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Lugares para conhecer arte fora do circuito em SP

Lugares para conhecer arte fora do circuito em SP

Abril é o mês oficial para falar sobre arte na cidade de São Paulo. Isso acontece principalmente em razão da grandiosa SP-Arte, feira anual que reúne galerias do Brasil e do mundo no pavilhão da Bienal para comercialização de obras. No entanto, como afirma Tiago Mesquita, crítico de arte, “as feiras são importantes, mas o discurso do mercado da arte não pode ser o hegemônico, tampouco as feiras devem ser os únicos lugares para se conhecer arte”. Por essas e outras, em paralelo a este grande evento, uma série de espaços culturais – que vão além das galerias – articulam exposições e atividades para mostrar aquilo que têm e a que se propõem.

Vista de um dos espaços internos do Pivô

O Pivô, localizado no edifício Copan, é um desses endereços. Seus 3500 m2 de espaço autônomo são voltados para a arte contemporânea, não têm fins lucrativos e são abertos ao público. Uma de suas propostas é que os artistas e curadores convidados desenvolvam projetos de exposição que dialoguem com a arquitetura do entorno, concebida por Niemeyer. Outro diferencial do Pivô é o Pivô Pesquisa, programa de residências da instituição. Anualmente, há espaço para que cerca de 16 artistas ou curadores desenvolvam projetos artísticos ali dentro.

Obra participante da exposição coletiva no espaço BREU

Além do Pivô, em um galpão localizado na Barra Funda está o BREU: um ateliê expandido que funciona também como espaço de experimentação de seis artistas, entre eles, Pedro Ivo Verçosa. “O BREU busca ser um espaço autônomo, que não dependa completamente da lógica do mercado da arte ou dos editais institucionais”, diz Verçosa. No térreo do local há um vão livre para a implementação de exposições, performances, oficinas, cursos e grupos de estudos.

Já no segundo andar se situam os ateliês dos seis artistas que dirigem o espaço e mais três ateliês temporários. Uma intenção do coletivo é conectar aqueles que pensam e produzem arte e cultura, estejam eles dentro ou fora das instituições.

Veja de perto:

Pivô

Abertura da exposição “imannam”. Projeto desenvolvido a partir da articulação entre três artistas – Ana Linnemann, Anna Maria Maiolino e Laura Lima – com obras que propõem a busca do diálogo com o outro, a partir de operações de reversão do espaço e de objetos do mundo.

8/4, às 16h, Av. Ipiranga 200, loja 54

desapÊ

Tardes no Copan: visita à “descoleção” do Desapê.

O “apartamento dos desapegos” é um projeto de Rita Mourão, no qual ela abre ao público sua coleção pessoal, localizada em uma quitinete do edifício Copan. Há também uma visita guiada ao terraço do edifício. É necessário RSVP pelo e-mail contatodesape@gmail.com.

5/4 e 6/4, das 14h30 às 16h30, R. Barra Funda, 444

BREU

Exposição “Tudo aquilo que não tem um nome é chamado de alguma outra coisa”.

O projeto surge do convívio orgânico e da contaminação fluida de nove artistas que trabalham no mesmo prédio, o Edifício Tingúa, no Largo do Arouche.

Até 21/4, de quarta a sexta-feira, das 15h às 20h e, aos sábados, das 11h às 15h

Os lançamentos da cineasta Carolina Jabor

Os lançamentos da cineasta Carolina Jabor

Para Carolina Jabor, os assuntos que falam sobre a sociedade em transformação são os mais empolgantes. “São temáticas reais que despertam reflexão. O que me importa é o olhar do espectador e seus questionamentos”, diz a cineasta.

Um exemplo instigante e provocador é o seu novo filme, “Aos teus Olhos”, que será lançado no dia 12 de abril. 

Mergulhado em um contexto bem atual, o filme, baseado na peça “O Princípio de Arquimedes”, do espanhol Josep Maria Miró, conta a história de um professor de natação infantil que sofre um julgamento apressado nas redes sociais. A tensão é o fio condutor de uma trama que cabe perfeitamente nos dias de hoje. “O raio de ação na internet é muito grande. Você pode acabar com a vida de alguém em alguns cliques”, reflete Carolina.

Com o ator Daniel de Oliveira como protagonista – “Ele arrebenta!”, define a cineasta –, o filme tem colecionado prêmios aqui e lá fora: venceu o Festival do Rio, o Prêmio Petrobrás de Cinema, o 25º Mix Brasil e foi contemplado no 39º Festival de Havana.

Feliz com a repercussão deste que é o seu segundo longa de ficção – o primeiro é “Boa Sorte”, de 2013 –, a cineasta também anda curtindo seu outro filhote: a nova série “Desnude”, sobre sexualidade feminina, para o GNT. “O recorte é a fantasia, em uma produção feita exclusivamente por mulheres”. Na vida pessoal, seus rebentos são João, de dez anos, e Alice, de cinco, do seu casamento com o diretor Guel Arraes. Além da influência do marido, Carolina não nega a herança cultural que recebeu do pai, o cineasta Arnaldo Jabor: “Essa criatura maravilhosa que é meu pai me ensinou muito sobre a arte, foi quem me educou artisticamente”, ela diz, emocionada.