logo
logo
Rádio vozes: 20 anos de festa

Rádio vozes: 20 anos de festa

Olá pra você que sintoniza, quer dizer, que lê a HORAS! É com prazer que a partir de agora participo desse time bacanérrimo que te acompanha pelos aeroportos e viagens! O verbo errado no começo desse texto, me desculpem, tem a ver com um hábito muito enraizado em mim. Estou no ar há pouco mais de trinta anos. O rádio tem sido minha principal expressão, a maior parte da minha vida de jornalista. E tenho a felicidade de celebrar, agora em 2018, vinte anos de “Vozes do Brasil”, meu programa mais longevo. São duas décadas de transmissão em diversos formatos: diário, semanal, ao vivo, com plateia, no estúdio, em casa! Hoje conto com a parceria de dez emissoras de rádio espalhadas pelo país e com a opção contemporânea de ouvir sob demanda através da plataforma digital Rádio Vozes.

Aqui nesse espaço vou compartilhar algumas das entrevistas que faço e um pouco da minha intimidade cotidiana com a música e as demais artes que a cercam.

Acabo de ver o show “Caravanas” de Chico Buarque e foi na interpretação ao vivo que me dei conta da força da canção que dá nome ao disco. “Caravanas” fala da pressão social que sofre o Rio de Janeiro, mas também passeia lindamente sobre o que é a música brasileira hoje quando usa o funk carioca num arranjo sofisticado com as raízes do samba e da canção. Ouvi também a nova canção de Léo Cavalcanti, “Ainda aqui Sonhando”, uma linda confissão que certamente toca a todos nós: “o mundo explodindo e eu ainda aqui sonhando em ter um amor…”

Essas músicas nos lembram o quanto a cultura é um ativo fundamental para uma nação. Forma um cidadão da mesma maneira que aprender a ler e escrever. Nossos pilares estão aí, nossas referências também. Não estamos sós, não estamos perdidos. Como já escreveu Torquato Neto, uma das minhas maiores referências: “ligue o rádio, ponha discos, veja a paisagem…” Precisamos nos conectar com o belo, com a arte, com a música que transforma. E compartilhar essa onda boa com muita força! É isso que faço no rádio e que com alegria pretendo fazer aqui. Espero que você se divirta!

Muito obrigada pela atenção e até a próxima!

Mobilidade: Mais sorrisos, menos buzinas

Mobilidade: Mais sorrisos, menos buzinas

Como você vive a cidade em que mora? Pergunta estranha? À primeira vista sim, mas nem tanto se percebermos que ela pode nos fazer entender o paraíso ou o inferno do nosso dia a dia. A nossa relação com a cidade é forjada no ir e vir do cotidiano, na sensação do ar fresco no rosto, ou mesmo na visão do sol que ilumina as casas, as árvores e as pessoas.

Há hoje muita gente cansada de congestionamento que resolveu vivenciar a cidade de uma forma mais leve, colocando o próprio corpo para caminhar e pedalar.

Além dessas vantagens, há a possibilidade de descobrir outra cidade, outra população. Você fica mais próximo de gente com muitas histórias bacanas para contar. Compartilha ideias, quebra paradigmas e preconceitos, colabora para gerar uma metrópole mais humana.

Mudar hábitos e cultura demanda tempo, pois estes processos só poderão acontecer junto a uma nova consciência a respeito desses assuntos. A noção de que o coletivo é boa alternativa ainda não está tão clara para a nossa sociedade.

Há uma frase, de autoria de Enrique Peñalosa, prefeito de Bogotá, que já se transformou em mantra por aí. E é realmente muito inteligente: “País rico não é aquele em que pobre anda de carro, é aquele em que o rico anda de transporte público”.

Quando poderemos dizer que temos essa riqueza social?

Para Peñalosa, a boa cidade é aquela em que ricos e pobres se encontram em atos culturais, no transporte público, nas praças, na calçada. “Somos pedestres, precisamos caminhar. Não somos felizes em gaiolas, encerrados entre muros. Por isso estamos mais felizes numa calçada de dez metros do que numa calçada de dois metros de largura”, ele diz.

A cidade deve ser pensada para crianças, idosos, deficientes, mas geralmente é desenhada para os adultos com carro, um resultado natural do “progresso”.

Como otimizar os argumentos a favor dessa cidade mais humanitária?

Uma reflexão se faz necessária para pensarmos e aproveitarmos melhor a nossa cidade. Uma cidade que deve ser feita para as pessoas serem mais felizes e terem mais saúde e bem-estar. Mais tempo livre, menos tempo de imobilidade no trânsito. Mais sorrisos e cantos, menos gritos e buzinas. Mais ar fresco e puro, menos fumaça e fuligem. Por que não?

Bon vivant: restaurantes como Frutaria São Paulo, no natural chic

Bon vivant: restaurantes como Frutaria São Paulo, no natural chic

Salada de grãos e castanhas do Bio

Bon vivant da minha faixa etária sempre teve um certo preconceito em relação à comida “natural”. E não é à toa.

Até poucos anos atrás o que a cidade oferecia de restaurantes naturais ou saudáveis era algo tão rústico que eles eram chamados de forma pejorativa de “naturebas”, e o público que frequentava estes lugares parecia ter saído de uma comunidade hippie. Sei que era um tipo de preconceito e também sei que tinha muito mais a ver com o estilo do que com a comida.

Hoje os cuidados com a alimentação são prioridade para todos e, se bobear, quanto mais jovem a pessoa for, mais preocupada ela é com essa questão.

A evolução desse estilo de vida saudável andou rápido. Os restaurantes também acompanharam e hoje São Paulo oferece muitas opções para quem não quer descuidar da saúde sem abrir mão do lado charmoso de comer fora. Aliás, o mundo  todo adotou esse estilo – basta ver o restaurante OTL, que é hit em Miami, cidade onde reina o culto ao corpo – e nessa onda predomina o público jovem, que inclui os jovens adultos.

Por aqui temos o Tea Connection, o Empório Frutaria, o Nattu Restaurante e o pioneiro, Frutaria São Paulo, priorizando a saúde sem deixar de lado aquela dose de serviços de qualidade e ambiente agradável. E vamos combinar que tem seu charme ver predominar águas de coco e sucos coloridos nas mesas, no lugar de taças de vinho e champanhe, além da atmosfera de bom humor.

Alguns ingredientes têm presença confirmada nas mesas, como o abacate, que quem não pede pelo sabor, pede pelo post – quem não ouviu falar do Avocado Toast? –, mas ainda assim os cardápios contam com uma variedade de cores e combinações dos mais diferentes vegetais e proteínas animais. Como o atum semi-cru com crosta de gergelim e spaghetti de pupunha, a salada de rúcula com brie e pistache, o havaiano poke e os dadinhos de tapioca e queijo coalho com geleia de pimenta, que vieram do Mocotó e agora estão presentes em mais de um desses cardápios.

Imagine um spaghetti de abobrinha ao molho de tomate caseiro com queijo chèvre e amêndoas laminadas. Estamos de acordo que faz a cabeça de qualquer gourmet?

Detalhe, estas são as siglas que acompanham a maioria dos descritivos dos pratos nesses lugares: SL (sem lactose), SG (sem glúten), VG (vegetariano). Que delícia comer sem culpa!

É isso. O que há poucos anos era tendência virou realidade. Até o premiado Alex Atala, junto aos sócios do Frutaria São Paulo, montou o Bio – Comer Saudável, no qual os pratos saem da grelha quase que só com ingredientes orgânicos.

Tomara que essa atitude passe a ser a de nós todos. Mesmo se, de vez em quando, ainda formos a um bistrô. Até!

Bom de copo: cerveja

Bom de copo: cerveja

cerveja

A cerveja é aquela companhia ideal para churrascos, confraternizações, aniversários, praia, clubes, eventos esportivos, reuniões de amigos. Ou seja, não importa se você está em uma feijoada com pagode ou em um show de rock, lá sempre haverá uma cerveja disponível. Ela é a primeira escolha do brasileiro: uma bebida que traz tradição, sabor e, desde que consumida sem abuso, também traz alegria. Além disso, hoje sua produção não depende mais de características regionais como clima, terroir e água para acontecer, gerando imensas possibilidades de variações.

Mas, e no Brasil, como vão as coisas no mercado cervejeiro? Hoje vivemos o que aconteceu no final dos 1980, começo dos anos 1990, nos Estados Unidos. O brasileiro está descobrindo uma cena efervescente no mercado cervejeiro, com novas marcas, novos estilos e uma galera entrando de cabeça no mundo da cerveja artesanal. Não apenas São Paulo, mas as principais capitais do país estão recebendo novos empórios, bares e brew pubs voltados à cerveja artesanal. Acredito que esse é um caminho sem volta para o bem do público de maneira geral, pois haverá um leque maior de escolhas e de possibilidades de aromas, cores e sabores nesse universo fascinante que é a cerveja.

Saúde!

Curiosidades da história da cerveja:

  • Alimento: na Idade Media, a cerveja também era produzida para os períodos de jejum dos monges. Como estes não podiam comer, mas podiam ingerir líquidos, a cerveja funcionava como alimento.
  • É lei: o Código de Hamurabi datado de 1760 a.C. condenava à morte quem não respeitasse os critérios de produção de cerveja indicados.
  • Pureza: a Lei da Pureza Alemã (Reinheitsgebot) foi promulgada pelo duque Guilherme IV da Baviera, em 23 de abril de 1516. Ela instituiu que a cerveja deveria ser fabricada apenas com três ingredientes, sendo estes água, malte de cevada e lúpulo.