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Rússia é recheada de história, arte e cenários inesquecíveis

Rússia é recheada de história, arte e cenários inesquecíveis

O Kremlin, em Moscou

As cúpulas arredondadas e multicoloridas, como se fossem parte de um devaneio infantil, estavam parcialmente cobertas por flocos de neve acumulados quando vi a Catedral de São Basílio pela primeira vez. A visão, que já seria arrebatadora pela catedral em si, parecia cinematográfica naquele final de inverno, quase primavera, com que Moscou me recebeu este ano.

Pisar pela primeira vez na Praça Vermelha é mesmo encantador; não à toa, muitos turistas passam a considerá-la instantaneamente a praça mais bonita que já viram. Mas Moscou não é só o incrível Kremlin e a Catedral de São Basílio; a cidade, mesmo durante seus invernos congelantes, vem se convertendo em uma das mais excitantes do velho continente, conjugando beleza, boa gastronomia e animadíssima vida noturna.

A boa notícia para quem vai para a Rússia é que o país facilitou a vida dos turistas estrangeiros. Hoje a gente já pode comprar os bilhetes do metrô em maquininhas com opções de idiomas diferentes (inglês incluído). Sinalizações de “entrada” e “saída” estão escritas em russo e inglês em quase todo lugar e o Google Maps nos leva facilmente de um lugar a outro sem que precisemos nos preocupar em decorar os nomes das ruas em cirílico.

A gigante Moscou

A maior cidade da Europa (são 2500 km2 de área) é polêmica e deslumbrante. A opulência das catedrais contrasta com o brutalismo dos prédios dos tempos soviéticos. Não à toa, a Praça Vermelha, atração turística mais famosa da capital russa, acaba virando local de passagem diária de quem a visita, tão espetacular visual e historicamente que é.

Museu de História da Rússia, na Praça Vermelha

Na Praça estão o Mausoléu de Lênin com seu corpo embalsamado e a catedral ortodoxa Kazan – atrações gratuitas –, o Museu de História Natural, o enorme shopping center de luxo GUM e, claro, a impressionante Catedral de São Basílio, ícone da cidade. A riqueza de mosaicos e detalhes em seu interior é tão incrível quanto a beleza da fachada. Com sorte, dá para testemunhar sessões de canto gregoriano no último andar.

As ruas laterais ao GUM também merecem atenção, repletas de lojas, cafés, restaurantes e edifícios coloridos. Ainda que se veja as muralhas e torres do Kremlin o tempo todo, a entrada para o complexo fica fora passagens de grandes barcos e navios.
da praça, no lado oposto a ela. Interessante reservar pelo menos meio dia para a visita, já que são diversas igrejas, museus e edifícios diferentes abertos à visitação.

Atrás da Praça Vermelha, o novo mirante Zaryadye Park, de construção super contemporânea, exibe uma vista espetacular das duas margens do rio. Ainda na região central, um passeio que se preze inclui o mítico Teatro Bolshoi, o TSUM (outro grande shopping center de Moscou), a praça Pushkin e os museus de Arte Moderna e de História da Rússia.

Seguindo pela margem do rio a oeste a gente chega a catedral do Cristo Salvador – totalmente destruída nos anos soviéticos e depois reerguida, como cópia da original, nos anos 90. A visita é gratuita e seu interior, impressionante. À saída, atravesse para a outra margem do rio pela Ponte dos Patriarcas/Patriarchiy, exclusiva para pedestres, até chegar à simpática galeria Tretyakov.

Comprinhas? Sim! Quem busca souvenirs deve rumar para a Arbat Street, tomada por lojinhas.

Shopping de luxo GUM, também em Moscou

Fora da região central, o Zoológico de Moscou, o Monumento aos Conquistadores do Espaço e o Convento Novodevich são excelentes programas – além do Bunker 42, um antigo abrigo dos tempos da Guerra Fria. Para ver a cidade do alto, a Torre Ostankino é a mais alta torre do continente europeu e a oitava mais alta do mundo, com um charmoso deck de observação. Ou do mirante em frente ao prédio da Universidade de Moscou, um dos arranha-céus dos tempos soviéticos.

Depois de tantos passeios diurnos, é preciso reservar tempo para a noite moscovita. Um programa light são os excelentes drinks do O2 Lounge, no rooftop bar do hotel Ritz-Carlton Moscou, com vista para a Praça Vermelha. Para dançar, boas opções são clubs como Art Strelka, Rai Club e Arma Factory.

A São Petersburgo dos czares

São Petersburgo – ou simplesmente Peters – está há muito mais tempo preparada para o turismo internacional, com placas nos dois alfabetos e mais funcionários que falam inglês nas atrações turísticas. A cidade é também muito mais fácil de explorar a pé, já que boa parte das atrações está a uma caminhada do centro – e, por isso mesmo, escolher um hotel bem localizado é essencial. Sem contar que caminhar por entre seus canais e edifícios coloridos é por si só um imenso prazer (a cidade é formada por mais de 40 ilhotas diferentes).

Teatro Mariinsky, casa de grandes espetáculos de balé e ópera

Capital imperial russa fundada por Pedro, o Grande, São Petersburgo é repleta de construções grandiosas, monumentos pomposos e muito, muito dourado em toda parte. Hoje, com muito mais bossa (cafés hipsters por toda parte, inclusive), é considerada também a capital cultural do país (seu Teatro Mariinsky, do século XVIII, é até hoje um ícone nacional).

Em seus pouco mais de 300 anos de fundação, a antiga Leningrado parece pura contradição: história pulsante em edifícios, catedrais e praças contrastando o tempo todo com a vibe contemporânea e bastante jovem em cafés, bares e restaurantes.

A fortaleza de Pedro e Paulo, localizada em uma ilhota em pleno centro, foi o começo de tudo – e guarda em seu interior catedral, cripta e museus. Navegar pelos canais da cidade (chamada em alguns livros de “Veneza do norte”) também é ótima maneira de se familiarizar: são diversas empresas operando cruzeirinhos curtos dia e noite. Durante o verão, com sorte, dá para acompanhar da própria água as famosas aberturas de suas pontes para entrada para o complexo fica fora passagens de grandes barcos e navios.

Fortaleza de Pedro e Paulo

Suas igrejas e catedrais são uma atração à parte. A mais famosa delas – e considerada por muitos também a mais bonita – é a Igreja do Salvador do Sangue Derramado, que ganhou esse nome porque foi construída no local em que o czar Alexander II foi assassinado. O exterior impressionante, de mosaicos e cúpulas douradas e com cores diversas, é só um aperitivo para as magníficas coleções e obras guardadas em seu interior. Logo ao lado, o parque Mikhailovsky, o Museu Russo e o Castelo St Michael valem a visita. As catedrais de São Nicolau, Kazan e São Isaque também são imperdíveis.

Mas é seu Museu do Hermitage, um dos mais antigos e maiores do mundo, sua principal atração turística. Fundado por Catarina, a Grande, guarda uma das maiores coleções do mundo, de múmias egípcias a Picassos. O Palácio de Inverno é o prédio mais visitado (e já valeria mesmo a visita nem que fosse somente por seus lustres, portas, pisos, mosaicos e rococós), mas o novo prédio do General Staff, logo em frente, também completa o passeio. Comprar o ingresso pela internet sai mais caro mas, com entrada exclusiva, poupa bastante tempo de fila durante o verão.

Museu do Hermitage

Para curtir a face cosmopolita da cidade, bom começo é a avenida Nevsky, que atravessa de leste a oeste o centro da cidade (com direito a cinco estações de metrô em sua extensão). A avenida e suas transversais estão repletas de lojas, cafés, confeitarias e restaurantes, e também muitos bares e clubes que animam a noite local. De restaurantes cool e baratinhos como o Biblioteka a lojas de grandes grifes de luxo, tem de tudo por ali.

Fora do centrinho, vale xeretar o mercado de pulgas de Udelka nos finais de semana e visitar o Peterhof, palácio imperial de verão ladeado pelo também imperdível Alexander Park (e dá pra chegar com transporte público).

Um roteiro por Moscou e São Petersburgo, na Rússia, o país da Copa

Um roteiro por Moscou e São Petersburgo, na Rússia, o país da Copa

Ilustração do Kremlin, em Moscou

As cúpulas arredondadas e multicoloridas, como se fossem parte de um devaneio infantil, estavam parcialmente cobertas por flocos de neve acumulados quando vi a Catedral de São Basílio pela primeira vez. A visão, que já seria arrebatadora pela catedral em si, parecia cinematográfica naquele final de inverno, quase primavera, com que Moscou me recebeu este ano.

Pisar pela primeira vez na Praça Vermelha é mesmo encantador; não à toa, muitos turistas passam a considerá-la instantaneamente a praça mais bonita que já viram. Mas Moscou não é só o incrível Kremlin e a Catedral de São Basílio; a cidade, mesmo durante seus invernos congelantes, vem se convertendo em uma das mais excitantes do velho continente, conjugando beleza, boa gastronomia e animadíssima vida noturna.

A boa notícia para quem vai para a Rússia para a Copa do Mundo 2018 é que o país facilitou a vida dos turistas estrangeiros. Hoje a gente já pode comprar os bilhetes do metrô em maquininhas com opções de idiomas diferentes (inglês incluído). Sinalizações de “entrada” e “saída” estão escritas em russo e inglês em quase todo lugar e o Google Maps nos leva facilmente de um lugar a outro sem que precisemos nos preocupar em decorar os nomes das ruas em cirílico.

Seja qual for o resultado dos jogos, a gente sai ganhando: ambas as cidades são campeãs nos quesitos beleza e história.

Palácio de Inverno em São Petersburgo

A gigante Moscou

A maior cidade da Europa (são 2500 km2 de área) é polêmica e deslumbrante. A opulência das catedrais contrasta com o brutalismo dos prédios dos tempos soviéticos. Não à toa, a Praça Vermelha, atração turística mais famosa da capital russa, acaba virando local de passagem diária de quem a visita, tão espetacular visual e historicamente que é.

Na Praça estão o Mausoléu de Lênin com seu corpo embalsamado e a catedral ortodoxa Kazan – atrações gratuitas –, o Museu de História Natural, o enorme shopping center de luxo GUM e, claro, a impressionante Catedral de São Basílio, ícone da cidade. A riqueza de mosaicos e detalhes em seu interior é tão incrível quanto a beleza da fachada. Com sorte, dá para testemunhar sessões de canto gregoriano no último andar.

Shopping de luxo GUM

As ruas laterais ao GUM também merecem atenção, repletas de lojas, cafés, restaurantes e edifícios coloridos. Ainda que se veja as muralhas e torres do Kremlin o tempo todo, a entrada para o complexo fica fora da praça, no lado oposto a ela. Interessante reservar pelo menos meio dia para a visita, já que são diversas igrejas, museus e edifícios diferentes abertos à visitação.

Atrás da Praça Vermelha, o novo mirante Zaryadye Park, de construção super contemporânea, exibe uma vista espetacular das duas margens do rio. Ainda na região central, um passeio que se preze inclui o mítico Teatro Bolshoi, o TSUM (outro grande shopping center de Moscou), a praça Pushkin e os museus de Arte Moderna e de História da Rússia.

Museu de História da Rússia

Seguindo pela margem do rio a oeste a gente chega a catedral do Cristo Salvador – totalmente destruída nos anos soviéticos e depois reerguida, como cópia da original, nos anos 90. A visita é gratuita e seu interior, impressionante. À saída, atravesse para a outra margem do rio pela Ponte dos Patriarcas/Patriarchiy, exclusiva para pedestres, até chegar à simpática galeria Tretyakov.

Comprinhas? Sim! Quem busca souvenirs deve rumar para a Arbat Street, tomada por lojinhas.

Fora da região central, o Zoológico de Moscou, o Monumento aos Conquistadores do Espaço e o Convento Novodevich são excelentes programas – além do Bunker 42, um antigo abrigo dos tempos da Guerra Fria. Para ver a cidade do alto, a Torre Ostankino é a mais alta torre do continente europeu e a oitava mais alta do mundo, com um charmoso deck de observação. Ou do mirante em frente ao prédio da Universidade de Moscou, um dos arranha-céus dos tempos soviéticos.

Depois de tantos passeios diurnos, é preciso reservar tempo para a noite moscovita. Um programa light são os excelentes drinks do O2 Lounge, no rooftop bar do hotel Ritz-Carlton Moscou, com vista para a Praça Vermelha. Para dançar, boas opções são clubs como Art Strelka, Rai Club e Arma Factory.

A São Petersburgo dos czares

Teatro Mariinsky

São Petersburgo – ou simplesmente Peters – está há muito mais tempo preparada para o turismo internacional, com placas nos dois alfabetos e mais funcionários que falam inglês nas atrações turísticas. A cidade é também muito mais fácil de explorar a pé, já que boa parte das atrações está a uma caminhada do centro – e, por isso mesmo, escolher um hotel bem localizado é essencial.  Sem contar que caminhar por entre seus canais e edifícios coloridos é por si só um imenso prazer (a cidade é formada por mais de 40 ilhotas diferentes).

Capital imperial russa fundada por Pedro, o Grande, São Petersburgo é repleta de construções grandiosas, monumentos pomposos e muito, muito dourado em toda parte. Hoje, com muito mais bossa (cafés hipsters por toda parte, inclusive), é considerada também a capital cultural do país (seu Teatro Mariinsky, do século XVIII, é até hoje um ícone nacional).

Em seus pouco mais de 300 anos de fundação, a antiga Leningrado parece pura contradição: história pulsante em edifícios, catedrais e praças constrastando o tempo todo com a vibe contemporânea e bastante jovem em cafés, bares e restaurantes.

A fortaleza de Pedro e Paulo, localizada em uma ilhota em pleno centro, foi o começo de tudo – e guarda em seu interior catedral, cripta e museus. Navegar pelos canais da cidade (chamada em alguns livros de “Veneza do norte”) também é ótima maneira de se familiarizar: são diversas empresas operando cruzeirinhos curtos dia e noite. Durante o verão, com sorte, dá para acompanhar da própria água as famosas aberturas de suas pontes para passagens de grandes barcos e navios.

Suas igrejas e catedrais são uma atração à parte.  A mais famosa delas – e considerada por muitos também a mais bonita – é a Igreja do Salvador do Sangue Derramado, que ganhou esse nome porque foi construída no local em que o czar Alexander II foi assassinado. O exterior impressionante, de mosaicos e cúpulas douradas e com cores diversas, é só um aperitivo para as magníficas coleções e obras guardadas em seu interior. Logo ao lado, o parque Mikhailovsky, o Museu Russo e o Castelo St Michael valem a visita. As catedrais de São Nicolau, Kazan e São Isaque também são imperdíveis.

Igreja do Salvador do Sangue Derramado

Mas é seu Museu do Hermitage, um dos mais antigos e maiores do mundo, sua principal atração turística. Fundado por Catarina, a Grande, guarda uma das maiores coleções do mundo, de múmias egípcias a Picassos. O Palácio de Inverno é o prédio mais visitado (e já valeria mesmo a visita nem que fosse somente por seus lustres, portas, pisos, mosaicos e rococós), mas o novo prédio do General Staff, logo em frente, também completa o passeio.  Comprar o ingresso pela internet sai mais caro mas, com entrada exclusiva, poupa bastante tempo de fila durante o verão.

Museu do Hermitage

Para curtir a face cosmopolita da cidade, bom começo é a avenida Nevsky, que atravessa de leste a oeste o centro da cidade (com direito a cinco estações de metrô em sua extensão). A avenida e suas transversais estão repletas de lojas, cafés, confeitarias e restaurantes, e também muitos bares e clubes que animam a noite local. De restaurantes cool e baratinhos como o Biblioteka a lojas de grandes grifes de luxo, tem de tudo por ali.

Fora do centrinho, vale xeretar o mercado de pulgas de Udelka nos finais de semana e visitar o Peterhof, palácio imperial de verão ladeado pelo também imperdível Alexander Park (e dá pra chegar com transporte público).

Para se dar bem

Com pesquisa, organização e muito jeitinho, é fácil se dar bem em uma viagem à Rússia e voltar já morrendo de vontade de planejar uma nova viagem para lá. Algumas dicas importantes:

1 – Não deixe de andar de metrô, nem que seja apenas para ver as famosas estações subterrâneas. Se for fazer mais viagens ou estiver em grupo, vale comprar 10 passes de uma vez. Em Moscou, o ticket custa menos de um dólar e, em uma hora, você pode fazer um verdadeiro tour por estações emblemáticas da cidade, como as imperdíveis Komsomolskaya, Novoslobodskaya, Mayakovskaya e Ploshad Revolutsii.

2 – Há muitas opções de alimentação em todo canto, de redes de fast-food a restaurantes estrelados, como o OVO by Carlo Cracco (dentro do Lotte Hotel Moscow) e o premiado Café Pushkin. O strogonoff, criado na Rússia, está quase sempre no cardápio. Mas aposte sem medo nos restaurantes de comida da Georgia, que tem alguns dos pratos preferidos dos próprios russos (e geralmente com preços bem em conta).

3 – Invista em um city tour privativo da Excursiones Catalina, empresa especializada em receber brasileiros e latinos no país. Os tours de três horas são feitos em português, com excelentes guias e totalmente personalizados.

4 – A empresa Blacklane é aposta excelente para os transfers de chegada e saída das cidades, seja viajando em avião ou trem: carros executivos, ótimos motoristas que falam inglês e extremamente pontuais. Depois, durante a estada, invista no transporte público (que é em geral muito bom). Do aeroporto ao centro das duas cidades há também o serviço de trem Aeroexpress por cerca de 10 dólares o trecho.

5 – Opte pelo trem para o trecho Moscou-São Petersburgo. São apenas quatro horas de viagem entre o centro das duas cidades no trem rápido Sapsan. As passagens podem ser compradas na internet, com menu em inglês no tutu.ru.

Mari Campos é a fundadora do site maricampos.com, focado em turismo de luxo.