Hospedagens no interior paulista propõem experiências instigantes em acomodações excêntricas

Hospedagens no interior paulista propõem experiências instigantes em acomodações excêntricas

Conheça algumas hospedagens do interior de São Paulo que fogem do óbvio e apresentam experiências fascinantes

Charme sobre rodas

Quem visita a badalada Campos do Jordão em altas temporadas geralmente espera por noites em chalés aconchegantes. Mas a poucos minutos do movimentado centro turístico, o La Brume Lodges oferece opções inusitadas e igualmente charmosas de hospedagem, em um terreno rodeado por uma sedutora floresta de araucárias. Por ali, quatro trailers ao melhor estilo vintage fazem as vezes de suíte e podem ser alugados para um fim de semana de glamping na serra. O “quarto” mais disputado é o Vintage Outdoor, montado dentro de um Karman Ghia 1989 original e equipado com fogão, frigobar, microondas, smart TV e banheiro portátil com ducha aquecida a gás. Cada trailer acomoda até cinco pessoas, em salas versáteis com mesas que se transformam em camas de casal, e beliches. Ainda é possível incrementar a estadia com cestas de café da manhã e kits para preparo de fondue doce e salgado (ambos por R$ 80 adicionais ao valor da diária).

La Brume Lodges
Rua Dona Eliza, 112, Capivari, Campos do Jordão, tel. 12 99641-0085.

Foto Divulgação

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Hotel degustação

A apenas 70 km da capital paulista, São Roque, a “cidade da uva”, pode ser explorada em experiências imersivas fora do comum. Nos gramados da Quinta do Olivardo restaurante de culinária portuguesa eleito por três vezes o melhor da cidade pelo Guia AgitoSP, por exemplo, o curioso Chalé Chardonnay oferece pernoites dentro de um imenso tonel de carvalho, naturalmente aromatizado com a fragrância inconfundível da bebida. “Antigamente, esse barril era usado para armazenar até 100 mil litros de vinho. Agora ele abriga casais em uma estrutura multissensorial, equipada com jacuzzi, adega e um terraço com vista para os parreirais”, explica o chef Olivardo Sarqui, gerente do espaço e o responsável pelos deliciosos almoços da Quinta que não estão inclusos nos R$ 950 de diária, mas valem uma boquinha. Prove o Bacalhau à Moda do Chefe, preparado com catupiry, molho bechamel e cheiro verde, e a Alheira Defumada da casa.

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Quinta do Olivardo
Estrada do Vinho, km 4, São Roque, tel. 11 97088-5401.

Foto Elias Gomes

Foto Elias Gomes

 

Foto Elias Gomes

Foto Elias Gomes

 

Descanso nas alturas

E se, ao invés de subir a bordo de um avião rumo a um destino distante, o programa turístico for justamente apreciar uma estadia dentro da própria aeronave?

Na Pousada Viviê, em Monte Verde cidade mineira a 163 km de São Paulo, é possível se hospedar em um jatinho executivo de 180 m2, ancorado a 5.500 pés de altitude em meio ao cinturão verde da Serra da Mantiqueira. Para acessar a excêntrica suíte, os visitantes são conduzidos por uma passarela de vidro que simula uma pista de pouso. Uma vez lá dentro, basta guardar a bagagem de mão no compartimento superior e curtir a “viagem”. Durante a estadia, os hóspedes têm acesso irrestrito à sala de comando, onde um simulador de voo os convida a guiar virtualmente uma aeronave Embraer EMB 120. Com diárias a partir de R$ 900 e capacidade para acomodar até três pessoas, a suíte Aero Flyer conta ainda com sound bar, aquecedor e banheira de hidromassagem dupla com cromoterapia.

Pousada Viviê
Rua Gemini, 477, Jardim das Montanhas, Monte Verde, tel. 35 98848-2588.

Foto Divulgação

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Bendito conforto

Contrariando o clichê e o conservadorismo, a Capela Catalã da Fazenda Santa Esther, em Amparo, permite que hóspedes durmam sob o teto repleto de afrescos do que já foi um templo religioso ativo. Construída na década de 1950 com arquitetura livremente inspirada nos padrões clássicos da Igreja Sant Climent de Taull, na Espanha, a capelinha recebeu missas, casamentos, batizados e festividades católicas até o início dos anos 2000. Agora, transformada em loft, tem cama king size, TV de 50’’, chuveiro duplo com vista panorâmica, sala de cinema e controle de eletrônicos por comando de voz, em um espaço que ultrapassa os 100 mil m2 e ainda guarda itens de sua origem canônica. Um dispenser de água benta segue adornando a parede, o órgão de fole virou rack e o confessionário, hoje, serve de guarda-roupas. A suíte acomoda até três pessoas e a estadia ainda inclui acesso irrestrito à piscina, à cachoeira e à sala de coworking da fazenda.

Fazenda Santa Esther
Rodovia SP360, km 124,3, Amparo, tel. 19 99714-1611.

Foto Divulgação

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China, Índia e Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de alimentos

China, Índia e Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de alimentos

Dados mostram que a produção da agropecuária brasileira pode ser muito representativa na economia nacional, mas nos mercados globais ainda não tem o mesmo ‘peso’ de potências como China e EUA

Não, o Brasil não é o maior produtor de alimentos do planeta. Nem o segundo. E nem o terceiro. Na verdade, ficamos atrás de China, Índia e Estados Unidos. Também não somos o maior exportador de alimentos. Ou seja: infelizmente não somos o tal “celeiro do mundo”, como muita gente insiste em matraquear.

Em 2020, a produção de alimentos na China totalizou US$ 1,5 trilhão. O país é o líder em cereais, verduras, ovos e peixes. Ainda assim, por causa de sua enorme população, importa aproximadamente um quarto do que consome. Já a Índia, o segundo mais populoso país do mundo, produziu alimentos que somaram US$ 382 bilhões em 2020. A nação é a maior produtora mundial de leite, juta e leguminosas como lentilha e grão-de-bico. É também é a segunda maior produtora mundial de arroz, trigo, cana-de-açúcar, frutas, algodão e amendoim.

 

Agricultura Na China | Foto Divulgação

Agricultura Na China | Foto Divulgação

 

Nos Estados Unidos, a produção de alimentos gerou um total de US$ 306 bilhões em 2020. Milho, carne bovina, soja, laticínios e aves são as cinco principais commodities agrícolas da terra do Tio Sam. O país é o líder em exportações agrícolas, com US$ 147,9 bilhões – principalmente para os mercados chinês, canadense, mexicano e japonês.

Aí, na 4ª posição no ranking mundial, aparece o Brasil, com uma produção de alimentos que, em 2020, agregou US$ 125,3 bilhões à economia nacional. Somos os maiores exportadores mundiais de soja, açúcar, carne bovina congelada e aves. Outras importantes commodities agrícolas do agronegócio nacional são o café, o suco de laranja, o milho, o algodão e o cacau.

Resumindo: para nos tornarmos o principal produtor mundial de alimentos, ainda há muito trabalho a ser feito. E o caminho para isso é incrementar a produtividade, e não ampliar a área cultivada – principalmente se isso envolver desmatamento.

Prosa rápida

Segura, peão!
Nos dias 16, 17, 23 e 24 deste mês acontece mais uma edição do Jaguariúna Rodeo Festival. Além de provas equestres e de rodeio, a programação inclui shows de estrelas do sertanejo, como Ana Castela, Jorge & Mateus, Gustavo Mioto, Zé Neto & Cristiano e Gusttavo Lima, além de artistas de outros gêneros, como Alok, Dennis e Wesley Safadão. Ingressos de R $ 30 (arena) a R$ 500 (camarote).

Lucro proteinado
A brasileira Marfrig, uma das maiores empresas de proteína animal do mundo, relatou uma receita de R$ 34,5 bilhões e um lucro líquido de R$ 4,3 bilhões no segundo trimestre deste ano. A carne bovina contribuiu com 63% desse total, enquanto os produtos derivados de aves e suínos – agora relevantes após a incorporação da BRF – representaram 37% das vendas totais. A operação nos Estados Unidos respondeu por 38% das receitas totais. Na sequência, vêm Brasil (com 25%), China e Hong Kong (12%) e Japão e Europa (4%, cada).

Democracia & agro
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura lançou no início de agosto uma carta em defesa da democracia e do processo eleitoral, que classifica como “inquestionável”. Entre os integrantes do grupo estão a Amaggi (um dos maiores players do segmento de soja), a BRF, a JBS, a Marfrig, a Suzano e a Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), além de bancos (como Bradesco, Itaú e Santander) e grandes empresas como Natura, Nestlé e Carrefour.

Produtores de whiskies brasileiros surpreendem cada vez mais em técnica e variedade

Produtores de whiskies brasileiros surpreendem cada vez mais em técnica e variedade

A indústria brasileira de whiskies evoluiu de uma forma inacreditável; o resultado são rótulos comparáveis aos importados

“Deus me livre!” e “melhor beber cerveja”. Essas são frases que eu mesmo já ouvi sobre os whiskies brasileiros – antes mesmo de serem provados. Para o consumidor comum, whisky feito no Brasil é sinônimo de bebida barata e de baixa qualidade. Um conceito que, atualmente, não poderia estar mais distante da realidade.

Nos últimos dez anos, a indústria da bebida por aqui evoluiu de uma forma inacreditável. Em oferta, mas, especialmente, em técnica. Hoje, nosso país possui rótulos de uma sofisticação produtiva maravilhosa. Há até whiskies defumados e envelhecidos em barris de vinho tinto chileno. E o estilo em voga é o preferido dos entusiastas: os single malts – whiskies produzidos em uma única destilaria, 100% com cevada maltada, e em alambiques de cobre.

Duas destilarias brasileiras têm se destacado. A primeira é a Union, que está localizada em Bento Gonçalves, e – incrivelmente, para a maioria de nós – foi fundada há mais de 60 anos. É uma indústria grande. A Union produz algo próximo de três milhões de litros por ano, volume equiparável a destilarias escocesas conhecidas. A The Macallan, que é gigante, a título de comparação, produz quinze milhões. Os whiskies da Union são feitos à moda dos escoceses. Destaque para o Pure Malt Turfado, que utiliza cevada turfada importada da Escócia, que traz aroma defumado à bebida.

 

Foto Divulgação

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A segunda destilaria que merece foco é a Lamas. É o que podemos chamar de “craft distillery”. Fica em Matosinhos, Minas Gerais, e é bem menor que a Union. Produz algo em torno de quarenta mil litros por ano. A Lamas busca produzir whiskies com identidade brasileira. Já maturou em barricas como bálsamo e amburana, e tem uma técnica de defumação da cevada que usa madeira de reflorestamento – algo sem paralelo na Escócia e que traz sabor enfumaçado de incenso ao whisky.

Seja como for, são bebidas com uma sofisticação incrível! O preço, inclusive, não fica muito atrás de um importado de entrada. São experiências capazes de abrir os olhos dos consumidores mais incrédulos! Os whiskies estão à venda nos websites das destilarias e em lojas selecionadas. Doses podem ser provadas no bar Caledonia Whisky & Co., em Pinheiros.

Brasileiros e selecionados
• Lamas Rarus – envelhecido em barris de rum.
• Lamas Nimbus – defumado com madeira de reflorestamento e maturado em barris de Bourbon.
• Union Pure Malt Turfado – enfumaçado, utiliza cevada importada turfada, da Escócia.
• Union Pure Malt Virgin Oak Finish – adocicado e puxado para a baunilha, utiliza barris virgens de carvalho americano.
• Lamas Verus – maturado em barris usados para envelhecer vinho licoroso, semelhante ao Porto.
• Union Vintage 2005 – edição especial com 16 anos de maturação.