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Vamos fazer de conta para enfrentar a quarentena

Vamos fazer de conta para enfrentar a quarentena

Cabe a cada um de nós encontrar a sua receita para atravessar a quarentena e as dificuldades desta crise. Valem todas as fontes de inspiração para não perder a calma e a cabeça. O momento é difícil, diferente e perigoso.

Tão difícil e tão diferente que ninguém tem ideia de como iremos reagir a essa limitação de espaço, do encontro com as pessoas e à abstinência de rotina. É aí que mora o perigo…

Como reagiremos à falta que os amigos e familiares nos fazem? Será que teremos paciência e paz de espírito suficiente para conviver em harmonia com quem estamos dividindo essas semanas?

Por ironia dos fatos, lembrei agora que na edição da 29HORAS de agosto de 2019 o título da minha coluna era “A alegria de sair de casa”. Naquele texto, eu fazia uma crítica ao excesso de uso dos apps de delivery, que estavam nos tirando até o prazer de fazer nosso próprio supermercado ou de ir tomar um sorvete na rua conversando… Que ironia.

Me permito aqui passar minha mensagem para o momento traduzindo uma música que um artista francês, Calogero, compôs já em reclusão, e que está fazendo muito sucesso. Chama-se “On fait comme si” (A gente faz de conta). Ele doou todos os direitos a órgãos de ajuda ao combate do Covid19. A letra é inspiradora.

Escutem a música, é linda. Coragem e boa sorte a todos.
Até!

Primavera em Paris inspiração

Primavera em Paris

Segue a tradução sem as rimas:

“É um silêncio diferente que vem da rua
Como se fosse um domingo previsto
Um homem está cantando numa varanda
E a vizinha dele o acompanha no violão
Falamos palavras que acalmam para as crianças
Como se fosse uma aventura
Colamos seus desenhos na geladeira
E desligamos os canais de notícias.

A gente faz de conta
Que é tudo um jogo
A gente faz de conta
A gente faz o que pode
Quando vem a noite
Fechando os olhos

A gente faz de conta
Que esse mundo ainda é feliz
A gente faz de conta
Como se não estivéssemos aqui
Parentes e amigos

Nos veremos de novo
E mesmo se esta primavera fugir
Prometo e juro, o mundo recomeçará
Apesar dos medos
Existem risadas que resistem
Estar tão longe nos aproxima
Mesmo para não falar de nada
Ou do azul do céu
Por favor me dá notícias suas

A gente faz de conta
Que é tudo um jogo
A gente faz de conta
A gente faz o que pode
Quando vem a noite

Fechando os olhos
A gente faz de conta
Que esse mundo ainda é feliz
A gente faz de conta
Como se não estivéssemos aqui
Parentes e amigos
Nos veremos de novo
E mesmo se esta primavera fugir
Prometo e juro o mundo recomeçará

É um silêncio estranho que vem da rua
É só mais um domingo
Certos que nossas vidas depois serão melhores
Por favor, me dê notícias suas”
 Calogero – “On fait comme si”

Bon vivant: as águas minerais entre São Paulo e Minas

Bon vivant: as águas minerais entre São Paulo e Minas

Basta pesquisar um pouco sobre o assunto “água mineral”, que logo se depara com a enorme quantidade de fontes existentes no Brasil. Além de sermos a principal bacia aquática do planeta, também temos uma infinidade de fontes, termais e medicinais.

A natureza foi generosa no Brasil todo, especialmente na região do sul de Minas Gerais, divisa com São Paulo. Com tantas fontes de águas medicinais que podem ser sulfurosas, alcalinas, carbogasosas (com lítio), ferruginosas… e por aí vai. Cada uma dessas características resulta em benefícios medicinais para o usuário e cura desde psoríase, artrose, problemas hepáticos, cálculos renais e até diabetes.

águas minerais

Cachoeira dos Garcias em Caxambu, Minas Gerais. Foto: Divulgação

A maioria ainda conta com uma qualidade de água mineral que só conhecemos pelos rótulos estampados nas garrafas em supermercados.

Infelizmente a nossa cultura e os nossos órgãos de turismo dão um tratamento pouco charmoso para esse setor tão valorizado em outros países. Na França, por exemplo, são famosos os complexos hoteleiros e spas construídos ao redor de fontes como Evian ou Vichy, conhecidas no mundo apenas pelas suas águas minerais.

O Royal Évian (na própria cidade de Évian) e o Vichy Célestins, em Vichy, atraem um turismo internacional de altíssimo nível à procura das águas curativas e do luxo dos seus spas. O respeito às termas de Vichy é tão grande, que virou patrimônio do estado desde Napoleão III, em meados do século 19, quando foi construída a Ópera de Vichy para matar a sede cultural da alta sociedade francesa.

Charmosas, algumas cidades da região abençoada entre Minas Gerais e São Paulo oferecem o que as pessoas mais procuram: saúde. Escolhi três delas, que merecem visita tanto pelas fontes quanto pela beleza da região. Todas ficam até 250 km de São Paulo, perfeitas para um fim de semana.

A começar por Poços de Caldas, que eu conhecia até então apenas pelo requeijão cremoso. Desde o começo do século XX, a cidade era frequentada por figurões da sociedade que vinham curtir os cassinos do Palace Hotel e do Palace Cassino e aproveitavam para relaxar e se curar nas águas sulfurosas bicarbonatadas e alcalinas a 45 graus das Thermas Antônio Carlos.

Ainda dá para sentir que o lugar foi glamouroso. Ali é possível fazer vários tipos de aquaterapias e são muitos os passeios na região, como as lindas quedas d’água da cachoeira Véu das Noivas e o trajeto até a Pedra Balão.

Não longe dali se encontra Águas da Prata. São mais de dez tipos de fontes de águas medicinais nos arredores da pequena cidade de 7500 habitantes. A mais conhecida é a Fonte da Juventude, que por sua alta concentração em bicarbonato resolve dores de estômago e ainda deixa a pele esticada…

Logo após atravessar a fronteira com Minas Gerais está Caxambu, conhecida como o maior complexo hidromineral do mundo (isso mesmo). São 12 fontes de águas minerais gasosas e medicinais que jorram ininterruptamente. E o mais surpreendente é que a água de cada uma delas apresenta propriedades físico-químicas diferentes. Reza a lenda que foi ali que a Princesa Isabel curou sua anemia e finalmente conseguiu engravidar…

Mesmo com redes de hotelaria que poderiam ser melhores, uma viagem por essas cidades é imperdível. Não só pelas águas, mas pela região maravilhosa. E não se esqueçam que em poucos anos a água mineral será um luxo…

Até!

Bon vivant: que tal fugir da folia do Carnaval?

Bon vivant: que tal fugir da folia do Carnaval?

Nos últimos anos, não me lembro de um Carnaval no litoral paulista que tenha feito tempo bom. Aliás, chuva no Carnaval virou até piadinha por aqui. Se não o feriado inteiro, pelo menos boa parte dele. Não é por nada, mas gosto de praia com sol, ou pelos menos com mormaço. Tanto que já desisti do nosso lindo litoral nesta época do ano. É verdade que ninguém pode prever qual será o tempo desta vez, mas uma coisa é certa: a cada ano esse feriado registra recordes de engarrafamentos.

E essa é mais uma razão para sugerir a quem não quer folia nem muvuca um lugar mais que charmoso, ótimo para descansar, fazer umas lindas caminhadas e até meditar pra voltar para casa zerado… O destino é a Serra da Mantiqueira, mais precisamente São Bento do Sapucaí.

A Vila Kaapora, em São Bento do Sapucaí. Foto: Divulgação

Devo confessar que conheci um lugar chocante nessa região, a 190 km de São Paulo, uma pousada intimista que se autodenomina “hospedaria”. A distância é a mesma que as praias de Camburi ou Maresias. A diferença é o tempo de viagem. Num feriadão como esse, você gasta umas 3 horas para chegar lá, enquanto leva de 5 a 6 para acessar as belas praias citadas acima.

Depois da Rod. Ayrton Senna, a 1ª saída é para Campos do Jordão. Logo vem as saídas para São Francisco Xavier e São Bento do Sapucaí. É ali, em meio às montanhas a 1600 m de altitude, e deitada sobre um vale inspirador, que fica a Vila Kaapora.

O lugar conta apenas com três chalés. O espaço é extremamente bem pensado e cuidado, com camas king size e todo o resto à altura da proposta.  Mas a vista de cada chalé é ímpar e nos faz esquecer até onde estamos, parece hipnose. Tipo um vale composto por vários tons de verde coberto por uma camada de nuvens que, por sua vez, é coberta por um céu limpo e infinito.

O pôr do sol é lindo e o cobertor de estrelas à noite é uma verdadeira loucura. Ali, em boa companhia, pode ter certeza de que você vai meditar sem esforço. Aliás, não dá vontade alguma de se reconectar com o mundo…

As refeições seguem a levada slow food e tudo vem da horta orgânica e das criações próprias. Os passeios vão de trilhas a cachoeiras e dá até pra visitar uma produção de azeite na Estrada do Cantagalo chamada Oliq — um dos melhores azeites brasileiros.

É bem provável que não tenha mais lugar para este Carnaval, visto o tamanho da hospedaria, mas achei por bem repassar essa experiência o quanto antes. Fica a dica para toda vez que o bem-estar na calmaria for prioridade. Até!

Bon vivant: diversas opções de sorveterias pela cidade

Bon vivant: diversas opções de sorveterias pela cidade

Quem já conhece São Paulo sabe o quanto é sofrido andar pela rua, principalmente na hora do almoço, no primeiro mês do ano. Se por um lado janeiro é o mês perfeito para conhecer ou revisitar os bons restaurantes mais distantes da nossa rotina, em função do trânsito bem mais ameno do que no resto do ano, também é o mês mais desconfortável para quem gosta de sair a pé para almoçar.

De qualquer maneira, uma coisa é certa: até quem não tem o hábito de frequentar sorveterias o ano inteiro se deixa encantar pela promessa de frescor que a avalanche de novas bandeiras de “gelatos” de alta qualidade promete. Se for para tomar um sorvete após o almoço, ou mesmo no fim de semana, faço aqui uma lista de sugestões, em que TODAS as sorveterias citadas são de muita qualidade.

Sorveteria é uma das mais famosas de São Paulo

Sorvete de pistache da Bacio di Latte. Foto: Divulgação

Vamos começar pelos Jardins, berço obrigatório de toda novidade. Na rua Oscar Freire, a não por acaso famosa Bacio di Latte, com oito anos de idade, já abriu 40 lojas só na capital… Dá para acreditar ? E isso fabricando seus sorvetes diariamente em todas as suas lojas… É sucesso absoluto nas ruas, nos shoppings e nos aeroportos do Brasil. Ao pedir um café em qualquer uma das lojas, você ganha uma mini porção do produto no sabor bacio di latte, que praticamente obriga você a fazer outro pedido…

Um pouco mais à frente, no mesmo quarteirão, está o Le Botteghe di Leonardo, por muitos eleito como o hit da categoria. Ali só entram estabilizantes naturais, tipo farinha de alfarroba. E se assim o desejar, pode sair de lá chupando um picolé de vários sabores selecionados.

Perto dali, na Padre João Manoel, encontra se a Dri Dri, instalada desde 2014 e primeira filial dessa sorveteria londrina. Ali não se utilizam aromatizantes, corantes ou emulsificantes. Tangerina com manjericão é um hit da casa.

Na Artur de Azevedo, em Pinheiros, encontra-se a mais comentada de 2019, a Frida e Mina. Nada de corantes ou estabilizantes, apenas produtos orgânicos. Exatamente isso. Não é de estranhar os resultados espetaculares, tais como crocante de macadâmia e morango com balsâmico.

Gelato de jabuticaba do Le Botteghe di Leonardo. Foto: Divulgação

A alguns passos, na Joaquim Antunes, a famosa Albero dei Gelati, com sede em Milão e sucesso absoluto em Nova York, abriu suas portas em São Paulo levantando a bandeira do gelato agrícola, com 100% ingredientes orgânicos e biodinâmicos. Você pode até optar por uma variedade vegana tipo sorbet de chocolate, limão ou manga. Essa é a única gelateria com direito a 3 cones no guia Gambero Rosso da Itália, uma referência inegável.

Mais perto da estação Vila Madalena de metrô, a Stuzzi se destaca pelos sorvetes artesanais sem glúten e sem lactose. Isso faz com que seja a preferida dos veganos. Até o copinho é comestível, feito de mandioquinha.

Finalmente acabo minha lista com a Cuor di Crema. Sempre protegidos da luz e do oxigênio, os gelados preservam a textura lisa e cremosa, e são especialmente apreciados pelas variações de chocolates amargos de diversas origens.

O bairro campeão de sorveterias de qualidade por metro quadrado é, de longe, os Jardins. Outra boa notícia é que todas essas casas oferecem também um ótimo café, o que é outro motivo agradável para quem está em dúvida se deve ou não se refrescar à italiana…

Até!

Bon vivant: Noite feliz no Natal

Bon vivant: Noite feliz no Natal

O que não falta por aí são informações sobre onde encomendar uma boa ceia de Natal. São dezenas de opções, das mais acessíveis às mais sofisticadas, afinal de contas moramos em São Paulo. Mas isso é para quem pretende reunir em casa todos os parentes nessa data que, com certeza, é a comemoração familiar mais importante do ano.

O que já não é tão evidente são as opções de onde passar essa noite emblemática para quem não tem ceia programada. É o caso de casais com ou sem filhos, cujas famílias são de outras regiões do Brasil ou do mundo.

O Natal no Dinho’s Place inclui os ótimos cortes de carne. Foto: Helena de Castro / Divulgação

São Paulo é São Paulo e, claro, também existem muitas ofertas de restaurantes oferecendo ceias na noite do dia 24 de dezembro.

Recomendo aqui as opções do meu gosto para esses dois tamanhos de família na noite de celebração ao nosso senhor Jesus Cristo.

Para o casal sem filhos, sugiro três restaurantes com charmes e inspirações bem distintas. Minha primeira opção é a que me parece ser a mais romântica. La Casserole reúne charme e boa culinária francesa bem de frente para a floricultura do Largo do Arouche, no centro paulistano.

Para os fãs da gastronomia italiana minha dica é o Tre Bicchieri, que atende com maestria os paladares mais exigentes em um ambiente aconchegante. E para os casais europeus que deliram com os nossos cortes de carne, sugiro a churrascaria Dinho’s Place, que tem o buffet mais farto e bem apresentado da cidade e que não deve deixar por menos no assunto ceia.

Já para o casal com filho(s), recomendo fortemente lugares que priorizam a parte lúdica, porque afinal o Natal só é Natal porque existem crianças.

Chegar em um ambiente onde reina a magia natalina e ver um autêntico Papai Noel entregar os presentes para cada criança com certeza fará valer a escolha do lugar.

Na Chácara Turma da Mônica, além da ceia prevista um pouco mais cedo por causa das crianças, os baixinhos são entretidos por animadores que brincam na cozinha da Magali ou no espaço sustentável para conter a ansiedade enquanto os pais curtem a ceia. Até que aconteça o gran finale, quando o Papai Noel chama, uma por uma, as crianças presentes. E essa ainda é a opção mais em conta de todas. Reserve o quanto antes, faz um sucesso danado.

Por último, acho igualmente atrativo o hotel Maksoud Plaza, onde o vão do hall que abriga o restaurante 150 Maksoud deve impressionar adultos e crianças. Ali há uma árvore gigante e um Papai Noel que também presenteará cada criança que estiver com os pais nessa noite de sonho. E, na saída, por que não aproveitar e dar uma espiada na decoração da mais famosa avenida da cidade? Feliz Natal a todos!