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Cantora Mel Gonçalves é o rosto e corpo do Carnaval de rua de São Paulo

Cantora Mel Gonçalves é o rosto e corpo do Carnaval de rua de São Paulo

Os blocos de Carnaval mostram a realidade da metrópole. Em meio à festa, as dores e as delícias da cidade ficam expostas para todo mundo ver e sentir. “É um portal para uma pausa, é a diversão entre tantas dificuldades que o país vive, ao mesmo tempo em que todos ocupam a rua e reparam nessas questões”, define a cantora Mel Gonçalves. Musa do bloco paulistano de axé “Domingo Ela Não Vai”, a goianiense comanda, a partir deste ano, um bloco próprio, o “Lua de Mel”, que fará uma homenagem à música brasileira, do frevo ao funk. Mel integrou a Banda Uó até 2017, grupo de estilo muito próprio, que unia tecnobrega ao pop, junto a Matheus Carrilho e Davi Sabbag.

Mel Gonçalves

A cantora goianiense se prepara agora para comandar seu próprio bloco. Foto: Divulgação

Apaixonada pelos diferentes ritmos do país, a cantora aposta em valorizar ainda mais a cultura brasileira em um álbum solo que beberá em referências do samba, do pop brasileiro, e de sons e estética de matrizes africanas, com previsão de lançamento para 2020. “Quero lançar algo bonito, que toque as pessoas, uma narrativa do nosso país e da América Latina”.

Dona de si e agora de um bloco, Mel diz que encarnou uma personalidade mais extrovertida a partir das experiências vividas na banda e se impressiona por ter se tornado musa e referência de muita gente. “Sou tímida, então aprendi a sair da caixa, e hoje se as pessoas me veem como musa, eu aceito”, revela. Há nove anos em São Paulo, a cantora se adaptou ao fluxo intenso da cidade e vê no caos do trânsito e dos acontecimentos frenéticos o combustível para construções positivas em sua vida. “Essa capital é um lugar de realizar desejos, encontrar pessoas e deixar a sua marca”.

São Paulo faz parte de Mel e vice-versa. Representando esse amor, o “Lua de Mel” arrastará foliões pelo coração da cidade, da Avenida São João à Praça Ramos – lugar de inspiração de quem passa e conhece a cidade. A festa comandada pela cantora será no pós-Carnaval, no dia 29 de fevereiro.

Do novo ano, Mel espera colocar em prática seus projetos, quer ver o disco solo no circuito da música, sustentar seu bloco depois do Carnaval e continuar trabalhando: “Com o pé no chão, quero realizar meus sonhos”.

Escolas de Carnaval de SP e Rio retomam a criação de enredos com protestos contra as mazelas do país

Escolas de Carnaval de SP e Rio retomam a criação de enredos com protestos contra as mazelas do país

O Carnaval, que durante os anos da ditadura militar sempre trazia para a avenida um bom retrato do humor do povão, agora ensaia um retorno dessa sua capacidade de mostrar com leveza a indignação com as mazelas do Brasil – ainda mais nesses tempos de patrulhas culturais, ideológicas, religiosas e comportamentais. Carnaval é catarse, é tempo de extravasar, de viver a liberdade, de dizermos sem medo e bem alto tudo o que pensamos e sentimos!

Desfile de Carnaval na Sapucaí, no Rio. Foto: Divulgação

Desfile na Sapucaí, no Rio. Foto: Divulgação

Escolas cariocas como a Mangueira, a Mocidade Independente, a São Clemente e a Portela, ou paulistas como a Mancha Verde e a Tom Maior, farão este ano desfiles com temas engajados e de protesto. A Mangueira fala de desigualdade e traz ao Sambódromo carioca um Jesus negro e favelado que avisa: “Não tem futuro sem partilha”. A Mocidade de Padre Miguel homenageia Elza Soares criticando a fome, a pobreza e a violência contra a mulher. Na Portela, o samba remete aos povos ameaçados do Brasil ao cantar: “Índio pede paz, mas é de guerra / Nossa aldeia é sem partido ou facção e não se curva a capitão”. E a São Clemente, com samba composto pelo humorista Marcelo Adnet, faz piada com a onda de fake news.

Em São Paulo, a Tom Maior terá um desfile sobre negritude, resistência e luta por igualdade da enorme população afrodescendente, e a Mancha Verde, atual campeã, este ano aposta em um enredo que condena a injustiça social e o preconceito e pede mais paz, amor e direitos humanos.

Para ver isso tudo ao vivo, os ingressos já estão à venda. Em São Paulo, onde os desfiles acontecem na sexta (dia 21) e no sábado (22), os mais baratos custam R$ 90, enquanto os mais caros (mesas de pista com 4 lugares no setor H) saem por R$ 2.420.

Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Foto: Divulgação

Quem quiser acompanhar de um lugar mais confortável pode se aboletar no Camarote da Garoa – com ingressos a partir de R$ 714, shows privativos, bufê de comidinhas, open bar e vista privilegiada para a passarela do samba) – ou no Camarote Bar Brahma, com shows de Seu Jorge e Zeca Pagodinho, varanda aberta para a passarela, open bar, praça gourmet, espaço relax e ingressos a partir de R$ 990.

No Sambódromo do Rio, os ingressos variam de R$ 487 a R$ 1.627 para os desfiles do domingo (dia 23) e da segunda (24). No Camarote UOL-Nº1, no Setor 2, perto da Concentração, a folia é comandada por Sabrina Sato, e os ingressos têm preços na casa dos R$ 3.000. No Camarote Allegria, no Setor 11, já quase na Praça da Apoteose, por cerca de R$ 1.300 a galera pode curtir a extensa programação de shows, os sushis do Ten Kai e os refrescantes drinques da Adoro Frozen.

Para quem estiver no Rio em fevereiro e quiser ter uma boa amostra da força de resistência cultural do Carnaval, a dica é correr para garantir um lugar na plateia do já tradicional Show da Mangueira, dias 11 e 12 no Vivo Rio, que este ano terá como estrelas a diva Maria Bethânia e o sempre genial Chico Buarque de Holanda. Os ingressos custam de R$ 140 a R$ 380.

Fundador da BBL, Leo De Biase é um dos maiores nomes dos eSports no Brasil

Fundador da BBL, Leo De Biase é um dos maiores nomes dos eSports no Brasil

Trabalhar com o que ama e ter sucesso com isso. Esse é o caso de Leo De Biase, CEO da ESL Brasil e fundador da BBL. Apaixonado por games, o empresário é um dos principais nomes nos eSports do Brasil, mas para atingir esse status foi necessário superar desafios e trabalhar duro.

Leo De Biase, CMO da BBL. Foto: Divulgação

Leo De Biase, CMO da BBL. Foto: Divulgação

Seu ingresso no mercado de jogos se iniciou na Monkey, em 1998. De cliente ele se tornou funcionário e a partir daí virou um dos principais nomes à frente da lan house, criando campeonatos e ajudando-a a se tornar uma rede de expressão, com 60 lojas. Seguiu-se um período em que Leo trabalhou em várias empresas, como Level Up!, Big Point (desenvolvedora alemã de jogos) e Nvidia, até que ele recebeu o convite para se tornar o tornar CEO da ESL, maior produtora de conteúdo dos eSports do mundo.

Durante essa fase, ele quebrou barreiras, desenvolvendo uma modalidade ainda desconhecida no Brasil. “Na Nvidia eu pude ser um fomentador dos eSports no país, mas também enfrentei desafios, porque era um mercado novo, então havia um grande receio em investir nele”, relata.

Na ESL, ele voltou a empreender e decidiu não parar mais. Ao lado de seu amigo, Nando Cohen, fundou a BBL, em 2018. Responsável pela transmissão e realização de diversos campeonatos, a empresa construiu sua própria arena e precisou de pouco tempo para se tornar a maior holding de entretenimento para os eSports, conquistando mais de 3 mil horas de transmissão online desde sua criação. Começou com trinta funcionários e hoje conta com um time de cem colaboradores.

“Eu busco constantemente desenvolver o ecossistema, mudar a mentalidade e apresentar novos business plans. O mercado no Brasil vem se desenvolvendo muito e estou empolgado com o que ainda podemos criar”.

Oscar 2020 conta com surpresas fora das categorias principais

Oscar 2020 conta com surpresas fora das categorias principais

A pergunta até 9 de fevereiro, dia da 92ª cerimônia do Oscar, é descobrir quais as chances do brasileiro “Democracia em Vertigem” levar o prêmio na categoria Melhor Documentário. Ao que parece, são poucas. O ótimo “For Sama” seria uma barbada. O filme sírio mostra o dia a dia de uma mãe com filho pequeno nos conflitos em Aleppo, durante a Guerra Civil Síria. Não chorar está fora de cogitação.

Cena do documentário “Democracia em Vertigem” da Netflix

Mas suas chances diminuem muito diante de “Indústria Americana”, documentário que traz a reflexão sobre o impacto da tecnologia de empresas chinesas nos Estados Unidos. Bem realizado e com uma visão otimista, é a primeira indicação ao Oscar de um filme da produtora de Michelle e Barack Obama. Isso deve pesar. O filme pode ser visto na Netflix.

Se “Parasita” tem até alguma chance de levar como Melhor Filme, o prêmio de Melhor Filme Internacional parece garantido para essa produção sul-coreana de terror e humor negro. Mas a vitória do impecável espanhol “Dor e Glória” seria justa e uma festa para os fãs de Pedro Almodóvar.

Para Melhor Filme de Animação, resta saber se a Academia terá coragem de peitar os grandes estúdios e premiar o ótimo “Link Perdido”, produção menor sobre a descoberta de um ancestral dos seres humanos. O filme pode desbancar “Como Treinar o Seu Dragão 3” e “Toy Story 4”. Mas surpresa mesmo seria o Oscar ir para o francês “Perdi Meu Corpo”, bizarra animação sobre as aventuras de uma mão decepada! Essa excentricidade também está disponível na Netflix.

A animação “Perdi Meu Corpo” tenta destronar a Disney

Uma irresistível e pouco comentada opção para seis minutos muito fofos é o americano “Hair Love”, que pode levar o Oscar de Curta de Animação. É a história de um pai que tem de pentear o cabelo da filha pela primeira vez. Um filme doce e envolvente, encontrável no YouTube.

E para o Oscar de Melhor Canção, Elton John e Bernie Taupin, que formam uma das parcerias de compositores mais queridas do mundo, escreveram “(I’m Gonna) Love Me Again” especialmente para a cinebiografia “Rocketman”. A Academia não vai deixar de valorizar essa deferência da dupla em compor algo inédito para um filme.