Hotel Mirante do Gavião oferece mergulho na cultura e na gastronomia amazônica

Hotel Mirante do Gavião oferece mergulho na cultura e na gastronomia amazônica

Foto Stah

 

CERTA VEZ LI NO LIVRO “AMOR DE ÍNDIO”, do escritor nascido em Macapá, Noé Costa, que se você quer ter contato com o divino deve ir para a natureza e ficar em silêncio. Em meio ao verde e ao som da fauna e flora, o espírito se eleva. Quando se está na maior floresta tropical do mundo, isso é certamente verdade. A Amazônia nos transporta para outra dimensão, faz lembrar que somos parte de um todo, nos coloca no nosso devido lugar e tamanho.  Além de sublime, o destino que melhor se enquadra no turismo da pós-pandemia é a região amazônica. Ficar longe de grandes aglomerações urbanas, em acomodações distanciadas e curtir passeios em meio à natureza é o que está em alta no momento. A 200 quilômetros do Aeroporto de Manaus, em Novo Airão – onde se chega por meio de uma estrada (AM-070), que passa entre o rio Negro e o Solimões – o hotel Mirante do Gavião Amazon Logde proporciona tudo isso, e muito conforto, charme e imersão na cultura e biodiversidade local.

 

Foto Jean Dallazem

 

O hotel abriga doze espaçosos bangalôs erguidos em madeira de lei que remetem a forma de barcos invertidos, e design interior incorpora materiais da floresta como revestimentos em teçume de fibras naturais, mobiliário de madeira nobre com detalhes em marchetaria, cestarias e outras belas peças de artesanato regional – muitos deles, criados pelos profissionais da Fundação Almerinda Malaquias, ONG que emprega artesãos e estimula a educação ambiental para as crianças da região amazônica em aulas no contraturno escolar. Na Fundação, é possível comprar algumas dessas verdadeiras obras de arte.

A sensação de integração completa à natureza ainda aumenta por causa das amplas janelas dos quartos do Mirante do Gavião – com vistas para o imponente rio Negro, e que deixam a luz natural entrar durante todo o dia. Para ter a ideia do tamanho do rio e da floresta que cercam o hotel, foi construído ali um mirante de 13 metros de altura. Depois de subir alguns degraus e superar o medo, faça yoga ao nascer do sol, tire fotos ou apenas contemple a visão incrível que se tem dali.

 

Piscina do hotel e vista do restaurante CamuCamu para o rio Negro – Foto Stah

 

IMERSÃO NA FLORESTA

O Parque Nacional de Anavilhanas, que compõe o rio Negro e possui 400 ilhas, é a vista do Mirante do Gavião. Parece um labirinto, as águas negras espelhadas transformam o cenário com a variação do nível do rio. Na seca (de setembro a fevereiro) é possível desfrutar das belas praias de areias brancas que emergem por todo o arquipélago, e ficam disponíveis quase que exclusivamente para os hóspedes. Na cheia (de março a agosto), o vislumbre fica por conta das trilhas aquáticas de igapó, quando os barcos podem passear por dentro das florestas alagadas.

 

Foto Julya Zancoper

 

Por falar em passeios, os pacotes do hotel incluem expedições na natureza. A empresa de ecoturismo Expedição Katerre se encarrega de programar trilhas, focagens e experiências com a fauna e a flora amazônica na companhia de guias locais. As propostas de vivências profundas e genuínas de contato com a floresta podem ser feitas em roteiros de 4, 5, 7 ou 8 dias rio Negro adentro. Comece com um passeio de lancha para se familiarizar, com direito a uma parada para um bom banho e mergulho. A água é ácida e de forma inusitada deixa os cabelos macios e brilhantes, uma verdadeira dica de beleza brasileira!

A visita ao Flutuante dos Botos é imperdível e coloca os visitantes em contato com os animais que são a cara da Amazônia. Estranho será se você não se apaixonar por Richard, Reginaldo, Priscila e pelos outros 12 botos cor de rosa que vivem nas águas dessa região do rio. Infelizmente em extinção, o projeto rastreia e alimenta esses golfinhos de água doce, que vivem em média 35 anos e demoram a se reproduzir.

 

Interação com boto no Flutuante dos Botos – Foto Julya Zancoper

 

A trilha Tiririca é uma das mais tranquilas – com duração de uma hora e meia e caminhos em grande parte planos e sem obstáculos – oferece o contato com dezenas de árvores típicas, como a grande samaúma com troncos largos; a amapá, que produz um leite usado de forma medicinal por comunidades ribeirinhas; a lorariti, que possui uma madeira cheirosa usada em embarcações; e a copaíba, que tem dentro do tronco um óleo usado como cosmético na região. No hotel, é possível marcar uma relaxante massagem com esse fluído amazônico.

 

Foto Julya Zancoper

 

Ali perto, desembarque na comunidade Tiririca. Com apenas 47 moradores, a vila ribeirinha comercializa diversos artesanatos e abriga o restaurante Canto Japiim, que leva o nome de um pássaro preto com asas amarelas. As cozinheiras e verdadeiras chefs Quezia e Marta preparam delícias com os peixes de água doce que caracterizam a gastronomia local, como pirarucu assado, farofa de tucumã, e um maravilhoso molho de tucupi – um caldo da macaxeira, como é chamada a mandioca na região norte do país.

Em todas as outras refeições, coma o melhor dos ingredientes amazônicos no CamuCamu. Em meio a uma decoração esplendorosa do Mirante do Gavião e sob a regência da chef Debora Shornik, pratos com a mais exótica e ao mesmo tempo harmônica mistura de sabores regionais são apresentados de forma contemporânea. De entrada, aposte no ceviche de tucupi com batata doce e na salada de cevadinha com cebola roxa, tomate, castanha e ricota caseira. Entre os pratos principais, os destaques são o filé de tucunaré em caldo aromático de tucupi e vinho branco (um dos mais pedidos), e o surubim, grande peixe do rio Negro com baixo teor de gordura, ao creme de castanha.

 

Artesanato da Fundação Almerinda Malaquias – Foto Julya Zancoper

 

Quem vive essa experiência divina repleta de lindas vistas, trilhas por dentro da floresta nativa, em contato com as comunidades ribeirinhas e os animais locais, e cheia de sabor intenso, não entende a devastação que a região amazônica sofre nesses tempos. Ir para lá é sair com a certeza da importância de protegermos e cobrarmos quem deveria preservar a alma sublime do Brasil.

 

PIT STOP EM MANAUS

Para chegar ao Mirante do Gavião, desembarque e passe uma noite na capital antes de enfrentar a estrada. Na volta, faça o mesmo para ir ao aeroporto com tranquilidade. 

No centro da cidade, aproveite o restaurante Caxiri, também comandado por Debora Shornik. Experimente os bolinhos do peixe mais famoso de Manaus, o tambaqui, com cupuaçu agridoce. Essa mesma proteína ainda é explorada em forma de hambúrguer com feijão verde e cebola caramelizada no pão de açaí. Para além dos peixes, a casa ainda oferece uma deliciosa paleta de cordeiro braseada com purê de batata, e temperado com as ervas e sementes da região amazônica, chaya e puxuri. O sundae com calda de tucupi preto e sorvete e caramelo de castanha finaliza muito bem uma noite no restaurante, que tem vista para o imponente Teatro Amazonas.

 

Bolinho de tambaqui com suco de taperebá, fruta típica da região amazônica

 

A biodiversidade brasileira precisa ser valorizada e conservada

A biodiversidade brasileira precisa ser valorizada e conservada

Alerta biodiversidade!

No Brasil temos uma das maiores e mais ricas biodiversidades do mundo, e nossos seis biomas (Mata AtlânticaCaatingaCerradoAmazônia, Pantanal e Pampas), fundamentais para a qualidade e equilíbrio do planeta, requerem mais atenção. 

As queimadas no Pantanal este ano atingiram os maiores níveis já registrados na história, destruindo até agora cerca de 15% do bioma e áreas de preservação. Na Amazônia, um bioma úmido, onde não existe queimada que não seja causada pelo homem, também houve aumento de incêndios de proporções enormes nos últimos meses. 

Sabemos que as empresas têm um papel importante nesse cenário e integrar os biomas nos meios de produção nos mercados de moda, beleza e design, com modelos de desenvolvimento sustentável, são de fato as melhores formas de garantir subsistência para as comunidades locais e a preservação dos ecossistemas. 

Nesse sentido, surgiu o projeto Amazonia 4.0, que representa uma nova forma de organização e produção de conhecimentos para a região amazônica, em que tecnologias avançadas, formação prática e ambientes de prototipagem, fortalecem o empreendedorismo da floresta em pé. “Precisamos pensar numa Amazônia 4.0, que seja explorada com valores de ontem, mas com as tecnologias de hoje”, disse o climatologista Carlos Nobre, um dos maiores pesquisadores brasileiros sobre mudanças climáticas e grande defensor do uso sustentável dos recursos da floresta. 

O Pacto Global lançou, recentemente, um guia com 10 princípios para empresas atuarem de forma responsável no bioma amazônico e funcionam como um norteador para as corporações.  

Em tempos de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ASC)empresas dos setores de moda, beleza e design podem engajar seus stakeholders e colaborar para que a biodiversidade brasileira seja valorizada e conservada.  Para conhecer os 10 Princípios Empresariais para uma Amazônia Sustentável, acessehttps://materiais.pactoglobal.org.br/10-principios-empresariais-amazonia-sustentavel

Vamos Juntxs! 

 

Locomoção nas urnas e a mobilidade urbana

Locomoção nas urnas e a mobilidade urbana

Campanha quer sensibilizar os candidatos em defesa de pedestres, ciclistas e do uso do transporte coletivo.

Com as eleições municipais neste mês de novembro, é importante conferir os programas dos candidatos em relação a um tema muito importante: a mobilidade urbana. Todas as candidaturas e os seus respectivos programas estão disponíveis no sistema de divulgação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/

Essa é uma ótima oportunidade para discutir o futuro das cidades. E a mobilidade urbana é uma questão central nesse debate sobre as cidades que queremos. Porque se relaciona com a saúde, a sustentabilidade, a educação, a cidadania e a economia financeira. A forma como a população se locomove influi em todas essas áreas. E colabora, quando a mobilidade urbana é bem planejada, para que as cidades sejam seguras, inclusivas e saudáveis. Para todos.

Vale a pena também entrar no site da campanha Mobilidade Sustentável nas Eleições 2020 (mobilidadenaseleicoes.org.br), lançada em agosto com o intuito de ajudar outras organizações da sociedade civil a inserir os modos sustentáveis de deslocamento nos programas de governo e mandatos das candidaturas às Prefeituras e Câmaras de Vereadores para os municípios de todo país. É possível pressionar os candidatos para que eles incluam projetos focados na mobilidade urbana sustentável (bicicleta, pedestrianismo e transporte coletivo).

 

Foto cortesia cidade a pé

 

Organizado por entidades que atuam há vários anos para melhorar o transporte público, a acessibilidade nas calçadas e a oferta de ciclovias e outras infraestruturas cicloviárias, o programa pretende que a mobilidade urbana sustentável seja promovida por ações e políticas públicas que priorizem os modos mais limpos e saudáveis de deslocamento, e com medidas para acalmar o trânsito, diminuir o uso do carro e reduzir as mortes, que têm níveis alarmantes no Brasil.

A cada hora, cinco pessoas morrem em acidentes de trânsito no país, segundo um relatório divulgado em 2019 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Para mudar esse cenário, essas políticas devem ser elaboradas e implementadas com ampla participação da sociedade por meio de conselhos e atreladas a políticas urbanas que reduzam as desigualdades territoriais e sociais, ampliando o acesso a oportunidades. A Campanha Mobilidade Sustentável nas Eleições 2020 se encerrará, com o seu relatório final, em 28 de fevereiro de 2021.