Demanda internacional por etanol e a alta nas exportações brasileiras
Em alta em algumas das mais populosas nações do planeta, a demanda pelo etanol projeta excelentes perspectivas não só para o setor sucroalcoleiro brasileiro, mas também para os produtores nacionais de grãos – principalmente o milho.
A mudança na política de biocombustíveis da China, da Índia e dos Estados Unidos é uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro. Nesses três países, a demanda por etanol deve
disparar nos próximos anos. Sob o comando de Joe Biden, os EUA devem elevar a proporção de etanol na gasolina de 10% para 15%. Com isso, ou os nossos brothers terão de importar etanol daqui do Brasil ou terão de direcionar mais milho cultivado por lá para a produção de biocombustível – e isso pode elevar a cotação internacional do milho. De toda forma, vamos ser beneficiados. Ou ganha o pessoal da cana ou ganham os produtores brasileiros de grãos.
Na China, onde também será aumentada a dose de etanol no combustível, o país precisa decidir se vai importar do Brasil ou produzir o etanol internamente, a partir do milho, como fazem os Estados Unidos. Se a opção for pela importação, o setor sucroalcoleiro do Brasil vai aumentar suas vendas para a superpotência asiática. Se os chineses usarem seus grãos para produzir etanol, o Brasil pode ser convocado para fornecer grãos para alimentar os enormes rebanhos suínos e bovinos de lá.
Já a Índia pretende misturar 20% de etanol na mistura da gasolina vendida no país em 2030, mas está antecipando cada vez mais essa meta. Com isso, se abre mais um mercado para o Brasil. A Índia é uma grande produtora de cana e uma das maiores exportadoras mundiais de açúcar – a um custo muito baixo. Se os indianos passarem a deslocar parte de sua cana para suprir a demanda local por etanol, a cotação internacional do açúcar vai subir e os produtores brasileiros vão se dar bem.
Hoje o Brasil produz algo entre 32 e 33 bilhões de litros de etanol de cana por ano. A meta é produzir, até 2030, 50 bilhões de litros. Ao que parece, não terá problemas para escoar todo esse volume. Comprador não vai faltar!
Prosa Rápida
Dá-lhe porco!
Nas projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em 2021 a carne suína voltará a ser a carne mais produzida no mundo, superando a carne de frango que ocupou o topo do pódio em 2020. Do total de 258 milhões de toneladas produzidas no ano passado, a de frango respondeu por cerca de 39% do total, enquanto a suína somou 38% e a bovina representou 23%. A retomada da carne de porco é reflexo da recuperação de produção na China, dizimada por uma devastadora peste suína.
Mel para todos
Em 2020, os apicultores do Brasil venderam para o exterior mais de 45.600 toneladas, um aumento de 50% em relação a 2019, quando o volume ficou na faixa das 30 mil toneladas. Segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Mel, os Estados Unidos são os maiores compradores do mel brasileiro, sendo responsáveis por cerca de 80% do mel exportado pelo país. O Paraná é o estado de onde vem a maior parte da produção.
Água garantida
Levantamento realizado pela Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) aponta que, ao final de 2020, a área irrigada no Brasil era de 6.481.812 milhões de hectares. Em 2019, era de 6.232.587. O crescimento foi de 4%, mas tem muito mais a evoluir: a China irriga 70 milhões de hectares, e a Índia tem 76 milhões de hectares de plantações irrigadas.
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