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Shows, espetáculos, filmes e eventos: confira a agenda cultural para o fim de semana em São Paulo

Shows, espetáculos, filmes e eventos: confira a agenda cultural para o fim de semana em São Paulo

O que não falta em São Paulo são atividades para se fazer, exposições para visitar e filmes para assistir. Agora saber de tudo o que está acontecendo pela cidade é outro assunto. Portanto, para te ajudar, montamos uma agenda cultural mostrando o que fazer por São Paulo no final de semana.

Exposições

“Leonardo da Vinci – 500 anos de um gênio”, no MIS Experience

MIS Experience junta tecnologia com a arte de Leonardo da Vinci. Divulgação

O MIS Experience, novo espaço gerido pelo Museu de Imagem e Som, será inaugurado no sábado (02/11) com a mostra imersiva de Leonardo da Vinci. O espaço expositivo alinha inovação e interatividade para proporcionar experiências multissensoriais em 18 áreas temáticas, incluindo animações gráficas de alta definição, música, máquinas e esboços anatômicos que contam a trajetória do artista italiano. Às terças a entrada é gratuita.

Eventos

Festival ZUM 2019, no Instituto Moreira Salles

Pesquisadora israelense Ariella Azoulay participa do evento. Divulgação

Um dos principais encontros sobre fotografia do Brasil, o Festival Zum chega a sua nova edição de sexta-feira (01) a domingo (03), no Instituto Moreira Salles, envolvendo artistas, fotógrafos, editores e pesquisadores em debates e oficinas sobre a produção e a circulação das imagens. O evento traz um debate com a pesquisadora israelense Ariella Azoulay e a antropóloga brasileira Lilia Schwarcz. O festival inclui também uma Feira de fotolivros. A entrada é gratuita.

Espetáculos

“Escola de Rock”, no Teatro Santander

Musical “Escola do Rock” é apresentado pelo Ministério da Cidadania e Comgás. Divulgação

Baseado no filme de 2013, “Escola de Rock”, com Jack Black, o musical passou pela Broadway antes de chegar em São Paulo. O longa conta a história de um rockeiro falido, que finge ser professor e acaba montando uma banda de rock com os alunos. Na versão musical, a equipe conta com 42 crianças, divididas em três elencos, que se revezam entre as apresentações. O musical fica em cartaz no Teatro Santander até 24 de novembro.

Cinema

Segredos Oficiais

“Segredos Oficiais” conta com Keira Knightley e Ralph Fiennes em seu elenco. Divulgação

Recém-estreado nessa semana, “Segredos Oficiais” acompanha Katharine Gun (Keira Knightley). Depois de passar anos trabalhando como tradutora de mandarim para inglês, ela se tornou mundialmente famosa ao expôr segredos extremamente confidenciais da Agência de Segurança Nacional. Ao obter acesso a memorandos secretos, ela foi capaz de provar que ocorreu uma grande pressão a seis países para que eles votassem a favor da invasão ao Iraque em 2003.

Confira também a agenda cultural para o fim de semana no Rio.

Um dos grandes nomes da gastronomia brasileira no momento, Claude Troisgros tem novo reality show na Globo

Um dos grandes nomes da gastronomia brasileira no momento, Claude Troisgros tem novo reality show na Globo

Hoje em dia, Claude Troisgros comanda ao lado de seu filho Thomas, sua filha Carolina e seu genro Marcos Porchat o Grupo Troisgros, que reúne empreendimentos como a casa de carnes CT Boucherie, o bistrô Le Blonde, o informal CT Brasserie, o buffet Atelier Troisgros, o restaurante de alta gastronomia Olympe e o intimista Chez Claude. Aqui e ali, seus cardápios sempre trazem fusões franco-brasileirinhas, como uma farofa de banana, um gratin de chuchu, um purê de baroa (mandioquinha), um pastel de vatapá e aquele que Claude considera o casamento mais perfeito da culinária universal: a goiabada com queijo. Paralelamente aos trabalhos na cozinha propriamente dita, ele já lançou livros de culinária e, desde 2004, vem comandando vários programas no canal GNT, como o “Menu Confiança”, o “The Taste” e o “Que Marravilha!”.

Novo programa gastronômico com Claude Troisgros é o primeiro em horário nobre na Globo

O chef com os jurados do “Mestre do Sabor”

Para coroar essa sua trajetória de sucesso no Brasil e no exterior, agora ele apresenta também o primeiro programa de gastronomia a ocupar em rede nacional o horário nobre da Rede Globo: o reality-show “Mestre do Sabor”. Juntamente com seu fiel escudeiro, o paraibano João Batista, e outros três consagrados chefs (o português José Avillez, do Belcanto, de Lisboa; o mineiro Leo Paixão, do Glouton, de Belo Horizonte; e Kátia Barbosa, do Aconchego Carioca) toda noite de quinta-feira ele tem a missão de eliminar um dos 24 cozinheiros que foram selecionados para a competição, cujo formato é um mix de “The Voice” com “Master Chef”, mas sem a gritaria típica dessas duas atrações. O vencedor, que será conhecido na final disputada ao vivo no dia 26 de dezembro, ganha R$ 250 mil e o título de Mestre do Sabor.

“Para ser um mestre do sabor, a pessoa tem que ter o dom da degustação, para conseguir equilibrar o doce, o salgado, o picante, o ácido e o amargo em cada prato que preparar. É claro que também é importante dominar as técnicas culinárias e conhecer os ingredientes, obviamente, mas para ser um cozinheiro diferenciado, precisa ter uma boca afinada”, afirma Claude, que possui esse dom, pois cresceu em um ambiente em que seu paladar era estimulado diariamente com as delícias preparadas não só por sua mãe, mas também pelo seu pai, Pierre, e pelo seu avô, Jean Baptiste.

Confira o resto da matéria em nosso site do Rio.

William Kamkwamba tem uma história que já rendeu filme e livro, e agora inspira empresários brasileiros na HSM

William Kamkwamba tem uma história que já rendeu filme e livro, e agora inspira empresários brasileiros na HSM

São Paulo é o palco da 19ª edição da HSM EXPO este mês. Durante os dias 4, 5 e 6 de novembro, o evento acontece na Transamérica Expo Center com o tema “Ouse Aprender”, expondo para o público os principais cases, conceitos e técnicas que permeiam o mundo corporativo, além de permitir o diálogo das principais tendências internacionais e os negócios brasileiros.

Entre os palestrantes deste ano estão a empresária grega Arianna Huffington, que discute como a comunicação tem se transformado ao longo dos anos. Fundadora do portal The Huffington Post, criado em 2005, ela vendeu, em 2011, o site para a gigante AOL por US$ 315 milhões. Yuval Noah Harari, professor israelense de história e escritor, conhecido pelo best-seller “Sapiens: uma breve história da humanidade”, também fala ao público.

Harari será um dos palestrantes na HSM

Ambos serão palestrantes na HSM

Acima, o escritor israelense Yuval Noah Harari e a empresária Arianna Huffington

Seu livro discorre sobre como a criatividade e a vulnerabilidade são resultados de revoluções que nos levaram ao lugar onde estamos hoje. Saímos das savanas, deixamos o instinto biológico e criamos conceitos que nos mantêm unidos socialmente. Demos valor subjetivo para as tecnologias e, apesar de não sermos tão diferentes de outros primatas, povoamos o planeta inteiro devido a esse processo evolutivo e revolucionário. Para Yuval, hoje já temos a capacidade de mapear células e trilhões de outros planetas, tendo acesso a um enorme conhecimento, mas permanecemos insignificantes diante do universo. A conclusão, talvez, seja que ainda há muito a aprender para continuarmos escrevendo nossas histórias. E tentar é sempre o primeiro passo.

A capa de novembro da 29HORAS traz o perfil de outro palestrante da HSM Expo de 2019, que parece ter experienciado bem o que diz esse best-seller – sabe o que é ser criativo e estar vulnerável. Do Malawi, no sudeste do continente africano, William Kamkwamba conversou com a reportagem por email, contando a sua jornada inspiradora. “Eu tentei e consegui!”, afirma modesta e espontaneamente o engenheiro e escritor de 32 anos.

William Kamkwamba. Foto: Myles Standish

William foi o responsável por trazer, pela primeira vez, energia elétrica e irrigação para sua comunidade, em Wimbe, quando tinha apenas 19 anos e construiu um moinho de vento. Sua região vive da agricultura e a família tirava da terra o sustento. Porém, em períodos de seca, cada vez mais extensos devido aos desmatamentos, toda a comunidade de agricultores sofria com a baixa nas colheitas.

“Para mim, se trata de fazer o trabalho e encontrar uma solução onde for necessário”, resume de forma pragmática William, recusando qualquer adjetivo sobre ser inovador. Mas a inventividade já está em sua história. Em 2000, o Malawi passou por uma forte seca, causando a morte de mais de 10 mil pessoas. “Tivemos que cavar o solo para achar raízes e cascas de banana, qualquer coisa para forrar o estômago”, recorda. A anuidade da escola onde William estudava era de US$ 80 e, por causa da situação, seu pai não conseguia pagar. “Tive que parar de estudar com 14 anos”, lembra. Assim, era necessário encontrar uma solução rápida e inovadora diante do enorme obstáculo.

Revolução criativa

William, então, começou a estudar sozinho na biblioteca da escola. “Uma das partes mais difíceis foi fazer a lição de matemática, porque não havia como saber se minha resposta estava correta. Com a matemática, você não sabe onde errou ou o que deve mudar ao fazer isso sozinho”. Mas, mesmo assim, parece que ele estava no caminho certo.

Encontrou um livro de física avançada para sua idade, “Using energy”, que explicava conceitos de geração de energia através do vento. Vendo sua família e comunidade sofrer com a fome, percebeu que podia irrigar as plantações, independentemente da época do ano, se tivesse energia para bombear a água. “Poderíamos aumentar a colheita e nós nunca mais passaríamos fome! Não tinha instruções, mas sabia que haviam construído antes, então eu podia tentar também”.

E conseguiu. Com a ajuda de seu amigo Gilbert e de seu primo Geoffrey, ele começou a procurar as ferramentas para a construção do moinho em um ferro-velho da região. “As pessoas duvidavam, achavam que estávamos loucos carregando os ferros achados no lixo”, lembra. Com pedaços de uma bicicleta, um dínamo, fios e bateria de carro eles passaram a gerar energia pela primeira vez na comunidade.

Moinho de vento de William em Wimbe, no Malawi

O feito de William era quase inédito por ali. Em 2009, na África Subsaariana, onde se localiza o Malawi, mais de 90% das pessoas não tinham acesso à eletricidade e usavam lenha para cozinhar e se aquecer. A história surpreendente virou livro e um longa da Netflix, lançado este ano – “O Menino que Descobriu o Vento”. “Talvez o filme possa inspirar algumas pessoas que ouvem minha história a fazer algo semelhante em suas próprias vidas”, diz.

Uma vida que é um filme

Depois da construção do moinho de vento, William ficou conhecido no Malawi, deu uma conferência no TED Talk e concluiu seus estudos na African Leadership Academy, na África do Sul. Em 2014, recebeu um diploma de Bacharel em Estudos Ambientais do Dartmouth College, em New Hampshire, nos Estados Unidos, onde foi eleito para a Sphinx Senior Honor Society, uma organização de jovens líderes em diferentes áreas de estudos. “Eu tento fazer de cada dia uma jornada especial”, resume.

Hoje, o engenheiro arrecada fundos para construir um centro de inovação em Kasungu, no Malawi, com sua organização sem fins lucrativos, a Moving Windmills Project. “O Centro de Inovação Moving Windmills vai estimular o espírito de inovação em jovens e agricultores. Nosso modelo enfatiza o envolvimento, a ação participativa e o design centrado no ser humano, para criar ferramentas que mudem vidas, aliviem as cargas de trabalho e tragam maior segurança alimentar e liberdade econômica nas nossas comunidades”.

Do Malawi para o mundo

William frisa a importância de dar espaço e condições de aprendizado às novas gerações. “Assim, os jovens têm orientação, estímulo e as ferramentas para criar soluções transformadoras”. Mesmo depois de tantos feitos, ele não descansa. Os planos são muitos. “Quando eu era criança, meu maior sonho era ser engenheiro, queria trabalhar com grandes máquinas, queria saber como consertar e manter as coisas”. Depois de construir o Centro de Inovações em seu país, o menino que descobriu o vento prossegue sonhando: “Gostaria de aprender a pilotar aviões”.

O ator Maxwell Simba em cena do filme “O Menino que Descobriu o Vento”, da Netflix

O evento da HSM traz a chance de conhecer de perto William Kamkwamba, com toda a sua sensibilidade e inteligência. Comentando as convergências entre a história brasileira e a de países africanos, o engenheiro crê que o respeito pode ajudar a superar as injustiças sociais e econômicas. “Elas ainda são presentes, são reflexos de momentos históricos de exploração e preconceito. Mas você não pode pensar que alguém é menor do que você por causa da cor da pele, de sua nacionalidade ou de sua origem social. Um ser humano é um ser humano”, afirma.

As raízes são motivo de inspiração. Assim como para muitos brasileiros, seu país de origem significa amor às artes e às pessoas. “Para mim, ser um malauiano é tudo sobre cultura, música, pessoas, paisagem. Estamos lutando contra as dificuldades, mas geralmente somos felizes e gentis. Em todas as sociedades, você sempre pode encontrar algo que gostaria de mudar. Eu tenho muito orgulho de ser do Malawi”.

As regiões de Cascais e Algarve, no litoral sul português, são os destinos recomendados para uma viagem em família

As regiões de Cascais e Algarve, no litoral sul português, são os destinos recomendados para uma viagem em família

A famiglia Giramondo começa uma nova fase nas suas andanças mundo afora. Uma nova personagem chegou para trazer alegria e novos conhecimentos: Cat Giramondo, a princesa que, a partir desta edição, vai nos acompanhar pelos melhores destinos do mundo, nos ajudando a escolher boas opções para quem viaja com filhos e netos.

Roteiro de bike do Martinhal Sagres, na região do Algarve

Uma dessas possibilidades é a rede de hotéis Martinhal, especializada em férias para família, em Portugal. A rede mescla luxo, gastronomia e entretenimento para quem viaja com os pequenos. Os ingleses e alemães, que sempre saem à frente quando o assunto é turismo, já descobriram o local e são a maioria entre os hóspedes.

O Martinhal Cascais e o Martinhal Sagres, na região de Cascais e Algarve, no sul do litoral português, reservam conforto e experiências únicas pelas praias europeias para todas as idades. Uma ou duas semanas são ideais para fazer esse roteiro. Comecem pelo Aeroporto de Lisboa, também conhecido como Portela, já que saem do Brasil mais de 20 voos diários para a capital de Portugal, e as companhias aéreas TAP, LATAM e Azul fazem essa conexão direta.

Como primeira dica, sugerimos a locação de um carro, assim as crianças seguem a viagem de forma segura, sentadas nas suas respectivas cadeirinhas, rumo a Cascais, a 30 km de Lisboa. Nessa rota, praias encantadoras começam a fazer parte da paisagem através das janelas do carro.

A praia do Guincho vale ouro, é especialmente querida pelos surfistas por causa de suas ondas constantes, sendo palco de competições nacionais e internacionais. Por ali, o restaurante Porto Santa Maria oferece frutos do mar e o pescado acompanha a melhor vista da região.

Camarões carabineiros do restaurante Marisco na Praça

Há ainda o Marisco na Praça, localizado no mercado central de Cascais. Para os aficionados em frutos do mar, os camarões carabineiros e tigres são selecionados e servidos dentro de critérios rígidos. As conchas, as bruxas de cascais, as amêijoas, os mexilhões, enlouquecem qualquer apreciador da categoria “sea food”.

Unidade da rede de hotéis Martinhal em Cascais

Lobby do Martinhal Cascais

A hospedagem no Martinhal Cascais Family Hotel oferece descanso depois da rota gastronômica e segurança aos pais e avós. A 30 minutos de Lisboa, o resort 5 estrelas está localizado em uma belíssima costa, entre dois campos de golfe, o Quinta da Marinha e Oitavos Dunes. Como marca registrada da rede, os serviços projetados para o público infantil superam qualquer expectativa. Além dos clubes para todas as faixas etárias, há um cuidado especialíssimo com os bebês e uma programação de alto nível organizada por profissionais especializados. As crianças podem fazer aulas de natação e participar de academias de futebol e de tênis, além de atividades lúdicas e culturais.

Entre falésias e bons pratos

Depois que completamos esse ciclo em Cascais, seguimos direto para o Algarve. São três horas de viagem em uma das estradas mais bonitas da Europa rumo à cidade de Sagres, eleita pelos próprios europeus como a nova pérola do velho continente.

Esse pequeno município fica próximo ao Cabo de São Vicente, o porto do extremo sudoeste de Portugal. Sagres é o verdadeiro paraíso para quem gosta de praias límpidas com areias brancas e enormes falésias. A geografia privilegiada nos brinda com uma costa belíssima e um mar que parece uma linda piscina azul infinita, de tão tranquilo. Há também praias escondidas em enormes rochas vulcânicas.

Praia e piscinas vistas do hotel de Sagres

O Martinhal Sagres fica em cima da costa que circunda a praia e, claro, esse é o forte do empreendimento. Lá é possível contar com um chef para preparar comidas exclusivas para as crianças e, ao mesmo tempo, idealizar pratos incríveis para os pais. Há ainda monitores muito discretos, que deixam os adultos desfrutarem de todas as comodidades de um hotel 5 estrelas enquanto ficam com seus filhos. Conceito inédito, em que tantos os pais quanto os filhos são as estrelas principais, em uma vivência de luxo multigeracional.

Criado em 2010, o hotel foi o primeiro projeto do grupo português. Com 38 quartos e aproximadamente 150 Village Houses, que são contemplados pela vista do Atlântico, o resort foi projetado pelo renomado arquiteto Matthew Wood, da Conran&Partners, de Londres, que priorizou a natureza e a sua integração ao espaço.

Arquitetura do resort

Na cidade, não deixem de fazer uma refeição no “Retiro do Pescador”. Os peixes e frutos do mar farão vocês refletirem se o destino dos sonhos é mesmo aquele onde estão os premiados restaurantes Michelin. Felizes com o crescimento da famiglia, programamos para as próximas edições mais um roteiro alternativo pelas terras portuguesas: a ilha da Madeira! Ou a ilha do ilustre jogador Cristiano Ronaldo. Saúde e muito boas viagens!

Claude Troisgros comanda nova reality show gastronômico na TV Globo

Criado em 1968 por Jean e Pierre Troisgros num pequeno restaurante de Roanne, na Borgonha, o salmão com azedinha foi um marco na gastro nomia francesa, conferindo três estrelas Michelin (a cotação máxima) ao estabelecimento e dando início ao movimento conhecido como Nouvelle Cuisine. Em homenagem a enorme notoriedade alcançada por esse prato, a estação de trem daquela cidadezinha a 400 km de Paris foi inteiramente pintada de rosa e verde, as cores do peixe e da erva usada para condimentá-lo.

Batista acompanha o chef Troisgros em seu novo programa na Globo

Claude Troisgros com João Batista, seu fiel escudeiro

Praticamente no mundo inteiro, essa é a receita que melhor representa a família Troisgros. Mas no Brasil a coisa é diferente. A marca registrada dos Troisgros por aqui é o cherne com banana caramelizada. “Criado há 38 anos, esse é um prato que sintetiza perfeitamente a gastronomia que eu e Laurent Suaudeau desenvolvemos no Rio, nos anos 1980, misturando técnicas francesas e ingredientes brasileiros”, conta Claude Troisgros, neto de Jean e filho de Pierre Troisgros, que veio para cá inicialmente só para passar uma temporada e, hoje, só volta à França para passear e visitar familiares e amigos.

“Eu vim para trabalhar no Le Pré Catelan, comandado por Gaston Lenôtre no hotel Rio Palace, enquanto o Laurent veio para cozinhar no Le Saint Honoré, chefiado por Paul Bocuse na outra extremidade da praia de Copacabana, no hotel Le Méridien. Não foi nada calculado. A verdade é que nós dois começamos a trabalhar com ingredientes brasileiros por dois motivos: primeiramente porque eles são fantásticos, com sabores, aromas e texturas que nós nem conhecíamos lá na França. E, depois, porque lá na Europa nós sempre fomos ensinados a trabalhar sempre com os ingredientes mais frescos. O que tínhamos e temos com mais frescor por aqui são as frutas maravilhosas, as perfumadas pimentas, legumes exóticos como maxixe, jiló e chuchu, e tubérculos excepcionais como a mandioca (também conhecida como aipim ou macaxeira), o maior patrimônio da comida brasileira, tão rica em sabor quanto em significado histórico”, explica o chef, que entre os anos de 1994 e 1997 comandou em Manhattan o restaurante CT, que foi coberto de elogios pelo conceituado “New York Times” e apresentou a riqueza e o exotismo da gastronomia brasileira ao mundo.

Por causa desse seu trabalho pioneiro, em 2016 recebeu da organização do 50Best – que elege todo ano os 50 melhores restaurantes do planeta – um prêmio pelo “conjunto de sua obra” no universo gastronômico.

Hoje em dia, Claude comanda ao lado de seu filho Thomas, sua filha Carolina e seu genro Marcos Porchat o Grupo Troisgros, que reúne empreendimentos como a casa de carnes CT Boucherie, o bistrô Le Blonde, o informal CT Brasserie, o buffet Atelier Troisgros, o restaurante de alta gastronomia Olympe e o intimista Chez Claude. Aqui e ali, seus cardápios sempre trazem fusões franco-brasileirinhas, como uma farofa de banana, um gratin de chuchu, um purê de baroa (mandioquinha), um pastel de vatapá e aquele que Claude considera o casamento mais perfeito da culinária universal: a goiabada com queijo. Paralelamente aos trabalhos na cozinha propriamente dita, ele já lançou livros de culinária e, desde 2004, vem comandando vários programas no canal GNT, como o “Menu Confiança”, o “The Taste” e o “Que Marravilha!”.

Novo programa gastronômico com Troisgros é o primeiro em horário nobre na Globo

O chef com os jurados do “Mestre do Sabor”

Para coroar essa sua trajetória de sucesso no Brasil e no exterior, agora ele apresenta também o primeiro programa de gastronomia a ocupar em rede nacional o horário nobre da Rede Globo: o reality-show “Mestre do Sabor”. Juntamente com seu fiel escudeiro, o paraibano João Batista, e outros três consagrados chefs (o português José Avillez, do Belcanto, de Lisboa; o mineiro Leo Paixão, do Glouton, de Belo Horizonte; e Kátia Barbosa, do Aconchego Carioca) toda noite de quinta-feira ele tem a missão de eliminar um dos 24 cozinheiros que foram selecionados para a competição, cujo formato é um mix de “The Voice” com “Master Chef”, mas sem a gritaria típica dessas duas atrações. O vencedor, que será conhecido na final disputada ao vivo no dia 26 de dezembro, ganha R$ 250 mil e o título de Mestre do Sabor.

“Para ser um mestre do sabor, a pessoa tem que ter o dom da degustação, para conseguir equilibrar o doce, o salgado, o picante, o ácido e o amargo em cada prato que preparar. É claro que também é importante dominar as técnicas culinárias e conhecer os ingredientes, obviamente, mas para ser um cozinheiro diferenciado, precisa ter uma boca afinada”, afirma Claude, que possui esse dom, pois cresceu em um ambiente em que seu paladar era estimulado diariamente com as delícias preparadas não só por sua mãe, mas também pelo seu pai, Pierre, e pelo seu avô, Jean Baptiste.

Claude e seu filho Thomas Troisgros, que está à frente do restaurante Olympe

OK, Claude nasceu e cresceu na Borgonha, mas hoje é um legítimo cidadão brasileiro. “Vivo como um carioca. Adoro ir à praia, como arroz e feijão diariamente e, quando a seleção francesa de futebol enfrenta a brasileira, torço pelo Brasil. Perdi todos os meus hábitos franceses. Só o sotaque eu não perdi. Meus pais dizem que eu nasci no país errado, e eu sou obrigado a concordar com eles”, filosofa Claude, que tem como prato predileto uma combinação tipicamente brasileira: a carne-seca com gerimum. “O contraste do sal da carne seca com a doçura da abóbora é algo que me encanta e fica ainda mais completo quando se soma à untuosidade da manteiga de garrafa. Quem inventou esse prato devia ser um mestre do sabor”, avalia Claude.

Aos 63 anos, o chef não pensa em desacelerar. Nas próximas semanas, o Olympe (restaurante que cujo nome faz uma homenagem a sua mãe), que há praticamente duas décadas faz sucesso no Jardim Botânico, vai se transferir para um outro imóvel, no Leblon.

“Trabalhei cinco anos junto com o Thomas no Olympe. Um dia, percebemos que não havia mais espaço para nós dois naquela cozinha e resolvi sair. Me orgulho muito de ver o trabalho que ele vem realizando no restaurante, com uma pegada mais jovem, mais contemporânea e com a personalidade dele nos pratos. Eu, agora, me concentro mais no dia a dia do Chez Claude, onde sirvo uma comida franco-brasileira descomplicada e democrática”, revela Claude, que aproveita sua presença na revista da ponte aérea para mandar um recado aos paulistanos. “Em 2020, se tudo der certo, o Grupo Troisgros vai finalmente desembarcar em São Paulo. Estamos sentindo que pode ser um bom momento para dar um passo importante como esse. Tô animado!”

Confira o Ping Pong 29 com o chef: