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How to Innovate 2019 é ponto de encontro entre tecnologia e impacto social de maneira integrada

How to Innovate 2019 é ponto de encontro entre tecnologia e impacto social de maneira integrada

William Kamkwamba é inovador, engenheiro e autor do Malawi. Foto: Divulgação

Em uma época onde tudo acontece e muda rapidamente, inovar é fundamental. A cada dia surgem projetos com potencial de transformar para sempre a vida de muitas pessoas ao redor do mundo. O pontapé inicial pode ser o mais difícil para quem busca fazer a diferença, mas o How to Innovate 2019 promete inspirar e dar os caminhos para que as pessoas se tornem protagonistas e transformem a realidade de seus entorno e negócios. O evento, que será realizado no dia 20 de agosto, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, reunirá criadores de plataformas e projetos inovadores internacionais e nacionais.

Um dos grandes destaques do evento é a participação de William Kamkwamba, que inspirou o filme “O menino que descobriu o vento” – ele virá pela primeira vez ao Brasil e será o responsável pela abertura. O evento também contará com André Bello, criador da plataforma de transformação e protagonismo jovem Acredite!; Letícia Pozza, cientista de dados que atua como consultora em grandes empresas; Gustavo Fuga, fundador da 4YOU2 Idiomas; Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora e outros nomes em quatro arenas e um painel central com assuntos que vão desde o Big Data até projetos sociais.

Com abertura de William Kamkwamba, que inspirou o filme “O menino que descobriu o vento” e que virá pela primeira vez ao Brasil, o evento também contará com André Bello, criador da plataforma de transformação e protagonismo jovem Acredite!; Letícia Pozza, cientista de dados que atua como consultora em grandes empresas; Gustavo Fuga, fundador da 4YOU2 Idiomas; Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora e outros nomes em quatro arenas e um painel central com assuntos que vão desde o Big Data até projetos sociais.

How to Innovate 2019 tem curadoria da HSM Educação executiva e é organizado pela Learning, empresa especializada em organização educacional de inovação e negócios.

Transamérica Expo Center

Avenida Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro. 20 de agosto, das 8h às 19h. Site: www.h2i2019.com.br

Negócios de impacto social e ambiental promovem cidadania e geram benefícios para comunidades

Negócios de impacto social e ambiental promovem cidadania e geram benefícios para comunidades

Produção de óleo de pequi, na Aldeia Ngôjwêrê dos Kisêdjê, Terra Indígena Wawi

Em um país com uma população tão carente como a nossa, empreender é uma necessidade. Segundo o último censo do IBGE, 53 milhões de brasileiros não têm fonte de renda e outros 44 milhões vivem com menos de um salário mínimo.

Precisamos da criatividade do empreendedor para elaborar novos modelos de negócios – mais sustentáveis, éticos, justos e que estejam dispostos a acolher, ao invés de barrar, os milhões de pessoas que há anos batalham para ter acesso aos serviços básicos e à empregabilidade.

Enfim, o ideal é unir a rentabilidade ao desenvolvimento social. Para atar estas duas pontas é que surge o empreendedorismo social. Seu objetivo é solucionar problemas sociais e ambientais de forma autossustentável (sem depender de doações) e mantendo o diálogo constante com a comunidade afetada.

“Os negócios de impacto social são fundamentais para o Brasil, pois favorecem a educação, a saúde e a empregabilidade de uma grande parte da população, criando mais oportunidades e riquezas”, afirma Agostinho Turbian, presidente da GCSM, instituição que avalia empresas e empresários para prêmios de destaque. Atualmente, há 1002 empresas que atuam nessa linha, um crescimento de mais de 70% nos últimos dois anos.

Preservação ambiental

Todo produto carrega uma história. Embora a maioria das pessoas ignore a longa e intrincada cadeia produtiva por trás de qualquer item comprado, existe uma trajetória a ser cumprida até que ele chegue às mãos do consumidor. Se foi feito com trabalho análogo à escravidão ou com o desmatamento de áreas de preservação ambiental, é um eterno mistério.

Trabalho manual nas aldeias

O selo Origens Brasil traz uma luz para essa questão. Ao escanear um QR code nos produtos parceiros da iniciativa, o cliente tem acesso a uma plataforma que mostra como foi o processo de coleta, quem participou e onde aconteceu. Com esse rastreamento, a organização procura estimular as empresas a agir de forma ética com seus colaboradores, e sustentável com o meio ambiente.

O grande diferencial do Origens é trabalhar apenas em zonas de preservação ambiental, em parceria com populações locais como indígenas, quilombolas e extrativistas. Eles jamais desmatam para o plantio, coletam na natureza produtos como castanhas, mel e cogumelos. A organização também comercializa o artesanato dos povos originários, gerando renda e autonomia para parcelas historicamente excluídas.

Fundada em 2016, a empresa social atua em três grandes áreas de preservação (Xingu, Calha Norte e Rio Negro) em um total de 90 milhões de hectares e hoje conta com 14 empresas parceiras, entre elas o Grupo Pão de Açúcar e a Wickbold, com 1.450 produtores cadastrados.

O Origens Brasil procura aproximar a população urbana das zonas de conservação ambiental, valorizando esses territórios e quem os protegem. “Essas populações conseguiram conciliar, ao longo de gerações, o modelo de produção com o de preservação”, observa Patrícia Cota Gomes, engenheira florestal e coordenadora do Origens.

“O Brasil talvez seja um dos poucos países que têm a cultura dos povos bastante preservada. As empresas estão de olho nisso e nós queremos ser viabilizadores para os negócios da floresta”, complementa a coordenadora. Para ela, a biodiversidade é uma das maiores fontes de inspiração para a inovação econômica, tecnológica e farmacêutica. E o empreendedorismo social pode ser um braço forte nesta empreitada.

João Kepler, premiado investidor-anjo, revela o que o empreendedor deve fazer para decolar

João Kepler, premiado investidor-anjo, revela o que o empreendedor deve fazer para decolar

João Kepler foi premiado como Melhor Investidor Anjo do Brasil pelo Startup Awards

Como conseguir investimento para um negócio? Aliás, o que esse negócio precisa ser, ter e fazer para atrair aportes de um investidor-anjo? Parceiro estratégico que irá impulsionar o negócio e muitas vezes auxiliar também na gestão do empreendimento, essa figura não é inalcançável. Ao contrário. Segundo a organização Anjos do Brasil, existem sete mil investidores-anjos no país dispostos a colocar pelo menos R$ 50 mil em novos negócios. São pessoas com potencial para investir em novos – e promissores – projetos e fazê-los decolar e crescer.

Um dos mais conhecidos é João Kepler, Lead Partner da Bossa Nova Investimentos, que participa de mais de 400 startups. Premiado como melhor Investidor Anjo do Brasil pelo Startup Awards, diretor da Fiesp, autor de vários livros e palestrante internacional, João só investe em empresas que tragam soluções pontuais para problemas específicos.

“É importante que o negócio tenha uma boa causa, seja essencial e escalável. E a inovação é um ponto básico. Hoje a empresa tem que caber no celular”, diz Kepler, que recentemente palestrou no CRA – Conselho Regional de Administração de São Paulo, para um auditório lotado de estudantes e candidatos a empreendedores.

Para Kepler, vivemos um momento muito especial e promissor. “Hoje está mais fácil empreender”. Só que o empreendedor
deve estar muito bem preparado, buscar oportunidades onde ninguém está vendo, encontrar os parceiros certos e estar 100% engajado e comprometido. “É a arte da persistência. Não há negócio que decole sem muita determinação”. O investidor-anjo frisa que é preciso novas competências para se manter no mercado atual: “Entender de tecnologia, gestão, finanças, mercado, comportamento. Hoje as habilidades e competências importam mais do que um diploma”.

Seu foco, na Bossa Nova Investimentos, são os negócios de tecnologia e internet em estágio pré-seed (investimentos iniciais, entre R$ 100 mil e R$ 800 mil) que sejam B2B ou B2B2C. “Não investimos em negócios que tenham como principal cliente o governo, lojas de e-commerce, games ou hardware e que concorram diretamente com as startups que já estão no nosso portfólio”, esclarece.

Segundo Kepler, a ideia deve ser apresentada ao investidor-anjo quando estiver pelo menos em estágio de validação ou pronta para se manter e crescer. “Mas não é somente dinheiro que conta nesta relação. Hoje a grande mudança é social, de pessoas para pessoas. Trata-se de um pacto de confiança que envolve muitas premissas”.

O investidor ressalta também a importância do mentor. “Ele pode colaborar com a experiência, a rede de contatos e as conexões com o mercado. O mentor, que pode ter afinidade ou interesse no segmento do seu negócio, vem antes do investidor-anjo e é o orientador necessário para os ajustes no início”.

 As questões básicas que o investidor irá fazer para o empreendedor

1. Qual é a oportunidade?

2. Qual é o problema que o seu projeto irá resolver?

3. Qual é a inovação? Quais são as diferenças em relação ao que já existe?

4. Qual é a solução? Como o seu negócio irá atender a esta necessidade?

5. Qual é o mercado? Qual é o perfil dos clientes?

6. Quais são os recursos? Quanto precisa de dinheiro, em quanto tempo e para quê?

7. Além de dinheiro, do que mais precisará?

8. Qual a receita estimada? Qual, como, em quanto tempo e de onde vem o ganho e a monetização?

9. Quem são os players de mercado? Quem são os principais concorrentes diretos e indiretos?

10. Quais as hipóteses testadas? Quais as barreiras de entrada?

11. Qual o estágio do projeto? Inicial, protótipo, pronto, faturando?

12. Qual é o time?

Empresas adotam cada vez mais práticas sustentáveis em seus produtos

Empresas adotam cada vez mais práticas sustentáveis em seus produtos

Switchel Kiro, feito com gengibre orgânico

Duas regras básicas do empreendedorismo são investir em algo totalmente novo ou atuar em um segmento que esteja em expansão. A tendência nesse milênio vem sendo o consumo cada vez maior de produtos que não comprometem o meio ambiente e nem a saúde das pessoas, e isso abre muitas novas oportunidades para os empreendedores.

Provas disso são as áreas de produtos orgânicos nos supermercados, que não param de ser ampliadas, o número cada vez maior de empresas que adotam práticas sustentáveis e o crescente grupo de consumidores enxergando o valor desse diferencial do “justo, ecológico e saudável”.

De olho nesse filão, vários negócios nascem e conquistam bons resultados para quem produz, quem vende, quem compra e também para o planeta! É muito mais gostoso e racional consumir um azeite biodinâmico e fresco da Serra da Mantiqueira, como o Zet, do que um similar trazido da Itália ou de Portugal, feito a milhares de quilômetros da sua casa e sem que a gente saiba em que condições ele cruzou o Atlântico.

E que tal usar cosméticos veganos – como o gloss Bioart e os batons da Simple Organics – que não são testados em animais e não possuem parabenos e corantes sintéticos em sua composição? Até na hora de tomar uns drinques a opção ecológica é melhor: a ressaca de quem bebe a vodca orgânica Tiiv, de Taquaritinga, é bem mais amena do que a causada por bebidas convencionais, que podem conter traços de agrotóxicos.

Outros bons exemplos de produtos desenvolvidos para as pessoas que se preocupam com a saúde e a natureza, mas não abrem mão dos pequenos prazeres da vida são o switchel Kiro e as pipocas Maïs Pura. Feito com gengibre orgânico e vinagre de maçã, o switchel é uma ótima alternativa de bebida não alcoólica para adultos que, além de deliciosa, refrescante e revigorante, funciona como um poderoso isotônico.

Presente em bares e restaurantes como o Arturito, o Spot, o Futuro Refeitório e a Padoca do Maní, o Kiro nasceu a partir de um insight dos jovens empreendedores Leeward Wang, Roberto Meirelles e Lena Mattar, que fizeram um investimento inicial de R$ 60 mil para dar o start na produção e colocar a marca no mercado.

Pipoca Maïs Pura, com milho não transgênico

Já as pipocas Maïs Pura têm como diferencial o fato de serem elaboradas com milho não transgênico e não trazerem nenhum conservante ou ingrediente alergênico. Lançadas por Fernando Nazareth, elas têm seis sabores doces e salgados e podem ser encontradas em mais de sete mil pontos de venda.

“Apesar de ele ser muito mais difícil de encontrar e custar 30% mais caro do que o convencional, só utilizamos o milho não transgênico. Os estudos sobre os efeitos de alimentos trans no organismo humano e na fauna da zona rural ainda são pouco conclusivos e, para nós, a segurança alimentar e o bem-estar dos nossos clientes valem mais do que qualquer dinheiro”, afirma Nazareth.

Com setor em crescimento, empreender na internet é menos burocrático e muito promissor

Com setor em crescimento, empreender na internet é menos burocrático e muito promissor

A maquiadora e empresária Alice Salazar em uma de suas franquias

É muito difícil pensar em um negócio que não será digital nos próximos anos. Muitas empresas já passam pela chamada Transformação Digital, em que quase todos os seus processos acontecem online. A grande diferença entre o modelo de negócio na internet e os off-line é que os negócios digitais permitem maior crescimento, sem aumentar muito os custos. Então, estar na internet é atual e estratégico.

“A complexidade de formalização de uma empresa, mesmo digital, ainda é grande no Brasil”, afirma Guilherme Sanchez, analista de negócios do Sebrae, em São Paulo. Mas alguns progressos para facilitar a vida dos empreendedores estão surgindo. O Marco Legal das Startups, anunciado recentemente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, pretende desburocratizar o ambiente de empreendedorismo digital no país, incentivando a criação de novos negócios e a regulamentação daqueles que ainda operam na informalidade.

A formalização é apenas o primeiro passo para quem quer empreender online. Os desafios continuam: segundo uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, aproximadamente 50% das startups falham no período de até quatro anos de existência, sendo que os principais entraves são relacionados com o planejamento correto e a gestão eficiente da empresa.

“O erro mais comum dos empreendedores digitais é achar que apenas uma boa ideia é suficiente. Iniciar um negócio na internet é entender as necessidades do mercado e do público-alvo, garantindo que o produto a ser oferecido atende aos requisitos mínimos de mercado. Com a implementação do negócio, a divulgação e a análise também se tornam essenciais para a evolução da empresa”, define Guilherme.

Mesmo com desafios, as oportunidades são grandes e o mercado digital nunca esteve tão aquecido. “Em 2018, o Brasil contou com cinco startups que atingiram o valor de US$ 1 bilhão e outras sete que podem atingir o marco em 2019”, ressalta o analista de negócios do Sebrae. Aqui, alguns exemplos de empreendedores que fizeram a lição de casa e têm colhido bons resultados em seus negócios:

Beleza acessível

Em 2010, a gaúcha Alice Salazar começou a postar tutoriais de maquiagem no Youtube, quando ainda era maquiadora da filial da TV Globo, em Porto Alegre. Após um ano, seus vídeos chegaram a milhões de visualizações.

Ela começou então a oferecer cursos e o dinheiro entrou na conta. “Acho que o meu diferencial foi o pioneirismo e a espontaneidade, não existiam vídeos de maquiagens na época, apenas blogs escritos. Vejo também que minha espontaneidade foi estratégica: as meninas se identificam comigo e me veem como uma amiga que ensina a outra”. Depois dos cursos e com seu nome conhecido, Alice lançou a sua própria marca de maquiagens. “A reinvenção é essencial. Não fico parada, ainda mais na internet”. Com o sucesso de vendas, abriu sua própria loja online e off-line com franquias.

Investimento inicial das franquias: R$ 30 mil
Faturamento: R$ 10 milhões em 2018

Prateleira virtual

O paulistano Lucas Marin percebeu que alimentos sem glúten não eram de fácil acesso há cinco anos, quando observou a dificuldade de uma amiga, moradora do interior de São Paulo, que precisava sair de sua cidade para encontrar pães gluten free. “Ali estava uma oportunidade de negócios”, ele detectou. Deixou o mercado financeiro e criou a One Market Brasil junto a dois sócios.

Lucas Marin (à esquerda) e seus sócios

Hoje a empresa de e-commerce que entrega produtos veganos, saudáveis, sem glúten e fitness em todo o país já conta com 30 funcionários. “Nos últimos dois anos, focamos em ampliar nosso portfólio. Somos conhecidos pela curadoria, pois produzimos conteúdo sobre ingredientes, dietas restritivas e tudo o que for relacionado à alimentação saudável”, ele explica.

Outra estratégia foi se aliar aos influenciadores digitais da saúde. “Quando as blogueiras compartilham que na One Market é possível encontrar determinado produto, a divulgação é mútua! O foco agora é expandir. Queremos entregar congelados e também itens para o bem-estar, como cosméticos, sabonetes e cremes”.

Investimento inicial: R$ 30 mil
Faturamento: R$ 1 milhão por mês

Terapia na palma da mão

O Brasil ostenta o primeiro lugar em um triste ranking, o de país mais ansioso do mundo. Três em cada dez brasileiros já foram diagnosticados com algum transtorno mental. A engenheira Tatiana Pimenta notou em sua própria saúde como o acompanhamento de um psicólogo é importante e viu que fora das grandes cidades o acesso à terapia ainda é difícil. Então, criou a plataforma Vittude, que liga pacientes a psicólogos em todo o país, com a possibilidade de terapia online e presencial.

“Hoje pedimos comida, carro e qualquer coisa no celular, tudo é online. Assim, encontrar um psicólogo também pode ser fácil e seguro”. No site, o paciente tem acesso a informações detalhadas sobre o currículo e a linha de atuação de cada psicólogo, a disponibilidade de agenda do especialista e o valor da consulta.

A empresária Tatiana Pimenta

O pagamento também é feito no celular. A startup, que já conta com cerca de dois mil psicólogos e mais de oito mil pacientes cadastrados, atua também em outros 40 países, atingindo brasileiros que vivem fora. São mais de mil atendimentos realizados todo mês por profissionais certificados pelos conselhos regionais de psicologia.

Investimento inicial: R$ 56 mil.
Aporte recebido até o momento: R$ 1 milhão.