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Com setor em crescimento, empreender na internet é menos burocrático e muito promissor

por | Maio 1, 2019 | Negócios | 0 Comentários

A maquiadora e empresária Alice Salazar em uma de suas franquias

É muito difícil pensar em um negócio que não será digital nos próximos anos. Muitas empresas já passam pela chamada Transformação Digital, em que quase todos os seus processos acontecem online. A grande diferença entre o modelo de negócio na internet e os off-line é que os negócios digitais permitem maior crescimento, sem aumentar muito os custos. Então, estar na internet é atual e estratégico.

“A complexidade de formalização de uma empresa, mesmo digital, ainda é grande no Brasil”, afirma Guilherme Sanchez, analista de negócios do Sebrae, em São Paulo. Mas alguns progressos para facilitar a vida dos empreendedores estão surgindo. O Marco Legal das Startups, anunciado recentemente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, pretende desburocratizar o ambiente de empreendedorismo digital no país, incentivando a criação de novos negócios e a regulamentação daqueles que ainda operam na informalidade.

A formalização é apenas o primeiro passo para quem quer empreender online. Os desafios continuam: segundo uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, aproximadamente 50% das startups falham no período de até quatro anos de existência, sendo que os principais entraves são relacionados com o planejamento correto e a gestão eficiente da empresa.

“O erro mais comum dos empreendedores digitais é achar que apenas uma boa ideia é suficiente. Iniciar um negócio na internet é entender as necessidades do mercado e do público-alvo, garantindo que o produto a ser oferecido atende aos requisitos mínimos de mercado. Com a implementação do negócio, a divulgação e a análise também se tornam essenciais para a evolução da empresa”, define Guilherme.

Mesmo com desafios, as oportunidades são grandes e o mercado digital nunca esteve tão aquecido. “Em 2018, o Brasil contou com cinco startups que atingiram o valor de US$ 1 bilhão e outras sete que podem atingir o marco em 2019”, ressalta o analista de negócios do Sebrae. Aqui, alguns exemplos de empreendedores que fizeram a lição de casa e têm colhido bons resultados em seus negócios:

Beleza acessível

Em 2010, a gaúcha Alice Salazar começou a postar tutoriais de maquiagem no Youtube, quando ainda era maquiadora da filial da TV Globo, em Porto Alegre. Após um ano, seus vídeos chegaram a milhões de visualizações.

Ela começou então a oferecer cursos e o dinheiro entrou na conta. “Acho que o meu diferencial foi o pioneirismo e a espontaneidade, não existiam vídeos de maquiagens na época, apenas blogs escritos. Vejo também que minha espontaneidade foi estratégica: as meninas se identificam comigo e me veem como uma amiga que ensina a outra”. Depois dos cursos e com seu nome conhecido, Alice lançou a sua própria marca de maquiagens. “A reinvenção é essencial. Não fico parada, ainda mais na internet”. Com o sucesso de vendas, abriu sua própria loja online e off-line com franquias.

Investimento inicial das franquias: R$ 30 mil
Faturamento: R$ 10 milhões em 2018

Prateleira virtual

O paulistano Lucas Marin percebeu que alimentos sem glúten não eram de fácil acesso há cinco anos, quando observou a dificuldade de uma amiga, moradora do interior de São Paulo, que precisava sair de sua cidade para encontrar pães gluten free. “Ali estava uma oportunidade de negócios”, ele detectou. Deixou o mercado financeiro e criou a One Market Brasil junto a dois sócios.

Lucas Marin (à esquerda) e seus sócios

Hoje a empresa de e-commerce que entrega produtos veganos, saudáveis, sem glúten e fitness em todo o país já conta com 30 funcionários. “Nos últimos dois anos, focamos em ampliar nosso portfólio. Somos conhecidos pela curadoria, pois produzimos conteúdo sobre ingredientes, dietas restritivas e tudo o que for relacionado à alimentação saudável”, ele explica.

Outra estratégia foi se aliar aos influenciadores digitais da saúde. “Quando as blogueiras compartilham que na One Market é possível encontrar determinado produto, a divulgação é mútua! O foco agora é expandir. Queremos entregar congelados e também itens para o bem-estar, como cosméticos, sabonetes e cremes”.

Investimento inicial: R$ 30 mil
Faturamento: R$ 1 milhão por mês

Terapia na palma da mão

O Brasil ostenta o primeiro lugar em um triste ranking, o de país mais ansioso do mundo. Três em cada dez brasileiros já foram diagnosticados com algum transtorno mental. A engenheira Tatiana Pimenta notou em sua própria saúde como o acompanhamento de um psicólogo é importante e viu que fora das grandes cidades o acesso à terapia ainda é difícil. Então, criou a plataforma Vittude, que liga pacientes a psicólogos em todo o país, com a possibilidade de terapia online e presencial.

“Hoje pedimos comida, carro e qualquer coisa no celular, tudo é online. Assim, encontrar um psicólogo também pode ser fácil e seguro”. No site, o paciente tem acesso a informações detalhadas sobre o currículo e a linha de atuação de cada psicólogo, a disponibilidade de agenda do especialista e o valor da consulta.

A empresária Tatiana Pimenta

O pagamento também é feito no celular. A startup, que já conta com cerca de dois mil psicólogos e mais de oito mil pacientes cadastrados, atua também em outros 40 países, atingindo brasileiros que vivem fora. São mais de mil atendimentos realizados todo mês por profissionais certificados pelos conselhos regionais de psicologia.

Investimento inicial: R$ 56 mil.
Aporte recebido até o momento: R$ 1 milhão.

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