte132, em Moema, também convida a novos olhares. Com curadoria de Lilia Schwarcz, Lúcia Kluck Stumpf e Carlos Lima Júnior, a exposição “Sequestro da Independência” traz releituras de quadros célebres para denunciar a forma como obras de arte da época foram destituídas de seu contexto ao longo da história.
Viajando por mais alguns quilômetros, em direção à Baixada Santista, o Bicentenário vira brincadeira infantil no Parque Caminhos do Mar. Nos finais de semana de setembro, os pequenos estudam o país em contações de história, oficinas de restauro e caças ao tesouro. Aos adultos, vale uma caminhada pela histórica Calçada do Lorena – que, em 1822, guiou Dom Pedro I às margens do Ipiranga.
Velha história, novos olhares
Independências – TV Cultura
Com roteiro final e direção de Luiz Fernando Carvalho, a série usa bom humor e acidez para recontar a biografia de Dom Pedro I. Serão 16 capítulos, exibidos semanalmente na emissora a partir de 7 de setembro. No elenco, brilham nomes como Antonio Fagundes, Fafá de Belém e Verônica Mucúna.
Independência do Brasil: As Mulheres Que Estavam Lá – Editora Bazar do Tempo
Em 200 páginas ilustradas, as historiadoras Antonia Pellegrino e Heloisa Starling traçam o perfil de sete brasileiras que contribuíram, à sua maneira, para o processo de independência – mas foram mantidas à parte da historiografia geral. Hipólita Jacinta de Melo e Anna Lins são algumas das heroínas que protagonizam essa nova versão da história, feminina e potente.
Comentários