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Semana de Arte realiza segunda edição no Pavilhão das Culturas Brasileiras

Semana de Arte realiza segunda edição no Pavilhão das Culturas Brasileiras

Semana de Arte: Frans Krajcberg, pintura, 122 x 77 cm, óleo sobre papel moldado em tela (1961)

Frans Krajcberg, pintura, 122 x 77 cm, óleo sobre papel moldado em tela (1961)

Com curadoria do mexicano Pablo León de la Barra, responsável pela seção de arte latino-americana do Guggenheim e curador do MAC Niterói, a Semana de Arte acontece no início de setembro com muitas novidades.

Comandado pelos galeristas Luisa Strina e Thiago Gomide, pelo curador Ricardo Sardenberg e pelo empresário cultural Emilio Kalil, o evento se organiza em torno de uma feira de artes visuais, mas também traz sessões de filmes documentários, um ciclo de palestras e passeios arquitetônicos pela capital paulista. Enquanto no ano passado a programação era espalhada por diversos endereços, neste ano todas as atividades – com exceção das excursões pela cidade – se concentram em um lugar só.

O evento, que reúne um seleto grupo de 43 galerias de arte do Brasil e do mundo, com artistas de destaque como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Frans Krajcberg e Lygia Pape, acontece às vésperas da 33ª Bienal de São Paulo, cuja inauguração é no dia 7 de setembro.

Pavilhão das Culturas Brasileiras – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Ibirapuera. Das 12h às 20h. Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia).

O disco “Highway 61 Revisited” mudou a história de Bob Dylan

O disco “Highway 61 Revisited” mudou a história de Bob Dylan

Quando Bob Dylan pegou uma guitarra elétrica em 1965 houve revolta do seu público. O cantor e compositor era um ícone do movimento folk norte-americano, conhecido até aquele momento por canções – ou melhor, verdadeiros hinos de protesto – como “Blowin’ in the Wind” e “The Times They Are a-Changin’”.

Mas os tempos estavam mudando no mundo da música e era a vez do rock n’ roll. Em 30 de agosto de 1965 é lançado “Highway 61 Revisited” e o até então cantor de folk se torna cantor de rock.

O álbum abre com a faixa “Like a Rolling Stone”, uma canção que Bob descreveu como “um longo pedaço de vômito” (a letra ocupava algo em torno de dez ou vinte páginas). Na música Dylan está falando com alguém, provavelmente uma mulher, que perdeu tudo. Ele canta em sua reconhecível voz anasalada, mas também com sarcasmo. Esses elementos deixaram a música com um som original e posteriormente ela foi listada em primeiro lugar na lista “500 Greatest Songs of All Time” da revista Rolling Stone.

O nome do álbum vem da principal rodovia americana que liga a cidade de Duluth, Minnesota – local de nascimento de Bob Dylan – a cidades do sul famosas por sua herança musical como St. Louis, Memphis, Nova Orleans e a região conhecida como “Delta blues”, no estado do Mississippi.

Chegando agora aos seus 53 anos, “Highway 61 Revisited” é um clássico que definiu a história do rock e da música. Atemporal, ele merece ser ouvido em qualquer época, como outras obras desse autor, que, aos 77 anos e recém-laureado Prêmio Nobel de Literatura, continua em pleno auge.

Pianistas vencedores do Grammy apresentam concerto em SP e no Rio

Pianistas vencedores do Grammy apresentam concerto em SP e no Rio

Dois dos principais expoentes do piano cubano, Chucho Valdés e Gonzalo Rubalcaba, apresentam pela primeira vez no Brasil o aclamado projeto “Trance”, nos dias 29 e 31 de agosto, na Sala SP, em São Paulo, e na Sala Cecília Meireles, no Rio, respectivamente.

O show marca a primeira parceria dos compositores, cuja amizade e a admiração mútua vem de longa data.

Detentor de seis prêmios Grammy e consagrado como fundador, líder e principal compositor da inovadora banda de jazz afro-cubana Irakere, Chucho investe desde 2005 em sua carreira solo, apresentando seu talento como pianista e líder de conjuntos mais enxutos.

Já Gonzalo Rubalcaba cresceu ouvindo Valdés e explodiu na cena mundial do Jazz nos anos 80 com o explosivo grupo Proyecto. No início dos anos 90, suas performances em formato de trio com Charlie Haden e Paul Motian o consagraram como um dos principais pianistas de jazz da atualidade.

Valdés e Rubalcaba têm muito em comum: ambos foram criados em Cuba por famílias musicais. Os dois se baseiam na herança afro-cubana e nas tradições do jazz americano e, através de diversos projetos musicais, valorizam a comunidade musical independentemente de gênero, geração e cultura.

O show de abertura será de André Mehmari, virtuoso e renomado pianista brasileiro que apresentará obras próprias e arranjos autorais de temas da MPB.  Os ingressos estão à venda nas bilheterias dos teatros e nos sites www.maispiano.byint.com.br (SP) e www.ingressorapido.com.br (RJ).

Klester Cavalcanti estreia nas telas com “O Nome da Morte”

Klester Cavalcanti estreia nas telas com “O Nome da Morte”

André Mattos e Marco Pigossi em cena do filme “O Nome da Morte”

Durante sete anos, entre 1999 e 2006, o jornalista recifense Klester Cavalcanti mergulhou no sombrio mundo do assassino de aluguel Júlio Santana. O primeiro contato aconteceu quando ele fazia uma reportagem sobre trabalho escravo na Amazônia. Ao conhecer a realidade dos matadores profissionais, Klester começou a esquadrinhar a história de Júlio, nascido no Maranhão, que durante 35 anos fez 492 vítimas, a maior parte catalogada em um caderno visto pelo repórter.

A partir desse setênio de entrevistas, busca de fontes e acesso a inquéritos e processos judiciais, ele edificou uma obra única e perturbadora, até porque ela é assustadoramente real. Uma história que expõe a violência e a impunidade que ainda imperam e se banalizam no Brasil. Júlio, que se diz ‘aposentado’ desde 2006, só ficou preso por um dia, e seus mandantes também estão soltos.

Lançado em 2006 pela editora Planeta (e relançado agora), “O Nome da Morte”, prêmio Jabuti, caiu nas mãos do diretor Henrique Goldman, que se encantou com o livro e adaptou, ao lado de George Moura, a história para o cinema. O longa acaba de estrear e tem Marco Pigossi (na pele de Júlio), Fabiula Nascimento, André Mattos, Matheus Nachtergaele e Martha Nowill no elenco.

“O filme tem o drama humano do matador, um menino religioso e de família que virou pistoleiro por causa do tio, mas é também um filme de ação com um elenco muito bom”, diz Klester, autor de cinco livros, três premiados com o Jabuti.

“Direto da Selva” fala sobre a Amazônia, “Viúvas da Terra” trata da violência agrária, “Dias de Inferno na Síria” relata o período em que ele foi preso e torturado, ao cobrir a guerra pela revista IstoÉ, e “A Dama da Liberdade” conta a história de Marinalva Dantas, a auditora fiscal que libertou 2.354 trabalhadores escravos no Brasil em pleno século 21.

Repórter incansável, com passagens por grandes jornais e revistas, Klester está feliz. “O Nome da Morte” já foi traduzido para onze idiomas e recebeu elogios da mídia francesa e de brasileiros notáveis.

Recentemente, a Paris Filmes comprou os direitos de adaptação de “A Dama da Liberdade” e um outro livro dele também está encaminhado para uma grande produtora.

Cinéfilo desde a infância, Klester está agora entrando no cinema como roteirista e produtor associado, independentemente de seus livros. Seu próximo projeto fala da violência contra a mulher e é também baseado em uma história real. “Quero contar no cinema histórias verdadeiras, amo o jornalismo literário”, diz Klester, 49 anos. “Tem muita denúncia envolvida e tudo tem que ser muitíssimo bem apurado.”

O que dizem:

“Klester coloca o leitor dentro da cabeça de quem o bom senso nos diz que deveríamos considerar um monstro: um matador de aluguel.” Fernando Meirelles, diretor e cineasta

“Neste livro, Klester nos mostra que a realidade pode produzir personagens bem mais complexos que os da mais atrevida ficção.” Braulio Mantovani, roteirista de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”

“Em ‘O Nome da Morte’, Klester nos apresenta um relato chocante e surpreendentemente real.” Wagner Moura

“Os protagonistas de ‘O Nome da Morte’ parecem ter saído de um romance de Dostoievski.” Jornal Le Figaro

“Uma reportagem que parece um monstruoso romance, ‘O Nome da Morte’ está entre Voltaire e Luc Besson.” Canal+

Sonia Hirsch mostra as vantagens de comer orgânicos

Sonia Hirsch mostra as vantagens de comer orgânicos

Autora de mais de vinte livros sobre alimentação e estilo de vida, a carioca Sonia Hirsch é uma referência quando o assunto é saúde. E saúde, para ela, é um patrimônio pessoal, que deve ser preservado por cada um. “Não é algo que se deve delegar a alguém, ao médico”, explica a escritora e palestrante. “E tem tudo a ver com a alimentação”.

É por isso que Sonia defende tanto os alimentos orgânicos, hoje em pauta devido ao Projeto de Lei (PL) 6299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, que tramita no Congresso e busca afrouxar ainda mais a lei dos agrotóxicos no Brasil, flexibilizando suas regras.

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e o principal destino de agrotóxicos barrados no exterior. Isso significa, de acordo com estudos da ONU, que estamos mais vulneráveis a doenças crônicas como câncer, além de problemas neurológicos e endócrinos, entre outros.

Segundo Hirsch, os vegetais livres de venenos são saudáveis, têm mais sabor, não contaminam os agricultores e o meio ambiente, e seu uso apoia camponeses que trabalham a terra pessoalmente.

Mesmo sendo um pouco mais caros, valem a pena. “Quem dá valor à saúde investe neles o que gastaria com alimentos menos saudáveis, como refrigerantes e guloseimas”, pondera, lembrando que as pessoas podem plantá-los em casa. “Existe um movimento delicioso de jovens que estão espalhando hortas por terrenos baldios da cidade. No Rio, conheço uma dessas hortas comunitárias. Além de fornecer alimento de qualidade, a horta promove um tipo de organização espontânea entre os moradores da vizinhança”.

E como impedir que venenos proibidos em outros países sejam liberados no Brasil? “É difícil a sociedade barrar porque o Congresso libera. Esse problema faz parte da encrenca que é a política brasileira. O que a sociedade pode fazer é aumentar seu consumo de orgânicos, estimulando os agricultores a manter suas roças livres de pesticidas”, diz a escritora, lembrando o exemplo de Porto Alegre, que hoje conta com 30 feiras agroecológicas de grande sucesso. “Não é preciso ir ao mercado convencional”.

Cozinha aromática

A chef chilena Mylenne Signé, radicada no Brasil há trinta anos, sempre foi uma entusiasta da cozinha vegetariana e orgânica. Há 16 anos ela fundou o restaurante vegetariano Apfel Jardins, em São Paulo.

Nessa charmosa casa, todos os pratos são feitos com produtos orgânicos. O buffet oferece saladas, risotos, caldos, feijoada, suflês, massas e outras criações coloridas. O cardápio muda diariamente (a casa funciona de segunda a domingo) e contempla hortaliças orgânicas da estação. Mylenne aposta na sustentabilidade na gestão, com coleta seletiva, redução de desperdício, reuso da água e cultivo de ervas no seu jardim. Os preços são R$ 36,90 (durante a semana) e R$ 42,90, e o buffet infantil custa R$ 18 e R$ 20.

Apfel Jardins – Rua Bela Cintra, 1343, tel. 3062-3727.