Nossa! Se há um Réveillon para comemorar que se está vivo e com saúde é este de 2020, não é? Que saga fomos obrigados a passar. Mas o importante é que chegamos até aqui vivos e alertas, sempre à espera da nossa vacina. Eu vou comemorar e em grande estilo. Comemoração é com borbulhas, seja Champagne, seja Franciacorta, seja Cava, Sekt, ou um espumante brasileiro, que aliás são ótimos! A festa de ano novo, grande ou pequena, tem que ser assim. Os espumantes têm a capacidade de transformar um momento trivial em especial, e essa virada é especialíssima.
Relacionei algumas dicas entre meus espumantes prediletos para você aproveitar com qualidade. Desejo um excepcional 2021 a você, com muita saúde, alegrias e grana, viva!
Já entre os espumantes nacionais, vale experimentar: Cave Geisse Nature, de Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha, por R$ 98,00 no site da Cave Geisse; Orus Brut tradicional Adolfo Lona, por R$ 239,00 na Vinhos Mundi; Casa Pedrucci Brut Millésime de Garibaldi, na Serra Gaúcha, por R$ 130,00 no site do produtor; Espumante Chandon Brut Rosé de Garibaldi, na Serra Gaúcha, por R$ 74,90 no site do produtor; e o Estrelas do Brasil Nature Negro 2018, de Bento Gonçalves, por R$ 75,00 também no site do produtor.
Garrafas dos espumantes Cuvée Prestige Rosé Brut, Puklavec Brut Sauvignon Blanc, Luis Pato Rosado Nature e Cave Geisee Nature
O calor veio para ficar! Um de meus programas prediletos é separar algumas leituras, como a edição da 29HORAS, algum artigo, um livro, um jornal, e ir para o sol. E como o que eu bebo é mesmo vinho, tenho uma série deles que funcionam como bebida refrescante.
Um dos campeões é o Portônica, você enche um copo “long-drinque” com gelo, coloca uma rodela de laranja, uma dose (eu coloco duas) de Porto Branco Seco, e completa com água tônica. Um espetáculo de drinque de verão! Funciona bem com o Jerez do tipo Fino ou Amontillado, e ainda com o Madeira Serial, e devo dizer que todos esses vinhos ficam maravilhosamente bem puros a 12ºC de temperatura.
Há inúmeros drinques que usam o vinho como base e misturam com outras bebidas, mas confesso que prefiro outras heresias, daquelas que todos fazem e poucos admitem, tipo colocar gelo no vinho. Saiba que sempre fiz! Em várias situações, por exemplo, um tinto que está muito pesado, muito denso, e o dia está claro e calor, ora, dois ou três cubos de gelo resolvem isso facilmente… outra coisa, ao sol, um cubo de gelo no vinho branco ou no espumante, não tem problema algum, você curte até mais! Claro que não se faz isso com produtos de grande qualidade, seria um desperdício, mas com vinhos comuns, não vejo problema e nem sinto culpa.
Na Itália certa vez um produtor amigo serviu um branco, e o vinho estava meio “chato”, faltando acidez. Sabe o que ele fez? Pegou uma casquinha de limão, torceu e jogou na minha taça, e assim o vinho ganhou acidez! Nossa, repeti essa operação diversas vezes para salvar vinhos que estavam pouco ácidos.
Em dias muitos quentes, também tenho costume de encher um copo “long-drinque” de gelo, com metade de vinho branco e completo com água com gás. Pronto, dá para virar o copo todo, como um delicioso refrigerante sem aquele retro gosto doce. Mais saudável e agradável. Experimente!
Também vale lembrar das sangrias (com vinho tinto) e dos Clericot (com vinho branco), em que se coloca pedaços de frutas com gelo, vinho simples e uma dose de algum licor. Faz o maior sucesso! Não há quem não goste.
Bons vinhos para se refrescar nesse verão que promete. Saúde!
Os vinhos rosés nos remete a Bordeaux, na França, da Idade Média, quando se produzia vinho misturando as castas brancas e tintas, e se vinificava tudo junto. O resultado era um vinho mais claro do que os tintos, um rosé chamado de “Clairet”,ou Clarete, como conhecemos. Os portugueses faziam o mesmo e o vinho era conhecido como “Palhete”. E os ingleses, que sempre foram um mercado enorme e grande apreciador de vinhos, adoravam.
Com o tempo, Bordeaux se voltou mais aos tintos, com extração tal como vemos hoje. Os grandes produtores de rosé, então, sempre foram os provençais. Na Provence, se encontra os vinhos rosados mais finos e é um verdadeiro hábito local consumi-los com sua culinária.
Foto Mark Swallow | Getty Images
São companhia ideal para as saladas Niçoise e astapenades, para os vinagretes, peixes grelhados, canapés, queijos jovens de massa mole, frutos do mar e para aves.Quando eu era jovem, e isso faz muito tempo, era simplesmente inaceitável alguém servir um peru que não fosse acompanhado de um rosé… aliás é ótima harmonização.
Eu relacionei alguns rosés de diversas procedências para você se deliciar. Aproveite:
Acima, Languedoc AOC Hecht e Bannier, Lagarde Rosé e Guaspari Syrah Rosé
Da França sugiro quatro deles. O Côtes de Provence AOC Grand FerrageRosé 2017 do produtor M. Chapoutier, por R$ 235,48 na Mistral; o ChâteauSt-Hilaire RoséTraditionCoteaux d’Aix-en Provence a R$ 165,68 na Premium Wines;o Bag-in-Box de 3 litros do Domaine de Saint Ser CuvéeLesRetanques de Barmefan, por R$ 360 na Chez France; e o Languedoc AOC Hecht & Bannier, que custa R$ 164,12 na Vinci Vinhos, todos da Provence.
De Portugal, que na minha opinião faz os melhores rosés depois dos franceses, sugiro experimentar o Bairrada Frei João Rosado DOC Colheita 2017, por R$ 136,68 na Vinci Vinhos.
Já da Argentina, o delicioso vinho de Mendoza, o LagardeRosé, está porR$ 148 na Ravin e, na mesma importadora, não deixe de provar o Marichal Reserve Collection Blanc de Noir, que sai pelo mesmo preço.
Entre os nacionais, sugiro conhecer o elegante Rosé da Guaspari deEspírito Santodo Pinhal, em São Paulo, feito com a uva Syrah e que custa R$ 98 no site da Guaspari. E do Chile, experimente o Montes CherubSyrahRosé da Viña Montes,vendido por R$ 152,59 na Mistral.
Finalizando a lista, indico um delicioso espanhol, o Marqués de Aldaz Rosado 2017 da casta Granacha, a R$ 90,57 na Vinci Vinhos.
Nessa primavera, faça uma imersão nos rosés. Saúde!
Eu tenho bebido muito mais vinhos brancos do que tintos. São mais complexos, há enorme variedade e aquecem da mesma forma, afinal é o álcool que nos esquenta e não a temperatura da bebida, não estamos falando de chá, mas de vinho.Também é pouco habitual entre os brasileiros conhecer vinho branco evoluído e com idade. Você sabia que há vinhos brancos que só vão ao mercado com dez ou mais anos de adega? Sim!
Queria lhe fazer uma proposta, diga rapidamente três uvas brancas que não sejam Chardonnay e nem Sauvignon Blanc. Ficou difícil? Pois listei seis vinhos deliciosos de castas diferentes. Veja e arrisque, quem sabe o branco que sempre sonhou não está nessa lista?
1) Bel Air 2018 Domaine de la Grange Tiphaine biodinâmico 100% Chenin Blanc Vale Loire na De La Croix por R$ 190,00.
A Chenin Blanc do Vale do Loire produz vinhos frutados, florais com nozes e especiarias, e é excelente para frutos do mar e nossa culinária de praia, como o vatapá.
2) Ribeiro Santo 2003 do Dão da uva Encruzado por R$ 203,00 na Wine Brands. A Encruzado do Dão resulta em vinhos longevos, densos e frescos com toques de resina, flores brancas, especiarias e fica excelente com queijos amanteigados.
3) Aphros Loureiro TEN biodinâmico por R$ 133,00 na Wine Lovers. A uva Loureiro é floral, cítrica, lembra lichia e tem grande frescor. Excelente para aperitivos, frutos do mar, peixes e queijos novos.
4) De Lucca Marsanne do Uruguai a R$ 114,45 na Premium Wines. A uva Marsanne resulta em vinhos densos, mas com frescor, acompanham excelentemente bem truta com amêndoas, peixes de modo geral, carnes de aves e de porco e queijos evoluídos.
5) La Flor del Ombú Bracco & Bosca Moscato Bianco a R$ 89,90 na Cantu. Com incrível aroma de uva mesmo, a moscatel vinificada seca é muito sedutora lembrando pêssego, mel e laranja. Acompanha muito bem comida asiática e saladas de fruta.
6) Selbach Oster Mosel Riesling a R$ 175,10 na Mistral. Rainha das uvas, a Riesling é alemã, mas faz sucesso também na Alsace e na Áustria, onde são mais delicadas. Com nariz típico perolado, borracha que se misturam a maçã verde, pêssego e orquídea, é acompanhante ideal da carne de porco, de aves e peixes.
Então,vai continuar no seu Chardonnay ou Sauvignon Blanc, ou vai arriscar a diversidade? E olhe, eu ainda tenho outras vinte castas brancas sensacionais que não mencionei… Saúde!
Acima, Bel Air Domaine La Grange Tiphaine, Aphros Ten, La Flor del Ombú e Selbach-Oster
Eu sou um grande defensor do vinho brasileiro, embora nunca deixei de criticar a postura dos líderes do setor que, por vezes, consideram os importados como concorrentes e sempre tentam um protecionismo. Mas isso nada tem a ver com a qualidade de nosso vinho.
O Aurora Millésime, por exemplo, 100% Cabernet Sauvignon, é um dos grandes e está lançando sua décima edição, a de 2017. Outro vinho que destaco é o Miolo Gamay Wild SO2 free. Listo esse vinho pela iniciativa de uma gigante do setor, que produz cerca de 13 milhões de litros de vinho e faz em perfil artesanal que, embora não seja de vinhedos orgânicos, é fermentado com as próprias leveduras e custa perto dos R$ 50.
Vinhedo da Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal
Outro vinho que cito é o Rio Sol Touriga Nacional Gran Reserva, produzido em Petrolina, no Vale do São Francisco, pelos portugueses da Dão Sul, um espetáculo de fruta e intensidade. Destaco também o FVLVIA Pinot Noir do Atelier Tormentas, fabricado em Canela, no Rio Grande do Sul, sem adição de SO2 e com muita classe, um vinho que já superou muito o Bourgogne em degustações às cegas.
O estado de São Paulo também tem preciosidades, como os vinhos da Guaspari como o Syrah Vista do Chá ou os vinhos naturais e de fermentação espontânea do Entre Vilas, em São Bento do Sapucaí. Os vinhos naturais da Era dos Ventos, especialmente o Peverella, produzido pelo Alvaro Escher e o Luiz Henrique Zanini, são imprescindíveis.
Acima, o Era dos Ventos Peverella, o Rio Sol Touriga Nacional Gran Reserva e o Orus Pas Dosé
Em Santa Catarina, há vinhos de altitude excepcionais, selecionei aqui o Innominabile com cinco castas (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec, Marcelan, Merlot e Pinot Noir), produzido pela Villaggio Grando, que é espetacular. Em espumantes, então, é um show de qualidade e frescor com bons preços. Cito ainda os espumantes da Cave Geisse, qualquer um deles é de altíssima qualidade e foram, inclusive, citados pela crítica Jancis Robinson como exemplo de qualidade de espumante no novo mundo do vinho.
Os vinhos do Adolfo Lona, um craque que produz o Orus Rosé Mas Dosé, têm uma elegância rara. Destaco para finalizar esse passeio por vinhos imprescindíveis brasileiros, o Salton Brut Ouro, que custa pouco e é muito bem feito, tem consistência. Prestigie e experiente nossos vinhos, há inúmeras garrafas excepcionais. Saúde!
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