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Buenos Aires é a cidade do tango

Buenos Aires é a cidade do tango

Casal dança na milonga La Catedral

Buenos Aires… Uma cidade que vive, ama e sofre, em sua história, em sua identidade e na paixão de seu povo. Além do ano ou da década em que vivemos pela sorte ou pelo destino, cada um de nós caminha pelas ruas da cidade respirando e sentindo, a cada passo, o tango… que vive intensamente no Rio da Prata.

O tango, como gênero musical, nasceu no final do século XIX em uma pulsante Buenos Aires, que recebeu navios cheios de imigrantes europeus. Cresceu como arte popular urbana, que se expressava não só na capital argentina, mas também em Montevidéu, no Uruguai. O tango tem a sua própria língua: o lunfardo, o dialeto dos subúrbios e da marginalidade, que deixaria a sua marca no discurso de Buenos Aires.

É claro que isso não acontece apenas em San Telmo, conhecido como o bairro do tango, por causa de sua estreita relação com as milongas (os lugares onde os argentinos vão dançar tango e milonga). Acontece também em todos os paralelepípedos das ruas da cidade, vias cobertas de história. O tango mora no Retiro, na avenida Corrientes, no Hipódromo, no bairro de Boedo, na rua Florida, nas ruas de La Boca e da Recoleta, na Costanera e no bairro de Palermo. Está nos bares e em cada uma das milongas, onde qualquer um pode ir dançar ou ter aulas e aprender a sua arte.

Músicos da banda La Trampera no bar Los Laureles

O tango é passado e presente. É abraço e paixão, vida e sofrimento, olhar e sedução. Pode ser escuro ou nublado, amor e tristeza, prosa e lunfardo, contato e desejo. O tango é ritmo e sensação: é saber carregar e saber se deixar levar.

Aula de tango, atividade comum em Buenos Aires

O tango viverá sempre no Rio da Prata.

“Essa rajada, o tango, essa diabrura,
os atarefados anos desafia;
feito de pó e tempo, o homem dura
menos que a leviana melodia, que só é tempo.
O tango cria um turvo passado irreal
que de algum modo é certo,
o recordo impossível de haver morto
pelejando, em uma esquina do subúrbio.”

“O Tango” – Jorge Luis Borges