Sucre reúne construções históricas em branco que formam uma arquitetura singular

por | abr 17, 2023 | Turismo, Viagens | 0 Comentários

Destino romântico e acolhedor, a cidade boliviana de Sucre reúne construções históricas em branco que formam uma arquitetura singular. Em um interessante equilíbrio, o Salar de Uyuni, também na Bolívia, é lugar de natureza desértica verdadeiramente encantadora Por uma feliz coincidência, a cidade de Sucre tem um nome que, em francês, significa “açúcar”. Nada mais propício: esse centro urbano da Bolívia – a distantes 550 km de La Paz e a 480 km de Santa Cruz de La Sierra– tem suas paisagens tomadas por edifícios pintados de branco e é dominado por um ambiente metaforicamente doce. Sucre é acolhedora e oferece um clima agradável durante grande parte do ano. Seu compacto centro histórico, considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, é perfeito para ser conhecido em tranquilas caminhadas. E, nessas andanças, o turista se depara com algumas das mais belas joias arquitetônicas da América do Sul.

Vista panorâmica da arquitetura histórica de Sucre - Foto Shutterstock

Vista panorâmica da arquitetura histórica de Sucre – Foto Shutterstock

A Bolívia, por sua vez, é famosa por sua enorme variedade de paisagens – e, além da “cidade de açúcar”, abriga um enorme deserto de sal: o Salar de Uyuni. Trata-se de um lugar completamente diferente de Sucre, assim como são opostos os sabores doces e salgados. No Salar, as obras da natureza substituem as construções humanas e encantam os visitantes: seu solo salino, plano e branco, parece se estender ao infinito, em um cenário que lembra um território extraterrestre. E na época de chuvas, quando surge um espelho d’água sobre esse terreno, com as nuvens refletidas no chão, o viajante sente que está caminhando no céu, em uma experiência turística única no mundo. Sucre é história. O Salar é natureza. Mais do que antagônicos, porém, os dois destinos são complementares. E devem fazer parte de qualquer viagem à Bolívia.   Cidade branca Sucre não tem esse nome em homenagem ao açúcar e à França. O município foi batizado dessa maneira em referência ao marechal Antonio José de Sucre, herói do processo de independência boliviano. E uma imersão na história da Bolívia é o que espera quem estiver disposto a desbravar esse lindo centro urbano do país. O coração de Sucre é a Plaza 25 de Mayo, densamente arborizada e onde se reúnem diariamente, para bater papo, muitos dos habitantes locais. Escute as conversas: além do espanhol, a língua quíchua ainda é falada nessas ruas, por uma numerosa população indígena.

Plaza 25 de Mayo - Foto Shutterstock

Plaza 25 de Mayo – Foto Shutterstock

De um lado da praça, surge a fotogênica Catedral Metropolitana, erguida a partir do século 16 e que abriga uma célebre imagem da Virgem de Guadalupe. São tantas as joias que adornam a santa que os nativos afirmam, às vezes sérios, às vezes brincando, que a dívida externa da Bolívia poderia ser paga com a venda das peças. No outro canto da praça, está um dos mais importantes museus do território boliviano: a Casa de la Libertad, edifício onde ocorreu a assinatura da ata de independência do país, em 1825 – e que hoje exibe objetos que contam a saga da Bolívia na busca pela liberdade.

Casa de la Libertad - Shutterstock

Casa de la Libertad – Shutterstock

Os prédios históricos de Sucre são pintados de branco para dar uniformidade visual à cidade e, entre eles, se destacam as edificações religiosas. Fundado no século 18 por frades carmelitas, o convento San Felipe de Neri abriga um belíssimo pátio com arcadas e estilo neoclássico – e tem um terraço, acessível a turistas, que proporciona a melhor vista do centro histórico. Já a Basílica de San Francisco exibe lindos exemplos de arte mourisca e altares em estilo barroco. Os arcos brancos que decoram a rua da igreja são uma das mais famosas imagens de Sucre. E a Iglesia de la Merced possui também um belo altar barroco e pinturas do famoso artista boliviano Melchor Pérez de Holguín.

Basílica de San Francisco, em Sucre - Shutterstock

Basílica de San Francisco, em Sucre – Shutterstock

Para curtir novas vistas panorâmicas de Sucre, suba a rua até o Mirador de la Recoleta, localizado à sombra dos morros Sica Sica e Churuquella e que é adornado com um fotogênico conjunto de colunas. A visão, de lá de cima, é incrível. E há um lugar que disputa com a Plaza 25 de Mayo o título de área verde mais bonita da cidade: o Parque Bolívar, recheado de alamedas e que tem, junto à sua paisagem, o imponente prédio da Corte Suprema de Justiça. Sucre abriga ainda bons restaurantes – principalmente nos arredores da Plaza 25 de Mayo – onde é possível provar saborosas receitas locais. Invista na cazuela de maní (sopa que mistura verduras, amendoim, carne, batata desidratada e grão-de-bico), no picante de lengua (língua de vaca com molho de tomate apimentado e servida com batata desidratada) e, logicamente, nas deliciosas salteñas (empanadas de massa levemente adocicada e recheadas com carne e caldos bem condimentados).

Apetitosas salteñas, empanadas típicas da região - Foto Shutterstock

Apetitosas salteñas, empanadas típicas da região – Foto Shutterstock

Entre o surreal e o fascinante Um deserto de sal com mais de 10 mil km² e localizado a mais de 3.500 metros sobre o nível do mar. Na época das chuvas, geralmente entre dezembro e março, o solo branco e extremamente plano fica coberto por uma lâmina de água que reflete, com perfeição, as cores e nuvens do céu. E, no resto do ano, um período mais seco faz com que o chão adquira um fotogênico aspecto árido, que lembra outro planeta. Esse é o Salar de Uyuni, que, por causa de sua enorme extensão, é explorado por turistas a bordo de carros 4×4, em roteiros guiados por agências de viagem. Os tours costumam sair da cidade de Uyuni, que fica perto do Salar – e, geralmente, duram entre dois e quatro dias.

Salar de Uyuni - Shutterstock

Salar de Uyuni – Shutterstock

Há muitas atividades para realizar nesse tempo: antes de chegar ao deserto de sal, os passeios visitam um cemitério de locomotivas no meio de uma área desértica, em uma paisagem que lembra um filme de apocalipse. Já no meio do salar, é possível sair do carro e subir, a pé, uma íngreme ilha de cactos gigantes. E, nos arredores do deserto de sal, existem fantásticas lagoas coloridas, cheias de flamingos e rodeadas por montanhas. Os roteiros também incluem visitas a gêiseres e piscinas naturais de águas termais – onde é possível dar um mergulho.

Paisagem desérticas do Salar de Uyuni - Foto Shutterstock

Paisagem desérticas do Salar de Uyuni – Foto Shutterstock

Não muito longe do Salar fica o surreal Deserto Salvador Dalí, que, com sua coloração com diversos tons de marrom e formações rochosas de aparência exótica, lembra um quadro do próprio Dalí. Explorar toda essa região exige muitas horas passadas dentro dos veículos 4×4. Mas tudo vale a pena. Durante o dia, repare como o céu sobre o Salar de Uyuni tem um azul diferente, mais intenso do que o visto em outros lugares do mundo. E, à noite, maravilhe-se com a quantidade de estrelas perfeitamente visíveis sobre sua cabeça. O fascínio é garantido.   Dicas importantes Reserve pelo menos oito dias para visitar Sucre e Salar de Uyuni, incluindo o tempo de locomoção entre os destinos. E, nesse roteiro, Sucre merece ser visitada antes, por uma razão: a cidade está a uma altitude mais baixa (cerca de 2.800 metros sobre o nível do mar) do que o Salar de Uyuni (que fica a mais de 3.500 metros de altura). Chegar a Sucre primeiro ajuda o turista a se adaptar melhor aos efeitos negativos da altitude no corpo. Partindo de São Paulo, a melhor opção é pegar um voo direto para Santa Cruz de La Sierra e, de lá, outro voo até Sucre. Uyuni, por sua vez, também é servida por um aeroporto. Mas há muitos turistas que vão de ônibus desde Sucre. A viagem por terra, porém, é cansativa, chegando a durar mais de oito horas. Para percorrer o Salar, agências podem ser contratadas na própria cidade de Uyuni. E os passeios quase sempre incluem pernoite em hotéis feitos de sal, que ficam no meio do Salar. Mesmo em épocas mais quentes do ano, as noites podem ser muito geladas na andina Bolívia: leve roupas para frio, junto com calçados de caminhada, óculos de sol, boné e protetor solar.

Foto Shutterstock

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