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Mobilidade: O futuro dos carros

Mobilidade: O futuro dos carros

Nelson Silveira, diretor da GM Mercosul, ao lado do Bolt EV elétrico

Diretor de Comunicação Corporativa e Marca da General Motors Mercosul, Nelson Silveira conversou com o Pro Coletivo sobre o futuro dos carros. Segundo ele, este “futuro” está cada vez mais próximo, já que vivemos em um contexto disruptivo. “A nossa visão é de um carro 100% elétrico, autônomo e compartilhado. Nosso objetivo é zerar os acidentes provocados por veículos com os carros autônomos, zerar emissões com a eletrificação e zerar congestionamentos com os controles que a conectividade vai proporcionar”, ele afirma, lembrando que 95% dos acidentes acontecem por erro humano, como dirigir ao celular.

O programa “Zero Acidentes, Zero Emissões e Zero Congestionamentos” foi lançado em setembro de 2017 por Mary Barra, CEO da montadora global. “A Mary disse que nos próximos cinco anos a indústria vai passar por uma revolução: irá se transformar muito mais do que nos últimos cinquenta. Acreditamos muito nisso. O programa Zero Zero Zero está relacionado com a transformação de uma indústria que produz e vende carros para uma indústria que oferece soluções de mobilidade pessoal”, explica Silveira.

Exemplo disso é o investimento maciço em automóveis elétricos. Depois do lançamento, em 2016, do Bolt EV, que tem autonomia de 400 km e preço em torno de US$ 30 mil, a GM busca a liderança da eletrificação no mundo. Até 2023, a empresa irá lançar vinte veículos elétricos. O objetivo é suprir as novas demandas da China, onde vende mais de cinco milhões de carros por ano. O país assinou uma lei que determina que 12% das vendas das montadoras tenham que ser de carros elétricos até 2020.

E o Brasil nisso tudo? Silveira é objetivo: “O nosso país não é um mercado maduro. A adoção do elétrico não envolve apenas o desejo do consumidor, mas o custo acessível, a preparação de todo um mercado e as políticas públicas. Nos Estados Unidos, além do valor menor do veículo e de descontos em pedágios e estacionamentos, há incentivos fiscais”.

Já o sistema de compartilhamento de carros da GM, o Maven, vem sendo testado no Brasil. Há um projeto piloto em curso com os funcionários de todas as unidades da empresa. “A economia do compartilhamento está crescendo e também estamos desenvolvendo veículos de combustão interna com direção elétrica e tecnologias de redução de consumo, o que diminui as emissões. A evolução do elétrico também vai acontecer por aqui. Mas é preciso ter todos os stake holders, inclusive o poder público, andando juntos”.

Instante Fotográfico: Maureen Bisilliat

Instante Fotográfico: Maureen Bisilliat

A inglesa Maureen Bisilliat, de 87 anos, construiu desde os anos 1950, quando se mudou para o Brasil, um dos mais sólidos trabalhos de investigação fotográfica da alma brasileira, aliando a seu olhar de estrangeira um respeito profundo por seus temas – sobretudo sertanejos e povos indígenas. Nos anos 60, trabalhou na emblemática revista Realidade, da Ed. Abril. É autora de livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros, como João Guimarães Rosa.

Cenas do dia-a-dia, Xingu-MT, c. 1975 Foto de Maureen Bisilliat Instituto Moreira Salles

IMS Acesse o acervo digital da fotógrafa.

23h-29h: La Tartine, um restô à la parisienne

23h-29h: La Tartine, um restô à la parisienne

Nos tempos da nossa juventude, eu e o meu finado Alfredo adorávamos ir às matinês do Cine Belas Artes assistir aos filmes dirigidos por Jacques Demy, François Truffaut, Agnès Varda e tantos outros mestres. O sotaque de Alain Delon e Catherine Deneuve, as músicas acompanhadas por acordeon, ora melódicas, ora festivas, os bistrôs da avenida Champs Elysées… tudo contribuía para um clima romântico – além da companhia do meu amado companheiro, na época, só um paquera. Poucas vezes me senti tão apaixonada pela vida como naquelas salas de cinema, assistindo aos filmes franceses nas décadas de 1960 e 1970.

Esses dias, no entanto, a vida me trouxe à tona o mesmo sentimento daqueles anos. Dessa vez não no cinema, mas à mesa, no La Tartine. Com uma fachada externa envidraçada, mostrando o interior do local como nos bistrôs que víamos nas telas, ele fica no início da rua Fernando de Albuquerque, entre a Consolação e a Bela Cintra, curiosamente perto do Belas Artes.

A meia luz do abajur, somada aos quadros e pôsteres apinhados nas paredes, proporciona uma intimidade. Os garçons, todos com gravatas-borboletas, têm muitos anos de casa e trazem espontaneidade e tranquilidade ao diminuto estabelecimento comandado por um dono francês.  A trilha sonora com músicas animadas  completa a cena.

Quanto às comidas, o bistrô oferece tudo aquilo que eu observava salivando nos filmes. Pedimos taças de pinot noir, foie gras com pão quentinho fatiado, sopa de cebola, rãs à provençal, profiteroles e, para finalizar, um café seguido de um cigarro – coisa que não fazia há anos. Foi uma noite fria, mas na qual me senti tão viva como aquela jovem moça dos anos 1970. Gastamos neste jantar R$ 200 o casal. Agora, o nome do homem gentil que me acompanhou e me fez sorrir o jantar inteiro fica como mistério para a próxima edição.

 

La Tartine

R. Fernando de Albuquerque, 267, Consolação, tel. 3259-2090

Lourdes de Sá tem 74 anos, é funcionária pública aposentada e avó de três jovens. Gosta de sair e se intitula uma “notívaga compulsiva”. E-mail:

Rádio Vozes: As novas músicas de protesto

Rádio Vozes: As novas músicas de protesto

A paraense Aíla canta sobre intolerância e feminismo

Muita gente me pergunta onde estão as músicas de protesto e há muito mais gente ainda que diz que hoje elas não existem. A tendência é comparar a produção feita agora com aquela dos anos da ditadura, dos tempos em que havia censura prévia, quando nossos compositores faziam malabarismo poéticos para passar suas mensagens. Mas tenho a impressão de que muitos pensam assim porque ouvem muito pouco do que tem sido feito nos últimos anos. A música brasileira nunca teve tanta produção e diversidade como agora. Só não toca nos meios convencionais.

Por isso resolvi falar aqui o que considero político na canção brasileira: as mensagens e algumas das vozes que precisamos ouvir.

Vou começar com Rico Dalasam e seu sucesso: “Aceite-C”. Lançado no EP “Modo Diverso” em 2015, o refrão grita a luta de tantos jovens que só querem ser o que são.

Já a paraense Aíla lançou em 2017 um disco roqueiro, dançante e forte chamado “Em Cada Verso Um Contra-Ataque”. Seus temas são a homofobia, o feminismo, a intolerância e o amor. Aíla gravou “Tijolo”, do compositor Posada, cantor e compositor carioca que tem versos muito necessários: “Poluindo as águas/ Com muita lábia/Com muitos ismos/Falta pão/Falta livro/Falta corpo/Falta espírito…”

Criolo, em 2017, em seu disco “Espiral de Ilusão”, gravou “Menino Mimado”: “Eu não quero viver assim, mastigar desilusão/Este abismo social requer atenção/Foco, força e fé, já falou meu irmão/Meninos mimados não podem reger a nação…”

Elza Soares no premiado disco “A Mulher do Fim do Mundo” fala da violência contra a mulher nos versos de Douglas Germano: “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”.

Canções são como crônicas de seu tempo. Vale lembrar que o samba, no seu surgimento, era mal visto como é hoje o funk. Falar de amor como se falava em 1958 já não é mais possível. Não para quem nasceu ou cresceu no século 21. Protestar como em 70 também já não vale, mesmo que algumas canções sejam eternas como “Roda Viva”, “Como Nossos Pais”, “O Bêbado e o Equilibrista”, que representam uma época. O desejo de uma vida melhor é comum a todas as gerações. E, convenhamos, falar de amor nesses tempos bicudos é revolucionário.

Bon Vivant: Skye continua a se reiventar

Bon Vivant: Skye continua a se reiventar

Visão do terraço do Skye

Por mais que se juntem todos os ingredientes necessários, para cair nas graças do público é preciso contar com um toque de magia.Ainda mais em São Paulo, onde as casas que se mantêm badaladas por mais de um ano já são consideradas cases de sucesso.

E magia é o que não falta no Skye. Ele fica na cobertura do charmoso Hotel Unique, próximo ao Parque Ibirapuera. Além de hospedar grande parte dos pop stars e artistas do mundo inteiro, o Hotel Unique ainda promove as festas e os eventos mais disputados da cidade, como a famosa e tão desejada festa da Vogue.

É óbvio que todo este glamour ajuda a glorificar o Skye que, afinal, reina na cobertura. Ele funciona como um complexo de restaurante, bar e pool lounge. Conhecido pela modernidade de sua cozinha contemporânea, o restaurante é a cereja do bolo. O chef executivo do Hotel Unique e responsável pelo cardápio do Skye, Emmanuel Bassoleil, segue a tendência mundial da cozinha gourmet saudável e dedica 25% do seu cardápio a opções veganas e vegetarianas – o delicioso prato da foto é um bom exemplo.

O prato Verde Que Te Quer Verde: gnocchi de ervilha, edamame, fava, brócolis, aspargos e vagem com caldinho de chá de ervas

O chef continua mesclando sabores e temperos de todo o Brasil com receitas contemporâneas ousadas, sem perder a pegada francesa. O cardápio oferece também um belo espaço à comida japonesa de ótima qualidade. E é claro que tudo isso atrai os turistas gourmet do Brasil e do mundo.

O chef Bassoleil, desde a concepção do Unique, há 18 anos, é o responsável pela gastronomia de todas as operações. Ele afirma que a rápida reforma feita em dois meses deixou a estrutura em harmonia com as novas tecnologias e tornou mais eficiente ainda o restaurante e o bar, que bomba nas noitadas de drinques no deck da famosa piscina vermelha de borda infinita com vista para a cidade toda.

Enfileirados, o deck, o bar e o restaurante dão uma perspectiva moderna e muito leve.

O Skye é um ótimo programa para levar os amigos, especialmente os de fora. Seja para um almoço, um jantar ou apenas para tomar um drinque no terraço, ele traz a dimensão do nosso Central Park paulistano.

Até!