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Regina Casé encanta o Brasil com seu “amor de mãe”

Regina Casé encanta o Brasil com seu “amor de mãe”

Confundir-se com personagens de ficção é algo natural para Regina Casé. “Me confundo mesmo. Minha grande qualidade como atriz é de fato ser a Regina o tempo todo. Disponibilizo meu corpo, todos os meus defeitos, todos os meus sofrimentos, todas as minhas alegrias para meu personagem. É tudo junto e misturado, e sempre foi”, diz a atriz. É por isso que não sabemos onde termina Regina e onde começa Lurdes, a protagonista da novela “Amor de Mãe”.

Na história escrita por Manuela Dias e dirigida por José Luiz Villamarim, a atriz se entrega inteira, com todo seu talento e carisma, à essência dessa nordestina batalhadora, mãe de cinco filhos, que encabeça uma trama repleta de luta e transformação.

Após um hiato de 18 anos, Regina Casé voltou às novelas como a Lurdes, de "Amor de Mãe". Foto: João Pedro Januário

Após um hiato de 18 anos, Regina Casé voltou às novelas como a Lurdes, de “Amor de Mãe”. Foto: João Pedro Januário

Lurdes, segundo Regina, é “uma fábrica de amor”. “Ela vale mais do que mil palavras”, enfatiza. “Estou colocando todo o amor do meu coração nesse personagem. Estou buscando tudo o que eu já passei como mãe, como mulher. E todas as mulheres que fui conhecendo pelo Brasil. Os gestos, as expressões. É como se eu tivesse um tesouro guardado dentro de mim que posso levar a público”, diz a atriz, com sua intensidade peculiar. No dia em que ela recebeu a 29HORAS para bater um papo nos estúdios Globo, seu semblante, no início, parecia cansado.

Afinal, vinha emendando vários dias e noites de gravação, praticamente sem pausas. Mas foi só se sentar para falar sobre Lurdes e sua energia se acendeu, assim como o sorriso largo, uma das marcas de Regina. Vestida como a personagem, com a bolsinha a tiracolo repleta de itens essenciais – como o guarda-chuva e uma toalhinha bordada com a frase “Meu filho, minha vida” –, ela confessa a alegria de fazer novamente uma novela. “Eu não lembrava o exercício maravilhoso que é poder corrigir, diariamente, o que se fez na véspera, se assistir, melhorar. Em um filme, você filma um ou dois meses e não se vê. Na novela é diferente”, ressalta a atriz. O último folhetim em que ela atuou foi “As Filhas da Mãe”, de Silvio de Abreu, em 2001.

Outro ponto importante é a conexão com o público pela via da emoção. Algo essencial nos tempos atuais de polarização de opiniões, intolerância, pouco diálogo e escuta. Momento, segundo a atriz, de falar menos e procurar atalhos para chegar ao outro – criando pontes e não muros, como costuma dizer.

Regina Casé, como Lurdes, com sua família em "Amor de Mãe", ao lado dos atores Clara Galinari, Juliano Cazarré, Jéssica Ellen, Nanda Costa, Thiago Martins e Humberto Carrão. Foto: Divulgação

Regina Casé, como Lurdes, com sua família em “Amor de Mãe”, ao lado dos atores Clara Galinari, Juliano Cazarré, Jéssica Ellen, Nanda Costa, Thiago Martins e Humberto Carrão. Foto: Divulgação

“A dramaturgia é o melhor lugar para se estar neste momento. Você pode ter raiva de alguém, mas se a pessoa faz você rir, a raiva se quebra. Você pode estar irredutível e com os olhos fechados, mas se ela lhe provoca uma lágrima ou risada, tudo muda. Emoção, você não contém. Estou encantada com essa arma poderosíssima de chegar ao outro”, afirma.

Durante quase vinte anos, Regina planejava equilibrar seu trabalho de apresentadora com o de atriz. Nunca conseguiu. As produções como apresentadora consumiram praticamente todo o seu tempo livre, com viagens pelo Brasil. Desde “Brasil Legal” (1994), ela conduziu brilhantemente programas diversos, como “Muvuca” (1998) e “Esquenta” (2011), entre outros.

Vez ou outra conseguia encaixar, a duras penas, trabalhos na dramaturgia. No cinema, dois destaques foram “Eu, Tu, Eles”, de Andrucha Waddington (2000) e “Que Horas ela Volta”, de Anna Muylaert, em 2015, trabalhos que lhe renderam vários prêmios – nacionais e internacionais.

No ano passado, decidiu voltar aos palcos, após 23 anos, com o “Recital da Onça”, no Rio. O projeto foi dirigido pelo marido, Estevão Ciavatta, e por Hamilton Vaz Pereira, e vai rodar o Brasil tão logo se encerrem as gravações da novela.

A atriz com a família. Foto: Acervo pessoal

Mas agora quem fala mais alto no seu coração é mesmo a Lurdes, a heroína que saiu do Rio Grande do Norte para procurar o filho, vendido pelo marido a uma traficante de crianças do Rio de Janeiro, e foi trabalhar como babá na casa da advogada Vitória, vivida por Taís Araújo. “A compensação maior é representar, no sentido mais amplo da palavra, tantas mulheres guerreiras que chefiam seus lares sozinhas”.

Mãe de Benedita Casé Zerbini, de 30 anos, e de Roque, de seis anos, a carioca Regina Casé conta que conversou bastante com os filhos e com o marido antes de assumir a sua Lurdes. O tempo para a família tem sido pequeno, mas ela lembra que é um período, e que está sendo “muito bonito e compensador”.

E o que a atriz tem em comum com a personagem? “Sou uma ótima mãe. Encho a boca para dizer isso. Minha filha, que já é mãe (de Brás, de dois anos), me reconhece como uma ótima mãe, o que é a maior alegria da minha vida. Eu achava que não seria boa mãe. Sempre me interessei mais pelo trabalho, por viajar, do que pela maternidade. Mas tenho uma história de aprendizado e agradeço muito à Benedita. Não conheço uma única pessoa que não seja apaixonada pela minha filha”.

Regina Casé

Elenco do filme “Eu, Tu, Eles”. Foto: Divulgação

Essa mãe e avó coruja vive uma das melhores fases de sua carreira. O filme “Três Verões”, de Sandra Kogut, que teve sua estreia mundial no Festival de Toronto, rendeu à Regina o prêmio de Melhor de Atriz no Antalya Golden Orange Film Festival, na Turquia, e o prêmio Redentor de Melhor Atriz do Festival do Rio.

No longa, previsto para estrear no dia 19 de março em circuito nacional, Regina é Madá, uma caseira que comanda uma equipe de empregados na mansão de uma família – e que tem a vida afetada pelo envolvimento de seus patrões nas investigações da Lava Jato.

Ela diz que quem viu a Val em “Que Horas ela Volta” e está acompanhando a Lurdes, em “Amor de Mãe”, encontrará em Madá uma personagem completamente diferente, cheia de nuances. Sandra Kogut é amiga de longa data e dirigiu Regina em “Brasil Legal” e no curta “Lá e Cá”, nos anos 1990.

Regina conheceu, ao longo da sua história, dezenas de mulheres como Val, Lurdes e Madá – em especial quando viajou pelo Brasil com seus programas –, mas não se acostumou a vê-las na tela. “Isso me motivou a querer devolver a essas mulheres tudo o que elas deram ao Brasil até hoje”, observa.

De certa forma, a atriz vem fazendo exatamente isso ao longo da vida: sendo ponte, dando visibilidade a temas e a pessoas “invisíveis”.

Regina Casé

Regina Casé no grupo de teatro Asdrubal Trouxe o Trombone, no anos 1970. Foto: Divulgação

“Acho que ainda há muito a ser conquistado não só pelas mulheres, mas pelas minorias que são invisibilizadas. Mas uma coisa eu sinto: antes, eu precisava falar ‘olhem pro Mumuzinho, pra Ludmilla, quanta coisa acontece culturalmente na periferia’. Eu tinha que iluminar essas pessoas. Foi um trabalho braçal, durante anos. Hoje, vejo a representatividade de negros nessa novela, por exemplo. Dois negros advogados discutindo um caso sem que isso tenha uma explicação. Como mãe de um menino negro, acho importante”.

Seu sonho é continuar sendo ponte entre classes sociais, diferentes religiões – ela se define ecumênica – e diferentes posições políticas. Mas sem precisar falar pelas pessoas. “Que elas tenham voz própria”, defende Regina Casé, que vem fazendo história desde que começou nos palcos, nos anos 1970, com o grupo Asdrubal Trouxe o Trombone.

Para Regina, que completa 66 anos neste mês, é uma grande vitória poder tornar protagonistas mulheres do povo. E, sem dúvida, é um grande deleite para todos acompanhar esse fabuloso trabalho.

5 perguntas para Sandra Kogut, diretora de “Três Verões”

Sandra Kogut. Foto: Divulgação

Como é trabalhar com a Regina?

Ela é uma grande atriz, muito talentosa, e tem uma maneira de trabalhar que vai muito ao encontro do que me interessa. Nos meus filmes anteriores, trabalhei principalmente com não atores, pois me atrai essa naturalidade.

Como nasceu a personagem Madá?

Há anos eu queria fazer um filme com Regina. Surgiu o momento certo e a Madá, que se confunde com personagens anteriores que ela fez, é bem diferente porque está entre dois mundos. É empregada dos patrões e é a patroa dos empregados. É um personagem emblemático, que está ali se virando, fazendo mágica para dar um jeito na vida. São os personagens que eu acho mais comoventes.

Do que trata o filme?

O filme fala desse projeto neoliberal de sociedade, em que todo mundo quer ser patrão. Tudo é negócio e se transforma em produto para vender. É cada um por si, tudo o que é coletivo desmorona. O Brasil retratado nesse filme é o Brasil do momento exatamente anterior à ruptura que veio com a eleição de Jair Bolsonaro, entre 2015 e 2017. O filme surgiu do desejo de falar desse momento do país.

Como Regina contribuiu para a Madá?

Ela traz muito para o personagem. E, ao mesmo tempo, delega muito também. No cinema, o diretor é a única pessoa que vê o todo. E isso é interessante: um projeto coletivo, cheio de mentes criativas colo cadas juntas, mas cada um cuidando do seu, puxando para si. Essa tensão faz a riqueza de um filme. Por isso é importante uma relação antiga, de confiança, como a nossa. Regina tem uma riqueza emocional gigantesca, raríssima, espetacular. Tem uma compreensão dos personagens, das situações, uma inteligência única, uma capacidade de observação gigante. E uma capacidade de fazer tudo sem preconceitos, sem julgar, com muita verdade. A Regina é espetacular. E olha que já trabalhei com ela algumas vezes, mas nessa filmagem não cansei de me encantar.

Como vai a carreira internacional de “Três Verões”?

Muito bem! Existe algo de universal que funciona muito bem. Vem da qualidade humana da história, da interpretação, do trabalho coletivo. E o assunto ecoa em muitos países no mundo, como na Turquia, onde ouvi que o filme deveria ser obrigatório por lá. Tanto pelo lado do projeto neoliberal e dos escândalos de corrupção, quanto pelo lado humano. Em Cuba, na Turquia e nos Estados Unidos, as pessoas se encantam com os personagens, com a história, com a interpretação da Regina. O filme tem uma carreira intensa de festivais internacionais daqui para frente e será lançado nos cinemas na França no início de março, um pouco antes do Brasil, que é dia 19. É só o começo. Depois, ele irá para outros países.

Regina Casé encanta o Brasil como Lurdes, em “Amor de Mãe”

Regina Casé encanta o Brasil como Lurdes, em “Amor de Mãe”

Confundir-se com personagens de ficção é algo natural para Regina Casé. “Me confundo mesmo. Minha grande qualidade como atriz é de fato ser a Regina o tempo todo. Disponibilizo meu corpo, todos os meus defeitos, todos os meus sofrimentos, todas as minhas alegrias para meu personagem. É tudo junto e misturado, e sempre foi”, diz a atriz. É por isso que não sabemos onde termina Regina e onde começa Lurdes, a protagonista da novela “Amor de Mãe”.

Na história escrita por Manuela Dias e dirigida por José Luiz Villamarim, a atriz se entrega inteira, com todo seu talento e carisma, à essência dessa nordestina batalhadora, mãe de cinco filhos, que encabeça uma trama repleta de luta e transformação.

Regina Casé

Regina Casé, como Lurdes, com sua família em “Amor de Mãe”, ao lado dos atores Clara Galinari, Juliano Cazarré, Jéssica Ellen, Nanda Costa, Thiago Martins e Humberto Carrão. Foto: Divulgação

Lurdes, segundo Regina, é “uma fábrica de amor”. “Ela vale mais do que mil palavras”, enfatiza. “Estou colocando todo o amor do meu coração nesse personagem. Estou buscando tudo o que eu já passei como mãe, como mulher. E todas as mulheres que fui conhecendo pelo Brasil. Os gestos, as expressões. É como se eu tivesse um tesouro guardado dentro de mim que posso levar a público”, diz a atriz, com sua intensidade peculiar. No dia em que ela recebeu a 29HORAS para bater um papo nos estúdios Globo, seu semblante, no início, parecia cansado.

Afinal, vinha emendando vários dias e noites de gravação, praticamente sem pausas. Mas foi só se sentar para falar sobre Lurdes e sua energia se acendeu, assim como o sorriso largo, uma das marcas de Regina. Vestida como a personagem, com a bolsinha a tiracolo repleta de itens essenciais – como o guarda-chuva e uma toalhinha bordada com a frase “Meu filho, minha vida” –, ela confessa a alegria de fazer novamente uma novela. “Eu não lembrava o exercício maravilhoso que é poder corrigir, diariamente, o que se fez na véspera, se assistir, melhorar. Em um filme, você filma um ou dois meses e não se vê. Na novela é diferente”, ressalta a atriz. O último folhetim em que ela atuou foi “As Filhas da Mãe”, de Silvio de Abreu, em 2001.

Veja a matéria completa em nosso site no Rio.

Atriz e cantora Vanja Orico terá documentário em sua homenagem

Atriz e cantora Vanja Orico terá documentário em sua homenagem

Um dos maiores ícones de afirmação da cultura brasileira, com destaque internacional no cinema, na música e na moda, a atriz e cantora Vanja Orico completaria 90 anos em 2019.

Única brasileira a estrelar um filme do famoso diretor italiano da década de 1950, Federico Fellini, Vanja também ficou conhecida como a Musa do Cangaço. Para homenageá-la, o diretor e seu filho, Adolfo Rosenthal, produziu um documentário baseado em memórias e escritos inéditos da artista, com estreia prevista para o segundo semestre deste ano.

Vanja Orico

Vanja Orico, no auge de sua carreira. Fotos: Arquivo pessoal

“Vanja Orico foi um marco da cultura nacional. Antes dela, somente Carmem Miranda alcançou esse grau de representatividade”, lembra Adolfo. O cineasta explica que, no Brasil daquela época, a “chanchada” era o gênero cinematográfico mais popular, porém não saía das nossas fronteiras. O longa “O Cangaceiro”, de 1953, mudou esse cenário, a obra ganhou o mundo e foi o primeiro filme brasileiro premiado em Cannes. “Foi sucesso de público e crítica, divisor de águas na cinematografia brasileira por trazer um estilo realista e uma fotografia inovadora”.

No filme, a atriz interpretou o papel de Maria Bonita e cantou as músicas “Sodade, meu Bem, Sodade” e “Olê Mulé Rendeira”, que simbolizavam o movimento do cangaço e a cultura regional do país, o que lhe rendeu o apelido de Musa do Cangaço. “Vanja passou a simbolizar um Brasil profundo, com seu folclore marcante e original”, enfatiza o diretor.

Vanja detendo ataque dos militares aos estudantes se colocando à frente do comboio do exército, em outubro de 1968

Produzir e roteirizar um documentário em homenagem à mãe e artista foi uma promessa, que agora se realiza. “No dia 28 de janeiro de 2015, nos instantes finais da vida de minha mãe, prometi a ela que faria um filme sobre sua vida. Isso se tornou uma missão, não apenas no resgate da história de sua vida, mas pelo legado de uma grande mulher e artista brasileira”.

O longa traz áudios de Vanja Orico, que narram alguns episódios marcantes de sua vida, como o dia em que enfrentou um batalhão de choque que reprimia uma manifestação de estudantes e trabalhadores durante a ditadura militar. Como mostram registros da época, no dia 23 de outubro de 1968, um trabalhador ensanguentado com um tiro no pescoço caiu ao lado da atriz, que também participava do ato. Vanja, então, se ajoelhou no meio da rua e gritou: “Não atirem, somos todos brasileiros”.

Para o diretor, com esse engajamento político e por sua relevância artística, a atriz continuará inspirando novas gerações. “Além de rever sua arte e vida, vejo que, mais do que nunca, precisamos de Vanja em nossos corações”.

Natália Lage estreia o filme policial “A Divisão” neste mês

Natália Lage estreia o filme policial “A Divisão” neste mês

A diversidade de linguagens e formatos não é um problema para Natália Lage. Transitar pela comédia, como fez no filme “Chorar de Rir” e em “A Grande Família”; pela ação, com participação em “Lendas Urbanas”, da TV Record; e pelo drama, atuando na série da HBO, “Psi”, é motivo de satisfação para a carioca. Em 2020, o ritmo intenso continua e a atriz volta para as novelas da Globo depois de 12 anos e também estreia no elenco do longa policial “A Divisão”, dirigido por Vicente Amorim.

Natália Lage

Natália Lage carrega uma trajetória profissional de muitos gêneros. Foto: Fábio Audi / Divulgação

“Gosto de construir o personagem aos poucos, nas novelas as tramas vão aparecendo no decorrer do tempo, estou ansiosa para voltar”, conta. Neste ano, Natália interpretará uma médica na próxima novela das 21 horas, de Licia Manzo, que estreia após “Amor de Mãe”. Seu último papel em um folhetim foi em “Pé na Jaca”, de 2007.

Nos cinemas, a atriz entra na pele da policial Roberta, que faz parte da divisão antissequestro da Polícia Civil do Rio de Janeiro, no filme “A Divisão”, em cartaz este mês. A personagem é complexa e retrata a multiplicidade de valores e questões presentes em uma pessoa. “Ninguém é bonzinho ou apenas mau”, ela observa. “O papel foi difícil porque a Roberta quase não sorri e tem uma relação com dinheiro e trabalho com a qual não me identifico, mas foi um aprendizado”.

O longa se passa no fim dos anos 1990, quando uma onda de sequestros abalou a capital fluminense. Um grupo de policiais tem a missão de desmontar as quadrilhas que transformou o crime em indústria. Nos bastidores das investigações, a disputa de poder entre os próprios policiais amarra a trama. “Precisamos esbarrar nessas questões de segurança pública, porque dialogam com o nosso momento político, que é delicado. Espero realmente que o filme nos faça refletir”.

Em 2020, Natália Lage também volta para as gravações da segunda temporada da série brasileira “Irmandade”, da Netflix, dirigida por Pedro Morelli, além de começar projetos no teatro no Rio de Janeiro.

Maria Ribeiro está sempre buscando novas formas de expandir sua obra

Maria Ribeiro está sempre buscando novas formas de expandir sua obra

Maria Ribeiro gosta de falar – e deixa isso claro logo no início da conversa com o repórter. Diz até que tem que se controlar porque fala alto. Nem é bem assim, mas uma coisa é certa: parece já ter refletido sobre qualquer assunto que apareça. Seja sobre a insana política brasileira ou os doces dramas do cotidiano, a atriz sempre tem algo a comentar. Ela está de olho em tudo.

Não foi à toa que, depois de quase duas décadas como profissional das artes cênicas, nos últimos anos Maria se descolou um pouco dos textos alheios e abriu caminhos para suas próprias palavras. Como quem não quer nada, em dois tempos tornou-se comentarista do programa “Saia Justa”, na TV a cabo, cronista na grande imprensa, escritora, diretora e autora de peças teatrais e de documentários. Mas mantém-se, sobretudo, atriz.

Única artista da da família, Maria Ribeiro apresenta seu olhar de repórter a todo momento. Fotos: Jorge Bispo

“Eu AMO trabalhar”, diz ela, cariocamente enfática. “Acordo às seis já cheia de ideias, chamo amigos para os projetos. Não paro quieta nem um minuto. Amo”.

A julgar pela sua agenda próxima, eis aí o tipo de amor (ou paixão) fértil. Entre o finzinho de 2019 e 2020, Maria Ribeiro enfileira muitas estreias: tem o documentário “Outubro”; “Isso Não é Aqui”, longa de Felipe Nepomuceno com o ator Alexandre Nero; a segunda temporada de “Desalma” e a série “Todas as Mulheres do Mundo”, ambas no GloboPlay. Tem também o monólogo “Pós F”, baseado na obra da escritora, roteirista e atriz Fernanda Young, grande amiga que morreu em agosto deste ano. Nessa correria, promete revirar a gaveta dos afetos e trabalhar no documentário “Leonídio”, sobre o próprio pai, morto em 2013.

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