Os encantos gastronômicos de Salvador, que segue no topo da lista de preferências dos turistas

Os encantos gastronômicos de Salvador, que segue no topo da lista de preferências dos turistas

Não importa em qual lado da cidade você se hospede, o que não falta em Salvador é a mescla de beleza e sabor

Com uma taxa de ocupação hoteleira de 90% em pleno mês de outubro, é possível concluir que Salvador e arredores continuam no topo da lista de preferência dos turistas, sejam brasileiros ou estrangeiros. Isso não deixa dúvidas de que a cidade que reina na Baía de Todos os Santos também irá bombar de novembro até o Carnaval.

Existem dois tipos de destino bem distintos para quem desembarca em Salvador. Você se hospeda na cidade ou segue para as praias do norte pela Estrada do Coco, que acessa as praias de Busca Vida, Interlagos, Arembepe, Guarajuba, Praia do Forte e Sauípe. Ao norte, a oferta de casas para aluguel aumentou muito, são 40 km de praia e muitos condomínios.

Nesse trecho sugiro dois restaurantes que valem muito a pena conhecer. Em Arembepe, o Mar Aberto se assemelha a um quadro do Carybé de tão genuíno e colorido que é o visual – as ondas parecem entrar no terraço onde ficam as mesas. Comida típica muito bem-feita, desde a casquinha de lagosta até a moqueca de camarão com siri catado – se não quiser azeite de dendê, peça o ensopado.

Um pouco mais adiante pela estrada, entre a praia do Forte e a de Imbassaí, o Polomar é um elegante restaurante mediterrâneo com forte viés italiano com vista sobre um clube de polo e horizonte de coqueiral que vai até o mar, no melhor estilo country club tropical. O lugar enaltece os vinhos brasileiros e tem uma equipe preparada para informar sobre a espetacular carta.

 

Restaurante Mistura do Contorno, na capital baiana – foto divulgação

 

Já para quem fica em Salvador e quer desfrutar de uma boa refeição sem abrir mão da vista para a Baía de Todos os Santos, o ideal é a Marina do Contorno, onde ficam o brasileiro Amado e o japonês Soho. Um pouco adiante, o Mistura do Contorno, dos mesmos proprietários que o Mistura Fina de Itapuã, é parada obrigatória. Vá de mariscada ou de caçarola de polvo à siciliana!

Na Barra, a minha escolha é o Egeu, com bom cardápio do mar e um terraço com vista muito agradável. No Rio Vermelho, a opção para o jantar é o Vini Figueira Gastronomia, que tem um cardápio de mar e terra surpreendente. O chef da casa prepara um arroz de pato ao vinho com azeitonas, linguiça de paio e quiabo grelhado espetacular.

Fecho esta coluna recomendando uma visita ao mais festejado grupo baiano do momento, o Origem. O primeiro restaurante fica na Pituba e oferece apenas menu degustação (jantar). Como não sou fã de menu-degustação, prefiro a segunda casa dos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, aberta em 2022, o Ori (no Horto Florestal), que é mais descontraída e igualmente criativa e caprichada. Mas o que gostei mesmo é o Gem, bar anexo ao Origem, que abre para o happy hour e proporciona uma viagem de alta qualidade nos drinques, nos petiscos e no som (soul music de primeira). Ali tudo é muito bom! Desde o cone de tartare, passando pelo pastel de abará e até o mini-hambúrguer de wagyu.

Boa viagem!

A península mexicana de Yucatán encanta com suas ruínas, sua cultura e seus sabores

A península mexicana de Yucatán encanta com suas ruínas, sua cultura e seus sabores

Na coluna Bon Vivant de outubro, Georges Henri Foz fala sobre sua viagem pela península mexicana de Yucatán

Uma das novidades que a pandemia trouxe foi a consolidação do home office e colocou em evidência novos lugares para morar. Um dos prediletos dos nômades digitais é a cidade de Tulum, no México, na península de Yucatán. Como sempre tive curiosidade pela cultura maia e pelas belezas naturais da região, fui conferir, em agosto.

Confesso que se fosse refazer essa viagem, não iria em pleno verão. O calor é absurdo desde cedo. Mas o mais importante é passar batido por Cancún, onde não se encontra nada além de resorts com quase nenhuma cultura local. Os lugares que valem muito a pena são: Tulum, Valladolid e Cobá. Começando por Cobá, uma cidade minúscula onde as ruínas maias contam com pirâmides menores, porém parcialmente cobertas pela selva. São muito especiais, parecem escondidas no tempo.

 

Ruína de Cobá – foto Lucas Pinhel

 

Logo ao lado está o ouro dessa vilinha: um hotel boutique perfumaria, o Coqui Coqui, onde se tem a oportunidade de fazer uma degustação de fragrâncias e escolher qual será o aroma das amenities. O local oferece acomodações em suas estruturas rochosas e piramidais, em frente a uma lagoa tranquila, cheia de pássaros.

De lá, siga para as pirâmides de Chichén Itzá, que ficam a uma hora de Cobá. Lembre-se de chegar bem cedo, porque a experiência exige cerca de uma hora e meia andando de uma pirâmide para outra e, quando passa das 9h, começam a chegar dezenas de ônibus com visitantes. Ao chegar bem cedo, você também consegue um guia credenciado (por US$ 60).

Já Valladolid é uma cidade colonial, da época dos espanhóis e, consequentemente, possui muitos elementos católicos, como a espetacular catedral da cidade. Construída no século 16 e conhecida por ser inacabada, é um passeio que justifica a ida à cidade, que também apresenta uma gama de restaurantes e ruas bem na levada mexicana. Ali, recomendo um restaurante com jardim interno, chamado El Mesón del Marqués.

Por sua vez, Tulum é um destino definitivamente inflacionado por um público “nova era” elitizado. Mas a principal atração são os cenotes – poços de água cristalina, decantada por milhares de anos como possível consequência do meteoro que extinguiu os dinossauros. Até os céticos sentirão essas águas como sagradas, porque realmente têm uma densidade diferente. Algumas sugestões de cenotes: Dos Ojos, Tankah e Atik. Um completamente diferente do outro para ilustrar as muitas versões dessa maravilha natural da região.

 

Cenote Atik, em Tulum, no México – foto Lucas Pinhel

 

Outro atrativo de Tulum são os restaurantes. Os principais achados são: Cinco, um beach club na praia Pocna. Nesse lugar você come um ótimo taco de camarão! O Mestixa, que faz uma fusão de comida asiática com mexicana, rende baos diferentes de todos que você já comeu. Por lá, deve-se aproveitar também para provar um bom drinque de mezcal – tradicional bebida destilada do agave. 

No beach club La Popular, escolha um ceviche de marlim com uvas e vá fundo no highlight do lugar: as tostadas de atum. E, por fim, o gran finale, o Burrito Amor, o mais gostoso da região.

Arriba, e boa viagem!

Os encantos da Serra Gaúcha em uma viagem de carro inesquecível

Os encantos da Serra Gaúcha em uma viagem de carro inesquecível

Após nossa deslumbrante visita à Serra Catarinense, apresentada na coluna da edição passada, a viagem continua pela BR 116 em direção à Serra Gaúcha

Vindo de Lages, em Santa Catarina, pela Regis Bittencourt, já às margens da cidade de Vacaria, o cartão de boas-vindas gaúcho não poderia ser mais bonito e acolhedor. O visual do rio Pelotas – que se avista atravessando a ponte da divisa de estado ao pé de uma serra que rasga uma floresta de araucárias centenárias – é lindo. Estamos adentrando um estado onde a influência das colônias alemã e italiana desenharam não apenas os costumes, a arquitetura e a culinária, mas também a indústria.

Logo antes de chegar a Vacaria e à beira da rodovia, encontra-se a primeira parada obrigatória: a Vinícola Campestre. Ali são produzidos os rótulos da Zanotto, que são premiados na Europa, e o lugar apresenta ainda um restaurante no mezanino envidraçado que oferece uma vista para as parreiras. Além dos vinhos e espumantes para venda e degustação, ficam expostos os sucos de uva, geleias, queijos da colônia e outros produtos regionais.

Cuidado para não se exceder e carregar demais o carro, porque a viagem é longa e há muito mais pela frente. Ainda em Vacaria, vale a pena parar na Dalaio Alimentos para levar as excelentes maçãs e experimentar os diversos tipos de queijos coloniais, são surpreendentes. O roteiro segue em direção a Caxias do Sul, que fica a 110 km e passa por São Marcos – cidade conhecida pelo apelido “cidade dos caminhoneiros”, isso porque em determinada época um a cada dois homens dessa cidadezinha era caminhoneiro.

 

Skyglass, em Canela, é uma das maiores plataformas de aço e vidro do mundo – foto divulgação

 

O ideal é se programar para chegar em Caxias entre 11h30 e 14h para almoçar maravilhosamente bem. A melhor galeteria da região é a disputada Alvorada. Trata-se do famoso galeto primo canto (baby galeto) na brasa no esquema rodízio, que começa com a sopa de capeletti seguida pelo galeto grelhado e seus acompanhamentos típicos da colônia italiana. São eles a salada de radicci (folha meia amarga) com bacon, maionese de batata, polenta frita e polenta ao forno e uma escolha de massa e de molhos variados.

Continuamos descendo para Porto Alegre e logo chegamos em Nova Petrópolis – que parece um cartão postal da Bavaria, com as casas parecendo de boneca e seus jardins de flores coloridas e milimetricamente recortados. E é dali que seguimos pela famosa estrada das hortênsias, rumo a Gramado e Canela. Essas duas cidades já estão no top 3 dos destinos turísticos do Brasil. São muitos passeios, como o Mundo de Chocolate da Lugano, com famosas paisagens do mundo feitas de chocolate maciço.

E no vale da Ferradura há uma atração recém-inaugurada. A Skyglass (foto), em Canela, que é uma das maiores plataformas de aço e vidro do mundo e que avança 35 metros para o vale. Ali, a cereja do bolo é o Abusado: um monotrilho suspenso que leva a um passeio a 360 metros de altura sobre o rio Caí.

No caminho entre Gramado e Canela, avista-se ainda o Vale dos Quilombos. O famoso hotel Laje de Pedra, com paisagem incrível para esse mesmo vale, deu lugar a um empreendimento de altíssimo luxo chamado Kempinsky. E para quem gosta de cerveja, deve conhecer a Cervejaria do Farol, pioneira na produção de brejas artesanais na Serra Gaúcha.

Se continuássemos pela estrada que sai de Canela, iríamos para São Francisco de Paula e Cambará do Sul, que é a base para explorar cânions, como o do Itaimbezinho. Mas isso é outra viagem. Até a próxima!

Um tour fora do óbvio pelos encantos de Santa Catarina

Um tour fora do óbvio pelos encantos de Santa Catarina

Para além das praias, Santa Catarina esconde paisagens e belezas naturais de tirar o fôlego na sua região serrana

Faz tempo que Florianópolis é unanimidade em termos de praias de qualidade e preservação da natureza. Tanto que virou reduto dos paulistanos em busca de qualidade de vida e ganhou o apelido de Ilha da Magia. Mas o que vem conquistando o interesse dos turistas e dos próprios catarinenses é a região da serra, que fica a duas horas da capital. As novas vinícolas e a natureza alucinante, que veio à tona em comerciais de carro filmados por ali, deram início à curiosidade local.

Para o passeio, o ideal é alugar um carro em Florianópolis e reservar no mínimo três dias. Ao sair da ilha na direção sul pela BR 101, pegue a BR 282 na altura de Palhoça e se prepare para uma viagem de aproximadamente duas horas e meia até a cidade de Urubici, que virou o município-referência. A premiada vinícola Thera, que produz vinhos de alta qualidade e oferece uma linda pousada, está localizada a poucos quilômetros da chegada à cidade. A região também é repleta de produtores de mel, queijos coloniais e de frutas orgânicas.

 

Mirante com piso de vidro no Parque Altos do Corvo Branco – foto João Roni

 

Urubici é uma daquelas cidades que pedem mais do que um final de semana. São inúmeras atrações que vão desde trilhas para quem curte caminhadas de todos os níveis de dificuldade, passeios a cavalo que incluem até churrasco ao longo do percurso, passeios de UTV por estradas off road, salto em pêndulo em um cânion ao lado de uma cachoeira de 100 metros de altura, tirolesas e até uma travessia em uma bicicleta sustentada por cabos… é pura aventura! Há ainda parques e fazendas que criaram uma estrutura impressionante para os visitantes, que inclui cinco mirantes com plataformas de vidro. De lá, é possível visualizar os pontos turísticos da serra.

Em feriados e finais de semana, centenas de motociclistas aproveitam as estradas sinuosas da Serra do Rio do Rastro. Com suas curvas de mais de 180 graus, é uma sequência de emoções. A rodovia começa perto de Lauro Müller e termina num lindo mirante no município de Bom Jardim da Serra. Uma aventura bem mais radical é descer ou subir a estrada da Serra do Corvo Branco, em Urubici, que no momento está sendo pavimentada, mas é de uma beleza ímpar. O nome Corvo Branco faz homenagem ao Urubu Rei, com asas de dois metros de envergadura, que vive planando por essa serra.

A gastronomia também acompanha esse cenário com restaurantes variados que vão de carnes e fondues até trutas, que aliás são produzidas na cidade. Há restaurantes especializados na iguaria como a Trutaria Casa Negra e o Recanto da Truta. O restaurante Château du Valle, localizado na estrada que vai de Urubici para São Joaquim, se destaca com pratos muito bem-preparados pela chef carioca Tais Silva Vieira. É bom reservar, porque o lugar costuma lotar.

 

Travessia de cânion de bicicleta sobre cabo no Parque Mundo Novo – foto João Roni

 

No quesito hospedagem, são muitas as opções na cidade. Nos aplicativos de reservas aparecem recantos incríveis para desfrutar de pousadas ou propriedades particulares, que oferecem conforto e bom gosto. A cada ano, surgem alternativas cada vez mais sofisticadas em lugares com vistas para vales, montanhas, cachoeiras, vinícolas e fazendas.

Quem quiser conhecer melhor Santa Catarina, não pode deixar de subir essa serra. O resto da viagem, até a Serra Gaúcha, fica para a próxima coluna. Até!

Visite uma das excelentes parrillas na cidade de São Paulo

Visite uma das excelentes parrillas na cidade de São Paulo

Quando a vontade de comer uma boa carne se confunde com a saudade de Buenos Aires, é porque está na hora de visitar uma das excelentes parrillas na cidade

É verdade que em função das vantagens que o câmbio atual oferece estamos viajando mais do que nunca para Argentina. Mas essa paixão já vem de longa data, seja para esquiar nas maravilhosas estações da Patagônia ou para visitar a deslumbrante Buenos Aires. Não importa o motivo da viagem, na volta só se fala da delícia que é uma boa parrillada argentina. E não se trata apenas da qualidade e dos cortes da carne portenha, o jeito deles assarem é determinante. A grelha móvel de canaletas inclinada para baixo, que permite juntar o caldo de sangue e a gordura para molhar o corte novamente e assim torná-lo mais suculento, é fundamental para o resultado do assado.

Há mais de 40 anos os primeiros parrilleros chegaram a São Paulo e, durante muitos anos, assistiram à nítida preferência do público pelo churrasco no estilo gaúcho (tipo Fogo de Chão) ou pelas steakhouses mais chiques (como Rodeio e Rubaiyat), onde a pedida era “picanha fatiada”. A primeira parrilla da cidade foi o Martin Fierro, que se instalou na Vila Madalena e está lá até hoje soltando ótimos cortes como bife de chorizo e bife de ancho (ambos parte de contrafilé, um dianteiro e outro traseiro). Aliás, é ali também que começaram a fazer sucesso as empanadas argentinas, e entradas como morcilla (linguiças de sangue) e mollejas (timo de boi) – indispensáveis em uma boa parrillada mesmo por aqui.

Foi assim que ano após ano o estilo argentino de se fazer churrasco foi conquistando a cidade e não só instituiu um novo cardápio de cortes e cartas de vinho mais completas como ainda viu os empresários se adaptarem. O Corrientes 348, cujo nome foi extraído de um tango do Carlos Gardel e foi fundado por um portenho em 1997 no número 348 da rua comendador Miguel Calfat, foi adquirido pelo gaúcho Jair Coser (ex proprietário da rede Fogo de Chão), que expandiu a marca no Itaim.

 

Foto divulgação

Pobre Juan – Foto divulgação

 

Outra casa de sucesso é o Che Bárbaro, na Vila Madalena, que veio como filial do restaurante Bárbaro e que foi montada pelo Germano, ex parrilleiro do Corrientes 348, em 2003. Nos anos 1990 também apareceram parrillas um pouco mais despojadas e de muito sucesso até hoje. Uma na Vila Mariana, na rua França Pinto, o Dr Tchê, La Parrilla de la Vila. Alí o Adelar, que é gaúcho de Vacaria, faz um churrasco com grelha e usa luva de metal para não furar a carne e mantê-la mais suculenta ainda.

No Jabaquara, está a Parrilla Argentina, inaugurada em 1995 e que serve todos os cortes de uma autêntica parrilla. Um diferencial interessante dessa casa é que você escolhe o peso que deseja comer de cada corte e, claro, é cobrado na proporção. Outra bandeira importante e de qualidade é o Pobre Juan, cujo propósito já está no nome. É um steakhouse no formato Parrilla Argentina com presença forte também em shoppings e comprova o nível crescente de aceitação do conceito em São Paulo e no Brasil todo.

A verdade é que já estamos em um estágio em que cada bairro tem uma boa parrilla para oferecer, sendo que Moema, bairro que mais acolhe argentinos em São Paulo, tem uma por quarteirão. Escolha o local de sua preferência e peça um bom malbec para acompanhar!