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A riqueza e diversidade do Uruguai

A riqueza e diversidade do Uruguai

Palácio Salvo e Monumento a Artigas, em Montevidéu

É difícil escrever sobre o Uruguai. Não porque não haja o que falar sobre ele, mas justamente pelo contrário. Na verdade, é impressionante como um país com apenas três milhões de habitantes e com uma extensão territorial menor do que o Estado de São Paulo possa ser tão rico e diversificado. Por onde começar?

Poderia iniciar falando de Montevidéu, sua capital, considerada pelo relatório da consultoria Mercer sobre qualidade de vida a melhor cidade para viver em toda América Latina. É lá onde se concentra a maior parte da população uruguaia, com cerca de 1,3 milhão de pessoas.

Foi lá também que o compositor Gerardo Matos Rodríguez escreveu o tango mais famoso da história, “La Cumparsita” – aliás, o Uruguai tem não apenas o tango mais difundido de todos os tempos, como também o seu principal expoente, o músico Carlos Gardel, que, para a infelicidade de nossos hermanos argentinos, os indícios históricos parecem apontar que de fato ele era uruguaio.

É em Montevidéu que está o Estádio Centenário, construído para sediar a primeira Copa do Mundo, em 1930, quando o país conquistou o primeiro dos seus dois títulos mundiais – sobre o segundo, em 1950, no Brasil, não precisamos entrar em detalhes.

Também é na capital que estão os principais museus e pontos turísticos e culturais, como a Plaza Independencia. Nela está localizada a estátua do herói nacional, o General Artigas, assim como o seu mausoléu no subterrâneo da praça. Em frente à praça, o visitante poderá conhecer o edifício Palácio Salvo, desenhado pelo arquiteto italiano Mario Palanti e inaugurado no ano de 1928, com os seus 95 metros e 27 pisos.

A capital uruguaia conserva muito de sua história. A Cidade Velha, que tem início passando-se pelos restos do portão da antiga muralha que circundava Montevidéu em sua época de colônia, é a parte mais antiga da cidade, originária da urbanização que data de 1742.

Ali no início do bairro ficam o Museo Torres Garcia, com a história e as obras do grande artista, e também a charmosa livraria Mas Puro Verso, cujo prédio com arquitetura “art nouveau”, datado de 1917, foi originalmente construído para ser a sede de uma loja de equipamentos médicos.

O clássico grill uruguaio

Descer a pé pelas ruas da Cidade Velha é uma experiência fantástica. As ruas ficam mais estreitas e íngremes e, se você se encontrar em um ponto alto, consegue ver à distância, entre os prédios antigos, o Rio de La Plata e a ponta de alguns guindastes dos cargueiros do porto. Descendo até o final do bairro, chega-se ao Mercado del Puerto, local de turistas e boêmios locais, com restaurantes, bares e lojas.

Além dos pontos já conhecidos pelo turismo, a cidade guarda lugares interessantíssimos que às vezes escapam do grande público. É o caso da simpática livraria Escaramuza, que funciona em uma antiga casa no bairro de Cordón, com uma área no fundo reservada para um café. Também no mesmo bairro está o Mercado Ferrando. Inaugurado em 2017, é um galpão de 2 mil m2 que abriga pizzarias, sorveteria, comidas mexicanas, casa de carnes, entre outras opções gastronômicas.

Aliás, opções gastronômicas não faltam em Montevidéu. O Restaurant García é um clássico grill uruguaio com cortes premium selecionados e uma excelente cozinha; o Jacinto é comandando pela jurada do MasterChef uruguaio, Lucía Soria, e serve pratos com influências ítalo-espanholas; o Autoría tem uma cozinha contemporânea; já o Bruta e o Tribu Montevideo apresentam uma cozinha moderna e autoral.

O charme do enoturismo

O Uruguai, de uns anos para cá, vem ganhando cada vez mais notoriedade pelos seus vinhos. A produção em sua maior parte é focada no público local, por isso a diversão é explorar as vinícolas (ou “bodegas”, como se diz em castelhano) e descobrir rótulos que dificilmente chegam ao Brasil – ou até encontrar rótulos já conhecidos, mas por preços melhores.

Existem muitas vinícolas no Uruguai, mas grande parte concentra-se em duas regiões: Canelones, que fica a cerca de uma hora de Montevidéu, e Carmelo, perto de Colonia del Sacramento. A maioria das vinícolas é formada por empreendimentos familiares, de origem de imigrantes italianos e espanhóis, que passam o negócio de geração em geração.

NA REGIÃO DE CANELONES

Vinhedo em Canelones. Foto: Eduardo Arraes

Juanicó

Uma das mais tradicionais vinícolas pertence à família Deicas. Seu vinho mais conhecido é o Don Pascual. Ela abre todos os dias para visitação, com passeio nos vinhedos e nas instalações, onde se mostra o processo de produção dos vinhos. Ao final do passeio, acontece uma degustação. juanico.com

Pizzorno

Foi fundada em 1910 e é comandada por Carlos Pizzorno, quarta geração da família. O tour abrange desde uma visitação pelas barricas, até uma degustação que varia entre quatro e cinco rótulos diferentes. A vinícola também tem uma pequena pousada onde é possível se hospedar. pizzornowines.com

NA REGIÃO DE CARMELO

Margem do rio Carmelo

Bodega Irurtia

A vinícola data de 1913, quando o fundador, Don Lorenzo Irurtia, espanhol nascido na cidade de Pamplona, chegou a Carmelo para trabalhar na pedreira que fica no fundo da propriedade. Hoje a vinícola desenvolve vinhos com diversas cepas francesas, produzindo mais de 100 mil garrafas de vinho fino. Oferece visitação e também tem um café na entrada. irurtia.com.uy

Narbona

Uma das mais famosas vinícolas da região, ela é focada em turismo de luxo. Tem um excelente restaurante e uma pousada boutique. Em alta temporada, é importante fazer reserva para visitação por causa da alta demanda. Além dos ótimos vinhos, eles vendem o doce de leite Narbona, conhecido por ser um dos melhores do país. narbona.com.uy

Campotinto e Bodega Cordano

A Campotinto une pousada, restaurante, condomínio de vinhos e produção própria. Ali perto, em um antigo armazém, fica a Bodega Cordano, que vende desde vinhos a produtos feitos na região. Os dois oferecem visitação. posadacampotinto.com e almacendelacapilla. wixsite.com/almacendelacapilla

Foz do Iguaçu é uma das grandes maravilhas da natureza no mundo

Foz do Iguaçu é uma das grandes maravilhas da natureza no mundo

Na passarela do Parque das Cataratas é possível ficar bem próximo desse espetáculo natural

A cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, é uma das mais peculiares do nosso país. Primeiro por ficar localizada em um ponto do continente sul-americano que pega a divisa de três países: Brasil, Paraguai e Argentina. Isso faz a dinâmica da cidade ser diferente do que estamos acostumados: lá, o passaporte é mais usado que o RG, porque visitar outro país é como trocar de bairro.

Segundo porque, além dessa riqueza cultural entre países, há toda a riqueza natural das Cataratas do Iguaçu, uma das Sete Maravilhas da Natureza. Elas podem ser visitadas tanto do lado brasileiro quanto do argentino – cada um com o seu ponto de vista próprio desse incrível espetáculo da natureza.

No lado brasileiro, o passeio é feito no Parque Nacional do Iguaçu, que em 2017 bateu o recorde anual de visitantes de todos os tempos, contabilizando mais de 1.642.000 pessoas. Após comprar o ingresso, você pega um ônibus do Centro de Visitantes e com ele faz quatro paradas: Estação Porto Preto, Macuco Safári, Trilha das Cataratas e Porto Canoas. Os ônibus costumam passar de quinze em quinze minutos em cada ponto, então cada um visita as atrações no seu ritmo.

Porto Preto é uma trilha de nove quilômetros pela região que os índios usavam para contornar as cataratas. Pode ser feita a pé, de bicicleta ou carro elétrico e é ótima para apreciar a fauna e a flora. Já no Macuco Safári acontece o passeio com barcos infláveis, que levam os visitantes para perto da queda, praticamente debaixo das cataratas.

E a parada principal é a Trilha das Cataratas, onde você chega na passarela que dá acesso à Garganta do Diabo. Ela é a mais imponente das quedas que formam as Cataratas do Iguaçu, com 80 metros de altura. Depois segue-se até a estação Porto Canoas, onde fica o restaurante de mesmo nome às margens do Rio Iguaçu, em um deque debruçado bem perto da Garganta do Diabo, com vista privilegiada.

Passeio de caiaque no Parque das Cataratas

Esse passeio merece pelo menos um dia para a visitação. Dedique esse mesmo tempo para as cataratas do lado argentino. Para isso você precisará atravessar a fronteira pela Ponte Internacional Tancredo Neves até chegar em Puerto Iguazú, onde fica o Parque Nacional do Iguazú. Logo na entrada do parque tem uma casa de câmbio, mas o melhor é já chegar com peso argentino na carteira para evitar a fila.

Ali no parque você terá uma outra perspectiva da Garganta do Diabo, que vale muito a pena. E lembre-se: tanto no lado argentino quanto no brasileiro você verá muitos quatis, o animal da região. Apesar de ele parecer bonitinho, tome cuidado. Esse tipo de guaxinim é maluco por comida e pode atacar as pessoas que estiverem carregando algum alimento.

E por falar em comida, aproveite para jantar em Puerto Iguazú. Restaurantes como o Aqva, La Rueda ou El Quincho del Tio Querido oferecem o melhor da culinária argentina. Outros programas que valem a pena fazer na cidade são a visita ao Duty Free, próximo da fronteira, e ao Casino Iguazú. Neste último você pode tentar a sorte nas roletas, cartas, caça-níqueis ou apenas conhecer o local e ver algum show em cartaz por lá.

Voltando ao Brasil, outra atração que merece ser visitada em Foz é o Parque das Aves, bem perto do Parque Nacional do Iguaçu. Ele é um centro internacionalmente reconhecido de recuperação e conservação de aves. Lá você vivenciará um contato direto com mais de 1320 aves, abrangendo cerca de 143 espécies diferentes, assim como também conhecerá o maior viveiro de voo de araras do mundo. São 16,5 hectares de Mata Atlântica mantidos para formar o melhor habitat para os animais.

Araras-canindé, uma das belezas do Parque das Aves.

Além do programa comum de visitação, eles oferecem passeios de experiência como o Backstage Experience – um tour pelos bastidores feito de manhã antes do parque abrir – e o Forest Experience, uma imersão à cultura da tribo guarani, em meio à Mata Atlântica.

Quando bater a vontade de fazer compras, siga até a Ciudad del Este, no Paraguai, cruzando a Ponte da Amizade. Entre os vários shoppings da cidade, destaca-se o Shopping Paris. Com estacionamento gratuito e uma infraestrutura moderna, o Paris estende-se em uma área superior a 64 mil metros quadrados. Ali você encontra lojas das principais marcas e grifes do mundo a preços acessíveis. O shopping também tem áreas de entretenimento e lazer, como o Museo Planet 3D e o Snow Park. Se o que estiver procurando for produtos de tecnologia, boas opções são a Cell Shop e a Mega Eletrônicos.

E Foz do Iguaçu também tem ótimos lugares para consumo, como o Shopping Palladium. Um dos maiores do Paraná, ele oferece estacionamento gratuito e variedade de itens e ofertas. Quando o assunto é hospedagem, uma boa dica é o hotel Wish, bandeira cinco estrelas da rede GJP Hotels & Resorts, que fica a dez minutos do aeroporto. Trata-se de um empreendimento com casas no estilo dos condomínios americanos, com ampla área de lazer e um campo de golfe profissional com 18 buracos e 80 hectares.

Como se pode notar, Foz do Iguaçu é uma cidade muito rica em cultura e natureza. Perfeita para aproveitar as belezas de nosso país e também de nossos hermanos.

Companhias de cruzeiros turbinam suas programações com atividades inovadoras

Companhias de cruzeiros turbinam suas programações com atividades inovadoras

Há muito tempo que os cruzeiros deixaram de ser meros meios de transporte. Hoje eles funcionam como verdadeiros resorts flutuantes e as empresas investem cada vez mais em novas ideias de entretenimento para seduzir o público. Pistas de corrida, shows da Broadway, helicóptero e submarino a bordo são alguns desses atrativos. Com o objetivo de proporcionar experiências de conforto, inovação e sofisticação, as companhias se esforçam para mimar seus hóspedes e antecipar a satisfação dos seus desejos. Confira a seguir algumas das novidades dos cruzeiros desta temporada.

Kart em alto mar

Pista de kart do Norwegian Bliss

O Norwegian Bliss, que viaja pelo Alasca em 2018, terá nada mais nada menos do que uma pista de corrida de 305 metros a bordo, com quatro configurações de velocidade e um especial “turbo boost”. Para não perturbar os viajantes, serão utilizados carros elétricos silenciosos. Porém, no interior do automóvel, para conferir maior realidade à experiência, alto-falantes localizados no apoio para a cabeça canalizarão os sons reais de carros de corrida ao motorista.

Shows incríveis

Conhecido por oferecer espetáculos da Broadway a bordo, o Norwegian Bliss terá o “Jersey Boys”, musical premiado com o Tony Awards, além de um musical inédito que está sendo produzido exclusivamente para o Bliss, com direção do diretor e coreógrafo Warren Carlyle, cuja inspiração será a cultura cubana. Outro navio da companhia, o Norwegian Breakway, que partirá de Nova York para uma temporada na Europa do Norte no verão de 2018, traz o “Rock of Ages” e o “Jungle Fantasy do Cirque Dreams” como atrações. O primeiro é um musical que revive os hinos das bandas cabeludas dos anos 1980; o outro é um espetáculo que inclui acrobatas de classe mundial, trapezistas e músicos, com um toque de improviso e uma pitada de participação do público, que assistirá o show durante o jantar.

A bordo do Breakway, do Getaway e do Epic, a companhia de dança de salão “Burn the Floor”, com seus dançarinos selecionados nas competições mais prestigiadas do mundo, coloca o público para dançar e se divertir. O grupo já se apresentou em mais de 300 cidades de mais de 29 países, incluindo o Teatro Longacre, na Broadway.

Explorando o céu e o mar

O Scenic Eclipse é um superiate na categoria seis estrelas para exclusivos 228 hóspedes. Primeiro navio de oceano da Scenic, ele foi projetado para proporcionar uma experiência única com sofisticação, tecnologia e recursos de segurança que oferecem a oportunidade de explorar além do que possa ser imaginado. Em 2018, inaugura três destinos: Mediterrâneo Oriental (setembro), Cuba (outubro) e Antártica (dezembro).

O superiate Scenic Eclipse disponibiliza passeios de helicóptero e submarino

O grande diferencial do Scenic Eclipse é que ele leva a bordo um helicóptero e um submarino. Assim, por exemplo, na Sicília, os hóspedes poderão sobrevoar o vulcão Etna, numa visão privilegiada e exclusiva, ou vislumbrar regiões gélidas e inatingíveis do Ártico. O submarino proporciona incríveis experiências no fundo do mar aos aventureiros.

Com a mão na massa

A gastronomia é um dos pontos fortes da Oceania Cruises e, nos navios Marina e Riviera, não se resume aos restaurantes de bordo sob supervisão do chef Jacques Pepin. Esses navios oferecem o Culinary Center para os hóspedes aprenderem diferentes técnicas e pratos com chefs estrelados. Trata-se de uma verdadeira escola de culinária com aulas ativas em estações individuais com fogão, apetrechos e todos os equipamentos necessários.

Aula de culinária do Culinary Center, nos navios Marina e Riviera, da Oceania

Outra possibilidade é participar dos Culinary Discovery Tours, experiências em terra para conhecer a gastronomia local. Os passageiros, acompanhados de um masterchef, visitam mercados locais e têm a oportunidade de ver de perto a diversidade de especiarias, peixes e outros produtos usados nas receitas.

No navio Explorer, que faz parte da frota da Regent Seven Seas Cruises, o Culinary Arts Kitchen é uma verdadeira escola de culinária a bordo, que concorre com centros de gastronomia renomados no mundo. Ali, em estações individuais de frente para o oceano, é possível aprender a fazer queijo em Sorrento, a preparar cannoli em Taormina, e vivenciar uma aula de cozinha toscana em Livorno. As aulas incluem tours gourmet em terra, quando os viajantes podem fazer passeios guiados por mercados e conhecer cozinhas de restaurantes estrelados. De volta a bordo, têm a oportunidade de testar o que conheceram e viram nas estações individuais da Culinary Arts Kitchen.

De ioga à dança de salão

Não é de hoje que as companhias embarcaram na onda dos cruzeiros temáticos, com opções para todos os gostos. Um nicho sempre presente é o do fitness e bem-estar. Com saída do porto de Santos em fevereiro, o cruzeiro 24º Fitness & 16º Bem-Estar da Costa Cruzeiros terá mais de 150 atrações e atividades diárias ministradas por educadores físicos, nutricionistas e especialistas.

Já quem gosta de dança de salão pode bailar a bordo com o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, destaque de um cruzeiro de sucesso da mesma companhia. Mais de 90 aulas dos mais diversos ritmos musicais serão ministradas aos passageiros por professores brasileiros e estrangeiros. O 15º Dançando a Bordo parte de Santos no dia 3 de março de 2018 rumo a Buenos Aires e Montevidéu. Uma semana inteira dançando, que tal?

A vibe de Amsterdã atrai viajantes do mundo todo com sua efervescência cultural

A vibe de Amsterdã atrai viajantes do mundo todo com sua efervescência cultural

Outono em Amsterdã. Os dias se tornam mais curtos, as folhas caem em silêncio, as ruas ficam menos movimentadas e os canais se acalmam. Os preços e o turismo diminuem. É a época para visitar cafés acolhedores, aproveitar os museus e experimentar a vida noturna como um nativo. É também a época das cozinhas locais e sazonais, em que pratos como stamppot – um delicioso purê de batatas e couve com salsichas defumadas – e a sopa de ervilha ganham força, além de ser a estação da bokbier, uma cerveja de cor vermelha, doce e quente,
que os holandeses se orgulham de criar.

A cidade é um extenso labirinto de canais alinhados, com lojas pitorescas, marcos históricos e cafés à beira-mar. Não há nada melhor do que andar ao longo dessas vias navegáveis – as principais são Singel, Herengracht, Kiezersgracht e Prinsengracht – em um dia frio de outono, enquanto as folhas mudam de cor.

O desembarque é no aeroporto de Schiphol. Um dos principais da Europa, ele surpreende pelo seu tamanho, sendo praticamente um shopping, com lojas de todos os tipos, restaurantes e até uma biblioteca. Mas a melhor coisa são as opções de transporte que o aeroporto oferece até o centro da cidade.

Além dos táxis, você pode pegar um trem ou ir de ônibus, ambos conectados ao aeroporto. Para chegar à Centraal Station você demora vinte minutos de trem, e de lá você consegue pegar um tram (uma espécie de bonde) até o seu hotel. Já de ônibus, demora 40 minutos até Leidseplein (região central) e a passagem custa cinco euros.

A mobilidade urbana é algo que se tornou a marca de Amsterdã. Além dos canais, ônibus e tram, as bicicletas são verdadeiras protagonistas na vida urbana da cidade. São cerca de 880 mil bicicletas e 800 mil pessoas. E é bom prestar atenção quando andar a pé: algumas ciclovias não são pintadas como as daqui. Lá as bicicletas trafegam em alta velocidade por uma parte rebaixada da calçada. É comum para quem não está familiarizado andar nos trechos de bicicleta achando que é calçada. Se isso acontecer, eles vão lhe empurrar para fora. Fique ligado.

Para o turista, a melhor opção é comprar um passe de “hop on-hop off” dos canais. Cada empresa tem seus pacotes e os preços variam conforme o tempo que você escolher para esse serviço (podem ir de 20 a 30 euros por pessoa). Ele é ideal, porque além de poder aproveitar de barco os incríveis canais de Amsterdã, você pode desembarcar nos pontos principais da cidade e sair para explorar a pé. Se preferir, você não precisa voltar até o ponto em que desembarcou, pode fazer o percurso que quiser a pé e depois pegar o barco em qualquer um dos pontos de parada.

Para quem gosta de arte é imperdível a visita à casa de Rembrandt. O local que foi a moradia do pintor holandês entre 1636 e 1658 virou um museu, que abriga seus estúdios, móveis e coleção de arte, todos muito bem conserva dos. Ali não espere ver muitos quadros do Rembrandt, isso você verá no Rijksmuseum, que fica no principal ponto da cidade, onde está a famosa instalação “I Amsterdam”.

O Rijksmuseum acolhe a principal obra do Rembrandt: “A Ronda Noturna”, que fica no final do corredor principal do segundo andar, logo depois de subir as escadas. A sala em que ela se encontra é ampla. As pessoas ficam ali paradas por minutos, apreciando a imponente pintura que parece ocupar toda a longa parede do museu. Outras obras de Rembrandt estão lá, além de clássicos como “A Leiteira”, de Vermeer, e quadros de Van Gogh.

Se quiser mergulhar mesmo em Van Gogh, ali perto do Rijksmuseum está o Van Gogh Museum, com a maior coleção de pinturas e desenhos do artista em todo o mundo. Eles fornecem um áudio-guia que tem a opção em português, o que nos ajuda a aprender sobre a vida trágica de Van Gogh e a evolução do seu estilo. É bom garantir pela internet o seu ingresso com antecedência, porque a fila é concorrida em todas as épocas do ano.

Mais concorrida que o Van Gogh Museum só mesmo a casa de Anne Frank, que pede agendamento antecipado. É
um passeio triste, que nos faz lembrar da Holanda tomada pelo nazismo e de uma garota sonhadora que teve sua vida destruída pela crueldade da Segunda Guerra. Para quem leu o livro, a experiência é ainda mais impactante, ver em cores o local em que Anne e sua família se esconderam.

A partir da casa de Anne Frank é possível fazer uma boa caminhada até a Praça Dam, marco de Amsterdã, rodeado de monumentos e edifícios históricos. Entre eles está o Palácio Real, de arquitetura neoclássica, inaugurado em 1655 e usado originalmente como prefeitura – hoje é sede de diversos atos oficiais. Lá também está o Monumento Nacional, um obelisco de 22 metros de altura construído em homenagem aos soldados holandeses falecidos na Segunda Guerra Mundial.

Outra parada interessante é a Heineken Experience. O tour, que acontece na antiga fábrica onde funcionou a primeira cervejaria da Heineken, em 1867, é totalmente interativo, sendo possível conhecer a história e o processo de fabricação da cerveja, ver e experimentar alguns dos ingredientes, como o lúpulo e a cevada. Ao final, cada visitante tem direito a duas Heinekens no “lounge bar”.

E claro que não dá para falar de Amsterdã sem mencionar sua política de drogas. A maconha não é exatamente legal, mas também não é ilegal. Existe uma política de tolerância, com alguns cafés licenciados que podem vender e lugares específicos para o consumo.

À noite, quando as luzes se acendem pela cidade, aventure-se pelo Red Light District. O bairro da prostituição, em que mulheres ficam expostas nas vitrines das casas, vale pela curiosidade e por ser tão diferente da nossa cultura. Por incrível que pareça, a região virou ponto turístico, onde acontecem algumas cenas bizarras, como um guia explicando para um grupo de velhinhos que não pode tirar fotos das moças. É quando cai a ficha que em nenhum lugar do mundo a fantasia foi tão civilizada.

Toscana, um paraíso histórico

Toscana, um paraíso histórico

Duomo de Florença: obra-prima da arquitetura renascentista

Não existe sol igual ao sol da Toscana. O céu é de um azul forte e irá segui-lo pelas colinas verdejantes ao longo dessa região que ocupa quase 23 mil km² da Itália. De carro ou de trem, você verá os prados cortados por trilhos, as montanhas ao fundo, as dispersas casas amarelas e os típicos ciprestes italianos que parecem ter saído de um quadro do Van Gogh. É a região dos vinhos, da arte, da história e do amor.

São dez as províncias que compõem a Toscana: Arezzo, Florença, Grosseto, Livorno, Luca, Massa-Carrara, Pisa, Pistoia, Prato e Siena. É tanto para se ver e fazer que algumas pessoas entram na paranoia de planejar dia por dia, minuto por minuto, para conseguir visitar o máximo de locais possíveis. Apesar desse ser um jeito válido de viajar ele vai contra a própria filosofia da Toscana: dolce far niente!

Sim, o doce fazer nada. E o “nada” aqui não é para ser entendido no sentido literal da palavra, mas sim como aproveitar o momento e deixar-se levar pelas surpresas de cada cidade. Vamos supor que você tenha dez dias na Toscana, o que fazer? Ao invés de ficar um dia em cada província, o melhor seria escolher no máximo três. Quais? Vai da sua preferência, mas se quiser ir ao coração desse lugar o melhor é ir para Florença e Siena.

Florença é a capital e a maior cidade da Toscana, com cerca de 380 mil habitantes. Foi o berço do Renascentismo e a cidade natal do poeta Dante Alighieri. É uma cidade fascinante que exala arte. Melhor dica: ande a pé pelas ruas. Não entre na furada de pegar aqueles ônibus turísticos, tira todo sentido da experiência. É uma cidade fácil de localizar; sempre que se perder é só olhar para além dos telhados e procurar o topo do Palazzo Vecchio.

David de Michelangelo, exposto na Academia de Belas Artes, em Florença

O palácio que foi a residência da família Médici e hoje é a sede da prefeitura fica na Piazza della Signoria. A praça é praticamente um museu a céu aberto com estátuas como o Netuno, de Bartolomeo Ammannati; a réplica do David de Michelangelo; Hércules e Caco, de Baccio Bandinelli; o incrível Rapto das Sabinas, de Giambologna; e tantas outras.

Ali também fica a entrada da Galeria Uffizi, o maior museu da Europa depois do Louvre, com verdadeiras relíquias da arte renascentista como “A Anunciação”, de Leonardo Da Vinci. Perto dessa região, na Via dei Neri, você vai encontrar o melhor sanduíche da cidade, trata-se do All’Antico Vinaio, que chega a formar fila no quarteirão. A dica é escolher o seu sanduíche e comer na rua. De sobremesa, no final da mesma via, vá à Gelateria Dei Neri e pague €1,80 para experimentar o melhor do gelato italiano com direito a dois sabores. Recomendação: uma bola de pistache e outra de caramelo.

Caminhe na Ponte Vecchio, veja o rio Arno refletir o sol e as várias lojas da alta joalheria. Do outro lado da ponte, na margem direita do Arno, você encontrará o Palácio Pitti, que acolhe um belo jardim, os Jardins Boboli. Para apreciar o pôr do sol o lugar é a Piazzale Michelangelo, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade.

Ponte Vecchio, em Florença

Não pode faltar no roteiro a catedral de Santa Maria del Fiore e seu imponente Duomo. A obra-prima da arquitetura renascentista merece ser visitada todos os dias que você estiver em Florença. De manhã, de tarde, à noite, com sol ou com chuva, o Duomo nunca é o mesmo. Nenhuma foto faz jus ao tamanho daquele monumento e à emoção que é vê-lo ao vivo. Inclusive, essa beleza estonteante pode causar a chamada Síndrome de Stendhal, batizada assim depois
que o escritor Stendhal desmaiou após visitar, em 1817, a Basilica de Santa Croce. Para quem estuda arte o choque é muito grande de pisar no mesmo lugar em que passaram Michelangelo, Rafael, Da Vinci, Dante e outros mestres.

Outros pontos importantes são a Catedral de Santa Maria Novella, a Acadèmia, onde está o David de Michelangelo, e a Basilica di San Lorenzo, mas a verdadeira viagem acontece com o que você descobrir por conta própria, entre uma atração e outra. Pode ser o caso de um capuccino na cafeteria Volume na Piazza Santo Spirito, sentando-se nas mesas de fora e apreciando o ir e vir das pessoas. Ou quem sabe um delicioso fagottini de pera com queijo de fondue na La Gratella, na Via Guelfa.

E o que beber? Isso não deveria ser uma dúvida. Você está na região dos vinhedos mais nobres do mundo, o nosso colunista Didú Russo que o diga! Em qualquer restaurante que entrar, peça sempre pelo “vino della casa”, e o garçom perguntará se quer o branco ou o tinto. Não tem erro. Na Toscana, bebe-se vinho como se fosse água.

Piazza del Campo, principal praça de Siena

O “vino della casa” vale também em Siena. A 70 km de distância de Florença, Siena é uma cidade de colina com quase 60 mil habitantes, distribuída ao redor da Piazza del Campo, considerada uma das maiores e mais preservadas praças medievais da Europa. Nesta praça estão localizados o Palazzo Pubblico e a famosa Fonte Gaia.

A cidade é composta por 17 bairros, dos quais dez são representados na corrida de cavalos, o famoso Palio de Siena, uma das festas mais comemoradas da Toscana e que ocorre nos dias 2 de julho e 16 de agosto. Se estiver com tempo vá a Pisa e tire uma foto com a famosa torre. Mas não existe uma regra a ser seguida na Toscana. Faça o que sentir vontade: perca-se, encontre-se, apaixone-se e descubra a sua própria Toscana.