por Paschoal S. Neto | Maio 4, 2020 | Coluna, Lifestyle |
Acordei pouco antes das 7h. Vesti o robe de chambre, peguei o computador e fui para o jardim de inverno ler os jornais.
O dia estava bonito. Sol forte, mas com um vento frio. Silêncio. Quase nenhum carro nas ruas. A Nutella, nossa Shi-Tzu de quase cinco anos, me olha e diz:
– Vamos. Vou te levar para passear. Tenho que fazer os números 1 e 2. E acho que você precisa tomar um ar, pegar um pouco de sol e dar uma arejada. Essa quarentena está te deixando pálido.
Vesti uma calça de abrigo e um moletom e, em menos de cinco minutos, estava abrindo a porta da área de serviço.
– Não vai colocar a máscara? Outro dia vi o João falando na televisão que a partir de hoje tinha que sair sempre de máscara.
– Bem lembrado, Nutella. É que como quase não tenho saído nesses últimos 40 dias…
Mal chegamos e ela fez xixi. O dia realmente estava lindo. Procuramos caminhar no sol para evitar o vento. Moro em uma rua tranquila e arborizada, que a essa hora da manhã e, com o isolamento, fica ainda mais sossegada.
– Sei que você está gostando de ficar mais em casa comigo, cuidando de mim e me fazendo carinho, mas estou preocupada com você.
– Preocupada por quê? Está tudo bem.
– Estou te sentindo meio triste e angustiado. Sei que o momento é complicado, que a gente não sabe o que vai acontecer com o mundo. Talvez seja melhor você assistir menos a CNN e a Globo News. Não bastassem os problemas de saúde e da economia, ainda tem a política né?
– Pois é. Talvez você tenha razão mesmo. Preciso dar uma “desligada”. Ler mais livros nas horas vagas, jogar mais baralho, fazer palavras cruzadas. É que o que estamos passando é tudo muito novo.
– Peraí. O coronavírus pode ser um inimigo novo e desconhecido. Mas já os políticos…
– Melhor mudarmos de assunto, por favor.
Depois de uns dez minutos e de a Nutella fazer cocô, chegamos a uma avenida mais movimentada. Ela para, olha para os dois lados e me pergunta:
– Desculpa, mas tenho que voltar ao tema. Olha isso! Você não acha que tem muito carro na rua? Nem parece que a recomendação é para todo mundo que puder ficar em casa. Assim vai ser difícil controlar o vírus. Falo isso por vocês, porque esse tal corona não me afeta.
– Você tem razão, Nuttelinha. Parece um dia normal.
– Sabe, não entendo vocês humanos. Será que não viram o que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos? Por que não ouvem os médicos e a ciência e insistem em sair de casa? No início da quarentena vocês estavam indo bem, mas agora largaram mão? E ainda tem gente que faz barulho para a vida voltar ao normal o quanto antes. Por favor, me explica isso.
– Quando me convidou para passear disse que eu precisava arejar a cabeça. Agora que estamos aqui você só fala nisso.
– Tem razão. Me perdoa. Vamos falar de você. Está sentindo falta dos amigos e de ir para o trabalho, né? Do futebol na TV, da ginástica e de suas corridas.
– Ah isso estou sim, Nutella. Essa parte está complicada. Ficar trabalhando em casa e não fazer exercícios está me fazendo muito mal.
– Bom, e do jeito que você anda comendo e tomando cerveja…
– Chega. Acabou o passeio. E, se for para me falar essas coisas, não me convide mais.
Nutella, cachorrinha de cinco anos
por Paula Calçade | Maio 2, 2020 | Boteco, Comida & Bebida |
Um dos pratos mais procurados pelos frequentadores do O Pasquim Bar e Prosa, localizado na Vila Madalena, em São Paulo, é o Dadinho de Tapioca com cobertura de Carne Seca. Como o estabelecimento encontra-se fechado, devido às medidas de segurança contra o coronavírus (Covid-19), agora o local compartilha a receita do quitute para que você possa replicar na sua casa e comer junto com toda a família no final de semana. Veja:
Ingredientes
1 litro de leite integral
1 pacote de tapioca granulada
500g de queijo coalho
200g de carne seca
200g de requeijão cremoso
Sal a gosto
Recita de Dadinho com carne seca
Modo de preparo
Com o auxílio de um ralador, rale o queijo coalho. Em uma panela, coloque o leite, o sal e a tapioca granulada, depois acrescente o queijo. Mantenha o fogo baixo e mexa os ingredientes até começar a soltar do fundo da panela. Escolha uma forma retangular e cubra com plástico filme para ajudar a desenformar. Coloque a massa no recipiente, espalhe bem e cubra com o plástico. Leve para a geladeira e deixe esfriar até que a mistura esteja firme. Corte a massa em cubos e frite em imersão em óleo (ou asse no forno) até que fiquem douradas e crocantes.
Misture a carne seca, temperada conforme suas preferências, ao requeijão cremoso. Após a fritura, coloque o creme de carne seca em cima dos dadinhos. Agora é só servir, aproveite!
por Paula Calçade | abr 28, 2020 | Coluna, Lifestyle |
O mundo pré-pandemia costumava nos dizer que era necessário levantar do sofá e agir nas ruas se quiséssemos ver alguma mudança nas realidades duras que existem por aí. Não estávamos errados, o “textão” no Facebook, muitas vezes, ficava por ele mesmo. Por mais que romper o silêncio já seja um passo importante.
Só que hoje, em meio a maior crise sanitária da atualidade, segundo a Organização da Saúde (OMS), é justamente a ajuda que vem de dentro de casa que pode mudar tudo. Diversas campanhas de doações de alimentos, produtos de higiene, entre tantos itens essenciais à vida, além de arrecadação de kits médicos e pressões políticas por financiamento de pesquisas e melhores condições de trabalho para diversos profissionais, estão em todas as redes sociais. Basta um clique ou até mesmo mirar a câmera no QR Code para fazer parte de um movimento.
As lives de tantos cantores contam com parcerias de empresas que destinaram grandes quantias de dinheiro e alimentos para diversas famílias. A exemplo de Sandy e Júnior, que arrecadaram mais de mil toneladas de alimentos para pessoas em situação de risco por causa do novo coronavírus no Brasil. A apresentação chegou a ter 2,5 milhões de pessoas assistindo ao mesmo tempo. Para participar da campanha de doação, bastava mirar o celular na tela.
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, é uma das mais importantes instituições de Ciência e Tecnologia em Saúde da América Latina
Para além de uma boa ação, existem ainda as mobilizações online. O humorista e ator Gregorio Duvivier lançou em seu programa semanal da HBO, o “Greg News”, a campanha “Mais do que palmas”, para pressionar parlamentares a aprovarem garantias trabalhistas aos profissionais de saúde e na linha de frente contra a Covid-19. A mobilização já gerou resultado e um dos tópicos segue em votação na Câmara. O Projeto de Lei 2007/2020 prevê o pagamento de um auxílio mensal para os dependentes de profissionais de saúde ou de atividades auxiliares à saúde que venham a falecer em decorrência do coronavírus. Ainda dá para continuar pressionando aqui.
Instituições tradicionais de pesquisa do país também estão recebendo doações de pessoas físicas e de empresas para continuarem a todo vapor no estudo de um tratamento e vacina. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, é um exemplo e lançou o programa “Unidos contra a Covid-19”, que lembra a importância da união das esferas pública e privada para o fortalecimento das ações de combate à pandemia. Pelo site, é possível fazer uma doação e fomentar as pesquisas e a compra de kits médicos.
A ajuda a quem está do lado vale, e muito! Vizinhos continuam mobilizados para fazer compras para pessoas do grupo de risco em seus condomínios. Basta um comunicado para o síndico ou um recado no elevador para saberem que você está disposto a agir.
E, claro, ficar em casa em si já é a maior contribuição que todos podem fazer para frear a curva de contágio e não sobrecarregar os hospitais do país. Se você pode trabalhar de casa, faça isso. Chamar amigos para uma “house party” está fora de cogitação e passa longe do bom senso, lembre-se. De dentro de casa, é possível fazer muito e, assim, continuarmos unidos nesta luta diária!
por 29HORAS | abr 24, 2020 | Comida & Bebida, Doceria |
Quer comer um doce diferente sem ter muito trabalho? O chef Melchior Neto, do Gema Restaurante, ensina como preparar de forma simples e saborosa um arroz doce nada tradicional. O arroz doce brûlée é uma versão sofisticada da tradicional sobremesa brasileira, consumida nessa época do ano que se aproxima.
Arroz doce brûlée
Arroz doce brûlée do chef Melchior Neto
Ingredientes
1 xícara (chá) de arroz
4 xícaras (chá) de leite
3 cravos-da-índia
1 xícara (chá) de chocolate branco derretido
1 xícara (chá) de leite condensado
½ xícara (chá) de creme de leite
Raspas de casca de Lima-da-Pérsia
Açúcar de confeiteiro para o brûlée
Modo de Preparo
Em uma panela misture o arroz com o leite e o cravo no fogo médio até que comece a ferver. Acrescente o chocolate branco derretido e o leite condensado e deixe cozinhar em fogo baixo, mexendo sempre por cerca de 20 minutos ou até que o arroz esteja macio. Desligue o fogo e adicione o creme de leite, misture e distribua em potinhos e jogue raspas de Lima-da-Pérsia por cima. Polvilhe com açúcar de confeiteiro, use o maçarico para dourar o açúcar e fazer o brûlée.
por Paula Calçade | abr 23, 2020 | Coluna, Lifestyle |
O isolamento social diminui a curva de contágio pelo novo coronavírus (Covid-19), como mostram os dados da Organização da Saúde (OMS). Uma pessoa contamina três, em média. Essas três contaminadas passam o vírus para nove. As nove passam para 27. E assim, a progressão faz os casos explodirem. Uma pessoa que quebre a rede, estando em quarentena, pode evitar milhares de casos.
Se por um lado, todos estão mais seguros ficando em casa neste momento, por outro algumas mulheres sofrem com o aumento da violência doméstica, principalmente em países com taxas de feminicídios anteriormente altas, como Brasil, México, Chile e Argentina. Aqui e nesses lugares a média passa de 10 assassinatos de mulheres por dia.
Os números são assustadores. Na Argentina, 18 mulheres foram assassinadas por seus companheiros, ou ex-companheiros, nos primeiros 20 dias de quarentena, que começou em 20 de março. Os pedidos de ajuda por telefone aumentaram 39%. Em São Paulo, durante os primeiros dez dias de quarentena, as denúncias de violência doméstica aumentaram em 30%.
Com o objetivo de proteger mulheres que estão em risco nesse momento, os institutos Justiça de Saia e Bem Querer Mulher se uniram para criar a força-tarefa Justiceiras. Para solicitar ajuda ao projeto, mulheres que estejam passando por uma situação de violência devem enviar uma mensagem para o número de whatsapp (11) 99639-1212 e receberão orientações.
Rihanna e o dono do Twitter, Jack Dorsey, também se mobilizaram lá fora. Os dois doaram 4,2 milhões de dólares para ajudar mulheres em abrigos em Los Angeles, nos EUA. O dinheiro vai cobrir moradia, alimentação e terapia por 10 semanas para 90 pessoas.
A cantora também doou US$ 5 milhões, por meio de sua ONG Clara Lionel, para a OMS no combate à Covid-19
Vale lembrar
Os casos de violência ou assédio, a qualquer hora do dia ou da noite, devem ser comunicados pelo telefone 190. Qualquer pessoa pode fazer a denúncia: a própria mulher, vizinhos, parentes ou quem estiver presenciando, ouvindo ou que tenha conhecimento do fato. Para os casos não emergenciais, o Disque 180 ou o Disque 100 também recebem denúncias e oferecem orientações.
Em São Paulo, é possível registrar boletins de ocorrência pela Internet aqui. No Rio de Janeiro, a orientação é procurar as Delegacias da Mulher, que atendem urgências como violência física e sexual presencialmente e disponibilizam registro online para os demais casos de violência.
Comentários