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Escolas de Carnaval de SP e Rio retomam a criação de enredos com protestos contra as mazelas do país

por | fev 3, 2020 | Cultura | 0 Comentários

O Carnaval, que durante os anos da ditadura militar sempre trazia para a avenida um bom retrato do humor do povão, agora ensaia um retorno dessa sua capacidade de mostrar com leveza a indignação com as mazelas do Brasil – ainda mais nesses tempos de patrulhas culturais, ideológicas, religiosas e comportamentais. Carnaval é catarse, é tempo de extravasar, de viver a liberdade, de dizermos sem medo e bem alto tudo o que pensamos e sentimos!

Desfile de Carnaval na Sapucaí, no Rio. Foto: Divulgação

Desfile na Sapucaí, no Rio. Foto: Divulgação

Escolas cariocas como a Mangueira, a Mocidade Independente, a São Clemente e a Portela, ou paulistas como a Mancha Verde e a Tom Maior, farão este ano desfiles com temas engajados e de protesto. A Mangueira fala de desigualdade e traz ao Sambódromo carioca um Jesus negro e favelado que avisa: “Não tem futuro sem partilha”. A Mocidade de Padre Miguel homenageia Elza Soares criticando a fome, a pobreza e a violência contra a mulher. Na Portela, o samba remete aos povos ameaçados do Brasil ao cantar: “Índio pede paz, mas é de guerra / Nossa aldeia é sem partido ou facção e não se curva a capitão”. E a São Clemente, com samba composto pelo humorista Marcelo Adnet, faz piada com a onda de fake news.

Em São Paulo, a Tom Maior terá um desfile sobre negritude, resistência e luta por igualdade da enorme população afrodescendente, e a Mancha Verde, atual campeã, este ano aposta em um enredo que condena a injustiça social e o preconceito e pede mais paz, amor e direitos humanos.

Para ver isso tudo ao vivo, os ingressos já estão à venda. Em São Paulo, onde os desfiles acontecem na sexta (dia 21) e no sábado (22), os mais baratos custam R$ 90, enquanto os mais caros (mesas de pista com 4 lugares no setor H) saem por R$ 2.420.

Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Foto: Divulgação

Quem quiser acompanhar de um lugar mais confortável pode se aboletar no Camarote da Garoa – com ingressos a partir de R$ 714, shows privativos, bufê de comidinhas, open bar e vista privilegiada para a passarela do samba) – ou no Camarote Bar Brahma, com shows de Seu Jorge e Zeca Pagodinho, varanda aberta para a passarela, open bar, praça gourmet, espaço relax e ingressos a partir de R$ 990.

No Sambódromo do Rio, os ingressos variam de R$ 487 a R$ 1.627 para os desfiles do domingo (dia 23) e da segunda (24). No Camarote UOL-Nº1, no Setor 2, perto da Concentração, a folia é comandada por Sabrina Sato, e os ingressos têm preços na casa dos R$ 3.000. No Camarote Allegria, no Setor 11, já quase na Praça da Apoteose, por cerca de R$ 1.300 a galera pode curtir a extensa programação de shows, os sushis do Ten Kai e os refrescantes drinques da Adoro Frozen.

Para quem estiver no Rio em fevereiro e quiser ter uma boa amostra da força de resistência cultural do Carnaval, a dica é correr para garantir um lugar na plateia do já tradicional Show da Mangueira, dias 11 e 12 no Vivo Rio, que este ano terá como estrelas a diva Maria Bethânia e o sempre genial Chico Buarque de Holanda. Os ingressos custam de R$ 140 a R$ 380.

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