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Blocos de rua de São Paulo e Rio de Janeiro agitam milhões de pessoas

Blocos de rua de São Paulo e Rio de Janeiro agitam milhões de pessoas

O paulistano tinha a fama de não organizar folia à altura de outras cidades brasileiras. Até o começo da década passada, São Paulo não possuía tradição nos blocos de rua como Rio de Janeiro, Salvador e Olinda. Mas em poucos anos muito mudou, e a terra da garoa virou lugar certo de festa nessa época do ano também. Em 2018, desfilaram pelas ruas da capital paulista 491 blocos, já no ano seguinte 570 e, neste ano, são esperados 865 para ocupar as ruas.

Bloco Saia de Chita, em São Paulo. Foto: Divulgação

E a folia tem promovido bons números para a cidade. Um levantamento da São Paulo Turismo (SPTuris) revelou que o gasto dos turistas subiu de R$ 683 para R$ 734 de 2018 para 2019, assim como a permanência na cidade: de 4 para 6 dias. De acordo com a pesquisa, o impacto econômico gerado pelo sucesso do Carnaval de rua do ano passado foi de R$ 2,3 bilhões. As expectativas para 2020 continuam positivas.

Alguns blocos de rua são responsáveis por arrastar milhares e até milhões de foliões em um mesmo lugar e horário. Para curtir um bom som e não ter grandes preocupações com a segurança, festas mais tradicionais, muitas vezes, são os melhores jeitos de pular o Carnaval. Aqui vão alguns desses blocos:

Acadêmicos do Baixo Augusta

Um dos blocos mais antigos da cidade, o Baixo Augusta é conhecido por sua verve política e crítica, e por reunir em seu desfile um time de artistas e celebridades, como a atriz Alessandra Negrini, que é a rainha, e Leandra Leal, uma de suas musas. Em 2019, o bloco completou dez anos e arrastou um milhão de pessoas pela rua da Consolação. Neste ano, a festa acontece no domingo de pré-carnaval, dia 16 de fevereiro.

Saia de Chita e Bloco Manada

O Bloco Saia de Chita toca MPB e muita percussão há 14 anos pelas ruas de São Paulo. Em 2020, outro bloco, o Manada, se junta a ele para somar mais brasilidades à festa, com o repertório de frevos e axés, passando pelo soul e até o pop brasileiro, em um superbloco na Casa Natura Musical, em Pinheiros, no dia 8 de fevereiro.

Ilú Obá De Min

Tendo como madrinha a cantora Leci Brandão e fundado em 2004, o Ilú Obá De Min é composto apenas por mulheres. Foi criado pelas percussionistas Beth Beli, Girlei Luiza Miranda e Adriana Aragão, que procuravam uma forma de aumentar a participação feminina no comando dos blocos e na percussão. Cantoras e dançarinas representam os orixás africanos durante o desfile, que neste ano acontece na sexta-feira de Carnaval, dia 21.

As festas cariocas

Nas ruas do Rio de Janeiro, os blocos em locais fechados têm feito sucesso por causa da busca por segurança e serviços especiais. Apesar de terem o custo de entrada – com bebidas e comidas inclusas, além da infraestrutura de banheiros e até camarins para os foliões –, chamam a atenção de famílias e casais. Confira alguns deles:

Bloco Cordão da Bola Preta, no Rio. Foto: Divulgação

Samba do Zeca

Zeca Pagodinho vai levar sua música e amigos para o Jockey Club do Rio de Janeiro no pré-carnaval, no dia 1 de fevereiro. Desde 2008, Zeca canta seus principais sucessos na roda de samba uma vez ao mês, mas em fevereiro a festa é maior, e neste ano tem entrada a partir de R$ 80. Os cantores Maria Rita e Criolo já estiveram em edições anteriores.

Baile do Hotel Copacabana Palace

Conhecido por seu glamour e sofisticação, o hotel Copacabana Palace promove, há anos, festas lendárias, que atraem celebridades e gente que busca uma folia em grande estilo (os preços começam na casa dos R$ 2 mil). Com buffet completo e open bar de bebidas premium, a festa promete ser animada até o sol raiar na praia de Copacabana. O tema deste ano é “Abra suas Asas” e o evento acontece no sábado de Carnaval, no dia 22 de fevereiro.

Cordão do Bola Preta

O prazer de sair pelas ruas com todo mundo não pode ser deixado de lado, por isso vale compartilhar a alegria de alguns grupos tradicionais. O maior exemplo é o bloco Cordão do Bola Preta, o mais antigo da capital fluminense, criado em 1918. O hino da agremiação é uma das mais famosas marchinhas, com o verso “Quem não chora não mama”. O Bola Preta desfila tradicionalmente pela manhã do sábado de Carnaval, no centro do Rio.

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador lançam seu 5º álbum no Carnaval

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador lançam seu 5º álbum no Carnaval

Após incontáveis tardes musicais no Andaraí, Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador comemoram 15 anos da formação do grupo com o álbum “Fazendo Samba”. Já disponível nas principais plataformas de streaming, o lançamento conta com participações de Leci Brandão, João Bosco e Roberta Sá.

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador

Moacyr Luz ao lado do Samba do Trabalhador. Foto: Marluci Martins / Divulgação

Odes ao gênero mais tradicional do Rio e ao ofício dos bambas são destaque no quinto disco dos sambistas. “O repertório reúne canções nossas e parcerias inéditas com amigos e velhos conhecidos da música brasileira, além de quatro sucessos que já estão na boca do público, que agora ganham a nossa cara e uma pitada do que o público encontra nas nossas segundas-feiras sagradas”, conta Moacyr Luz.

Desde a sua fundação, em 2005, o Samba do Trabalhador se apresenta às segundas no clube Renascença, na zona norte do Rio de Janeiro. Ao contrário do que vale para a maioria das profissões, esse é o dia de folga dos músicos. Moacyr viu nessa data a oportunidade rara para se reunir com seus amigos sambistas em meio a agendas lotadas. O que começou como um encontro casual, virou um polo de resistência cultural, atraindo semanalmente milhares de espectadores para o Renascença e conquistando três Prêmios da Música Brasileira. Na segunda-feira de Carnaval, o grupo estará presente no clube a partir das 16h30. Os ingressos custam R$ 30.

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador no Renascença Clube

Rua Barão de São Francisco, 54, Andaraí, tel. 21 3253-2322.

Parceria entre Rosas de Ouro e pesquisadores traz inovações tecnológicas ao sambódromo

Parceria entre Rosas de Ouro e pesquisadores traz inovações tecnológicas ao sambódromo

Muitos sonhos ganham vida no Carnaval. Paetê, crepom e glitter ajudam a dar forma às fantasias daqueles que anseiam pelo momento de fazer loucuras e estar na pele de personagens queridos e debochados. Enquanto os foliões tomam as ruas do país, as escolas de samba transformam o trabalho de um ano no maior espetáculo do planeta. Cada enredo é um recado para o Brasil ao som do cavaquinho e do tamborim. Em 2020, uma mensagem bastante diferente das demais está sendo proferida pela Rosas de Ouro: “Queremos tempos modernos”.

Na contramão da maioria das escolas, que costumam trabalhar com temas ligados a personalidades ilustres, ao folclore e às questões sociais do Brasil, a agremiação paulista vai retratar as revoluções industriais, com ênfase na 4ª, que está começando a acontecer. O surgimento da máquina a vapor no final do século XVIII; o início da produção em massa nos anos 1910; os primórdios da robotização, no pós-segunda guerra, até o surgimento dos softwares e hardwares – todas essas tecnologias compõem a parte histórica do enredo da Rosas de Ouro.

Mestre-sala e porta-bandeira da Rosas de Ouro mostram o enredo do desfile deste ano. Foto: Igor Cantanhede

“Agora, nós vamos entrar na 4ª revolução industrial e a sociedade vai sofrer enormes transformações. Acontecerá um desenvolvimento simultâneo e acelerado da tecnologia em três mundos: o físico, o digital e o biológico”, resume Elcio Brito, doutor em engenharia especializado no desenvolvimento de tecnologias de automação e informação. Carros autônomos, reportagens escritas por computador, órgãos artificiais, robôs ocupando cargos variados, de cozinheiros a CEOs – o que era ficção científica passa a ser real nos próximos anos, mas o novo cenário não é promissor para o Brasil. Segundo um levantamento de 2016 do Fórum Econômico Mundial, o país é o 72° no índice de preparo para a 4ª revolução industrial, atrás de países como Costa Rica, Panamá, Trinidad e Tobago e Colômbia.

Visando nos conectar ao que está por vir, Elcio Brito e dezenas de outros especialistas e cientistas de diversas áreas e instituições lançaram, em 2017, o livro “Automação & Sociedade – Quarta Revolução Industrial, um olhar para o Brasil”. Apesar da relevância dos estudos publicados, a obra não conseguia levar o debate para a boca do povo. “Nós debatemos a melhor forma de levar isso para frente e surgiu a ideia de usar a arte e a cultura. Então resolvemos buscar o Carnaval e procuramos a escola de samba Rosas de Ouro”, revela Brito.

“Quando eles me apresentaram o tema eu fiquei morrendo de medo, pois era algo muito distante da minha realidade”, rememora o carioca André Machado, carnavalesco da Rosas de Ouro. “Mas, por outro lado, me seduziu por ser algo inédito. Esse desfile tem o poder de provocar a discussão sobre qual será o futuro do brasileiro e o que podemos fazer com essa tecnologia. Se, a curto prazo, as revoluções industriais aumentaram o desemprego, vamos colocar em pauta o debate sobre a tecnologia e pensar como ela pode ser benéfica para todos nós, não ficando restrita apenas aos ricos. Precisamos criar novas profissões para que a população continue ativa”.

Fantasia com QR Code. Foto: Igor Cantanhede

Com a ajuda de especialistas das universidades USP, Mauá e FEI, além de integrantes de outras entidades, a Rosas de Ouro trará uma série de inovações tecnológicas para o sambódromo, como QR Code nas fantasias e nos carros alegóricos (com link para informações sobre o que eles representam), registros dos batimentos cardíacos dos passistas, aplicativos e filtros para o Instagram.

Para simplificar um tema tão complexo, o carnavalesco elaborou a história de um robozinho chamado ROXP4. Criado para ser um brinquedo, ele vivia feliz ao lado de um menino até o momento em que foi substituído por uma tecnologia mais moderna. Obsoleto, ele passa a ter uma visão bastante negativa da tecnologia, pois ela veio para substituí-lo. De repente, o robô encontra um livro sobre a história das revoluções industriais e o desfile anima essa leitura.

“Eu imagino que essa tecnologia possa incrementar o ensino no Brasil e melhorar o acesso para deficientes”, conta Machado, que idealizou o ROXP4 pensando em um companheiro para seu filho Arthur, de 6 anos, portador de autismo. “Assim como aconteceu com o ROXP4 na história, o autista muitas vezes acaba sendo deixado de lado. Pensei nesse robozinho como a companhia para o Arthur, alguém que vai pegá-lo pelo braço e levá-lo a conhecer o mundo. O único problema do deficiente não é a deficiência, é o acesso. A sociedade deve criar os meios para que aquela pessoa se sinta igual às outras”, explica o carnavalesco, que sonha com um Brasil 4.0 no qual a tecnologia possa contribuir para uma sociedade mais justa, capaz de unir as pessoas com e sem deficiências.

Conheça Isparta, cidade da Turquia onde floresce a rosa damascena

Conheça Isparta, cidade da Turquia onde floresce a rosa damascena

Já tem programa para as próximas férias? Pois aqui vai uma ideia: Turquia como você nunca viu. Esqueça os balões da Capadócia. Sem querer diminuir a aventura e o encantamento de subir aos céus a bordo de um deles, a verdade é que é possível fazer isso sem sair do Brasil.

Já o espetáculo da Turquia de Isparta, com seus 682 quilômetros quadrados de jardins de rosas de Damasco, capazes de impregnar o ar ao seu redor, é o must experience da vez.

Vista panorâmica de Isparta, na Turquia. Foto: Getty Images

“O segredo é chegar perto das 6h, 6h30, para se deslumbrar com a mistura de verde e pink”, conta Pablo Schenfeld, embaixador Dior para a América Latina na área de perfumaria. “É como se fosse um tecido recobrindo o solo, uma estampa exclusiva e inimitável.”

Também conhecida como Terra das Rosas, Isparta fica no coração do Mediterrâneo, centro sudoeste da Turquia, a 386 km de Istambul e apenas 98 km de Antalya, o ponto mais badalado da Riviera Turca.

A gül (rosa, em turco) é usada para várias finalidades – nenhuma mais imbatível que a perfumaria. Extrair seu perfume, no entanto, é uma mistura de poesia, arte, luxo e um esforço brutal. 25 kg de rosas geram uma única gota de óleo.

Para produzir 1 kg de óleo são necessárias quatro toneladas de pétalas. Ou 1 milhão e quatrocentas mil rosas. Paraíso das flores? Sim… e não. Quem vai para a colheita, durante os meses de maio e junho, acorda às quatro da manhã, chega aos campos às cinco e começa rapidamente a colher, sob pena de o óleo evaporar ao nascer do sol. A técnica faz o quilo desse óleo cor de âmbar e preço de ouro ultrapassar os cinco mil euros.

Mas não, na história da flor na Turquia não há ganância. Para os turcos, as rosas sempre simbolizaram espiritualidade, santidade e amor.

Foi um louco amor que levou Pablo Schenfeld a trocar os pincéis de maquiagem pelas fitas olfativas, aquelas tirinhas de papel para experimentação de perfumes. “Quando conheci François Demachy, responsável pela perfumaria de Dior, e pude visitar os jardins de rosas, jasmins, tuberosas, fiquei louco”, conta o expert, que hoje pertence ao time superseleto de 14 embaixadores da perfumaria Dior no mundo.

Isparta

Colheita das rosas turcas usadas na perfumaria. Foto: Getty Images

Dior tem jardins espalhados pelo mundo, mas que não são abertos à visitação. O especialista, no entanto, tem algumas dicas certeiras para degustar Isparta como um iniciado:

  • Qualquer cidade da Turquia terá sempre a rosa presente, lembra ele. Turcos tomam chá de rosas o dia todo. Turkish delight, as famosas balas de goma turcas ou manjar turco, levam pétalas de rosas na receita. E o perfume das rosas está por toda parte. Mas para conhecer de fato o mundo da perfumaria, o destino é a experiência da colheita em Isparta.
  • “No campo, não precisa se preocupar em reservar com antecedência. “Quando estive lá, postei em meu instagram #isparta e #roses, e recebi vários convites para visitas.” Isparta é pequena, tem apenas campos de rosas e, no centro, muitas lojas só com produtos de rosas.
  • Ao descer do carro ou do ônibus em um jardim de rosas, concentre-se nos primeiros 15 segundos: seu olfato será presenteado com uma explosão perfumada. “O aroma bem pronunciado é a grande diferença entre as rosas da floricultura e as rosas do mundo da perfumaria”, explica Pablo. “Aproxime o nariz da flor e vai sentir a fragrância da rosa, é claro, mas também um pouco da laranjeira, um pouco de doce… uma mistura perfeita”, ensina o expert.

Serviço

A Vemtour oferece a experiência das rosas de Isparta com a presença de um especialista em perfumaria, além de Riviera Turca e Istambul, em maio de 2020. Vemtour: (11) 2305-4505; whatsapp (11) 9853-6109; adriana@vemtour.com.br