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Trabalho em casa: A etiqueta nas reuniões virtuais

Trabalho em casa: A etiqueta nas reuniões virtuais

Nestes tempos de isolamento social, ocorre uma ampliação significativa de formas de trabalho remoto e, com isso, algumas práticas ganham ainda mais importância.

Os princípios básicos de educação em reuniões presenciais têm de ser adaptados quando os encontros profissionais são realizados por meio de ferramentas eletrônicas. Se não nos atentarmos, o risco de mal-entendidos e outras falhas de comunicação, estresse desnecessário e consequente queda na produtividade será muito maior.

Viviane Vicente, consultora de etiqueta corporativa

Viviane Vicente, consultora de etiqueta corporativa

A consultora de etiqueta corporativa e competência cultural, e fundadora da Rispetto Consulting – uma empresa de consultoria projetada para ajudar indivíduos e organizações a aprimorar seu potencial de liderança, Viviane Vicente, traz dez dicas importantes para quem não estava habituado a se comunicar predominantemente em ambientes virtuais. Veja a seguir:

 1. Respeite os horários de trabalho

Para marcar uma reunião virtual, leve em conta os horários de trabalho da equipe, respeitando as diferenças de fuso horário, se for o caso. Lembre-se que as pessoas estão se organizando para cumprir uma nova rotina; portanto, deve-se atentar para não ultrapassar o que foi acordado em termos de carga horária.

2. Envie os documentos necessários antes do início da reunião

Sempre que for necessário aos participantes discutir materiais/documentos, envie-os por email, de forma a permitir que todos tenham acesso aos dados a tempo de se preparar. Isso evitará explanações preliminares, economizando tempo e facilitando tomadas de decisão.

3. Teste os softwares/aplicativos com antecedência

Ao liderar uma tele/vídeo conferência, teste a plataforma a ser utilizada com antecedência, e assegure-se de que todos os participantes tenham as informações de acesso corretas e em tempo hábil, principalmente se for necessário baixar um novo programa.

4. Evite atrasos

Participantes devem também realizar o login alguns minutos antes da hora indicada, a fim de permitir que eventuais falhas de conexão ou acesso sejam reparadas a tempo e não atrasem o início da conversa.

5. Cumprimente e agradeça

Ao iniciar a reunião, quem a lidera deve cumprimentar os participantes e brevemente agradecer a presença de todos. Se o grupo for grande, não é necessário mencionar cada um por nome, considerando a utilização de plataforma que mostre quem está online. É importante que tanto quem organiza como quem participa respeitem o tempo de cada um para falar. Interrupções causam ainda mais confusão quando não estamos cara a cara.

6. Escolha bem sua estação de trabalho

Participar de uma reunião virtual em um espaço separado de outras pessoas e atividades da casa ajudará a eliminar distrações e concentrar-se no objeto da discussão. Não seja aquela pessoa que, ao ser instada a falar, percebe que havia parado de prestar atenção na conversa há mais de cinco minutos.

7. Deixe o microfone e o celular no “mudo”

Os participantes devem colocar seus dispositivos (microfones e celulares) no modo “mudo” sempre que não estiverem falando, a fim de minimizar os ruídos de fundo.  Estamos vivendo um período em que famílias inteiras estão em casa, e nem sempre será possível eliminar os barulhos da atividade doméstica por completo.

8. Faça uso correto da webcam

Ao usar a câmera, ajuste o ângulo a fim de que os outros participantes vejam seu rosto centralizado, permitindo a todos testemunhar sua expressão facial. Tenha cuidado para não expor a privacidade de sua família: avise a todos que está entrando em reunião, e quem se aproximar poderá aparecer em vídeo para um grupo de pessoas.

 9. Mantenha a boa aparência

Em videoconferências, é importante manter a aparência asseada e profissional. Cabelos desalinhados, uma camisa manchada ou amarrotada ou um pedacinho de alface no dente chamarão a atenção, causando distrações em um momento em que a concentração é crucial.

10. Seja tolerante

Caso haja uma interrupção inesperada na conexão ou em virtude de ruídos involuntariamente vindos do ambiente de algum participante, o ideal é manter a calma, ser tolerante e gentilmente oferecer auxílio para corrigir o problema.

Importante: Lembre-se que a maioria dos participantes está vivendo uma rotina de maior tensão e de exposição aumentada a interações eletrônicas. Permita-se rir, tenha paciência; esteja atento e seja solidário aos que sofrem um impacto mais significativo com essas mudanças.

 

Professor de História comenta eventos marcantes como o que vivemos

Professor de História comenta eventos marcantes como o que vivemos

Os historiadores narram eventos da humanidade, interpretando-os à luz de seu tempo. E eles terão muito trabalho para elucidar e compreender as mudanças que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) imprimem na sociedade contemporânea. De acordo com o professor de História do Colégio Marista Arquidiocesano, em São Paulo, Cauê Caic Gomes, a humanidade atinge novos conhecimentos a partir de grandes acontecimentos históricos.

“A história nunca se repete, mas uma observação atenta permite compreender semelhanças e diferenças, traçar comparações e analogias que possam colaborar na construção de ações ou movimentos que enfrentam adversidades na atualidade”, explica o docente.

Professor Cauê Caic Gomes

Professor Cauê Caic Gomes

O professor cita alguns exemplos que ocorreram ao longo da história e que podem nos ajudar nessas comparações e na busca por respostas ao que enfrentamos:

Descoberta da Penicilina

A Europa, devastada pela Primeira Guerra Mundial, viu surgir, a partir de um experimento frustrado de Alexander Fleming, a penicilina, o antibiótico mais utilizado na contemporaneidade no tratamento contra bactérias. “Sua criação inaugurou uma nova era no campo da Medicina, mesmo em um contexto em que ascendia o autoritarismo nazista”, frisa o professor.

Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública

No período final da Primeira Guerra Mundial eclode um vírus que, segundo estimativas, matou 50 milhões de pessoas: a Influenza A, popularmente conhecida por Gripe Espanhola. Afirma-se que tenha recebido esse nome não por ser oriunda da Espanha, pois na época havia pouca exposição de dados dos países envolvidos, mas justamente porque o país ibérico democratizava essas informações, o que orientou a imprensa a noticiar os fatos. “No Brasil, a doença matou em torno de 35 mil pessoas e propiciou a criação de um Departamento Nacional de Saúde Pública, que visava promover saúde de acesso universal e gratuita à população. Anos depois, o Departamento deu origem ao Ministério da Saúde como o conhecemos”, pontua Cauê.

Produção das obras Decamerão e Macbeth

Outro evento que tencionou a questão da saúde pública data da Idade Média e foi a chamada Peste Negra ou Peste Bubônica. De caráter mortal e excessivamente infecciosa, a doença surgiu no extremo Oriente e alastrou-se da China a partir de 1333, tendo chegado ao continente europeu no ano 1347. O incremento da atividade comercial entre Europa e Extreme Oriente propiciou o rápido alastramento da doença que, segundo historiadores medievalistas e da epidemiologia, matou 1/3 da população europeia, colapsando a saúde coletiva e impondo medidas quarentenais ao continente.

E foi nesse contexto de isolamento que alguns conseguiram ressignificar o ócio e torná-lo produtivo. “É o caso do poeta e dramaturgo Giovanni Boccacio, que redigiu o clássico Decamerão durante esse período. Anos depois, no contexto da Grande Praga de Londres (denominação que explicita outro momento do surto da epidemia), William Shakespeare redigiu Macbeth, clássico que discorre sobre a maldade humana em diversas esferas”, conta o docente.

Surgimento do Movimento negro americano

Rosa Parks, mulher negra americana, que em 1955 recusou-se a ceder seu lugar para brancos no ônibus, e que por isso foi presa, fez com que os discursos de um pastor ganhassem notoriedade. “Seu nome era Martin Luther King, e a luta engajada por essa fatalidade liderou movimentos que questionavam o racismo institucionalizado na sociedade americana, que em última instância, além de promover mudanças na estrutura étnico-racial da sociedade estadunidense, abriu portas para que em 2008 chegasse ao poder o primeiro presidente afro-americano, Barack Obama”, ressalta o professor.

Por que as pessoas resistem?

Viktor Frankl viveu os horrores de ser aprisionado em um campo de concentração nazista, na Segunda Guerra Mundial. Frankl expõe no livro “Em busca de sentido” suas experiências aterrorizantes como prisioneiro do regime nazista alemão. A obra narra a história de jovens e velhos, confinados nas prisões, possuidores de destinos condicionados para além da fatalidade, por seu ímpeto e gana em sobreviver àquele pesadelo. “O livro demonstra como jovens podiam morrer de acometimentos banais como resfriados, enquanto pessoas de mais idade, engajadas em sobreviver àquele horror, resistiam, pois tinham como sentido criar seus filhos, contar suas histórias e sobreviver ao mal dos homens”, explica Cauê.