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23h às 29h: Ginteria é o destino certo para um happy hour

23h às 29h: Ginteria é o destino certo para um happy hour

Drinque Gin Gin Mule

Querido leitor,

Mandaram-me uma mensagem perguntando como eu fiz para adquirir “profundo” conhecimento sobre bebidas. Confesso que considerei a mensagem um engano, talvez confundiram-me com algum dos adoráveis colunistas do “Bom de Copo” desta revista.

Eu respondi dizendo que, em resumo, apesar de eu ter bebido muito ao longo dos anos, pouco sei sobre o que bebo. E talvez, movida por um sentimento de querer conhecer melhor alguma das coisas que bebo, fiquei sabendo quase que por coincidência de um bar que é especializado em gim.

Quem me contou foi o meu neto Antônio, que trabalha no mercado financeiro, lá no Itaim, bairro de gente chique e trabalhadora. O nome do bar é Ginteria e, segundo meu neto, eles servem mais de 30 rótulos de gim. Essa informação por si só me gerou curiosidade para visitar o lugar.

Fui em uma noite de sexta-feira com a minha querida amiga, a Sra. Nádia – companheira de desventuras desde a época da faculdade. Conforme fomos aconselhadas pelo meu neto, chegamos lá um pouco depois das seis da tarde. O bar enche rápido por causa da happy hour.

Na entrada, uma simpática moça loira pediu meu documento de identidade. Eu disse que podia assegurá-la, apenas com meus cabelos brancos, que eu definitivamente era maior de idade. No entanto, o propósito era abrir uma comanda.

Apesar de ter um clima de balada, você não paga um preço para entrar. No 1º andar fica o bar com algumas mesinhas. Então logo fui ao cardápio explorar se aquela história de mais de 30 rótulos de gim era verdadeira. E confirmei que sim. Havia muitas opções de escolha.

Desde a marca de gim que você quer para a sua bebida – conforme anotei em meu caderninho, eles separam as marcas por “Standard” (R$ 36), “Premium” (R$ 47) e “Super Premium” (R$ 58) – até a lista de drinques do bar. Minha escolha foi o “Blue Bull Fizz” (R$ 36), com gim, suco de laranja e Red Bull Blue Berry.

Eles também têm uma carta de drinques clássicos apenas com gim. Pedi um Bramble (R$ 36) e achei excelente. O dry Martini (R$ 36) com Plymouth Gin estava ótimo. Já a Nádia não bebeu nada. Ela estava tomando antibiótico e aventurou-se apenas em  um prato de bacalhau confitado (R$ 68,90).

O resto da noite passamos no 2º andar, onde tem uma pista de dança com DJ. O lugar ficou lotado. Foi uma ótima noite. Pude experimentar vários tipos de gim. E você me pergunta: saí de lá sabendo mais sobre a bebida? Termino avisando que, felizmente, continuo etílica e ignorante.

Beijos!

Ginteria

Rua Amauri, 284, Jardim Europa, tel. 3078-3970. De terça à sexta, das 18h às 5h; sábado, das 15h às 5h.

23h às 29h: O Comedians faz shows de humor, stand-up e improviso na Rua Augusta

23h às 29h: O Comedians faz shows de humor, stand-up e improviso na Rua Augusta

Palco e mesas do Bar Comedians, na rua Augusta

Querido leitor,

Já comentei como eu gosto de caminhar a esmo? Acho que faz bem para a cabeça.

Para o corpo acho que deixou de fazer há algum tempo – minha filha insiste que eu troque a andança pela natação, porque segundo ela faz menos impacto nas articulações. Mas eu tenho 75 anos e duas pernas, então eu ando se eu quiser. Aliás, completei 75 em janeiro. A família toda veio aqui em casa para comer bolo de cenoura: minha filha, meu genro e os meus netos Antônio, Isabela e Natalie.

Depois do bolo, perguntei quem queria andar a esmo comigo pelo Baixo Augusta, aqui perto de casa. Minha filha não gostou da ideia – tanto por causa da história de caminhar quanto pelo horário, já que era bem tarde da noite.

Para a minha felicidade, os meus netos mais velhos, Antônio e Isabela, decidiram me fazer companhia. Enquanto caminhávamos pela Augusta e tentávamos decidir qual seria o programa, Isabela lembrou de um lugar que ela foi com um rapaz que ela conheceu graças a um tal de Tinder. Perguntei a ela o que era isso. Ela disse que era um jeito para conhecer novos amores. Eu respondi que, na minha época, chamávamos isso de Santo Antônio.

De qualquer forma, o lugar indicado por ela era o Comedians. Um bar onde comediantes se apresentam no palco contando piadas. Chegamos na sessão da meia-noite e a fila andou rápida. Depois de pagar o couvert artístico (R$ 45 por pessoa), acomodamo-nos em uma das mesas para apreciar o show.

Toda noite, quatro comediantes se apresentam. Naquele sábado, vimos o André Santi, Marcos Castro, Victor Ahmar e Emerson Ceará. Cada um engraçado ao seu jeito. Mas o mais engraçado foi um casal de noivos que estava na plateia. Eles decidiram passar a lua de mel no Comedians e os comediantes não perdoaram aquele  fato peculiar. O casal virou o alvo das piadas e até ganhou uma dose de tequila para comemorar. Eles ficaram bem felizes com a brincadeira.

No cardápio, você encontra várias opções de comidas e bebidas. Eu acabei tomando uma caipisaquê de frutas vermelhas (R$ 21) e os meus netos… bem, prefiro não comentar porque a minha filha lê essa coluna.

Beijos!

23h às 29h: Bar Manifesto preserva rock há 24 anos com shows nas noites paulistanas

23h às 29h: Bar Manifesto preserva rock há 24 anos com shows nas noites paulistanas

Banda alemã de heavy metal, Grave Digger se apresentou no Manifesto Bar

Querido leitor,

Antes de começar essa coluna eu queria passar um recado. Você sabia que eu tenho um e-mail pessoal? Meus netos que fizeram para mim. É donalourdes@yahoo.com. Fique à vontade para me escrever.

Passado o recado, vamos para o assunto da coluna. Acho que eu posso começar lembrando de um episódio que aconteceu entre mim e a querida amiga Nádia, que conheço desde a época das aulas de Direito no Largo de São Francisco.

Ela me interrogou certa vez sobre o meu peculiar, porém eclético, gosto musical: “Lourdes”, ela disse, “como você consegue escutar essa barulheira que chamam de rock?”. Ao que eu respondi: “Gosto de muitos estilos, desde que me faça dançar”. Foi por isso que achei uma boa ideia levá-la ao  Manifesto Bar. É uma casa noturna que fica na Rua Iguatemi, no Itaim, conhecida por receber bandas de rock.

Confesso que Nádia parecia bem assustada quando chegamos. Ela não parava de encarar a clientela – em sua maioria homens, trajados em vestes escuras. Mas eu tranquilizei minha amiga. Falei que roqueiros são como abacaxis: espinhosos por fora, mas doces por dentro.

Entrando, a gente se depara com um ambiente bem interessante. As paredes são decoradas com instrumentos musicais, autografados por integrantes de bandas como AC/DC e Megadeth.

No salão principal fica o palco, com um espaço para ficar de pé na pista, e também um mezanino com sofás para quem quiser assistir ao show com mais conforto. O bar se encontra no canto do salão, no meio do caminho entre o palco e o fumódromo.

O cardápio dele é bem completo, com várias opções de bebidas e porções. Só existe uma crítica que preciso fazer. Eles não têm porção de pastel misto: ou é só de queijo ou só de carne. Um mistério que nenhuma das simpáticas garçonetes nos conseguiu elucidar. Afinal, se há pastel de queijo e de carne, por que não fazer uma porção mista?

A busca por essa resposta rendeu bons frutos para mim e Dona Nádia. Tivemos a oportunidade não só de conhecer boa parte dos funcionários, como também o proprietário do estabelecimento, o Sr. Silvano. Ele nos deu uma explicação convincente para o enigma dos pastéis, mas confesso que não consigo me lembrar – resultado de muita Heineken e Jack Daniels.

Naquela noite, quem se apresentou foi uma banda cover de Metallica. Nádia acabou admitindo, no dia seguinte, que se divertiu muito. E eu também!

Manifesto Bar

R. Iguatemi, 36, Itaim Bibi, tel. 2574-5256.

Famosa na noite paulistana, a D. Edge promove baladas ao som de rock nas segundas-feiras

Famosa na noite paulistana, a D. Edge promove baladas ao som de rock nas segundas-feiras

Na D.Edge, linhas de LEDs piscam no ritmo da música

As luzes de Natal se acendem em São Paulo e isso me faz lembrar que os meus netos já são praticamente adultos e não podem ganhar brinquedos de presente. Saudades dos tempos quando eu sabia o que comprar para eles. Ainda assim, para mim eles sempre serão meus pequenos.

Frustrada com as minhas compras de Natal, saí de mãos vazias do shopping Bourbon e caminhei a esmo pelas ruas da Barra Funda. Era uma noite de segunda-feira quando, durante minha andança, vi-me na frente da D. Edge. Tomada pelo espírito da noite, decidi entrar naquela casa noturna.

E que adorável decisão a minha. O lugar é uma típica balada: escuro e com luzes de neon. No primeiro andar fica a pista de dança. O teto e as paredes são tomados por linhas que piscam no ritmo da batida da música. Nas segundas-feiras, as músicas são dedicadas para o gênero rock’n roll. É ali também onde fica o bar: na ocasião, pedindo duas doses de Jägermeister, o terceiro saía por conta da casa.

O efeito foi suficiente para eu dançar a noite toda. Subindo mais um lance de escada chega-se no terraço, um espaço ao ar livre onde as pessoas fumam, conversam e fazem novas amizades. Fiz várias. Conheci um grupo de jovens que deveriam ser verdadeiros cinéfilos porque conversavam empolgadamente sobre o ator Michael Douglas. Também conheci a Julia Bueno, uma ruiva muito simpática e que foi DJ naquela noite.

Aliás, essa minha noite pode ser resumida assim: uma transumância entre a pista de dança, passando vez ou outra no bar para pedir gim-tônica ou caipirinha, e o terraço, onde eu conversava e aproveitava a vista noturna que se tem do Memorial da América Latina. O tempo passou rápido, lembro de sair de lá com o sol nascendo – o que foi bom, porque na volta para casa já aproveitei e passei em uma padaria para comprar pão.

Meu único conselho é ficar atento aos preços das bebidas da D. Edge, a conta pode sair cara no final da noite.

E, ah! Termino aqui dizendo que ainda não resolvi o que comprar para os meus netos. Espero que você, leitor, tenha melhor sorte nos seus presentes de Natal.

Beijos!

23h às 29h: Rua Guaicuí é o novo ponto de bares descolados

23h às 29h: Rua Guaicuí é o novo ponto de bares descolados

Fachada do Pitico, o primeiro bar a abrir na Guaicuí

Querido leitor,

Como você está? Espero que bem. E espero que entenda os meus motivos para escrever esta coluna em forma de carta. Era tão comum fazermos isso na minha época, especialmente quando queríamos mostrar afeição pelo destinatário. Sabe, eu e o meu falecido marido, o Alfredo, trocamos muitas cartas ao longo da nossa linda história de amor. Algumas eram bem românticas. Outras, temo que seriam de conteúdo impróprio para mostrar aqui nesse espaço. De qualquer maneira, quis escrever esta coluna em forma de carta pois sinto que estamos passando por um momento tão delicado em nosso país. Vi nessas eleições tantas pessoas próximas brigando: amigos, famílias, vizinhos.

Tudo por causa de políticos. Fico preocupada quando as pessoas param de conversar. Quando as pessoas enxergam o próximo como um inimigo.

Confesso que fiquei um pouco triste com essa polarização. E se você me conhece, leitor, já deve imaginar o que fiz para combater a tristeza: sim, saí para a noite. Dessa vez, fui para os lados de Pinheiros, em uma ruazinha em específico, a Rua Guaicuí.

Não deve dar mais do que uns cem passos para você conseguir percorrer toda ela. E quanto coisa para se fazer em um espaço
tão curto de asfalto. Logo no começo tem o bar Capivara, que atrai com seus preços honestos. Temos o Pitico, protagonista, o primeiro da rua, famoso pelos sanduíches de falafel, gim-tônica e cadeiras de praia.

Também conheci uma hamburgueria, Bigorna, uma espécie de food truck com opções deliciosas de hambúrgueres e cerveja I.P.A da casa. Ali do lado, tem ainda um hostel de nome Garoa e tive a felicidade de ver alguns estrangeiros.

Mas, mais do que tudo isso, o que me fascinou na Rua Guaicuí foi o seu espírito. Além de botecos e bares de sobra, a rua fica ocupada pelas pessoas. Vez ou outra um carro intrometido chega a passar, mas dá para perceber que aquela
travessa virou das pessoas. Dos jovens.

Garoava na noite em que visitei. As lâmpadas coloridas presas em cordões, como as de festa junina, pincelavam a rua como uma aquarela. A garoa engrossou, virando chuva. Mas as pessoas estavam felizes demais aproveitando aquela madrugada para se preocupar em se molhar.

Termino de escrever aqui sem saber o resultado dessas eleições. Espero apenas que, independentemente do que acontecer, todos consigam se unir e se entender depois desse período tão conturbado.

Beijos!

Lourdes de Sá tem 74 anos, é funcionária pública aposentada e avó de três jovens. Gosta de sair e se intitula uma “notívaga compulsiva”.

donalourdes@yahoo.com