Dupla Zé Neto & Cristiano dedica o sucesso à fé e à família

Dupla Zé Neto & Cristiano dedica o sucesso à fé e à família

Mais do que bebedeira e sofrência, a dupla sertaneja acumula milhões de seguidores, diversos prêmios, e dedica tudo isso à fé e à família.

FOTO LEANDRO RIBEIRO | DIVULGAÇÃO

São José do Rio Preto é um município no interior de São Paulo, a 442 km da capital. O nome homenageia o padroeiro, São José, e o Rio Preto, rio que banha a cidade de 460 mil habitantes. É um dos principais polos culturais do interior do estado, com destaque para o Festival Internacional de Teatro (FIT), festivais de MPB e de Viola Caipira, e o Prêmio Nelson Seixas para o estímulo de artistas locais.

Nesse celeiro de arte e em berço caipira, nasceram e cresceram José Toscano Martins Neto e Irineu Vaccari. Nomes conhecidos apenas por familiares e amigos próximos, os então jovens vizinhos da zona rural da cidade se juntaram em busca do mesmo sonho; o de cantar. Desde 2011, já não são reconhecidos apenas em São José, respondem o Brasil inteiro por Zé Neto e Cristiano, dupla sertaneja que acumula incríveis 7,4 bilhões de visualizações no YouTube e 12 milhões de seguidores no Instagram. “Foi surreal, essa é a palavra para tudo que vivemos nesses últimos anos. Nunca imaginaríamos chegar aonde estamos, temos muita fé e força de vontade, mas é tão maravilhoso que às vezes é difícil de acreditar”, conta Zé Neto.

Devotos de Nossa Senhora Aparecida, ambos têm orgulho de praticar a fé católica, religião predominante no país e, principalmente, no interior. “Já fiz duas romarias a cavalo em forma de agradecimento por todas as bênçãos feitas em minha vida”, lembra o cantor, que percorreu o famoso “Caminho da Fé”. Foram 495 km, 305 dos quais atravessou a Serra da Mantiqueira por estradas de terra, trilhas, bosques e asfaltos em seu cavalo. De Minas Gerais até a Basílica de Aparecida, Zé Neto cumpriu suas promessas nas peregrinações em fevereiro de 2019 e em março deste ano.

De raiz e ecléticos

O sertanejo é um dos estilos musicais brasileiros que mais passou por reformulações. A música caipira, que retratava o ambiente rural ao som da viola, mudou a linguagem e até a melodia, ganhando influência do country americano, forró, funk e até do pop. “Trata-se de mais um ciclo de vitalidade de um gênero que, de 20 em 20 anos, se remodela completamente, sempre ampliando seu público e incorporando outras sonoridades” escreve Gustavo Alonso, autor do livro “Cowboys do asfalto: Música sertaneja e modernização brasileira”.

A DUPLA EM SUAS MOTOS, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.

Por dentro das tendências e cantando a vida de muitos jovens universitários festeiros, apaixonados e “sofredores”, Zé Neto e Cristiano souberam embalar hits Brasil afora. Ganharam o Troféu Imprensa de Melhor Dupla Sertaneja de 2019 e a música “Largado às Traças” alcançou 500 milhões de visualizações no Youtube. Também no ano passado, a dupla estava entre os 10 artistas mais ouvidos no Spotify brasileiro, com 2,2 bilhões de views.

Quando os shows e as aglomerações eram possíveis, Zé Neto e Cristiano tinham uma média de 26 apresentações por mês. Em tempos de distanciamento social, não ficaram parados. Fizeram quatro lives, uma delas transmitida de dentro da cervejaria da Ambev, em Agudos, no interior de São Paulo, no Dia da Cerveja, bebida que, inclusive, é a favorita deles. “O melhor jeito de aproveitar uma noite é estando ao lado de quem a gente gosta e considera e, claro, tomando cerveja”, diz Zé Neto.

Mas os rapazes de São José não “bebem” apenas das parcerias atuais, nomes fortes do sertanejo raiz fazem parte do repertório. “Daniel é uma referência muito forte para mim, o Zé gosta muito de Bruno e Marrone, Chitãozinho & Xororó… assim como eu. Nossos gostos musicais são bem parecidos, somos apaixonados por Milionário e José Rico, Trio Parada Dura e muitos outros, são grandes inspirações para nós”, conta Cristiano. E a escuta vai além do universo sertanejo: “Somos ecléticos. Gosto muito de ouvir Charlie Brown Jr e temos o sonho de cantar com Roberto Carlos!”.

 

Com a família e em casa

CRISTIANO COM PAULA VACCARI, SUA ESPOSA

Para sair do interior e fazer sucesso nas principais cidades brasileiras, os garotos precisaram de muito apoio. “As nossas famílias são os principais alicerces, acho que sem eles não teríamos esse sucesso na carreira. Sempre tivemos muito apoio de todos, definitivamente são a nossa base de tudo”, enfatiza Cristiano, que é casado com a empresária Paula Vaccari, com quem tem dois filhos, Pietra, de três anos, e Cristiano, de seis meses.

ZÉ NETO COM SEUS DOIS FILHOS E SUA ESPOSA, NATÁLIA TOSCANO.

Muito parecidos fora dos palcos, Zé Neto é casado, com a influenciadora Natália Toscano, também tem dois filhos, José Filho, de três anos, e Angelina, de quatro meses. Quando crescerem, ambos são assertivos e desejam passar os mesmos conselhos imprescindíveis aos filhos: honestidade e amor ao próximo. Durante a pandemia do novo coronavírus, sem o ritmo frenético de shows, a dupla aproveita o tempo maior dentro de casa. “Antes quase não conseguíamos estar com eles, estamos curtindo cada minuto”, conta Zé Neto.

Os desejos pós pandêmicos são ponderados, de dois rapazes carismáticos que reconhecem os muitos sonhos já realizados. “Temos muitos planos, mas sabemos que neste momento não será tão rápida nossa volta aos palcos, estamos aguardando o tempo certo, torcendo para que tudo isso passe logo. Com certeza sairemos dessa mais fortalecidos”, diz Zé Neto. “Podemos nos considerar dois caras totalmente realizados, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Fomos muito agraciados por Deus e só temos que agradecer por tudo”, finaliza Cristiano.

Vozes da Cidade: Os melhores pontos para velejar

Vozes da Cidade: Os melhores pontos para velejar

 

O velejador olímpico Gabriel Borges indica os melhores pontos para velejar e relaxar depois do esporte no Rio de Janeiro.

 

FOTO VOLNYS KIRILOS | 29ER BRASIL

Iate Clube do Rio de Janeiro 

Você encontra a estrutura ideal para guardar o que precisa e cuidar de todos os equipamentos necessários para os esportes aquáticos, além de ser um ambiente tranquilo com restaurantes e lanchonetes sempre abertos. Quando não estou velejando, gosto de ficar na piscina admirando a vista.  Agora na reabertura, o clube segue um plano rígido de limpeza e distanciamento social nas atividades dos sócios e funcionários.” 

Avenida Pasteur, 333 – Urca – Rio de Janeiro  

 

 

FOTO ALEXANDRE MACIEIRA | RIOTUR

Bar Urca 

Tem uma vista incrível para a Baía da Guanabara e para o Cristo Redentor, com os barcos velejando! Gosto de ir depois dos treinos para assistir o entardecer. O forte da casa é o pastel de camarão, mas recomendo também a sopa de frutos do mar. Se for para o almoço, fique em uma mesa próxima da mureta e peça o camarão na moranga.  

Rua Cândido Gaffrée, 205 – Urca, Rio de Janeiro 

 

 

 

Praia da Barra 

“A praia da Barra da Tijuca é o melhor ponto de kitesurf e, quando estou com vontade de praticar, é para onde vou. A praia é legalizada pela prefeitura para pousos e decolagens de kites por causa de sua posição geográfica, que recebe os ventos mais constantes. Atletas amadores também são muito bem-vindos e sempre treinam por ali!” 

Avenida do Pepê – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro  

 

FOTO PEDRO KIRILOS | RIOTUR

 

 

K08 Club

“Aos finais de semana, sempre rola som ao vivo na pegada do surf music. O açaí é o melhor do Rio, sem dúvida! Mesmo para quem não pratica kite surf e surf, recomendo sentar em um bangalô com o pé na areia e almoçar ou beliscar porções por lá”. Avenida do Pepê S/N Quiosque 8A e B – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro  

 

K08 Kite Surf Club

FOTO REPRODUÇÃO

 

 


 

PEDRO MARTINEZ | SAILING ENERGY

Gabriel Borges é velejador olímpico e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019.

 

Documentário “Narciso em Férias” vai ao Festival de Veneza neste mês

Documentário “Narciso em Férias” vai ao Festival de Veneza neste mês

O DOCUMENTÁRIO “NARCISO EM FÉRIAS”, sobre a prisão de Caetano Veloso, durante a ditadura militar, foi selecionado para o 77.º Festival de Veneza, para a seção oficial Out of Competition. Escrito e dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, o filme é produzido por Paula Lavigne e João Moreira Salles.

O Festival de Veneza acontece entre os dias 2 e 12 de setembro e é o primeiro a ser realizado depois do novo coronavírus, com uma programação reduzida. “É bonito ver como a cultura resiste a pandemias, guerras, ditaduras. Realizar, nessas condições, um festival importante como o de Veneza é a afirmação de que o cinema é fundamental para enfrentarmos tudo isso”, afirma Renato Terra. Para o diretor, os filmes do festival ganham também significado de resistência e de recomeço.

Ricardo Terra, um dos diretores do documentário produzido por Paula Lavigne e João Moreira Salles (Foto: Bruno Santos -Folhapress)

Em “Narciso em Férias”, Caetano Veloso relembra sua prisão, quando ele e Gilberto Gil foram retirados de suas casas em São Paulo por agentes à paisana no dia 27 de dezembro de 1968, e levados para uma prisão no Rio de Janeiro. “As pessoas simplesmente sumiam. É a radicalização brutal de um processo de divisão do país que alimentou o ódio e o medo. Nós não chegamos nessa radicalização. Mas os elementos de ódio e de medo, que deram início a esse processo, estão por aqui hoje”, ressalta.

O formato do documentário não é óbvio e evidencia toda a maneira de se expressar do cantor e compositor: os olhares, as pausas, gestos, silêncios, as frases longas. Não há outros depoimentos e imagens de arquivo. “Pensamos muito na forma de contar essa história. E o documentário brasileiro tem contribuído para expandir esses limites do gênero. Adoraria que o filme também trouxesse a discussão sobre as possibilidades do documentário e espero que o debate brasileiro não fique pautado pelo ódio”.

O longa chega à plataforma de streaming Globoplay no dia 7 de setembro.

 

 

Bruno De Luca conta como construiu uma carreira de sucesso depois de mudar a rota

Bruno De Luca conta como construiu uma carreira de sucesso depois de mudar a rota

 

WORK HARD, PLAY HARD. O lema de Bruno De Luca é a perfeita tradução de seu estilo de vida. Aos 38 anos, o ator e apresentador de TV cresceu correndo atrás de seus sonhos e projetos, mas nunca deixou de se divertir (e muito) no caminho. Há mais de uma década à frente do programa de viagens “Vai Pra Onde?”, do canal a cabo Multishow, Bruno já rodou 52 países e se meteu nas mais loucas aventuras. Na Dinamarca, foi parar no hospital depois de provar a pimenta mais forte que se tem notícia, se jogou de um bungee jump sem corda na Suécia, passou o Natal no aeroporto de Sidney por causa de um furacão e frequentou as baladas mais animadas nos cinco continentes. Seja rodando o mundo ou comandando uma live de três horas com direito a atrações musicais direto de sua casa – como aconteceu em 15 de agosto –, ele trabalha com prazer.

Mas por trás do rapaz de jeito fanfarrão que aparece na tela, está um homem determinado. Nascido em uma família abastada – seu avô paterno, o italiano Carmelo De Luca, é o fundador da Frescatto, bem-sucedido frigorífico de pescados, onde trabalha boa parte da família – poderia se acomodar, mas decidiu trilhar um caminho próprio. Mesmo sem nenhum familiar ligado às artes, ele conta que sempre soube que esse seria o seu destino. “Via programas como ‘Balão Mágico’ e pensava que eu queria não só assistir, mas fazer parte daquilo”, lembra.

Aos nove anos, aproveitou uma viagem de um mês dos pais pela Europa e se matriculou escondido em um curso de teatro, lá fez seu primeiro teste. Quando voltaram, ele já estava escalado para a novela das 8, “Fera Ferida”, em que interpretou Uilsinho, filho dos personagens vividos por Juca de Oliveira e Vera Holtz. Depois da estreia na TV, passou pela série de casos especiais “Terça Nobre”. “Numa determinada cena eu roubei um contra plano e fiz uma cara de chocado que chamou a atenção do diretor Roberto Talma”.

Ganhou ali aquele que seria o papel mais emblemático de sua carreira, o divertido Fabinho, de Malhação, filho da dona da academia onde se passava a trama, vivida por Silvia Pfeifer. Bruno interpretou o personagem dos 12 aos 17 anos, desde a estreia da novela adolescente, em 1995, até a quinta temporada, em 1999. “Foi uma escola. Toda semana tinha um ator convidado e isso nos dava a oportunidade de contracenar com grandes mestres”, lembra.

Hiperativo e curioso, nos intervalos das suas cenas o ator gostava de se aboletar ao lado do diretor, Leandro Neri, para acompanhar o trabalho por trás das câmeras. Ali começaria a identificar sua verve de produtor, algo que se tornaria fundamental para seu sucesso profissional. Com o fim da jornada em Malhação, conhecido no Brasil todo, Bruno partiu novamente para os testes. Mas tirou a carta revés. “Fazia tudo que pintava, mas não passava em nenhum”, conta com a tranquilidade de quem já superou essa fase. “Diziam que eu estava com o rosto muito marcado. Mas acho que era desculpa. Eu estava era ruim mesmo. Era adolescente, mudando a voz… Devia estar muito esquisito”. Foi ali que começou a pensar em um plano B para a carreira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rota alternativa

Bruno não faz o tipo que paralisa diante de um desafio. Pelo contrário. Cara de pau assumido, é daqueles que se joga sem medir consequências. Depois de se matricular no curso de Jornalismo da PUC-Rio, foi bater nas portas de Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, então o todo poderoso da TV Globo) e de Luis Erlanger (diretor de jornalismo da emissora). Acabou ganhando estágio na editoria Rio. “Fui para porta de delegacia acompanhar repórteres, trabalhei ao lado de Tim Lopes, estava na redação no dia 11 de setembro… Foi uma experiência muito bacana”. Mas percebeu logo que o dia a dia da notícia não era sua praia. “Não deu. Sou muito sentimental e era muita história pesada”, lembra.

Tendo a espontaneidade a seu favor, acabou se dando bem como repórter nos programas Caldeirão do Huck, Domingão do Faustão, Vídeo Show, Big Brother Brasil e na cobertura do Rock in Rio. Acabou encontrando seu caminho no meio termo entre a reportagem e o entretenimento. “Nas viagens para produzir matérias para os programas eu percebia que eu me interessava mais por aquilo que não ia ao ar, os bastidores da produção”, recorda. Foi quando começou a carregar uma minicâmera para onde ia, registrando tudo.

 

Em 2006, passou o Réveillon em Miami com Carolina Dieckmann – colega dos tempos de Malhação que se tornou melhor amiga – e Cleo Pires. Na volta, editou as imagens, fez a trilha, inseriu dicas da cidade… Estava pronto o piloto de “Vai Pra Onde?”. Bateu, claro, na porta do diretor da Multishow e conseguiu o espaço. O piloto nunca foi ao ar, mas a série decolaria com um mote matador: um programa de viagem no estilo mochilão, voltado para os jovens, em que Bruno viajaria com o orçamento curto e narraria suas peripécias numa espécie de reality trip, ou reality show de viagem. A primeira temporada estreou em 11 de maio de 2007, começando por Recife, seguindo uma premissa básica: curtir ao máximo gastando o mínimo. Deu certo.

Depois de muito perrengue, trocou albergues xexelentos por hotéis cinco estrelas na temporada em que entrava na aba de milionários. Viagens que, por ora, estão descartadas dos planos. Diante da crise sanitária global, Bruno acredita que o novo normal do turismo será mais pé no chão. “Mais viagens de carro, dentro do Brasil, em família ou pequenos grupos de amigos. Sem ostentação e extravagâncias”. É nesta pegada low profile que vai seguir a 16ª temporada do programa, ele pretende explorar destinos para praticar o desapego, uma modalidade de turismo que se tornou tendência nos últimos anos e deverá ganhar ainda mais força no pós-pandemia. “São viagens em que o turista busca um sentido para além do lazer. Procura devolver algo para o mundo, fazendo algum trabalho social ou ajudando o meio ambiente, por exemplo”. Se tudo der certo, o destino será a Costa Rica. O país, exemplar no combate ao novo coronavírus – tem o menor número de mortos da América Latina –, é muito procurado para o ecoturismo pois reúne florestas intocadas, vulcões e praias paradisíacas banhadas pelo mar do Caribe e pelo Pacífico.

É o próprio Bruno que cuida da produção de todos os seus programas na Beyond Filmes, empresa em que é sócio de Ronaldo Nazário (o craque Ronaldo). Isso mesmo. Foi em Malhação que nasceu uma amizade improvável do moleque Bruno com um de seus ídolos. O fenômeno, então com 21 anos, fez uma participação na série e acabaram ficando amigos. Na produtora tocam juntos projetos como “Além da 9”, série documental que narra a vida do ex-jogador. A primeira temporada já está pronta para ser exibida – falta fechar com um canal – e acompanha o Ronaldo em países pelos quais passou como atleta, mas nunca teve tempo de curtir.

 

Baladeiro notório – que até meteu em algumas confusões – ele anda mais calmo. Depois de desilusões amorosas, resignado e decidido a ficar solteiro, ele encontrou o amor novamente. Há oito meses namora Sthéfany Vidal, repórter do Domingão do Faustão. Eles já se conheciam por meio de amigos em comum, mas foi em um encontro casual no fim do ano passado que os dois se aproximaram. O cupido foi Bart Simpson, o golden retriever de Bruno. “Ela gosta muito de cachorro, acabou se aproximando e ficou brincando com ele”. Conquistou não só o cão, como seu dono. “Em uma semana, ele já me apresentou para a família inteira”, lembra Sthéfany. “Bruno tem um coração enorme, não nega ajuda a ninguém”, derrete-se a namorada, que mora em São Paulo, mas tem passado a quarentena na casa dele, no Rio, uma senhora prova de fogo para ambos.

O trabalho de ator ficou em segundo plano – “Faço quando dá” –, mas vez ou outra aparecem convites irrecusáveis, como para interpretar Carlos Imperial em “Minha Fama De Mau”, cinebiografia do cantor Erasmo Carlos lançada em 2019. Figura polêmica, mas de grande relevância para a música brasileira – foi quem impulsionou a carreira do Tremendão, além de artistas como Elis Regina, Wilson Simonal e Roberto Carlos –, Imperial era conhecido pelo temperamento libertino, irreverente e o alto tom de voz. “Dizem que pareço com ele. O Erasmo, que é meu vizinho, gosta de dizer que sou ‘o Imperial do bem’”, comenta Bruno.

 

Paulista na certidão, mas carioca de coração e alma – ele tinha cinco meses quando seus pais voltaram para o Rio – Bruno é o segundo de três filhos. Thiago, de 39, o irmão mais velho, é o atual presidente da empresa da família. Marcela, a caçula de 35, é médica. Longe das câmeras é um sujeito agregador. É o amigo que cria o grupo de WhatsApp, que agita os encontros. Este mês, o canal Viva vai reprisar a primeira temporada de Malhação para comemorar os 25 anos da novela, que também ajudou a projetar a carreira de amigos como André Marques, Fernanda Rodrigues, Carol Dieckmann… Precisa dizer onde vai ser a festa?

 

Bate e volta

Qual o principal traço de sua personalidade?

A comunicação. Sou muito sociável.

O que mais aprecia nos amigos?

Lealdade.

Família é…

O principal.

Qual é seu passatempo favorito?

Ir à praia.

Um lugar para viver?

Los Angeles.

Um lugar para visitar muitas vezes?

Ibiza.

Um refúgio?

A casa dos meus pais.

Qual personagem gostaria de interpretar?

Tyler Durden, do filme Clube da Luta. Mas a versão do Edward Norton.

Uma saudade do período pré-pandemia?

De aglomerar!

Qual personalidade da vida real mais admira?

Ronaldo Nazário

Um luxo?

Saúde.

 

 

Rita Lobo fala com seriedade e uma generosa pitada de bom humor sobre o poder da comida

Rita Lobo fala com seriedade e uma generosa pitada de bom humor sobre o poder da comida

Rita Lobo, que bombou na TV e na web durante a quarentena, fala com seriedade e uma generosa pitada de bom humor sobre o poder da comida e sua luta por uma alimentação mais saudável e mais consciente no “novo normal”

Foto divulgação | Editora Panelinha

DURANTE O AUGE DAS RESTRIÇÕES de isolamento social impostas pela quarentena para controlar a velocidade de avanço da pandemia, nos meses de março a junho, o coronavírus dominou as redes sociais e a programação da TV, mas outro nome também bombou em todas as plataformas: o de Rita Lobo, a Palmirinha do século 21, que ensinou muita gente a cozinhar e se virar no período de confinamento.

Foi graças a seus programas no canal GNT, suas lives no Instagram, seus vídeos no YouTube e seus livros que milhões de brasileiros conseguiram aplacar sua fome, aprenderam noções básicas de culinária e acabaram até melhorando sua alimentação.

Toda essa exposição e esse reconhecimento coroaram uma trajetória que começou há 30 anos, quando Rita Lobo iniciou sua vida pública. No final dos anos 1980, quando tinha apenas 15 aninhos, ela foi abordada pelo recrutador de uma conhecida agência de modelos durante uma tarde de compras no shopping Iguatemi e, pelos três anos seguintes, rodou o mundo posando para grandes fotógrafos em campanhas publicitárias e editoriais de moda para revistas badaladas. Nessas viagens, descobriu os prazeres da mesa japonesa, francesa, italiana, árabe, indiana, tailandesa e mexicana, entre outras.

De volta a São Paulo, em 1992, atuou com apresentadora do programa de moda “MTV a Go-Go” e, no ano seguinte, deixou o país novamente, mas agora para estudar gastronomia na Peter Kump’s School of Cooking Arts, de Nova York, e na Leith School of Food & Wine, de Londres.

Decidida a trabalhar nessa área, abriu na Rua José Maria Lisboa, em sociedade com sua amiga Patricia Li, o restaurante Oriental, que chegou a ser eleito pela crítica especializada o melhor asiático de São Paulo. “Lá, pude colocar em prática todo o meu conhecimento teórico e minha pesquisa. Mas, ao final de três ótimos anos, pude dizer, com certeza: restaurante, nunca mais!”

Foi aí que Rita passou a dedicar-se exclusivamente à coluna dominical que assinava na “Revista da Folha”. Esse trabalho foi o embrião do site Panelinha, que nasceu em 2000 e, atualmente, é uma plataforma que emprega dezenas de profissionais e funciona como editora de livros, licenciadora de utensílios para cozinha e produtora de conteúdo para o YouTube, para a TV e para um portal de receitas.

Hoje, aos 45 anos, esta fada desgourmetizadora da TV e da web acumula mais de uma dezena de livros, 1,5 milhão de seguidores no Instagram, mais de 500 mil no Facebook e outro meio milhão no Twitter.

Rita é famosa por ensinar receitas que realmente funcionam, sem frescura – mas com muito frescor. É uma ativista defensora da comida de verdade e uma batalhadora incansável pela universalização do empoderante e benéfico ato de cozinhar. Casada com Ilan Kow, idealizador do caderno “Paladar”, do jornal “O Estado de S. Paulo”, e mãe de um casal de filhos, na entrevista a seguir Rita Lobo fala sobre esse seu trabalho em prol da popularização da alimentação saudável, que em 2018 lhe rendeu uma medalha de honra ao mérito da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ ONU).

Foto divulgação | Editora Panelinha

O que você acha de ser chamada de ‘Musa da Quarentena’?
Estão me chamando de musa? Que legal! Olha, eu que vivo tentando convencer as pessoas a entrar na cozinha, desta vez nem precisei pedir: elas foram sozinhas, porque a nova rotina levou todo mundo para lá. Mas assim que elas encostaram a barriga no fogão, descobriram que não sabiam fazer muita coisa – e algumas não sabiam nada. Mas “Rita, Help!” e Panelinha tinham resposta para tudo: fiz 50 lives cozinhando direto de casa, a equipe fez atendimento nas redes sociais e o site sempre colocou no ar conteúdo novo e organizado para atender às dúvidas. Foi uma loucura o tanto que a gente produziu e a rapidez para colocar tudo no ar. Isso só foi possível porque é o que fazemos há vinte anos, temos muita experiência e muito conteúdo para ajudar as pessoas na cozinha.

Mas agora, durante o período de confinamento, o trabalho que o Panelinha faz tornou-se um verdadeiro serviço de utilidade pública…
Costumo dizer que o nosso trabalho é uma revolução silenciosa, porque ela acontece dentro das casas, na cozinha das pessoas, e meio que fica ali. Não é um assunto que vira notícia. Mas durante esse período virou um assuntão geral. E a audiência do site, que já vinha crescendo mês a mês, disparou. Mas não só o site: o número de seguidores meus e do Panelinha em todas as redes, os inscritos no canal Panelinha no Youtube, a venda de livros, a venda dos produtos na Loja Panelinha. Foi todo mundo para a cozinha!

Você considera que as orientações para ficar em casa acabaram tendo efeitos positivos não só no controle da pandemia como também na melhora da alimentação das pessoas, afinal cozinhar a própria comida é uma medida eficaz para controlar a obesidade, não?
Comida caseira é sinônimo de comida saudável. Isso é um conceito comprovado. Excluir os ultraprocessados e investir em comida de verdade melhora a alimentação e, consequentemente, a saúde. Para quem escolheu cozinhar mais ou aprender a cozinhar durante esse período, a transformação vai ser para a vida. Todo esse conceito de comida de verdade, de classificação dos alimentos por grau de processamento, de produtos ultraprocessados, foi criado aqui no Brasil por um grupo de Faculdade de Saúde Pública da USP, coordenado pelo professor Carlos Monteiro. Esse grupo, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), tem um trabalho de enorme relevância nos estudos em nutrição no mundo todo. E eu tenho orgulho de dizer que eles são parceiros científicos do Panelinha desde 2016 e nos dão toda a retaguarda acadêmica para ajudarmos as pessoas a manter uma alimentação saudável.

Agora, é importante variar, ter um repertório, porque alimentação saudável pressupõe variação — é importante comer cenoura num dia, beterraba no outro, acelga no almoço, berinjela no jantar. Cada alimento tem uma composição nutricional única, que só ele pode oferecer ao seu corpo. Quanto mais alimentos você consome, mais nutrientes oferece ao seu organismo.

Na sua opinião, quais outros benefícios o ato de cozinhar traz? Você diria que este gesto tem também reflexos sociais e comportamentais, na reaproximação das pessoas e das famílias?
A alimentação é um desafio nos dias de hoje, em que o tempo todo tem alguém dizendo que você não precisa cozinhar, que é só pedir pelo delivery ou comprar pronto, que é só aquecer no microondas, e a gente sabe que não é verdade, que isso não deu certo. Nas sociedades em que as pessoas pararam de cozinhar, os índices de obesidade – e não estou falando de estética – e outras doenças crônicas não-transmissíveis cresceu a ponto de virar uma epidemia. A gente sabe que tem que voltar para uma alimentação mais ou menos parecida com a que tínhamos no tempo dos nossos avós, baseada no arroz com feijão, sempre com hortaliças na mesa.
Eu não estou dizendo para ficar olhando para trás. A gente tem que olhar para a frente: não dá para uma pessoa só na casa ser responsável pelo preparo das refeições. É preciso envolver a família toda na cozinha. A gente pode pensar que a cozinha é o que a mesa era no passado: um lugar onde a família convive, os pais conversam com os filhos, trocam ideias, um lugar de alimentar não só o corpo, mas também as relações, de fortalecer os vínculos. E todo mundo cozinhando. É por isso que sempre digo que alimentação não é assunto de dona de casa, é da casa toda.

Foto divulgação | Editora Panelinha

Quais são, a seu ver, os piores “alimentos” vendidos nos supermercados?
Vou te responder ao contrário: quais são os melhores alimentos, porque é isso o que as pessoas querem saber. E os melhores são aqueles que não têm lista de ingredientes no rótulo, eles são alimentos que vieram da natureza e passaram por um ou outro processo, mas sem o acréscimo de aditivos químicos. Pense nos alimentos da feira: da natureza direto para a sua casa.

Mas isso não significa que a pessoa tenha que viver de alface e tomate. Pelo contrário. Como já dissemos, a variação é fundamental. No grupo de alimentos in natura e minimamente processados, que devem ser a base da nossa alimentação, você encontra todas as hortaliças, os grãos (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha, arroz), as farinhas (de milho, de mandioca, de trigo), o leite, o café, os ovos, as carnes (para quem come), as frutas frescas e secas, as castanhas. Esses alimentos, que podem ter sido secos, como no caso dos grãos, ou moídos , como no caso das farinhas, e todas as carnes, frutas e hortaliças (que são legumes e verduras) devem ser a base da nossa alimentação.

Já os piores são aquelas formulações industriais, repletas de aditivos químicos e que excluem da mesa a comida de verdade. Não estou falando só de lasanha congelada, de nuggets, de salsicha. Isso vale, por exemplo, para a bebida: água é um alimento essencial para a vida. Mas o refrigerante exclui a água. Você não toma um copo de refrigerante e um de água. Esses ultraprocessados estão em todos os lugares. São produtos que você não precisa cozinhar, eles já estão prontos, você só precisa abrir o pacote e comer ou aquecer no microondas. Tem o tempero pronto, que faz você deixar de temperar a própria comida. Salgadinho, barrinha de cereal, biscoito recheado… Todos fazem você comer de forma compulsiva e excluem uma fruta, por exemplo, do lanche. A lista é grande. Por isso é tão importante a pessoa aprender a diferenciar comida de verdade de imitação de comida, aprender a classificação de alimentos por grau de processamento. Para conseguir excluir esses produtos da alimentação, aprender a cozinhar é fundamental. Aliás, é essencial para conseguir manter a alimentação saudável.

Foto divulgação | Editora Panelinha

Mudando um pouco de assunto, quem são seus ídolos nessa área da culinária?
Quando eu fiz 18 anos, eu me dei conta de que não sabia cozinhar. E resolvi aprender. Foi uma experiência tão transformadora! Eu imediatamente entendi que aquilo me dava mais autonomia — e prazer. E fiquei obcecada com o assunto, queria convencer todo mundo a aprender a cozinhar. De certa maneira, é o que venho fazendo desde então, só que hoje com uma plataforma bem maior do que o meu grupo de amigos: tento levar todo mundo para a cozinha.

Meus ídolos na verdade são ídolas, três grandes mulheres: a [cozinheira e apresentadora de TV norte-americana] Delia Smith, pela precisão na hora de explicar o passo a passo da receita; a [cozinheira, antropóloga e escritora britânica] Claudia Roden, pela emoção que ela consegue passar até na descrição da receita; e a Nina Horta [banqueteira e colunista de gastronomia do jornal “Folha de S. Paulo”, falecida em 2019], por ter aberto para mim uma janela. A Nina foi a primeira pessoa que eu vi falando em comida de alma, ela escrevia lindamente sobre esse outro aspecto da nutrição, que vai além dos nutrientes.

E de onde veio esse dom para ensinar as pessoas a cozinhar? Acredita que essa é a sua missão aqui no planeta?
Ensinar está no meu DNA: todo mundo na minha família dá aula. Seria ótimo no Brasil se as escolas tivessem aula de culinária para a garotada. Seria incrível. Eu vivo dizendo que cozinhar é como ler e escrever, todo mundo deveria saber. Mas também é como ler e escrever porque ninguém nasce sabendo. A gente tem uma geração de pais e mães que não sabem cozinhar e seria fantástico essa revolução começar nas crianças, que aprenderiam a cozinhar na escola. Mas no Brasil o buraco da educação é tão mais embaixo, as pessoas mal sabem ler e escrever direito…

A cozinha é um lugar tão rico, que mesmo eu trabalhando com isso há mais de vinte anos, todos os dias aprendo alguma coisa nova. Ela é viva. É um lugar que está sempre mudando, sempre se renovando, a cozinha traz coisa nova todo dia. Eu também estou sempre aprendendo, não estou em um lugar de ser a detentora do conhecimento culinário. Acho que isso é que me faz ser uma boa professora, porque eu estou sempre aprendendo.

Foto divulgação | Editora Panelinha

Quantas horas por dia você trabalhou para produzir os episódios do “Rita, Help!”? E, agora que a série chegou ao fim, quais os próximos projetos da Panelinha Corporation?
Gravamos a série em casa, em família. A captação de cada programa de trinta minutos levou em média seis horas. Produzir um episódio não é só a captação, tem que pensar a série, escrever os roteiros, adequar receitas para o momento da quarentena, fazer dezenas de reuniões por videoconferência.

O Panelinha fez vinte anos em março, quando já estávamos em confinamento. Tínhamos um calendário cheio para 2020. Mas o ano virou de ponta cabeça e ficou mais cheio ainda. Fizemos muitas lives, fizemos o “Rita, Help!  Me Ensina a Cozinhar na Quarentena”, que além de série virou livro, já à venda nas melhores livrarias, e agora estamos voltando a gravar em estúdio para o GNT, com equipe reduzida, acompanhamento remoto e todas os protocolos de segurança sanitária. Em breve vamos lançar também um podcast. E, se não deu para comemorar os vinte anos do Panelinha, vamos comemorar no ano que vem a nossa maioridade, aos 21, com ainda mais gente na cozinha!

O que mais gosta de comer? Quando você voltar a comer fora de casa, qual será a primeira coisa que vai buscar e devorar?
Eu comi bem nesse período de confinamento. Todo mundo aqui em casa cozinhou bastante. Com aquela base do arroz com feijão no almoço, nos garantimos. O jantar era variado e o fim de semana era para receitas mais especiais. O Ilan, meu marido, adora cozinhar, e o meu filho mais velho se mostrou um cozinheiro fantástico! Fez clássicos como Beef Wellington, croissant, crème brûlée e até um bolo Floresta Negra para o próprio aniversário de 18 anos! Não estou desesperada por algum prato. A única coisa que eu não faço em casa é comida japonesa, então, o primeiro lugar que a gente vai é em um japonês.

Por fim: acredita que essa terrível pandemia fez muita gente repensar e mudar sua alimentação para sempre e para melhor, após o período de confinamento compulsório? O que você espera ou gostaria que nunca mais voltasse a ser um hábito nesse “novo normal” da humanidade?
Essa é fácil: espero que todo mundo que entrou na cozinha durante a pandemia tenha percebido que saber cozinhar é fundamental e me ajude a convencer ainda mais gente a entrar na cozinha.