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Consumo brasileiro de produtos orgânicos está cada vez maior

Consumo brasileiro de produtos orgânicos está cada vez maior

O consumo de produtos orgânicos está cada vez maior. Do alimento ao vestuário, empresas correm para se adaptar a esta demanda crescente e mundial, que respeita o agricultor e o meio ambiente.

Totalmente eco

Look Flavia Aranha em algodão orgânico

As roupas da estilista Flavia Aranha são lindas e trabalhadas da forma mais natural possível. O tingimento é feito com folhas, raízes e galhos, e todas as roupas – malhas, sarjas e moletons – são de algodão orgânico. Ou algodão sem veneno, como é chamado pelos agricultores do interior da Paraíba, principais fornecedores da matéria-prima da marca. Os produtores recebem apoio da Natural Cotton, parceiros de longa data da marca, e as peças de algodão contam com a certificação orgânica da ECOCERT. Para o consumidor é a certeza da procedência de uma roupa que passou por uma cadeia 100% justa e limpa.

Fibras e corantes naturais

O Studio In Blue Brasil, ateliê tocado pela designer têxtil Leka Oliveira, produz peças com fibras e corantes naturais, que garantem produtos biodegradáveis e sem toxidade para a nossa pele ou para o planeta. Leka usa fibras e corantes extraídos de plantas para produzir suas peças e propõe uma forma consciente de produzir e consumir moda.

Peça do studio In Blue Brasil, que usa fibras e corantes extraídos de plantas

Por trás de cada peça tingida artesanalmente para formar belas estampas prevalece a filosofia do comércio justo e sustentável. E o mais importante é que mantém a biodiversidade em equilíbrio. Desenvolver produtos utilizando matérias-primas orgânicas, biodegradáveis, e que respeitam toda a cadeia produtiva, não é apenas uma tendência, mas uma necessidade desta nova era, socialmente mais justa e ambientalmente mais responsável.

Um reservatório de carbono

Líder mundial na produção e comercialização de açúcar e álcool orgânicos, a Native prova como o investimento em práticas sustentáveis traz ótimos frutos. Com sede na Fazenda São Francisco, na cidade de Sertãozinho, em São Paulo, ela já possibilitou que mais de um milhão de árvores nativas brasileiras fossem plantadas e inúmeras ilhas de biodiversidades integradas às áreas de cultivo.

A implantação de um modelo agrícola de produção diferenciado resultou na formação de uma teia alimentar que permite a convivência do agronegócio com mais de 300 espécies de animais vertebrados, sendo que 244 são raras, como onça parda, tamanduá bandeira, lobo guará, entre outros. Hoje a marca conta com mais de 40 produtos, que vão desde sucos e cereais matinais a óleos vegetais e biscoitos. O mais legal: todas as embalagens contêm informações sobre biodiversidade e meio ambiente.

Fontes de energia sustentável crescem no Brasil

Fontes de energia sustentável crescem no Brasil

Gerador de energia eólica da WEG

Energia sustentável é aquela que vem de recursos que são naturalmente reabastecidos, como sol e vento. Mas nem todo recurso natural é renovável. Por exemplo, urânio, carvão e petróleo, que degradam o planeta depois de passarem pelo processo de refinamento, combustão, queima etc. Mesmo assim, as fontes “sujas” e finitas continuam sendo o principal recurso de energia do mundo: quase 90% das emissões de CO2 geradas pela atividade humana vêm do uso de combustíveis fósseis.

O Brasil conta, atualmente, com uma potência instalada de 1,3 mil megawatts (MW) em usinas e sistemas solares fotovoltaicos, o que representa apenas 0,8% da matriz elétrica nacional. Mas as expectativas de crescimento são positivas. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os investimentos nesse segmento foram de aproximadamente R$ 20 bilhões em 2018 e projeções recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam ainda que a fonte solar fotovoltaica deverá atingir 10% em 2030.

Brasileiros à frente

Empresa brasileira de fornecimento de sistemas elétricos industriais, a WEG atua na instalação de sistemas fotovoltaicos para a geração de energia solar em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e investe no fornecimento dessa matriz energética também no Mato Grosso em parceria com o Sebrae e o Banco do Brasil. Em 2010, a WEG também iniciou as primeiras pesquisas para o desenvolvimento de geradores e equipamentos para o fornecimento de energia eólica. Desde 2014, foram instalados 134 aerogeradores pela empresa, nos estados do Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

Oásis sustentável

O novo Parque Ecológico Imigrantes

Localizado a 30 minutos de São Paulo, o recém-inaugurado Parque Ecológico Imigrantes proporciona ao público um contato íntimo com a Mata Atlântica. O parque conta com uma placa de energia solar na cobertura da sede e uma torre de energia eólica – em breve, serão mais cinco torres, tornando a energia do parque totalmente limpa. Toda a sua estrutura foi erguida respeitando os preceitos da bioconstrução: quase 94% do material de construção foi reutilizado na própria obra e todo o material aplicado da estrutura é ecológico, a exemplo da madeira plastificada utilizada nas passarelas. O Parque estará aberto ao público a partir do dia 10 de dezembro.

Veganismo ganha espaço no mercado de cosméticos

Veganismo ganha espaço no mercado de cosméticos

Para além da comida, é possível ser vegano inclusive nas escolhas de cosméticos

O termo vegano não se relaciona apenas à alimentação. O veganismo é um modo de vida que procura excluir, dentro do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com animais na alimentação, no vestuário e em outros propósitos.

Nesse nicho se inclui a beleza, um segmento que só cresce em opções e que possibilita que todos saiam ganhando: as marcas têm espaço para criar novas fórmulas conectadas com a natureza e os consumidores encontram alternativas para cuidar do corpo sem gerar impactos ambientais negativos. Hoje, já existem opções de cosméticos que cuidam da pele sem crueldade animal e com extratos naturais e, em alguns casos, até representam a biodiversidade brasileira.

De volta às origens

A empresa brasileira Labot Green produz óleos vegetais, como de argan, oliva e semente de girassol, conhecidos por suas propriedades restauradoras, antioxidantes e hidratantes, e manteigas vegetais, como Karité e Illipe, para uma rotina completa de cuidados, como hidratação, esfoliação e nutrição naturais.

A marca tem o selo Ecocert de sustentabilidade, que comprova a origem dos produtos, feitos por comunidades locais, de onde são retiradas as matérias-primas naturais. Este processo valoriza a retomada do conhecimento da milenar medicina tradicional, com seus saberes que passam de geração em geração.

Cruelty-free

Cosméticos da Face It não contém resíduos químicos

A Face It foi criada recentemente com o objetivo de produzir cosméticos sem resíduos químicos tóxicos e sem testes em animais. Para que isso acontecesse, os sócios buscaram a expertise do laboratório italiano Labphyto, especializado em fabricação de cosmética vegana e sem resíduos tóxicos, que produz formulações para mais de sessenta marcas ao redor do mundo. Os batons da Face It têm certificação da People for Ethical Treatment of Animals (Peta) devido aos cuidados com as matérias-primas, sempre orgânicas, e o processo cruelty-free, termo usado para produtos de marcas que não aplicam testes em animais.

100% brasileira

Protetor labial da Labot Green

A Natura é conhecida pela representatividade da biodiversidade brasileira em seus produtos. A marca não realiza testes em animais no processo de desenvolvimento de seus produtos desde 2006 e prioriza ingredientes de origem vegetal. Grande parte do portfolio oferece produtos que podem ser consumidos por vegetarianos ou veganos, sem ingredientes de origem animal em sua composição, como hidratantes para o corpo, demaquilantes de rosto, desodorantes colônia e variadas cores de batons. Algumas linhas da Natura que estão nessa lista são Ekos, Chronos, Kaiak, Faces e Mamãe e Bebê.

Empresa Greenk busca conscientizar a sociedade do descarte correto do e-lixo

Empresa Greenk busca conscientizar a sociedade do descarte correto do e-lixo

“Lixeiras eletrônicas” estão dispostas por volta da cidade de São Paulo

O movimento Greenk busca conscientizar a sociedade sobre a importância do descarte correto do lixo eletrônico. O projeto nasceu no final de 2016 para transformar o e-lixo das chamadas linhas verde e marrom: computadores, smartphones, tablets, fios, baterias, carregadores, monitores, aparelhos de TV e rádio, entre outros. O nome dá uma pista de sua missão. Greenk é a junção das palavras “Geek” (apaixonado por tecnologia) e “Green” (verde e meio ambiente).

O foco, segundo Fernando Perfeito, à frente do movimento, é o público jovem, atraído com eventos com muita música, tecnologia, games, youtubers etc. Neste ano, no Festival Greenk Tech Show, foram coletadas 86 toneladas de e-lixo. O Greenk conta também com quinze pontos públicos de coleta de lixo eletrônico em São Paulo, que já arrecadaram 6.134 kg.

“Precisamos mudar a realidade do descarte de eletrônicos no país. Segundo dados da ONU, o Brasil é o sétimo maior produtor de e-lixo do mundo e segundo nas Américas, com 1,5 milhão de toneladas/ano. Deste montante, apenas 3% são descartados corretamente”, explica Fernando.

100% pós consumo

Embalagens para a marca Positiva, apenas com materiais reutilizáveis

O meio ambiente não pode ser um depósito de lixo. Aliás, dentro do contexto da economia circular, o lixo é considerado um erro. “Se algo não pode ser reaproveitado, nem deveria ser criado”, afirma Guilherme Brammer, engenheiro de materiais e fundador da Boomera. Brammer tem como meta aproveitar integralmente os recursos disponíveis, até mesmo o lixo. Foi o que a Boomera fez, por exemplo, com resíduos retirados dos mares do Rio de Janeiro.

Coletados por cooperativas de catadores, esses resíduos foram transformados em cones para a Adidas. Outro case bacana da Boomera é o projeto Oceano Limpo, que coletou plástico nas areias do litoral paulista e o transformou em embalagens novas para a marca Positiva (na foto acima), de produtos de limpeza sustentáveis. Além da matéria-prima desses frascos ser 100% pós-consumo, a ação evita que esse lixo espalhado nas praias vá parar no oceano.

Para saber dos locais para descarte acesse greenk.com.br/pontos-coleta-saopaulo.

Economia circular é cada vez mais utilizada nas empresas

Economia circular é cada vez mais utilizada nas empresas

Bolsa da Bottletop: o luxo está nos detalhes

Assim como os frutos e sementes consumidos por animais se decompõem e se transformam em adubo para plantas, que crescem de novo e dão frutos que alimentam novas gerações de animais, no processo industrial é possível resgatar com inteligência ativos já existentes, trazendo-os para um novo uso e uma nova vida. Dessa forma, produtos podem ser recuperados, o que os traz de volta ao círculo virtuoso e sustentável da economia.

Na verdade, o modelo da antiga economia tradicional não cabe mais no século 21. O padrão que visa apenas “extrair, produzir e descartar” está em total descompasso com as demandas atuais, em que os recursos naturais vêm se esgotando e não há mais espaço para o lixo.

Do berço ao berço

A C&A lançou a primeira coleção de moda do mundo certificada pelo Cradle to Cradle Innovation Institute, uma organização sem fins lucrativos que educa e capacita os fabricantes para se tornarem uma força positiva para o meio ambiente. Em algodão orgânico, com tingimento livre de químicos nocivos, as peças são compostáveis e apresentam especificações que tornam sua reciclagem mais simples.

A Cradle to Cradle Certification™ conta com cinco níveis de certificação: básico, bronze, prata, ouro e platina. A certificação ouro, recebida pela C&A, exige comprometimento com produção livre de químicos tóxicos e prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, limites de emissões de CO2, uso de pelo menos 50% de energia renovável no processo de produção, reaproveitamento de água, design pensado para pós-consumo, compromisso com as pessoas envolvidas no processo de produção e outros padrões rigorosos para garantir uma produção mais limpa e menos impactante possível.

Luxo circular

Criada em 2002 pelo britânico Cameron Saul, a Bottletop nasceu como uma alternativa sustentável e criativa para os consumidores de luxo. A marca produz bolsas, mochilas, carteiras e outros acessórios a partir do reaproveitamento de lacres de latinhas (as “bottle tops”).

Tudo começou quando Cameron veio ao Brasil e se encantou com as técnicas de artesãos da Bahia. Ele teve a ideia de lançar uma linha de bolsas com as estruturas metálicas e começou a fazer os produtos na Bahia e em São Paulo. As peças conquistaram celebridades como as atrizes Emma Watson e Jessica Alba e a modelo Naomi Campbell.

A sustentabilidade da marca inclui o belo trabalho social da empresa nas comunidades com as quais trabalha no Brasil, no Malawi, em Moçambique, em Ruanda e no Reino Unido. “O luxo está nos detalhes”, diz Cameron, e ele está coberto de razão. No caso da Bottletop, essas “minúcias” agregam ainda mais porque são regenerativas, evidenciam a inteligência da economia circular.