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Festival “Agora É Que São Elas”, no CCSP, aborda a violência política de gênero

Festival “Agora É Que São Elas”, no CCSP, aborda a violência política de gênero

A programação desta 2ª edição do Festival “Agora É Que São Elas” está maior e mais diversa, incluindo mostra de cinema, exposição de vídeos e fotografias, performances, música e uma edição especial da Feira Preta. O evento de mulheres será em 21 e 22 de setembro, no CCSP (Centro Cultural São Paulo).

Programação maior e com ênfase na diversidade terá debates, oficinas, mentorias, música, artes plásticas e cinema. Fotos: Divulgação

O objetivo do festival, desde sua criação, é discutir a inserção feminina nas instâncias de poder. As mesas de debates deste ano, especificamente, vão enfatizar a violência de gênero na política.

O legado de Mairelle Franco será um dos destaques dos debates, com a viúva da vereadora assassinada, Mônica Benício, e a cineasta Éthel Oliveira, diretora de documentário sobre seis mulheres negras que se lançaram na política após o crime.

Os desafios e as soluções para elevar a representatividade na política serão o tema da mesa que reúne a ex-candidata à vice-presidência da República Manuela D’Ávila (PC do B-RS) e a advogada e assessora parlamentar Roberta Eugênio, integrante do Instituto Alziras.

Lígia Fabris, professora de Direito da FGV-RJ, e Teresa Sacchet, professora do programa de pós-graduação em Estudos Interdisciplinares em Mulheres, Gênero e Feminismos da UFBA (Universidade Federal da Bahia), traçam comparações internacionais, mudanças e efeitos no campo do sistema eleitoral.

As campanhas de candidatas mulheres serão o foco da discussão entre Dríade Aguiar, ativista negra e fundadora do Mídia Ninja, e Maíra Saruê, do Instituto Locomotiva.

Professora de teoria política em Yale, Alyssa Battistoni será uma das convidadas presentes no evento para falar de intersecção entre feminismo e ambientalismo

A escritora e pesquisadora Debora Thomé, da UFF (Universidade Federal Fluminense), e Hildete Pereira, ex-coordenadora dos Programas de Educação e Ciência da Secretaria de Políticas Para a Mulheres da Presidência da República, vão debater o viés inconsciente de eleitores.

Já nas artes, a exposição “Mulheres na arte brasileira: entre dois vértices” vai trazer artistas como a performer Micaela Cirino e Élle de Bernardini, que fará exposição e performance.

As intervenções começam no fim de semana do festival e vão até 22 de outubro. Aos sábados, haverá rodas de discussão com as artistas.

O festival também terá uma mostra de cinema dedicada à cineasta Barbara Hammer, morta em março. “O Corpo Não É Metáfora” trará 15 filmes, sendo doze em 16 mm, exibidos em sessões de 19 a 22 de setembro. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes das exibições.

Uma edição especial da Feira Preta vai reunir, no fim de semana do festival, empreendedoras negras em moda, cosméticos e gastronomia, entre outras áreas.

Agora É Que São Elas

Rua Vergueiro, 1000 (Centro Cultural de São Paulo), Paraíso, tel. (11) 3397-4002. Entre 21 e 22 de setembro. Inscrições no site.

Festival Red Bull Basement oferece palestras, workshops e planetário inédito

Festival Red Bull Basement oferece palestras, workshops e planetário inédito

Foto: Fabio Piva/Red Bull Content Pool

Pela quinta vez, o centro de São Paulo sedia um dos eventos de tecnologia mais esperados do ano, o Festival Red Bull Basement, que ocorre em 14 de setembro (sábado), das 10h às 20h. Debates, oficinas, exposição e exibições de filmes são algumas das atrações que vão tomar conta do Red Bull Station para discutir como projetos tecnológicos inovadores podem ajudar na solução de problemas sociais. Tudo gratuito.

Com o tema “Visualizações de Mundos” e curadoria do artista visual Claudio Bueno, o evento reflete sobre a multiplicidade de saberes, corpos, tempos, espaços e modos de vida existentes. Ao longo de um dia de atividades, os visitantes terão à disposição talks, workshops e exposições que elaboram e constroem diferentes maneiras de ver e processar informações nos dias de hoje.

A ideia é estimular a reflexão sobre os imaginários e visualizações gerados pelas tecnologias digitais, bem como suas ferramentas, softwares, códigos e aparelhos. Para isso, a galeria principal recebe quatro obras audiovisuais contemporâneas que dialogam com o tema do festival, como “Descrito Como Real”, que intercala imagens de maquetes eletrônicas de grandes obras de intervenção urbana da cidade de Fortaleza com materiais de arquivo da NASA, e o curta-metragem “Afronauts”, sobre a corrida espacial na Zâmbia na década de 1960.

Festival terá planetário de constelações indígenas

No auditório, o astrônomo indígena Germano Afonso, phd no assunto, abordará as tecnologias e modos de visualização dos céus a partir da perspectiva afro-ameríndia presente no contexto brasileiro –e a experiência poderá ser complementada com uma sessão em um planetário inédito montado na laje do Red Bull Station, que receberá grupos para observar constelações afro-indígenas a cada 20 minutos.

Haverá ainda experimentações e protótipos dos residentes do Red Bull Basement em 2019, em que os participantes discutirão suas preocupações urgentes no contexto atual brasileiro relativas às intersecções das tecnologias com o meio ambiente e à sustentabilidade, às noções de circularidade econômica, à educação e às pedagogias DIY (Do it Yourself), à acessibilidade e à inclusão social. Eles convidam nomes importantes da pesquisa científica nacional, como o biólogo Marcos Buckeridge, para ampliar o debate.

Nos workshops, os visitantes vão praticar e experimentar. Haverá a produção de narrativas audiovisuais em realidade virtual (VR), oferecida pela pesquisadora e artista Lyara Oliveira. Outras informações estão em www.redbull.com.br/festivalbasement.

Bonito realiza festival de artes em meio às suas belezas naturais, ameaçadas por conta do plantio de soja

Bonito realiza festival de artes em meio às suas belezas naturais, ameaçadas por conta do plantio de soja

Caverna em Bonito, no Mato Grosso do Sul

Atrações de música, teatro, dança, circo, cinema, artes plásticas, moda e gastronomia: o Festival de Inverno de Bonito, no Mato Grosso do Sul, que acontece entre os dias 25 e 28 de julho, comemora sua vigésima edição com uma programação eclética e nomes como Gal Costa, Lenine, BaianaSystem e Karina Buhr, além de artistas regionais como o violonista Murilo Martinez e o cantor Guilherme Rondon.

Trata-se de uma oportunidade de conhecer esse paraíso natural, que corre perigo por causa da expansão do agronegócio em suas áreas sensíveis. Com a proliferação de lavouras, especialmente da soja, os aquários com águas cristalinas e peixes coloridos de Bonito podem desaparecer.

Para manter o turismo sustentável na cidade, que atrai turistas do país e do mundo todo, associações e entidades têm organizado campanhas para preservar os banhados, áreas alagadas essenciais para manter as águas límpidas da região. Afinal, o patrimônio maior (e de todos) é a natureza e, consequentemente, o turismo ecológico, e não a produção de soja, que só interessa a alguns.

No dia 20 de julho, bem antes do início do festival, acontece no Distrito Águas de Miranda o espetáculo “Iara – O encanto das águas”, da Cia Lumiato. Para saber mais acesse festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br

Festival de Dança de Joinville acontece de 16 a 27 de julho com releituras de espetáculos da Broadway

Festival de Dança de Joinville acontece de 16 a 27 de julho com releituras de espetáculos da Broadway

Ensaio de companhia de dança que estará no Festival deste ano

As influências da colonização alemã podem ser percebidas nas construções, na gastronomia e no estilo de vida de Joinville, em Santa Catarina. A cidade também é conhecida por sua paixão pela dança, principalmente o balé clássico. Afinal, além de acolher, há 19 anos, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, a única filial do famoso Teatro Bolshoi da Rússia, Joinville é sede do Festival de Dança.

Criado em 1983, o evento é considerado o Maior Festival de Dança do Mundo pelo Guinness Book por causa de seus números expressivos: são mais de sete mil participantes diretos e um público superior a 230 mil pessoas durante os onze dias de festival.

No dia 17 de julho, o espetáculo de abertura, dirigido por Fernanda Chamma, faz uma releitura de trechos de famosos espetáculos da Broadway e West End, entre eles “Fantasma da Ópera”, Wicked” e “Hairspray”. Mostras dividem os palcos em estilos distintos.

Na Mostra Competitiva e na Meia Ponta, o público tem contato com coreografias de jazz, dança contemporânea, balé clássico de repertório e danças urbanas. Apresentações em ginásios, shoppings e supermercados de Joinville também recebem grupos de todos os gêneros, com cerca de 200 horas de apresentações gratuitas. Os ingressos estão à venda no site festivaldedanca.com.br

Maior evento artístico do Brasil, SP-Arte acontece entre 3 e 7 de abril

Maior evento artístico do Brasil, SP-Arte acontece entre 3 e 7 de abril

“F.O.D.A”, 2018 – Ai Weiwei

Se existe uma temporada de arte no Brasil, a SP-Arte é o evento que marca o início dessa estação. A feira, considerada por curadores e galeristas a mais importante do país, é uma data significativa que costuma ditar o ritmo para o mercado. Neste ano, o festival parte para a sua 15ª edição com a participação de galerias renomadas de Londres, Nova York, Berlim, Paris, Lima, Santiago, além, é claro, das principais galerias nacionais.

Desde o início, em 2005, o evento acontece no Pavilhão da Bienal. Na primeira edição, a SP-Arte contava com 40 galerias nacionais e uma internacional e ocupava apenas um andar do prédio. Hoje se estende por todos os andares, com 97 galerias nacionais e 69 internacionais. O festival também deixou de ser um evento unicamente voltado para as artes visuais e agora conta com segmentos destinados à performance e ao design.

A mente por trás deste sucesso é Fernanda Feitosa. Apesar de ser advogada de formação, a carioca radicada em São Paulo sempre esteve próxima da arte. Fernanda cresceu em uma casa repleta de obras e pinturas do seu tio, que a levava, desde pequena, para ver exposições e conhecer seus colegas artistas. “Tenho uma memória afetiva com relação à arte. Até o primeiro encontro com meu marido foi na faculdade, para ver uma exposição”, conta a idealizadora e atual diretora da SP-Arte.

Ela e o marido, Heitor Martins, atual diretor presidente do Masp, buscaram se conectar mais com a grande paixão do casal, o universo das artes visuais. Os seus encontros passaram a acontecer cada vez mais em galerias, leilões, bienais e feiras de arte.
Nesse período, Fernanda fez contato com vários artistas, curadores e colecionadores, que atuavam tanto nacionalmente como no exterior. Depois de morar alguns anos fora, frequentando o circuito artístico internacional, ela percebeu uma coisa: “Por que o Brasil não tem uma feira internacional de arte?”

Foi daí que surgiu a ideia para realizar a SP-Arte. Ela abandonou o emprego de diretora jurídica em uma empresa e fez um mapeamento cauteloso de galerias, artistas, colecionadores e potenciais compradores com interesse em ajudá-la a construir o festival. Em 2004, já havia uma quantidade expressiva de galerias e artistas brasileiros transitando no exterior.

Fernanda Feitosa, diretora e fundadora da SP-Arte

A cidade de São Paulo reunia as condições ideias para realização de um evento desse porte pela oferta cultural diversificada e de altíssima qualidade. “Aqui temos também colecionadores respeitados, que se relacionam com os de fora. Há uma teia social muito bem estruturada em São Paulo, o que possibilita o networking de várias facetas”.

Desde a sua primeira edição, em 2005, a feira acontece no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. “É um prédio icônico, de Oscar Niemeyer, que se relaciona com a história da arte moderna nacional”, conta ela, orgulhosa.

Os anos se passaram e, em 2016, a SP-Arte foi a única feira do hemisfério sul citada pelo The Art Newspaper como um dos 40 eventos comerciais de arte mais importantes do mundo. Se por um lado isso destaca o êxito da feira, por outro demonstra como o mercado ainda é concentrado na Europa e na América do Norte. O fato de estar a pelo menos oito horas de voo do eixo central de colecionadores é apenas uma das adversidades que o festival enfrenta.

A SP-Arte é uma das 200 feiras internacionais que, anualmente, competem pela atenção dos colecionadores. Com uma concorrência tão acirrada, convencer estrangeiros a participar de um evento é um desafio ainda maior, no momento em que o país apresenta sinais de recessão e violência. Mas o maior obstáculo é a tributação. “É praticamente uma barreira alfandegária”, conta Fernanda. Os impostos encarecem o preço de uma obra vinda do exterior com taxas de 48 a 53%.

De acordo com Fernanda, a SP-Arte sobrepõe esses contratempos graças à altíssima qualidade do trabalho de artistas brasileiros e ao perfil aberto dos nossos colecionadores. Para amenizar a taxação, desde 2012 o governo paulista concede a isenção do ICMS para as obras compradas durante a feira, o que tem atraído um número muito maior de colaboradores estrangeiros.

“O Brasil tem que almejar ser um país aberto ao trânsito de bens culturais”, frisa Fernanda, ferrenha defensora do potencial de transformação social da arte: “A arte confere dignidade, sensação de pertencimento, construção do caráter e da identidade do cidadão de forma inabalável”.

A idealizadora defende que a SP-Arte estimule as pessoas a participar do circuito cultural do Brasil. Ela procura desenvolver cidadãos culturalmente ativos com a realização de palestras, o estímulo para que seus parceiros façam doações a museus públicos, publicação de artigos acadêmicos e a atualização constante de sua plataforma interativa.