À frente da Petrichor, empresa de paisagismo regenerativo, João Queiroz faz renascer lindas áreas verdes na cidade
O paisagista João Queiroz comanda uma das raras empresas nacionais especializadas em projetos de paisagismo regenerativo, conectando pessoas à natureza
É com um misto de simplicidade e orgulho que João Queiroz se apresenta, em suas redes sociais, como “apenas um garoto da fazenda”. É em memória à sua infância e família, também. Filho de horticultores do interior paulista, ele se encantou desde cedo pelas forças que emanavam da natureza. “Fui criado em contato direto com a terra, mal sabia o que queria ser quando crescesse, mas já tinha certeza de que a minha missão seria reconectar as pessoas do meu convívio ao solo e aos seus mistérios”, recorda, agora crescido e à frente da Petrichor, uma das raras empresas nacionais especializadas em projetos de paisagismo regenerativo.
“Nós trabalhamos o planejamento paisagístico sob a ótica da sustentabilidade. Criamos projetos luxuosos, mas cujo atrativo principal é sempre o seu potencial de reconstituição do bioma”, conta. É por isso que os jardins desenhados por João e sua equipe são cultivados do zero, desde a semente, e sem o uso de pesticidas ou compostos químicos. “Fungos e bactérias inoculantes exercem essa função, restituindo a fertilidade do solo em um processo orgânico, natural e ambientalmente responsável.”
Todo esse minucioso cuidado ecológico reflete, também, na escolha das espécies que irão colorir cada projeto. “Privilegiamos o cultivo de plantas nativas da região onde o jardim será erguido. Além de estarem mais adaptadas àquele tipo de solo e crescerem ali de maneira quase autossuficiente, elas movimentam todo o ciclo de biodiversidade do entorno.”
Hoje, em 10 anos de atuação, o paisagista já vê seus jardins rendendo frutos. “Pai” da graciosa área verde do Mico restaurante mediterrâneo, nos Jardins, comandado pela chef Renata Vanzetto e entusiasta dos hortos verdes em selvas de pedra, ele comemora os sabores de cada nova colheita. A mais recente, inclusive, acaba de lhe render um certificado Leed Gold de verificação ambiental. O projeto que considera seu mais ousado até aqui foi responsável por regenerar um terreno degradado de mais de 150 mil m2 em Cabreúva, com a ajuda apenas de microorganismos benfeitores. “Foram 16 meses de trabalho que me presentearam com mais 16 mil meses de ambição para realizar novos projetos a partir desse velho sonho.”
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