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Bazar da Cidade abraça a meta do lixo zero e reúne mais de 70 expositores

Bazar da Cidade abraça a meta do lixo zero e reúne mais de 70 expositores

Bazar da Cidade

Bazar da Cidade/Divulgação

Agosto é um mês que faz a cidade de São Paulo ferver. É o mês do design, dos ateliês abertos e da realização de grandes bazares. Mais uma vez, o Bazar da Cidade se destaca no burburinho criativo da capital paulistana, ocupando pela primeira vez A Casa – Museu do Objeto Brasileiro, espaço de enorme prestígio quando o assunto é arte e mobiliário nacional.

“Estamos muito animados em mais uma vez poder celebrar o que é diverso, os contrastes e o fazer criativo de designers e artesãos que, desta vez, somam setenta”, afirma Bel Pereira, curadora do Bazar. “Estar em A Casa é, sem dúvida, o reconhecimento da força e da importância do Bazar da Cidade. A cada edição, nos aprimoramos em selecionar trabalhos desenvolvidos por quem valoriza a produção em pequena escala e, principalmente, quem acredita na venda direta para um consumidor que busca o original e o feito à mão”, completa Bel.

Design e muito mais

Nesta 12ª edição, o Bazar da Cidade apresenta um amplo e variado leque de expositores: Design e Casa (dezessete expositores);Acessórios (nove); Vestuário (quatorze); Joias e Bijoux (onze); Saúde e Bem-Estar (cinco) e ainda uma deliciosa ala de Gastronomia e Mercearia (quinze expositores). Sem falar na área de entretenimento. Serão dois shows e ainda um ‘talk’ sobre o lixo. E é tudo gratuito. “Será o máximo receber o cantor e violonista Renato Braz em uma de nossas tardes de música, no domingo. E ainda promover uma conversa séria e fundamental sobre o lixo e a cidade por quem domina o assunto e luta por ele”, afirma Bel Pereira que convidou para isso Flávia Cunha, da Casa Causa.

E como estamos no mês em que a cidade de São Paulo respira design, nada melhor do que destacar alguns expositores que valorizam concepções, traços e cores. É o caso de Ivone Rigobello, arquiteta que cria e produz peças únicas para o setor de Casa e que estará no Bazar da Cidade com sua coleção Semente. São capachos de sisal, estampados manualmente, inspirados em frutos da terra. O resultado: formas que se referem a etnias indígenas e africanas, preenchidas por cores terrosas como o vermelho, o amarelo e o marrom.

Prato Labirinto em porcelana com desenho autoral./ Studio Cris Azevedo

As ceramistas Renata Levi e Patrícia Carvalho participam com novas e especiais peças utilitárias e decorativas. Amigas de ateliê, seguem um caminho individual e independente. Mas ambas exploram a diversidade brasileira: a fauna e a flora, o grafismo e as texturas das cestarias indígenas.

O design digital está representado pela Titapoint, estúdio criado pela artista e designer Cora Pereira Hors e que alia Arte Digital, Design de Experiência e Tecnologia. É só escanear o código QR com o celular e o resultado será a realidade aumentada ou storytellings irreverentes. São posters, canecas, nécessaires, porta copos e imãs, todos com artes interativas e exclusivas.

O design étnico fica por conta da Baka Studio, da artista e antropóloga brasileira Alice Buratto. Depois de viver quatro anos na Cidade do Cabo, na África do Sul, resolveu se dedicar à divulgação e à valorização da cultura étnica africana, que entende como uma das principais bases culturais do Brasil. A Baka Studio comercializa peças históricas africanas restauradas, réplicas e criações atuais. Entre as matérias-primas mais importantes, que aparecem em almofadas e bolsas, estão as peles e o couro de África do Sul e Namíbia, advindos de resíduos da indústria alimentícia e adquiridos de forma legal.

Jóia de Cristina Nascimento/ Divulgação

Parceria que leva ao lixo zero

Comemorando quatro anos de existência, a partir desta nova edição, o Bazar da Cidade dá um passo à frente no quesito consumir com consciência: abraça a meta do lixo zero!

Para isso, fechou parceria com a Casa Causa, empresa fundada em 2014 por Flávia Cunha e Luciana Annunziata, que tem como propósito aproximar seus clientes, o máximo possível, do Lixo Zero – conceito estabelecido pelo Zero Waste International Alliance que prega aproveitamento e encaminhamento corretos dos resíduos, com uma destinação limite de 10% para aterros sanitários.

“Consumir com responsabilidade e dar um destino correto ao lixo produzido sempre fez parte dos propósitos do Bazar da Cidade. Agora chegou a hora de colocarmos isso em prática”, afirma Bel Pereira. “É impossível ser um evento de qualidade sem dar a atenção necessária ao lixo criado por todos nós, sejam expositores ou quem nos visita”, completa Bel.

Lixo no lugar certo

E como funciona o trabalho para se chegar ao lixo zero no Bazar da Cidade? Segundo Flávia Cunha, a Casa Causa vai caminhar por duas frentes: junto aos expositores e equipe de produção do Bazar da Cidade; e junto aos clientes e visitantes.

Dez dias antes do evento, em uma visita técnica ao museu A Casa, serão definidos o número e a localização das estações de coleta necessárias para atender o local. Paralelamente, os expositores receberão um questionário e um manual. O questionário ajudará a Casa Causa a entender os produtos que serão vendidos por cada expositor e os resíduos gerados em sua comercialização. E o manual orientará o expositor sobre materiais que ele não deve usar – por exemplo, plásticos de uso único e isopor – e como ele deve proceder frente aos resíduos produzidos pelo seu estande.

Tête-à-tête do lixo

Durante os dois dias do evento, um coordenador e um agente ambiental atuarão full-time. “O objetivo é não gerar lixo”, explica Flávia Cunha. E o que é lixo? “Lixo é quando você mistura tudo e impossibilita a reciclagem. Uma simples bituca de cigarro em contato com uma garrafa estraga o processo”, explica.

O coordenador da Casa Causa é responsável por acompanhar toda a operação pró-lixo zero, enquanto o agente ambiental cuida das estações de reciclagem e faz, a cada hora, um corpo-a-corpo com os expositores, recolhendo os resíduos.

Outra ação fundamental é a educação ambiental do público. “É também o agente que desenvolve esse trabalho”, diz Flávia Cunha. “É ele que tira dúvidas e convida o visitante do bazar a se engajar na causa do lixo zero, mostrando as estações de reciclagem e como tudo funciona”.

No último dia (domingo), depois do evento ter sido totalmente finalizado, um caminhão de uma cooperativa local – no caso, a Coopamare, da Vila Madalena – vai recolher todo o lixo produzido pelo bazar. Na cooperativa, o lixo será pesado e, a partir dos resultados, a Casa Causa emitirá um relatório de resíduos, que mostrará ao Bazar da Cidade e a todos os envolvidos as conquistas rumo ao lixo zero.

BAZAR DA CIDADE

Dias 24 e 25 de Agosto de 2019
Sábado e domingo, das 11h às 21h
Entrada gratuita
Manobristas no local, ao preço de R$ 25,00

A CASA – Museu do Objeto Brasileiro

Rua Pedroso de Morais 1216/1234, Pinheiros, tel: (11) 3814-9711.