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Um túnel do tempo em Capoava

Um túnel do tempo em Capoava

Entardecer na Fazenda Capoava, localizada em Itu, a 95 km de São Paulo (foto Marcelo Isola)

Uma inspiradora viagem ao passado. Mas a diferença é que tudo ali é intensamente vivo: a casa-grande construída em taipa de pilão, com a capela anexa ao alpendre, a senzala, os jardins e o centenário pomar, com mangueiras e jabuticabeiras carregadas de frutas. O casarão bandeirista, de meados de 1750, todo restaurado, mistura tradição e encantamento. Capoava em tupi significa “terra fértil” ou “rancho de sapé”, expressões que traduzem a história dessa fazenda que já passou pelos ciclos do açúcar e do café, contou com 32 escravos, e hoje mostra toda essa história – em documentos, fotos e objetos – no Espaço Memória, instalado em uma antiga senzala, e também nos detalhes de arquitetura, do mobiliário e das peças espalhadas por toda a fazenda.

Localizada em Itu, a 95 km de São Paulo, a Capoava não é um hotel-fazenda, mas sim uma fazenda que oferece sua calorosa hospitalidade às pessoas. Nos 36 chalés, há luxos como camas king size e lençóis de algodão egípcio, além de mimos com a cara da fazenda, como os saquinhos de biscoitos recém-saídos do forno e deixados no quarto ao lado de um buquê de flores frescas e um simpático bilhete escrito à mão.

Transformada em hotel desde 2000 e integrante da Associação Roteiros de Charme, a Capoava também atrai famílias com crianças, por oferecer brincadeiras tradicionais em um cenário de natureza exuberante. A ótima equipe de monitores, formada em sua maioria por biólogos, entretém a criançada com trilhas na mata, banhos de lago e observação da fauna e flora, além de cavalgadas e atividades na piscina. O ar puro, o silêncio para dormir e a deliciosa gastronomia colaboram para que a estada ali seja uma pausa providencial para retomar o contato com as coisas boas da vida. As diárias partem de R$ 1.300,00 com pensão completa.

Jardins de Burle Marx

Jardim de Burle Marx, na Fazenda Vargem Grande (foto divulgação)

Na divisa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, bem no pé da Serra da Bocaina, está o município de Areias, berço da Fazenda Vargem Grande, construída na primeira metade do século 19, no auge do ciclo do café.

Em 1973, Clemente Fagundes Gomes comprou a fazenda e restaurou toda a sede, conforme fotos e documentos antigos. Clemente também projetou com seu grande amigo, o arquiteto e paisagista Roberto Burle Marx, um jardim que se tornou um dos grandes ícones do trabalho de Burle Marx – e um atrativo dos hóspedes. “Recebemos muita gente que quer conhecer o jardim e vivenciá-lo. Ele é um jardim sonoro, no qual as cores falam e vibram”, explica Malu Gomes, filha de Clemente e uma das proprietárias.

Há cinco anos aberta para o público (em sistema de day use ou hospedagem), a bela sede da Vargem Grande tem espaços encantadores, com mobiliário autêntico e um charme especial. É o caso da cozinha, onde o chef Olivier Anquier gravou seus primeiros programas de culinária. “Tem gente que vem para cá e adora cozinhar”, conta Malu. Aliás, não há regras rígidas para os hóspedes da fazenda. “Eles são tratados como amigos da família, não como clientes. Até porque temos apenas quatro suítes e um estilo de receber mais informal e acolhedor, com liberdades que um hotel e uma pousada não dariam”. Isso dá direito, por exemplo, a lanches e petiscos fora de hora e visitas noturnas à cozinha da casa, que produz no fogão à lenha uma tradicional e bem saborosa comida de fazenda. Além do belíssimo jardim, há piscinas de água corrente natural e uma cachoeira a poucos metros da casa.

Entre sinhôs e sinhás

Na Serra da Mantiqueira, em Conservatória, no Rio de Janeiro, o Hotel Fazenda Florença conserva seu imponente casarão erguido em 1852. Cenário de diversas novelas da TV Globo como “Paraíso”, “Sinhá Moça” e “Escrava Isaura”, a fazenda oferece aos hóspedes uma experiência singular. As grossas paredes e janelas coloridas guardam muitas histórias da época do Ciclo Imperial do Café. Os amplos salões, com o pé direito alto, são recheados de móveis e utilitários originais, como louças, cristais e pratarias.

Outro destaque dessa fazenda são os saraus acompanhados pelo farto chá colonial: apresentações teatrais e musicais com personagens vestidos a caráter, como a que conta a história do Barão de Guaraciaba. Também vale a pena dar uma escapada do hotel para conhecer melhor Conservatória, um pitoresco e melodioso vilarejo que é conhecido como a capital mundial da seresta.

Para quem vai com crianças, a fazenda oferece uma ampla área de lazer com piscinas, quadras de tênis, salão de jogos e fazendinha. Os pacotes de sexta a domingo, com pensão completa, variam de R$ 1.700,00 a R$ 2.300,00, dependendo da escolha da suíte. Crianças até quatro anos não pagam e de 5 a 12 têm promoções especiais.

Para quando você for:

www.fazendacapoava.com.br

www.fazendavargemgrande.com.br

www.hotelfazendaflorenca.com.br

 

Boston para iniciantes

Boston para iniciantes

Boston tem o charme de uma cidade pitoresca com as vantagens de uma cidade grande. Você pode andar pelos oito quarteirões da Newbury Street, por exemplo, observando os prédios de tijolos vermelhos e cafés, achar por um instante que está em um vilarejo no interior da Inglaterra, e de repente dar de frente com lojas de marcas como GAP, Banana Republic, Nike e grifes de luxo como Burberry e Chanel.

Aliás, existe algum lugar dos Estados Unidos onde não dá pra fazer compras? E Boston, apesar de ser conhecida pela sua história e cultura, não foge à regra. Além da Newbury Street, que reúne uma mistura eclética de lojas independentes e estabelecimentos de moda a céu aberto, você também encontra opções para compras indoor, como o Copley Place – um grande shopping no centro da cidade que também funciona como path para as linhas de metrô. E se ainda não estiver satisfeito, vá até o bairro de Assembley Square na cidade de Sommerville, a mais ou menos sete quilômetros de Boston. Lá é o lugar ideal para pechinchar.

Passada essa banalidade existencial de consumismo, é hora de estudar. Estima-se que Boston concentra mais de 120 faculdades e instituições de ensino. Ou seja, se você tropeçar é bem provável que caia em alguma universidade. Entre as mais conhecidas estão Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ambos se encontram, na verdade, na cidade de Cambridge, que de tão próxima a Boston acaba se confundindo com ela.

Harvard é um complexo de 400 prédios, que se espalham por Boston e chegam até a vizinha Cambridge. A Harvard Square é uma praça com as melhores livrarias locais. Fundada em 1636, a Universidade de Harvard é considerada a instituição de ensino superior mais antiga dos Estados Unidos, além de figurar entres as mais importantes do mundo. Ande pelo seus extensos gramados, observe o trânsito de alunos e tente entrar na Biblioteca de Harvard – e seja barrado por um segurança. Infelizmente a biblioteca é apenas para alunos, mas não fique chateado. Sempre existe a opção de visitar a Biblioteca Pública de Boston, na Copley Square, que é aberta para todos e é um show da arquitetura neorrenascentista.

Ainda na Universidade de Harvard, aproveite e passe a mão no pé da estátua do fundador John Harvard, dizem que dá sorte e sabedoria (até agora não surtiu efeito). Se quiser visite ali perto o Harvard Art Museums. Adultos pagam US$15 e pessoas acima de 65 anos ganham um incrível desconto de US$2.

Já o MIT, fundado em 1861, é considerado um dos maiores centros de tecnologia e empreendedorismo do mundo. Seu interior é composto por 32 departamentos acadêmicos. Na fachada principal, que se destaca pelo seu domo, é fácil encontrar pessoas posando. Nos tempos de hoje, uma selfie vale mais que um diploma.

O MIT também tem um museu próprio, o MIT Museum, onde se observam engenhocas de ex-alunos e outras curiosidades tecnológicas. Sendo bem sincero, o passeio é bem “pega-turista”. Talvez valha a visita a loja do museu, onde se encontram souvenires com a marca da universidade.

Além de suas universidades, Boston é o berço do movimento que gerou a independência dos EUA. Fundada em 1630 pelos ingleses, a cidade se tornou o principal centro cultural da América Anglo-Saxônica. Depois de várias revoltas, entre elas a famosa Boston Tea Party, os ingleses foram forçados a se retirar em 1776. Durante os séculos XIX e XX, tornou-se um centro industrial de grande importância, atraindo imigrantes de todo o mundo, em especial da Irlanda.

Uma parte impressionante de Boston é a história que pode ser vivenciada nas ruas da cidade. Trata-se da Freedom Trail: uma trilha que se faz a pé, de 4 km, que passa por 16 locais históricos dos EUA. E não tem como se perder. Basta seguir a linha de tijolos vermelhos que marcam as calçadas. Ela começa no parque Boston Common. Uma boa dica é comprar um mapa de US$ 3 que dá as principais informações dos pontos que você irá ver.

É uma caminhada que precisa ser feita por quem visita a cidade pela primeira vez. Entre as paradas você verá a primeira escola da cidade, igrejas, irá cruzar a Charlestown Bridge, com uma bela vista do Rio Charles, verá o Bunker Hill Monument onde foi travada a Batalha de Bunker Hill, uma das batalhas decisivas na Revolução Americana, terminando no USS Constitution, a embarcação naval mais antiga do mundo ainda em flutuação que ganhou esse nome por George Washington, em homenagem à Constituição norte-americana.

Do USS Constitution pegue uma balsa por US$5 no Pier 6. Ela vai te levar até o Aquarium, perto do Quincy Market, e é uma boa oportunidade para curtir o skyline da cidade. O Quincy Market tem tudo que se pode esperar de um mercado. O prédio data de 1826 e é ótimo para se aventurar em experiências gastronômicas, provando desde iguarias como patas de caranguejos e temperos exóticos até as tradicionais pizzas.

Boston é essa mistura: do velho com o novo, do clássico com o moderno. É uma cidade universitária, é uma cidade histórica. Se tem uma palavra que define o sentimento dos moradores de Boston, acredito que seria “pride”, “orgulho”. Orgulho da história e do polo econômico e acadêmico que se tornou a cidade. É fascinante o tanto de coisa que se tem para ver e fazer em uma cidade com pouco mais de 200 km² e 5,8 milhões de habitantes.

Boston é certamente uma pequena grande cidade.

Anitta: a estrategista

Anitta: a estrategista

Quando se fala em Anitta, os números são superlativos. A única brasileira na lista dos 15 artistas mais influentes do mundo, segundo a Billboard, ela tem 27 milhões de seguidores no Instagram e 8,1 milhões no Youtube. Só um de seus clipes, “Bang”, tem 340 milhões de views. Em apenas 24 horas, “Paradinha”, sua primeira música gravada em espanhol e focada no mercado latino, teve mais de 6 milhões de visualizações. Já o clipe “Vai Malandra” ultrapassou a marca de 500 mil visualizações no Youtube em apenas 20 minutos, convertendo-se na melhor estreia brasileira da história, com 8 milhões em menos de oito horas. Em 2017, Anitta foi o nome brasileiro mais procurado nos sites de busca.

Por trás disso tudo, uma jovem carioca de 25 anos recém-completados, nascida Larissa de Macedo Machado, edifica uma carreira que, na visão de especialistas de marketing, é um case muitíssimo bem-sucedido. “Sempre pensei e planejei muito. Sou focada e só dou um passo quando tenho certeza de que está tudo do jeito que eu quero”, ela diz, em uma conversa também planejada com antecipação. Com uma média de vinte shows por mês e uma carreira internacional em pleno crescimento, Anitta não sabe o que é tempo de folga. “Quando tenho, gosto de ficar em casa com a família, meu maior bem”. Recém-casada com Thiago Magalhães, de 25 anos, ela mora em uma mansão na Barra da Tijuca com o marido e sua mãe, Miriam. “Ele ama tanto a sogra que a convidou para morar junto”, ri a cantora. “Mas nós acabamos ficando a maior parte do tempo fora de casa”.

A carreira internacional, alavancada em 2017, tem feito a cantora ficar ao menos uma semana por mês nos Estados Unidos e em países da América Latina. Mas nada aconteceu por acaso em sua história. A garota que decidiu mudar seu nome aos 16 anos, por causa da minissérie global “Presença de Anita” – ela se inspirou na personagem vivida pela atriz Mell Lisboa – também focou na carreira lá fora como uma experiente estrategista. Esmiuçou a fundo o mercado antes de colocar seus pezinhos nesse terreno. “Cara, eu pesquisei muito a história de outras pessoas que fizeram carreira no exterior, analisei os erros e acertos, e vi o que deveria fazer para dar certo, sem deixar o público brasileiro. É um modelo novo, algo que ainda não foi criado, e tenho encontrado pessoas que estão me ajudando a fazer isso de uma forma incrível”.

Segundo Anitta, o processo não foi fácil. “Foram muitas viagens até que a coisa começasse a funcionar. Parecia um jogo de tabuleiro, sabe, aquele em que você volta para o início do jogo quando algo dá errado?” Se ela pensou em desistir? “Sim, mas a minha vontade era maior, sempre sonhei com uma carreira que envolvesse o Brasil e o exterior”.

Suas gravações em diferentes estilos – do pop ao sertanejo, passando pelo funk e reggaeton – com artistas de vocações diversas se somam às ações conjuntas nas redes sociais e nas parcerias comerciais (hoje são treze marcas).

Apenas em 2016 e 2017 Anitta lançou quinze singles, entre eles clipes com a rapper australiana Iggy Azalea (“Switch”), os cantores colombianos Maluma e J Balvin, o DJ sueco Alesso (“Is That For Me”) e os norte-americanos Major Lazer (o grupo fez “Sua Cara”, com participação de Pabllo Vittar), Poo Bear (“Will I See You”), e o produtor Maejor (“Vai Malandra”). Lances meticulosamente estudados, especialmente no que tange à divulgação. Em dezembro último, o lançamento em Nova York do single “Vai Malandra”, com clipe gravado no morro do Vidigal, incluiu uma ação do Spotfy, com dois enormes telões na fachada de um edifício na esquina da Sétima Avenida. Em novembro, ela já havia ganho destaque na Times Square, um dos pontos mais movimentados de Nova York, em um outdoor de lançamento do single “Downtown”, com J. Balvin.

Entrevistada em programas de rádio e televisão nos Estados Unidos e em países da América do Sul, a cantora, fluente em inglês e espanhol, conta que às vezes se confunde com os três idiomas. “É uma fase muito feliz, uma experiência incrível com o mercado espanhol e americano. É uma loucura, mas é muito bom”.

Com uma agência internacional para cuidar de suas ações lá fora, mais o time brasileiro – que envolve desde consultores e produtores a personal chef e “life coach” –, Anitta já perdeu a conta do número de pessoas que a assessora. “Há quatro anos abri uma empresa com o Renan, meu irmão, e agora tenho um CEO, que nos ajuda nessa gestão geral”. Entre as marcas que as procuram, ela diz que escolhe “as que têm a ver” com ela. “Algumas propostas grandes surgiram, mas eu recusei. Não vou porque paga mais, vou pelo que eu acredito”. Outro novo nicho de negócio é gerenciar a carreira de artistas. Como empresária musical ela tem como clientes os jovens cantores Micael e Clau. Há ainda um programa de TV pela Multishow, que começa neste mês de abril: “Anitta Entrou no Grupo”, uma espécie de competição musical com convidados.

Dinheiro, segundo ela, só é prioridade no campo profissional. “Aí sou muito planejada e controladora, fico superligada. Presto muita atenção para fazer o melhor para a carreira. Já na vida pessoal não tô nem aí”, solta. “Sou desprendida, não tô nem aí… Quer um carro, eu dou, quer uma casa, eu dou”. Na festa de final de ano da sua empresa, em dezembro, ela fez um churrasco na sua casa e sorteou um carro e uma viagem para os funcionários.

“Cara, sou muito realista, verdadeira, obstinada”, ela se autodefine. “Quando olho para trás eu tenho uma sensação de dever cumprido, e também fico orgulhosa da minha família. Minha mãe parou de trabalhar para cuidar de mim e do meu irmão. Eu não estaria aqui se ela não tivesse se dedicado tanto”.

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Mañana!!!!! #Paradinha é amanhããã

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Filha da artesã Miriam Macedo e do vendedor Mauro Machado, que se divorciou de Miriam quando Anitta tinha um ano e meio, a cantora nasceu e cresceu numa casa simples de Honório Gurgel, no subúrbio carioca. Desde pequena, queria ser cantora e famosa. Participava do coral da igreja do bairro e, em casa, vivia com microfones improvisados – frascos de shampoo e perfumes – na mão. Aos 16 anos, formada em um curso técnico de administração, foi aprovada como estagiária da Vale do Rio Doce. No mesmo período, descobriu o funk e começou a postar vídeos no Youtube. Um deles despertou a atenção da gravadora independente Furacão 2000. A partir daí, e com o sucesso do hit “Show das Poderosas”, em 2013, Anitta começou a se transformar na marca que é hoje.

Para a cantora, momentos marcantes da sua carreira foram a apresentação na abertura das Olimpíadas, em agosto de 2016, ao lado de Caetano e Gil, e o show com o tenor italiano Andrea Bocelli, em São Paulo, em outubro do mesmo ano. “As pessoas tinham dúvidas e preconceitos em relação a mim, recebi muitas críticas, mas eu me preparei e quebrei mais uma barreira, mostrei do que sou capaz”. Com Bocelli, ela foi vaiada assim que subiu ao palco do Allianz Park. Depois da apresentação, foi aplaudida de pé e, quando deixou o espaço, desabou no choro.

Mas Anitta espremeu bem o seu limão e dali fez uma superlimonada. Desde cedo ela sabe como aprender com as experiências. “Isso acontece com as pessoas de classe baixa, que estudam em escolas públicas do Brasil, onde a televisão é a maior ferramenta: você aprende a escolher coisas boas na tevê, aprende com o que tem à mão. Não existe uma forma certa de adquirir conhecimento”, pondera a cantora, lembrando que assiste muito documentário. “De todos os tipos: de guerra, de história, de animais, das coisas mais variadas. É o que eu mais vejo na tevê”.

O tempo – quase cronometrado – com Anitta está acabando e ela faz uma pausa, pensativa, quando pergunto sobre o que realmente importa na sua vida. “O principal é o amor. Não adianta nada ter o maior sucesso e dinheiro se a gente não amar e ser amado. Imagina se agora vem um terremoto e cai tudo… O que vai sobrar é a nossa família. É lá que você vai encontrar carinho, verdade. É a família que me faz ficar com os pés no chão.”

 

“Vai Malandra” marca a volta da cantora ao funk 

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🇧🇷 … "vai malandra" ta chegando

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Desde que começou a se movimentar no mercado internacional, Anitta vem flertando com diferentes gêneros, uma forma de mostrar sua versatilidade. O batidão de “Vai Malandra” é um retorno às origens. “O funk é a minha porta de entrada e sou muito grata por todas as oportunidades que ele trouxe, não só para mim, mas para muita gente que nasceu nas favelas do Brasil, um país muito desigual. As pessoas não têm ideia de como o funk ajuda uma parcela da população que é carente de todo tipo de oportunidade”. Gravado no Morro do Vidigal, com figurantes da própria comunidade, o clipe mostra Anitta de biquíni de fita isolante fazendo “quadradinho”, rebolando e tomando sol na laje. Nas redes sociais, a cantora foi elogiada por dispensar o photoshop e mostrar um close de seu bumbum com celulite logo na primeira cena – em sua luta contra os padrões ditatoriais de beleza, ela também emprega em seu time de dançarinas garotas plus size. “Sou contra qualquer padronização. A mulher real tem celulite, a maioria tem. A estética de “Vai Malandra” é muito verdadeira, mostra uma favela real e com pessoas da comunidade. Fico feliz em saber do impacto positivo que a minha celulite teve nas mulheres. Nós devemos nos unir e parar de julgar os corpos e as escolhas umas das outras”.

Baixa Gastronomia – Choperia Galeto Bandeira

Lanche da Choperia Galeto Bandeira

O carioca é chegadíssimo num galeto. Não à toa, o Rio é pioneiro nesta iguaria na brasa. Na Praça da Bandeira, Zona Norte da cidade, a Choperia Galeto Bandeira manda superbem. Pasme, meu caro leitor, são mais de 25 opções diferentes. O ambiente é sem frescura, me sinto mega à vontade por lá. Comecei com as coxinhas de galetos empanadas picantes, na medida certa, e com os espetinhos de coração, que combinaram muito bem com o chope geladíssimo e bem tirado, famoso na região.

Chegava a hora de escolher a opção principal, o menu é bem extenso, fiquei na dúvida se ia de galeto ao alho e óleo, gratinado com provolone ou o que leva o nome da casa, acompanhado de arroz com brócolis e batata frita. Fui neste, uma delícia! As aves são temperadas com um molho à base de ervas finas, feito no estabelecimento.

O protagonista da casa ainda pode ser encontrado em outras versões como risoto e strogonoff. Apesar do galináceo ser o carro-chefe, lá também se saboreiam ótimos pratos feitos com carnes bovinas e suínas.

E as sobremesas, tudo com gosto de infância: o pudim e a banana split chegam a ser um pecado.

As porções fartas e os preços ótimos. É para ficar freguês.

Então, logo ali: “…Matoso, Praça da Bandeira/As entradas, as bandeiras/De fim de semana…”.

Choperia Galeto Bandeira – Praça da Bandeira, 43, tel. (21) 2273-8992

Rádio vozes: 20 anos de festa

Rádio vozes: 20 anos de festa

Olá pra você que sintoniza, quer dizer, que lê a HORAS! É com prazer que a partir de agora participo desse time bacanérrimo que te acompanha pelos aeroportos e viagens! O verbo errado no começo desse texto, me desculpem, tem a ver com um hábito muito enraizado em mim. Estou no ar há pouco mais de trinta anos. O rádio tem sido minha principal expressão, a maior parte da minha vida de jornalista. E tenho a felicidade de celebrar, agora em 2018, vinte anos de “Vozes do Brasil”, meu programa mais longevo. São duas décadas de transmissão em diversos formatos: diário, semanal, ao vivo, com plateia, no estúdio, em casa! Hoje conto com a parceria de dez emissoras de rádio espalhadas pelo país e com a opção contemporânea de ouvir sob demanda através da plataforma digital Rádio Vozes.

Aqui nesse espaço vou compartilhar algumas das entrevistas que faço e um pouco da minha intimidade cotidiana com a música e as demais artes que a cercam.

Acabo de ver o show “Caravanas” de Chico Buarque e foi na interpretação ao vivo que me dei conta da força da canção que dá nome ao disco. “Caravanas” fala da pressão social que sofre o Rio de Janeiro, mas também passeia lindamente sobre o que é a música brasileira hoje quando usa o funk carioca num arranjo sofisticado com as raízes do samba e da canção. Ouvi também a nova canção de Léo Cavalcanti, “Ainda aqui Sonhando”, uma linda confissão que certamente toca a todos nós: “o mundo explodindo e eu ainda aqui sonhando em ter um amor…”

Essas músicas nos lembram o quanto a cultura é um ativo fundamental para uma nação. Forma um cidadão da mesma maneira que aprender a ler e escrever. Nossos pilares estão aí, nossas referências também. Não estamos sós, não estamos perdidos. Como já escreveu Torquato Neto, uma das minhas maiores referências: “ligue o rádio, ponha discos, veja a paisagem…” Precisamos nos conectar com o belo, com a arte, com a música que transforma. E compartilhar essa onda boa com muita força! É isso que faço no rádio e que com alegria pretendo fazer aqui. Espero que você se divirta!

Muito obrigada pela atenção e até a próxima!