Centro de Tradições Nordestinas reúne o melhor da cultura regional em São Paulo

Centro de Tradições Nordestinas reúne o melhor da cultura regional em São Paulo

O Centro de Tradições Nordestinas é o maior ponto de concentração da cultura regional em São Paulo e é o programa ideal para comer bem e ouvir música

Os centros de tradições são espaços criados por pessoas de um determinado estado ou região para, além de matar a saudade da terra natal, divulgar os costumes, a cultura e a culinária de seu povo. E a população de cada um dos estados do Nordeste carrega costumes e simpatia que encantam cada vez mais os paulistanos e o resto do Brasil. Não é à toa que é o destino de férias mais desejado por unanimidade.

Acontece que nem todos podem realizar esse desejo de visitar a região, menos ainda durante o verão, visto os preços cobrados pelas companhias aéreas. Uma ida e volta para Salvador nesse período chega a custar mais caro que uma viagem internacional. Assim, o Centro de Tradições Nordestinas (CTN), no Limão, na zona norte da cidade, é uma alegria tanto no almoço como para uma noitada com direito a forró ou show ao vivo. O galpão reproduz uma vila tipicamente nordestina em volta de uma pista enorme, que vira plateia para as noites de apresentações de bandas e estrelas nordestinas.

 

Centro de Tradições Nordestinas (CTN) – foto reprodução Instagram

 

São doze restaurantes e onze quiosques servindo pratos e petiscos típicos de todos os estados. Muito deles são filiais ou representantes das casas originais, como o Chapéu de Couro, o Xique no Úrtimo, Sabor de Mainha e o Jeri. Por ali, rola baião de dois, escondidinho de carne seca, bobó de camarão, acarajé, carne seca com pirão, queijo coalho grelhado e por aí vai. Quando não há show, os restaurantes colocam mesas pela pista inteira.

Os preços são bem honestos e o ideal é estar em grupo para conseguir dar conta das porções. Os drinques também são genuínos e as batidas e caipirinhas mais pedidas são as de caju, cajá, seriguela e cupuaçu. No mezanino, os camarotes oferecem conforto para quem não está disposto a disputar lugar na pista.

 

Baião de dois do Xique no Úrtimo – foto reprodução Instagram

 

No almoço de quarta-feira a domingo, o CTN mantém seis ou sete restaurantes abertos até às 15h30 para quem quiser saborear a comida e o tempero nordestino. E uma boa noitada nesse lugar passa pelos sabores, pelas cores, pelo ambiente, pela música e pelo sotaque da região – e só perde mesmo para uma viagem ao Nordeste, porque aquele mar não dá para reconstituir. Até!

Marrocos está em alta e oferece uma escapada deliciosa com dias ensolarados

Marrocos está em alta e oferece uma escapada deliciosa com dias ensolarados

Cresce a busca por experiências inusitadas e o Marrocos está entre os destinos do momento pela proximidade com a Europa e pela garantia de tempo ensolarado

Não é novidade que, em contraponto à busca pelos já conhecidos destinos badalados, a procura por um turismo mais consciente, raiz e conectado com a natureza tem crescido muito. Foi a partir da pandemia que se intensificou o interesse por lugares como Nova Zelândia, Austrália, Machu Picchu e até mesmo Islândia.

O Marrocos sempre foi visto pelos europeus, principalmente pelos franceses, como uma opção de escapada com a certeza de tempo ensolarado e a apenas 3 horas de voo (e a 90 minutos de Lisboa). Tanto as praias de Tânger como as de Agadir encantam o público com charmosos hotéis do tipo riads (palacetes tradicionais) em Marrakesh, Casablanca ou Taroudan. Sem contar que quase todo mundo ali fala francês – esse era o destino preferido e residência de Yves Saint Laurent fora da França. Aliás, uma visita à residência que ele viveu por 40 anos com o seu companheiro Pierre Bergé, com museu e belos jardins, é obrigatória.

 

Tendas com piscina e muito conforto da hospedagem Les Roches Noires, no Marrocos – foto Georges Henri Foz

 

Em novembro fui convidado para um casamento da turma dos nômades digitais em um lugar muito diferente a 40 quilômetros de Marrakesh, em direção à Cordilheira do Atlas, chamado Les Roches Noires. O evento consistia em três dias de festa, de convívio e de comemorações em um acampamento no Deserto de Agafay. Os camps são estruturas montadas em regiões aparentemente inóspitas, onde não há luz elétrica e nenhuma construção – há somente tendas para abrigar os quartos, o restaurante e o lounge que atende uma linda piscina de borda infinita.

As amplas acomodações garantem todo o conforto possível no melhor estilo berbere, a começar pelos tapetes que forram a estrutura e pelas peças de decoração africana. Camas king size e banheiros com chuveiros também fazem um contraponto com o isolamento do local – que é inteiramente iluminado com lâmpadas marroquinas, o que faz o hóspede ter um gostinho de como os exploradores se sentiam.

Almoços e jantares trazem invariavelmente pratos locais como tagines, couscous e michui de cordeiro acompanhado de legumes assados e saladas com romãs e especiarias locais. Tudo acompanhado por um serviço delicado como em todo o camp e o Marrocos em geral. É um povo de uma gentileza extrema!

 

Passeio de balão no Marrocos – foto Georges Henri Foz

 

Em uma estadia normal, o máximo de atividade que você encontra por ali é a opção de andar a camelo ou balão, que é uma vivência maravilhosa, ou participar de uma aula de astronomia sob um céu excepcional. Não é à toa que a procura por esse tipo de experiência está em alta, seja para realizar um evento ou para simplesmente desconectar de todo e qualquer ritmo.
Inspire-se e até!

Ambientes agradáveis e frescos em São Paulo para curtir o fim da primavera

Ambientes agradáveis e frescos em São Paulo para curtir o fim da primavera

As últimas semanas da primavera nos convidam a curtir São Paulo em jardins e terraços antes da chegada das temperaturas ainda mais elevadas e das chuvas repentinas

Com o clima quente do mês de novembro, só fica trancado em ambientes cheios e barulhentos quem não conhece as muitas opções de bares e restaurantes ao ar livre e com jardins agradáveis que São Paulo oferece. Existem opções para todos os gostos e momentos, seja para brunch, almoço, happy hour ou jantar.

Para o almoço, por exemplo, gosto muito do terraço do Nonno Rugero, no primeiro andar do hotel Fasano – lugar super discreto e bem fresquinho que apresenta um excelente buffet frio composto de saladas, peixes defumados e charcuterias de qualidade. É elegante e silencioso, perfeito para um almoço de negócios.

Também curto um lugar com mais vida e movimento como o Mercado de Pinheiros, aonde você pode ir com a sua garrafa de vinho e se sentar em uma das mesas de madeira da área externa coberta e ali decidir qual será o seu almoço. Pode começar com queijos e petiscos escolhidos no Entreposto das Feijoadas, onde há todos os temperos e ingredientes que uma cozinha pode precisar, ou com ostras abertas na hora da ótima peixaria Nossa Senhora de Fátima. Depois você pode escolher um peixe grelhado ou um ceviche fresco no restaurante Azur do Mar, uma massa fresca no excelente Manduque e até mesmo uma pizza no premiado Napoli Centrale.

 

Cervejaria Hoegaarden Greenhouse, em Pinheiros – foto Maíra Acayaba/ Metamoorfose Studio

 

Mais sofisticado e para comer uma carne sentado em um belo jardim em pleno Jardim Europa, experimente o Urus Steakhouse, na praça do Vaticano, que fica aberto direto até o happy hour e é uma boa pedida ainda para o jantar. Se estiver procurando um lugar com ainda mais verde, então vá conhecer o Selvagem, que pertence ao mesmo grupo do Vista, no rooftop do MAC. O Selvagem é totalmente cercado pelo verde do Parque Ibirapuera.

Não poderia deixar de citar um outro delicioso jardim considerado por muitos o oásis dos amantes da cerveja. Situado em Pinheiros, perto do Largo da Batata, está o Hoegaarden Greenhouse, que é a única cervejaria fora da Bélgica da mundialmente conhecida cerveja belga Hoegaarden. Greenhouse significa estufa em inglês e ali convivem, entre clientes e cervejas, nada menos do que 260 plantas. O chope à base de trigo chega à mesa em copo com uma fatia de laranja para destacar o frescor da bebida. O lugar é super animado e bem fresquinho, mesmo nas tardes já quentes de novembro.

Se você estiver com tempo para fazer um passeio a 15 km da Faria Lima, pegue a Raposo Tavares e vá conhecer a Estação do Sino, na entrada da Granja Viana. Ali você está em um jardim com fonte, rodeado de muitas árvores e com quatro restaurantes de ótima qualidade. Você pode escolher se prefere comer japonês (Koi Zan), italiano (Emilia Romagna) francês (Chez Maria) ou árabe (Repita). Aproveite. Até!

Buenos Aires está cada vez mais linda e ainda vale a viagem

Buenos Aires está cada vez mais linda e ainda vale a viagem

Mesmo com a perda das vantagens no câmbio, Buenos Aires continua valendo muito a viagem pela beleza de seus parques, sua arquitetura e seus passeios

A capital argentina está lindíssima e mais bem cuidada do que nunca e, se comparada com a tão pungente São Paulo, a administração pública de Buenos Aires tem muito a nos ensinar. Gostei de sentir o otimismo e o tom de esperança que os argentinos estão transparecendo, dos garçons nos restaurantes aos motoristas de táxi.

A cidade continua sendo a campeã absoluta das melhores carnes, comi maravilhosamente bem nos clássicos Happening (da Avenida Costanera), no La Cabrera (em Palermo) e no Mirassol (na Recova). E, mesmo com o câmbio mais achatado, a conta chega bem mais barata que no Brasil – até com direito a um vinho melhor. Outra alegria foi no Fervor na Recoleta, que oferece a cada dia quatro peixes frescos diferentes feitos na grelha. Muito bom e com serviço impecável! 

 

Vista aérea de Buenos Aires – foto iStockphoto

 

Conheci também um restaurante mais raiz chamado La Estancia Asador Criollo, em uma rua de pedestre ao lado do Obelisco, onde se come o melhor “civito” – no caso não o sanduíche, mas o verdadeiro cabrito feito no fogo de chão, que me foi indicado por um taxista que sabia bem o que dizia!

A verdade é que se come bem em toda a cidade e não é preciso ir a um restaurante renomado. Se entrar em qualquer café e pedir uma milanesa, um simples tostado ou um sanduíche de miga (de ovo com tomate e azeitona), você vai ficar feliz. Por falar nisso, meus cafés preferidos são o La Rambla, na Recoleta, e o Florida Garden, na Calle Florida.

Só não vou começar a indicar os inúmeros bares incríveis que permeiam a noite portenha, porque esse assunto é tão sério que merece uma coluna apenas para tratar desse fenômeno, que conseguiu incluir cinco endereços no ranking dos 50 melhores do mundo. E recomendo a todos ir andando da Recoleta até a Plaza San Martín (ou vice-versa), que não demora mais que meia hora e deixa claro porque chamam Buenos Aires de
“Paris de Sudamerica”. 

Finalmente fiz também um passeio de barco que inaugurou em setembro, saindo de Puerto Madero e que desce o rio para o sul, em direção a La Boca. Gostei porque demora apenas 45 minutos e, além de poder ver Puerto Madero de longe, o barco passa pela reserva ecológica Costanera Sur, pelas docas, pelas quatro bocas de afluentes e pela famosa Puente Nicolás Avellaneda – antes de aportar em pleno bairro, a 200 metros da Fundación Proa com seu belo museu que sempre tem uma mostra de primeira linha em cartaz. Pegue um ticket só de ida e aproveite para conhecer o famoso “caminito” antes de voltar “up town”. 

O resumo da história é que temos que torcer muito para que a nação de San Martín y Sarmiento, de Jorge Luis Borges e de Gardel se reerga logo para que possa nos dispor sempre do prazer de uma visita como essa. 

Boa viagem e até mais!

Mercado Kinjo Yamato, em frente ao Mercado Municipal de São Paulo, esconde boas surpresas

Mercado Kinjo Yamato, em frente ao Mercado Municipal de São Paulo, esconde boas surpresas

Ignorado pelo grande público, o Mercado Kinjo Yamato fica em frente ao Mercado Municipal de São Paulo e tem tudo para entrar no mapa dos caçadores de boas opções gastronômicas

O Mercado Municipal de São Paulo sempre foi lugar de visitação não apenas de turistas, mas também dos próprios paulistanos que durante décadas fizeram de lá uma parada quase obrigatória. O local ganhou fama pelos quiosques de petiscos, como bolinho de bacalhau, pastel e sanduíche de mortadela – que de tão apreciado virou símbolo do lugar. Acontece que os preços foram aumentando conforme o espaço ganhou visibilidade, até o ponto em que se encontra hoje – considerado caro e sinônimo de “pega turista”.

Mas o que pouca gente sabe é que logo à frente do Mercadão – atravessando a rua da Cantareira – encontra-se o Mercado Japonês, que foi criado para dar suporte à construção do Mercadão Municipal, inaugurado em 1933. O nome Mercado Kinjo Yamato foi dado em homenagem a um distinto imigrante japonês. Originalmente, era a céu aberto e onde os produtores vendiam as sobras das colheitas de frutas e hortaliças de maneira informal.

 

Mercado Kinjo Yamato, na rua da Cantareira – foto reprodução Facebook

 

Hoje, junto ao Mercadão, o Mercado Kinjo Yamato forma o complexo Cantareira. Nesse espaço, há diversas bancas de frutas, legumes, verduras e temperos em um ambiente mais simples que o “irmão rico”, porém muito mais barato e amigável. É possível encontrar ali a excelente peixaria Cibele, já bastante conhecida e que oferece peixes e frutos do mar frescos (e entrega em domicílio). Mas o que mais chama a atenção no Kinjo é a oferta culinária. É predominante a presença de bandeiras árabes apresentando kebabs, shawarmas, falafels e esfihas.

São seis ou sete boxes de comida árabe e muitos dos que frequentam o Kinjo falam em árabe entre si. Comi um excelente kebab no pão e uma deliciosa esfiha super fininha e crocante no tamanho de uma pizza brotinho. Isso mesmo, é cortada em oito pedaços como se fosse pizza, tanto é que a embalagem é a autêntica caixa redonda. Outra opção diferente é o Box 43, que serve comida chinesa rápida e onde o carro chefe é o guioza. Entre os sabores picantes, peça o Guioza Buta, de porco, shitake e molho picante, que é surpreendente! Outra pedida de sucesso é o hambúrguer chinês, feito no bao recheado com carne de porco.

Também o que me impressionou e me deu a certeza de que o caminho para um mercado gourmet, como o Mercado de Pinheiros, está se abrindo foi o restaurante que fica no Box 06. Foi no fim do ano passado que Luiz Campiglia – até então dono e chef do conhecido e respeitado restaurante Paribar, na praça Dom José Gaspar – resolveu montar o Comida de Mercado. Ele oferece um menu sazonal com ingredientes frescos a preços muito acessíveis, e você pode encontrar pratos como um peixe serra grelhado com molho de tomate e cuscuz ou uma garoupa com molho de alho poró e risoto de cogumelos com horenso (espinafre japonês) na manteiga. E não é preciso dizer que o peixe fresco vem da banca da Cibele, claro.

Vale a visita, aproveite!