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Autor de dois best-sellers, André Carvalhal lança o livro “Viva o Fim: Almanaque de um Novo Mundo”

Autor de dois best-sellers, André Carvalhal lança o livro “Viva o Fim: Almanaque de um Novo Mundo”

No recém-lançado “Viva o Fim: Almanaque de um Novo Mundo”, André Carvalhal parte da constatação, inescapável, de que o mundo como o conhecemos… acabou. O fim ao qual ele se refere é, basicamente, de todas as crenças que nos trouxeram até aqui e não nos levarão adiante. Carvalhal, que além de escritor e designer é diretor criativo da Ahlma, a marca sustentável do grupo Reserva, tem sido visionário e antecipado muito mais do que tendências de moda. Publicitário que trabalhou em agências como Publicis e JWT, ele saiu da área quando entrou em cena o digital. “Ali percebi que nada seria como antes, que a publicidade que eu fazia ia morrer”, conta.

André Carvalhal já tem dois best-sellers

André Carvalhal lança seu terceiro livro, que propõe a transformação para viver melhor. Foto: Chico Cerchiaro / Divulgação

Assim, e sem planejar, acabou indo parar no mundo da moda. Foi diretor de marketing da Farm por dez anos. Em dado momento, novamente sentiu cheiro de transformação na indústria da moda. “Tinha um incômodo em não ver mais sentido no que eu fazia profissionalmente, em uma marca grande, que trabalhava com grandes volumes. E, ao mesmo tempo, me transformava como consumidor. Não tinha mais vontade de comprar”, conta.

André Carvalhal foi fundo no seu incômodo e encontrou ressonância em alguns movimentos do mundo da moda em torno do comércio justo e da consciência social e ambiental. Aí nasceu o ativista – fusionado, comunicador e criativo. “O ativista é aquele que está sempre lembrando as pessoas de alguma coisa. Hoje, quando penso no meu papel e no meu propósito, sinto que tenho que mostrar um novo olhar: abrir a cabeça, os olhos e o coração das pessoas para novas formas de fazer, novos caminhos. Isso sem dúvida conecta com o ativismo”, reconhece.

Palestrante, consultor e autor de dois best-sellers – “A Moda Imita a Vida: Como Construir uma Marca de Moda” e “Moda com Propósito: Manifesto pela Grande Virada” –, ele enxerga a Ahlma, criada há dois anos com o grupo Reserva, como um laboratório para aplicar seu aprendizado. Carvalhal quer apontar caminhos, ajudar as marcas a encontrarem seu propósito e o colocarem em prática.

Na era digital, tornou-se influenciador, com forte presença nas redes sociais, em especial o Instagram (@carvalhando). Na TV, é colunista do “Sem Censura”, na TV Brasil, e apresenta desde agosto um novo quadro no programa “Se essa Roupa fosse Minha”, do GNT.

Carvalhal não nega que é difícil falar de sustentabilidade e propósito, mas sente que o engajamento a esses temas tem se ampliado nos últimos anos. “As pessoas começam a entender o impacto nas suas vidas e esse é o único caminho para se sensibilizarem”. Para ele, a transformação de comportamentos virá da ampliação da consciência das pessoas. Como ocorreu com ele próprio.

Além do lazer, videogames também são uma forma válida de expressão artística

Além do lazer, videogames também são uma forma válida de expressão artística

Um encanador baixinho e bigodudo come cogumelos de origem suspeita, vira um gigante, começa a tacar bolas de fogo e pisoteia pobres tartarugas até a morte na sua cruzada para resgatar sua linda princesa das garras de um monstro. Ok… Mas como a arte entra nessa história?

A franquia mais icônica do mundo dos games, a saga Super Mario, é fruto do trabalho conjunto de milhares de programadores e artistas que dão vida ao mundo alucinógeno do nanico de boné vermelho. Entre eles músicos, animadores, escritores, diretores de arte e um profissional muito particular, indispensável para criação de qualquer jogo, chamado game designer. Ele é quem irá definir as regras que tornam possível a navegação e as interações do jogador dentro do game.

Games são também uma forma de arte

“Gris” é um jogo independente desenvolvido pela Nomada Studio

“Na perspectiva de um jogador, toda a expressão criativa de um game não aparece se não for jogado. O designer é quem define o que o usuário pode ou não fazer, assim ele cria um conjunto de regras para que o jogador possa interagir com esse espaço virtual. Por isso, esse artista deve tornar as regras claras e precisa entender muito sobre o comportamento das pessoas, para que o game alcance um bom resultado”, comenta o designer programador de games Felipe Drude.

As técnicas utilizadas no design de games se expandiram para vários contextos, normalmente não relacionados com jogos, como as galerias de arte e as escolas. A esse fenômeno é dado o nome de gamificação. Cada vez mais, vemos apropriação de linguagens dos jogos digitais em obras de arte contemporâneas. “Paulista Invaders” é um exemplo desse diálogo com o mundo dos games. Visando levantar a relevância do uso da bicicleta como meio de transporte e alertar para a fragilidade do ciclista nas ruas, o MídiaLab-UnB expôs, projetado no prédio da FIESP em São Paulo, uma releitura do clássico “Space Invaders”. A peça interativa pôde ser jogada por frequentadores da Avenida Paulista durante o mês de março de 2013.

Para a idealizadora da obra, a artista e professora titular da Universidade de Brasília Suzete Venturelli, os games são arte, pois evocam emoções e constroem narrativas. “Os jogos trabalham com a sensibilidade. Eles criaram uma nova linguagem que dialoga com as outras que já existiam, como o cinema, a música, o teatro e as artes visuais. Os games são uma forma total de arte e uma mistura de outras artes com programação e ciência. Eles têm todo um corpo de conhecimento transdisciplinar construído e experimentado. É uma nova forma de arte e expressão artística.”

Super Mario Bros é um dos jogos mais conhecidos até os dias de hoje

O MoMa, o Museu de Arte Moderna de Nova York, considerado o mais importante do segmento no mundo, tem em seu acervo mais de 20 games, que podem ser jogados em fliperamas e consoles de diversas épocas. Para Sérgio Nesteriuk, professor do programa de pós-graduação de design da Universidade Anhembi Morumbi e curador do Brasil Independent Game Festival, essa ação do museu garante o respaldo institucional para considerar os games obras de arte moderna. Nesteriuk faz um outro comentário em defesa dos games como arte: “Diariamente são lançados cerca de 600 jogos digitais. Assim como nem todas as músicas gravadas e filmes exibidos são obras de arte, o mesmo acontece com os games. Porém, no caso deles, é mais difícil descobrir quais são esses jogos”.

O professor acrescenta que um agravante para essa situação é o fato de que muitos games feitos puramente com a finalidade artística, e não a comercial, costumam ficar confinados a um gueto, pois entre o nicho dos gamers eles não são considerados jogos de verdade, já que fogem do convencional. Dentro do circuito artístico eles enfrentam uma série de preconceitos, afinal grande parte da crítica encara-os como brinquedo ou produto, em vez de uma manifestação cultural autêntica.

Pacman sendo jogado no prédio da Fiesp, na Avenida Paulista

Contudo, Nesteriuk é otimista e acredita que os preconceitos acerca dos games vão diminuir por conta de um fator geracional. “Já foi assim com o rock’n’ roll, com os quadrinhos e até com as bikes. Antigamente, os pais eram contra as bicicletas, não era bem visto a criança sair e ficar na rua; o que tinha valor era apenas a erudição, como tocar piano e passar as tardes em casa lendo. E hoje os pais estão doidos para que o filho saia para brincar”.

Empreendedora social, Monique Evelle agora comanda a agência Responsa, com foco em profissionais da periferia

Empreendedora social, Monique Evelle agora comanda a agência Responsa, com foco em profissionais da periferia

Criada no Nordeste de Amaralina, periferia de Salvador, Monique Evelle sentiu na pele, desde menina, como o preconceito limita os direitos das pessoas negras. Em 2010, aos 16 anos, lançou a rede Desabafo Social, que oferecia atividades educacionais pautadas por direitos humanos e comunicação para jovens de comunidades, especialmente negros. Neste ano, fundou a agência Responsa, formada exclusivamente por profissionais de periferias, em parceria a empresa Bullet, com o objetivo de colocar marcas na conversa com mais da metade da população brasileira – negros e negras –, que ainda hoje se vê sub representada na comunicação.

Monique Evelle é uma das principais ativistas na internet

Após lançar a rede Desabafo Social, Monique cria agora a agência Responsa. Foto: Mari Cobra

Monique Evelle está entre as 25 mulheres negras mais influentes da internet no Brasil, pelo site Blogueiras Negras, e apresenta palestras nas plataformas Ted Talks e VTex Day sobre os desafios dos negócios da atualidade, que tem a diversidade como um de seus pilares. É especialista em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica e, hoje, trabalha para democratizar o empreendedorismo e a geração de conteúdo no país. “Brasileiros e brasileiras sabem fazer, realizar e executar. O problema está quando colocamos termos que não são comuns a todos”, afirma.

Para ela, as pessoas são capazes de se adaptar às transformações no Brasil e o meio digital seria apenas um dos caminhos possíveis para empreender. “Se queremos falar com os novos centros urbanos, mais conhecidos como periferias, precisamos de profissionais desses lugares, para que haja propriedade na criação de novos negócios”. Monique enfatiza que pessoas diversas geram mais insumos, percepções e soluções, acelerando todo processo de inovação.

Hoje, um de seus principais desafios é continuar criando produtos e serviços com demanda de mercado e modelo sustentável. Para superá-los, busca sempre mulheres que são referências nos negócios, como a empresária da música e CEO da produtora Boogie Naipe, Eliane Dias. “Ela foi a primeira pessoa a me apresentar em público como empresária, isso inspirou e continua me fortalecendo”.