logo
logo
29HORAS em casa: Alguém precisa falar umas verdades

29HORAS em casa: Alguém precisa falar umas verdades

Acordei pouco antes das 7h. Vesti o robe de chambre, peguei o computador e fui para o jardim de inverno ler os jornais.

O dia estava bonito. Sol forte, mas com um vento frio. Silêncio. Quase nenhum carro nas ruas. A Nutella, nossa Shi-Tzu de quase cinco anos, me olha e diz:

– Vamos. Vou te levar para passear. Tenho que fazer os números 1 e 2. E acho que você precisa tomar um ar, pegar um pouco de sol e dar uma arejada. Essa quarentena está te deixando pálido.

Vesti uma calça de abrigo e um moletom e, em menos de cinco minutos, estava abrindo a porta da área de serviço.

– Não vai colocar a máscara? Outro dia vi o João falando na televisão que a partir de hoje tinha que sair sempre de máscara.

– Bem lembrado, Nutella. É que como quase não tenho saído nesses últimos 40 dias…

Mal chegamos e ela fez xixi. O dia realmente estava lindo. Procuramos caminhar no sol para evitar o vento. Moro em uma rua tranquila e arborizada, que a essa hora da manhã e, com o isolamento, fica ainda mais sossegada.

– Sei que você está gostando de ficar mais em casa comigo, cuidando de mim e me fazendo carinho, mas estou preocupada com você.

– Preocupada por quê? Está tudo bem.

– Estou te sentindo meio triste e angustiado. Sei que o momento é complicado, que a gente não sabe o que vai acontecer com o mundo. Talvez seja melhor você assistir menos a CNN e a Globo News. Não bastassem os problemas de saúde e da economia, ainda tem a política né?

– Pois é. Talvez você tenha razão mesmo. Preciso dar uma “desligada”. Ler mais livros nas horas vagas, jogar mais baralho, fazer palavras cruzadas. É que o que estamos passando é tudo muito novo.

– Peraí. O coronavírus pode ser um inimigo novo e desconhecido. Mas já os políticos…

– Melhor mudarmos de assunto, por favor.

Depois de uns dez minutos e de a Nutella fazer cocô, chegamos a uma avenida mais movimentada. Ela para, olha para os dois lados e me pergunta:

– Desculpa, mas tenho que voltar ao tema. Olha isso! Você não acha que tem muito carro na rua? Nem parece que a recomendação é para todo mundo que puder ficar em casa. Assim vai ser difícil controlar o vírus. Falo isso por vocês, porque esse tal corona não me afeta.

– Você tem razão, Nuttelinha. Parece um dia normal.

– Sabe, não entendo vocês humanos. Será que não viram o que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos? Por que não ouvem os médicos e a ciência e insistem em sair de casa? No início da quarentena vocês estavam indo bem, mas agora largaram mão? E ainda tem gente que faz barulho para a vida voltar ao normal o quanto antes. Por favor, me explica isso.

– Quando me convidou para passear disse que eu precisava arejar a cabeça. Agora que estamos aqui você só fala nisso.

– Tem razão. Me perdoa. Vamos falar de você. Está sentindo falta dos amigos e de ir para o trabalho, né? Do futebol na TV, da ginástica e de suas corridas.

– Ah isso estou sim, Nutella. Essa parte está complicada. Ficar trabalhando em casa e não fazer exercícios está me fazendo muito mal.

– Bom, e do jeito que você anda comendo e tomando cerveja…

– Chega. Acabou o passeio. E, se for para me falar essas coisas, não me convide mais.

Nutella, cachorrinha de cinco anos

Nutella, cachorrinha de cinco anos

Aprenda a fazer dadinho de tapioca com carne seca em casa

Aprenda a fazer dadinho de tapioca com carne seca em casa

Um dos pratos mais procurados pelos frequentadores do O Pasquim Bar e Prosa, localizado na Vila Madalena, em São Paulo, é o Dadinho de Tapioca com cobertura de Carne Seca. Como o estabelecimento encontra-se fechado, devido às medidas de segurança contra o coronavírus (Covid-19), agora o local compartilha a receita do quitute para que você possa replicar na sua casa e comer junto com toda a família no final de semana. Veja:

Ingredientes

1 litro de leite integral

1 pacote de tapioca granulada

500g de queijo coalho

200g de carne seca

200g de requeijão cremoso

Sal a gosto

Recita de Dadinho com carne seca

Recita de Dadinho com carne seca

Modo de preparo

Com o auxílio de um ralador, rale o queijo coalho. Em uma panela, coloque o leite, o sal e a tapioca granulada, depois acrescente o queijo. Mantenha o fogo baixo e mexa os ingredientes até começar a soltar do fundo da panela. Escolha uma forma retangular e cubra com plástico filme para ajudar a desenformar. Coloque a massa no recipiente, espalhe bem e cubra com o plástico. Leve para a geladeira e deixe esfriar até que a mistura esteja firme. Corte a massa em cubos e frite em imersão em óleo (ou asse no forno) até que fiquem douradas e crocantes.

Misture a carne seca, temperada conforme suas preferências, ao requeijão cremoso. Após a fritura, coloque o creme de carne seca em cima dos dadinhos. Agora é só servir, aproveite!

29HORAS em casa: Ajudar do sofá está valendo

29HORAS em casa: Ajudar do sofá está valendo

O mundo pré-pandemia costumava nos dizer que era necessário levantar do sofá e agir nas ruas se quiséssemos ver alguma mudança nas realidades duras que existem por aí. Não estávamos errados, o “textão” no Facebook, muitas vezes, ficava por ele mesmo. Por mais que romper o silêncio já seja um passo importante. 

Só que hoje, em meio a maior crise sanitária da atualidade, segundo a Organização da Saúde (OMS), é justamente a ajuda que vem de dentro de casa que pode mudar tudo. Diversas campanhas de doações de alimentos, produtos de higiene, entre tantos itens essenciais à vida, além de arrecadação de kits médicos e pressões políticas por financiamento de pesquisas e melhores condições de trabalho para diversos profissionais, estão em todas as redes sociais. Basta um clique ou até mesmo mirar a câmera no QR Code para fazer parte de um movimento. 

As lives de tantos cantores contam com parcerias de empresas que destinaram grandes quantias de dinheiro e alimentos para diversas famílias. A exemplo de Sandy e Júnior, que arrecadaram mais de mil toneladas de alimentos para pessoas em situação de risco por causa do novo coronavírus no Brasil.  A apresentação chegou a ter 2,5 milhões de pessoas assistindo ao mesmo tempo. Para participar da campanha de doação, bastava mirar o celular na tela. 

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, é uma das mais destacada instituições de ciência e tecnologia em saúde da América Latina

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, é uma das mais importantes instituições de Ciência e Tecnologia em Saúde da América Latina

Para além de uma boa ação, existem ainda as mobilizações online. O humorista e ator Gregorio Duvivier lançou em seu programa semanal da HBO, o “Greg News”, a campanha “Mais do que palmas”, para pressionar parlamentares a aprovarem garantias trabalhistas aos profissionais de saúde e na linha de frente contra a Covid-19. A mobilização já gerou resultado e um dos tópicos segue em votação na Câmara. O Projeto de Lei 2007/2020 prevê o pagamento de um auxílio mensal para os dependentes de profissionais de saúde ou de atividades auxiliares à saúde que venham a falecer em decorrência do coronavírus. Ainda dá para continuar pressionando aqui.

Instituições tradicionais de pesquisa do país também estão recebendo doações de pessoas físicas e de empresas para continuarem a todo vapor no estudo de um tratamento e vacina. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, é um exemplo e lançou o programa “Unidos contra a Covid-19”, que lembra a importância da união das esferas pública e privada para o fortalecimento das ações de combate à pandemia. Pelo site, é possível fazer uma doação e fomentar as pesquisas e a compra de kits médicos. 

A ajuda a quem está do lado vale, e muito! Vizinhos continuam mobilizados para fazer compras para pessoas do grupo de risco em seus condomínios. Basta um comunicado para o síndico ou um recado no elevador para saberem que você está disposto a agir. 

E, claro, ficar em casa em si já é a maior contribuição que todos podem fazer para frear a curva de contágio e não sobrecarregar os hospitais do país. Se você pode trabalhar de casa, faça isso. Chamar amigos para uma “house party” está fora de cogitação e passa longe do bom senso, lembre-se. De dentro de casa, é possível fazer muito e, assim, continuarmos unidos nesta luta diária!

Receita simples e repaginada de arroz doce para fazer em casa

Receita simples e repaginada de arroz doce para fazer em casa

Quer comer um doce diferente sem ter muito trabalho? O chef Melchior Neto, do Gema Restaurante, ensina como preparar de forma simples e saborosa um arroz doce nada tradicional. O arroz doce brûlée é uma versão sofisticada da tradicional sobremesa brasileira, consumida nessa época do ano que se aproxima.

Arroz doce brûlée

Arroz doce brulée do chef Melchior Neto

Arroz doce brûlée do chef Melchior Neto

Ingredientes

1 xícara (chá) de arroz

4 xícaras (chá) de leite

3 cravos-da-índia

1 xícara (chá) de chocolate branco derretido

1 xícara (chá) de leite condensado

½ xícara (chá) de creme de leite

Raspas de casca de Lima-da-Pérsia

Açúcar de confeiteiro para o brûlée

Modo de Preparo

Em uma panela misture o arroz com o leite e o cravo no fogo médio até que comece a ferver. Acrescente o chocolate branco derretido e o leite condensado e deixe cozinhar em fogo baixo, mexendo sempre por cerca de 20 minutos ou até que o arroz esteja macio. Desligue o fogo e adicione o creme de leite, misture e distribua em potinhos e jogue raspas de Lima-da-Pérsia por cima. Polvilhe com açúcar de confeiteiro, use o maçarico para dourar o açúcar e fazer o brûlée.

29HORAS em casa: Quarentena é para ser refúgio

29HORAS em casa: Quarentena é para ser refúgio

O isolamento social diminui a curva de contágio pelo novo coronavírus (Covid-19), como mostram os dados da Organização da Saúde (OMS). Uma pessoa contamina três, em média. Essas três contaminadas passam o vírus para nove. As nove passam para 27. E assim, a progressão faz os casos explodirem. Uma pessoa que quebre a rede, estando em quarentena, pode evitar milhares de casos.

Se por um lado, todos estão mais seguros ficando em casa neste momento, por outro algumas mulheres sofrem com o aumento da violência doméstica, principalmente em países com taxas de feminicídios anteriormente altas, como Brasil, México, Chile e Argentina. Aqui e nesses lugares a média passa de 10 assassinatos de mulheres por dia. 

Os números são assustadores. Na Argentina, 18 mulheres foram assassinadas por seus companheiros, ou ex-companheiros, nos primeiros 20 dias de quarentena, que começou em 20 de março. Os pedidos de ajuda por telefone aumentaram 39%. Em São Paulo, durante os primeiros dez dias de quarentena, as denúncias de violência doméstica aumentaram em 30%.

Com o objetivo de proteger mulheres que estão em risco nesse momento, os institutos Justiça de Saia  e Bem Querer Mulher  se uniram para criar a força-tarefa Justiceiras. Para solicitar ajuda ao projeto, mulheres que estejam passando por uma situação de violência devem enviar uma mensagem para o número de whatsapp (11) 99639-1212 e receberão orientações. 

Rihanna e o dono do Twitter, Jack Dorsey, também se mobilizaram lá fora. Os dois doaram 4,2 milhões de dólares para ajudar mulheres em abrigos em Los Angeles, nos EUA. O dinheiro vai cobrir moradia, alimentação e terapia por 10 semanas para 90 pessoas.

A cantora também doou US$ 5 milhões, por meio de sua ONG Clara Lionel, para a OMS

A cantora também doou US$ 5 milhões, por meio de sua ONG Clara Lionel, para a OMS no combate à Covid-19

Vale lembrar

Os casos de violência ou assédio, a qualquer hora do dia ou da noite, devem ser comunicados pelo telefone 190. Qualquer pessoa pode fazer a denúncia: a própria mulher, vizinhos, parentes ou quem estiver presenciando, ouvindo ou que tenha conhecimento do fato. Para os casos não emergenciais, o Disque 180 ou o Disque 100 também recebem denúncias e oferecem orientações.

Em São Paulo, é possível registrar boletins de ocorrência pela Internet aqui. No Rio de Janeiro, a orientação é procurar as Delegacias da Mulher, que atendem urgências como violência física e sexual presencialmente e disponibilizam registro online para os demais casos de violência.