Gastronomia portuguesa cruza a ponte e chega ao Bar de Santo António, no Leblon

Gastronomia portuguesa cruza a ponte e chega ao Bar de Santo António, no Leblon

Bar de Santo António, que acaba de ser inaugurado na Zona Sul carioca, é ‘cria’ de um tradicional restaurante lusitano instalado na Ponta d’Areia, em Niterói

Depois de quase 50 anos de sucesso em Niterói, a tradicional casa portuguesa da família Henriques acaba de inaugurar o Bar de Santo António no Leblon. No cardápio da casa, brilham os petiscos e pratos de DNA lusitano que fizeram a fama do restaurante Gruta de Santo António, lá do outro lado da Baía de Guanabara; os bolinhos de bacalhau com queijo Serra da Estrela, o bacalhau do chef (lombo assado com batatas ao murro, cebolas caramelizadas, brócolis, ovo cozido, azeitonas e lascas de alho) e as rabanadas com sorvete de iogurte e creme inglês.

Como um bom boteco, tem ainda croquetes de alheira, pataniscas de bacalhau, atum escabeche, camarão ao Bulhão Pato e as lulas à guilho. Na seção dedicada aos sandes (sanduíches), vale provar o tradicional Prego de Carne (de filé mignon e alho, acompanhado de batatas crocantes). Como prato principal, tem bacalhau com natas, polvo à lagareiro e arroz de pato com chouriço.

 

foto divulgação

 

Bar de Santo António
Rua Humberto de Campos, 827-B, Leblon.
Tel. 21 3518-0810.

O cacau brilha nos drinques do restaurante Cabruca, na Fábrica da Dengo

O cacau brilha nos drinques do restaurante Cabruca, na Fábrica da Dengo

Com sabores e texturas intensas, como amargor, doçura e muita consistência, o cacau também pode surpreender na elaboração de drinques

É no coração da Faria Lima, em Pinheiros, onde o aroma do chocolate se mistura ao burburinho da cidade. No Cabruca, restaurante da Fábrica da Dengo, abrigamos um universo de sabores e texturas que se estende para além das delícias do chocolate. E é nesse cenário que eu, Marcelo, bartender e barista, me encaixo, tentando transformar ingredientes em experiências sensoriais, tendo a brasilidade como protagonista de uma jornada irresistível.

Minha paixão pela coquetelaria floresceu em terras catarinenses, onde uma experiência em um bar e cozinha em Florianópolis despertou meu amor por servir e criar. De volta a São Paulo, aprofundei meus conhecimentos e me especializei, trabalhando em cafeterias, wine bars e restaurantes. Minha trajetória inclui até a experiência de ter um café e uma cozinha própria, antes de assumir o comando do bar do Cabruca, onde exploro o potencial do cacau em minhas criações.

 

Drinque “Cabruca”, servido no restaurante de mesmo nome, no bairro paulistano de Pinheiros – foto Carol Nunes

 

No restaurante, a brasilidade pulsa em cada gota dos meus drinques. A culinária brasileira, com suas raízes profundas e sabores vibrantes, inspiram a criar coquetéis que transportam o paladar para uma viagem sensorial e, é claro, o cacau é um dos mais emblemáticos. O ingrediente traz uma complexidade de sabores e texturas, como o amargo, o doce e o terroso, e agrega particularidades e inovação a qualquer coquetel.

Com a chegada da primavera e do verão, reformulei 70% o cardápio do bar, incluindo novas composições que trazem ingredientes sazonais e sabores marcantes, além de manter os grandes campeões dos pedidos. É o caso do drinque Cabruca, uma homenagem ao restaurante. Feito com gim, calda de seriguela, espuma de mel de cacau e finalizado com quebra-quebra de cupuaçu e castanha de caju caramelizada, a bebida é servida em um copo de cerâmica, feito artesanalmente em formato de fruto de cacau. Compartilho, a seguir, a receita! Saúde!

Receita do Cabruca

* 50 ml de gim Dengo;
* 50 ml de calda de seriguela;
* 50 ml de mix cítricos;

Finalização:
* Espuma de mel de cacau (sifão);
* Raspas de quebra-quebra de cupuaçu e castanha de caju caramelizada;

*Marcelo Lopes Martins é bartender e barista do Cabruca, dentro da Fábrica da Dengo.

Conheça as joias da Cidade do Panamá e de Santa Marta, no Caribe Colombiano

Conheça as joias da Cidade do Panamá e de Santa Marta, no Caribe Colombiano

A América Latina guarda tesouros naturais ainda pouco explorados pelos brasileiros, como as encantadoras Cidade do Panamá, a capital panamenha, e Santa Marta, na Colômbia, que agora conta com acesso aéreo facilitado

Em 1914, o mundo testemunhou um feito histórico para o comércio marítimo: a inauguração do Canal do Panamá. Sua localização estratégica na América Central permitiu conectar os oceanos Atlântico e Pacífico e, assim, diminuiu consideravelmente as distâncias entre o Ocidente e o Extremo Oriente. Até hoje, essa conquista da engenharia moderna é objeto de deslumbre e, não à toa, é uma das Maravilhas do Mundo Moderno.

 

O icônico Canal do Panamá – foto iStockphoto

 

Com o desenvolvimento da aviação – por coincidência, o primeiro voo comercial do mundo também foi em 1914 –, é claro que os olhos se voltaram novamente para o Panamá. Em 1947, a fundação da Companhia Panamenha de Aviação, conhecida hoje como Copa Airlines, colocou definitivamente o Panamá na rota do turismo como um importante hub de conexões globais e por onde passam diariamente milhares de passageiros.

Assim como o Canal, seu aeroporto se transformou em um ponto de passagem, sendo pouco utilizado como destino. Infelizmente, as pessoas ainda perdem uma grande oportunidade por não visitar a Cidade do Panamá, que equilibra com muita graça sua parte histórica, seus arranha-céus hipermodernos de tirar o fôlego e praias belíssimas no melhor estilo caribenho. Saindo de São Paulo, um voo de apenas 7 horas leva até a capital panamenha.

Além de conhecer o Canal e seu interessante Centro de Visitantes de Miraflores – onde é possível avistar os barcos e assistir a um documentário sobre a construção –, é recomendável passar uma parte do dia no Casco Antiguo, o centro histórico da cidade, que data de 1673 e é Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Por lá, casas coloridas e muito bem preservadas compõem o cenário e rodeiam a imponente Catedral Metropolitana (erguida entre os séculos 17 e 18), localizada na Plaza Mayor.

 

Catedral Metropolitana da Cidade do Panamá – foto Shutterstock

 

Passeie sem pressa por suas ruas e se deixe surpreender por seus restaurantes, bares e lojas de lembrancinhas. Para quem ama chocolate, a I Love Panama Chocolate é uma deliciosa descoberta. O país é produtor de cacau e a marca artesanal proporciona uma experiência de sabores e aromas. Aos sábados, é possível fazer uma verdadeira imersão no universo, com um tour guiado, degustação e produção de sua própria barra. Há opções inusitadas de cacau com elementos como sal, maracujá, pimenta ají Chombo, café Geisha, malte caramelo e, até mesmo, camarão desidratado!

Ainda no Casco Antiguo, vale a pena ficar até o entardecer para avistar o lindo pôr do sol no horizonte. O Lazotea Rooftop, do chef colombiano Jorge Rausch, oferece uma vista privilegiada, acompanhada de culinária latino-americana e bons drinques – combinação ideal para se despedir de mais um dia.

 

As criações da loja I Love Panama Chocolate – foto Vivian Monicci

 

Para hospedagem, um dos destaques é o Marriott Panamá, único hotel interligado ao maior shopping center da América Central, o Allbrook Mall. Distante 40 minutos do aeroporto de Tocumen, sua localização permite fácil acesso às atrações turísticas mais importantes – fica a apenas 10 minutos das eclusas de Miraflores, no Canal do Panamá – e às belas praias do Pacífico.

Ao todo, o lugar conta com 331 quartos, três restaurantes (Canal Bistro, Ancón Hill e Cafe Met), piscina na cobertura com bar, academia de ginástica, mais de 20 salões para convenções e eventos, e é pet friendly. Quem é cliente Marriott Bonvoy – programa de fidelidade que disponibiliza benefícios e experiências exclusivas – tem acesso ao M Club, uma sala reservada com espaço para trabalhar e descansar, com televisão e mesa de café.

 

Piscina externa do Marriott Panama Hotel, na Cidade do Panamá – foto Gregory Alonso

 

Joia colombiana

A Copa Airlines inaugurou recentemente uma rota direta entre a Cidade do Panamá e Santa Marta, com duração de aproximadamente 1h30, que evita a conexão doméstica em Bogotá ou Medellín. Conhecida como “a pérola da América”, a cidade na costa colombiana é a capital do departamento de Magdalena. Fundada em 1525, é considerada a cidade mais antiga do país e é onde o militar Simón Bolívar morreu.

Banhada pelo mar do Caribe, abriga praias espetaculares, com água calma e quente. É indispensável fazer um passeio de barco pelos encantos do Parque Nacional Natural Tayrona, uma reserva florestal e um dos parques naturais mais importantes do país, com enorme biodiversidade e grande extensão de mar, onde é indicado nadar e fazer snorkel. Em um contraste interessante, a paisagem de Santa Marta evidencia ainda a natureza majestosa da Sierra Nevada de Santa Marta, a mais alta cordilheira costeira do mundo, a 5.775 metros de altitude.

 

Praia do Parque Nacional Tayrona, na Colômbia – foto Chema Photo / Unsplash

 

Assim como na Cidade do Panamá, seu centrinho histórico é colorido e esconde tesouros nas pequenas ruas que cercam a Catedral Basílica de Santa Marta, construída na década de 1760 e que guarda o coração de Simón Bolívar e os restos mortais do fundador de Santa Marta, Rodrigo de Bastidas.

Após percorrer a pé o simpático centro e até mesmo fazer uma foto na estátua monumental de Simón Bolívar – situada no Parque Bolívar, principal praça da cidade –, faça uma parada para comer no delicioso restaurante Guasimo, do chef Fabian Rodriguez, que serve a típica culinária colombiana. Seu ambiente aconchegante é composto por quadros coloridos pintados pelo chef, que também é um talentoso artista. No cardápio, você encontra criações da zona bananeira, do mar e da Sierra Nevada. O destaque fica por conta da sobremesa divina “Mi Postre Favorito”, composta por pasta de manga, queijo costeño empanado, chantilly com mel da montanha e raspas de limão.

 

Ambiente charmoso do restaurante Guasimo – foto Vivian Monicci

 

Hospedagem caribenha

Para aproveitar os encantos de Santa Marta, uma excelente opção de hospedagem é o Santa Marta Marriott Resort Playa Dormida, um hotel cinco estrelas à beira-mar em uma praia quase privativa, mas a apenas 5 minutos do Aeroporto Internacional Simón Bolívar e próximo a pontos importantes de Santa Marta, como Playa Blanca, Trilha da Cidade Perdida e Parque de Los Novios – os 30 minutos que o separam do centro da cidade são essenciais para torná-lo um refúgio.

 

Fachada do Santa Marta Marriott Resort Playa Dormida – foto Gregory Alonso

 

Seu estilo clean faz uso de muita madeira e cores claras para despertar a sensação de paz e relaxamento. As grandes inspirações para a decoração foram o verde da paisagem tropical da Sierra Nevada e a tradição indígena, com texturas, tecidos e elementos representativos da cultura local, além de estruturas que remetem às casas dos povos originários.
As 168 acomodações são amplas e muito confortáveis, com belas varandas para apreciar o mar, a piscina e o entorno. Destaque para a hospitalidade, que faz toda a diferença na experiência do cliente: ao adentrar o quarto, você se depara com doçuras típicas da região para já entrar no clima e se sentir em casa.

A infraestrutura do resort é completa, com piscina externa, salas de convenções e eventos, academia de ginástica, o spa Seishua e dois bares (um interno e outro na piscina). Além disso, dispõe de dois restaurantes: o 1525 (data de fundação da cidade), mais sofisticado e que serve culinária internacional; e o Cayeye – nome de um purê típico colombiano feito com banana verde –, que é descontraído, fica bem próximo à praia e oferece os sabores locais de Santa Marta.

 

Acomodação confortável do Marriott Playa Dormida – foto Vivian Monicci

 

Sierra Nevada na xícara

Muito mais do que um local para fazer turismo ecológico, a Sierra Nevada guarda diversas plantações do famoso café colombiano, que é de origem arábica e reconhecido como um dos melhores do mundo. Nas encostas da cordilheira ainda vivem quatro povos indígenas – os Arhuacos, os Wiwas, os Kogis e os Kankuamo –, que mantêm viva a cultura tradicional e exercem o plantio do grão.

A apenas 30 minutos de Santa Marta, a região de Minca é um verdadeiro tesouro de Sierra Nevada. Após uma pequena caminhada na encosta noroeste, chega-se à Finca La Victoria, plantação artesanal que existe desde 1892. Lá, é essencial fazer um tour completo pelo processo de cultivo, que inclui máquinas do início do século 20 movidas a energia hidrelétrica. O passeio termina com uma degustação do autêntico café colombiano, direto da “fonte”!

 

Café da Finca La Victoria – foto Vivian Monicci

 

*A jornalista viajou a convite da Marriott Hotels e da Copa Airlines.

Marriott Panama
Av. Marginal, Albrook Mall, Cidade do Panamá, Panamá.
Tel. +507 307-0245.
Diárias a partir de US$ 128.

Santa Marta Marriott Resort Playa Dormida
Carrera 3 No 142-60, Bello Horizonte, Santa Marta, Colômbia.
Tel. +57 605 4410000.
Diárias a partir de US$ 145.