Três cervejarias artesanais de Campinas se unem por uma boa causa

Três cervejarias artesanais de Campinas se unem por uma boa causa

Do hobby de produzir cervejas entre amigos, nasceram três cervejarias no bairro tradicional dos universitários de Campinas, o Barão Geraldo. Durante a pandemia, Tábuas, Garimpero e Confra da Mantiqueira decidiram se unir por uma causa maior e produzir um rótulo em conjunto, a Ciclo Básico, em prol do Hospital das Clínicas da Unicamp.

 

Cervejaria Tábuas

São despojadas as características da Cervejaria Tábuas, as dezenas de cadeiras de praia e mesas de carretel de madeira são disputadas aos finais de tardes e noites de quinta a domingo. Na casinha ao fundo, são servidas entre oito e dez tipos de cervejas, todas produzidas pela casa, e rotativas, já que os cervejeiros Alexandre Montagnana e Guilherme Manganello sempre apresentam novas receitas. “Em outubro, lançamos mais quatro cervejas em comemoração aos quatro anos da cervejaria”, conta Alexandre.

Os amigos, que se conheceram no curso de Engenharia de Alimentos na Unicamp, começaram a se interessar por cervejas artesanais no final da graduação, e como já haviam estudado sobre o processo de produção na faculdade, decidiram aprimorar os testes e se especializaram na área. Após mais de 300 receitas e com mais um sócio, Alexandre Ferreiro, inauguraram a Cervejaria Tábuas, em 2016.

Rua Teresa Zogbi Geraij Mokarzel, 33 – Barão Geraldo, Campinas

 

Cervejaria Garimpero

Juntos desde a infância, Erikson Hoff, Ícaro Sampaio, Filipe Falcão e Marcos Barros seguiram profissões diferentes, de Medicina à Engenharia. Mas há dois anos, unidos pela paixão por cerveja, decidiram abrir uma cervejaria no bairro onde cresceram, a Garimpero. Ícaro, mestre cervejeiro da casa, abandonou a vida de engenheiro civil para se especializar e dedicar totalmente ao antigo hobby. “Fazer as cervejas no local nos dá uma maior liberdade para experimentar novas receitas, produzir lotes pequenos, entender do que o público está gostando, e nos permite ter sempre o frescor da cerveja”, explica. São oito torneiras, uma dedicada para uma produção convidada da região, e as outras sete são criações da casa, que mudam a cada semana. Desde a abertura, já foram produzidos mais de 65 rótulos.

Av. Santa Isabel, 462 – Barão Geraldo, Campinas

 

Confra da Mantiqueira

Das serras de Córrego do Bom Jesus, em Minas Gerais, a 1500 metros de altitude, brotam as águas das cervejas da Confra da Mantiqueira, ou Confra, como é conhecida. Por ser uma nanocervejaria, com produção de 4 mil litros mensais, os amigos e mestres cervejeiros, Júlio Sartori e Daniel Simões, têm um controle maior sobre os processos de produção e qualidade das cervejas. Descendo a serra, no bairro de Barão Geraldo, em Campinas, a Confra vende suas mais de dez cervejas registradas, além das receitas comemorativas e das cervejarias ciganas que produzem em sua fábrica. Atualmente, com o distanciamento social, quem visita a casa é acomodado na praça em frente, com sombra e cerveja ainda mais que fresca.

Rua José Martins, 503 – Barão Geraldo, Campinas

 

Unindo ciclos

Em abril as similaridades uniram a Confra, a Garimpero e a Tábuas. As cervejarias decidiram lançar o rótulo Ciclo Básico, nome em homenagem ao campus que une diversos cursos da Unicamp e moradores do bairro. “Mesmo sendo vizinhos e concorrentes, sempre tivemos amizade. Com o fechamento dos bares, decidimos aproveitar o momento e produzir um rótulo em conjunto. Como estamos próximos à Unicamp, doamos parte da renda das vendas para o Hospital das Clínicas”, conta Ícaro. O primeiro lote da American Pale Ale com notas cítricas esgotou em apenas dois dias, agora está em seu segundo lote e pode ser comprada nos sites das marcas e apreciada nas cervejarias.