Mobilidade: A expansão dos carros elétricos
Em julho último, 960 veículos elétricos foram vendidos no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Trata-se do maior recorde em um único mês, desde janeiro de 2012. Desse período até julho deste ano, foram comercializados 13.982 carros elétricos, que incluem os modelos puros (100%, com bateria) e os híbridos. E, na conta, estão de fora ônibus, motos e levíssimos, setor em franca expansão com patinetes, scooters e monociclos.
Os números são motivo de comemoração, frisa o presidente executivo da ABVE, Ricardo Guggisberg. Desde 2006, ele vem trabalhando obstinadamente pelo desenvolvimento, crescimento e divulgação dos elétricos no Brasil. “É um trabalho constante e muito focado, porque esse é um setor complexo. Não temos no Brasil políticas públicas para incentivar a produção e o consumo de carros elétricos. Isso dificulta, porque os impostos são muito altos e há um custo elevado para implantar toda a infraestrutura necessária”, afirma.
Lá fora, os carros elétricos estão rodando com incentivo de ações e impostos reduzidos. A China é líder mundial: em 2018, as vendas de carros elétricos cresceram 61,7%, alcançando 1,26 milhão de unidades. Estados Unidos, Portugal e Chile conseguiram reduzir o imposto equivalente ao ICMS brasileiro; já no Reino Unido, os carros híbridos e elétricos são liberados para circular nas zonas de congestionamento sem nenhum tipo de restrição.
De acordo com estudo da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), a frota de elétricos no mundo deve alcançar os 56 milhões até 2040. Além da questão da sustentabilidade, fundamental nas políticas de diversos países, há o financeiro. O custo por quilômetro rodado com um carro elétrico é até 50% inferior em relação a um modelo movido a combustão.
A ABVE defende o desenvolvimento de elétricos em geral, sejam eles pesados (ônibus, caminhões, trens etc.), leves (carros, caminhonetes) ou levíssimos (motocicletas, bicicletas, patinetes etc.). Nesse último segmento, temos visto uma equiparação com os países desenvolvidos. “A explosão dos patinetes elétricos mostrou que as pessoas querem se movimentar independentemente dos carros. Nesse mercado estamos junto com o mundo e vivendo os mesmos problemas, inclusive com a dificuldade de regulamentar esse tipo de modal”, observa Guggisberg.
Um exemplo dos levíssimos é a scooter elétrica Riba, no mercado há mais de nove anos e com sua célula de montagem em Minas Gerais, onde tem incentivos. A Riba, que faz parte da ABVE, conta com o sistema sharing de scooters, com veículos que podem ser acionados automaticamente com o uso de um smartphone, com preços calculados por minuto de uso. É mais uma opção sustentável, prática e ligeira que pode melhorar o trânsito em cidades como São Paulo e contribuir para um ambiente melhor e mais saudável.
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