por André Cordeiro | Maio 2, 2019 | Turismo |
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Palácio Salvo e Monumento a Artigas, em Montevidéu
É difícil escrever sobre o Uruguai. Não porque não haja o que falar sobre ele, mas justamente pelo contrário. Na verdade, é impressionante como um país com apenas três milhões de habitantes e com uma extensão territorial menor do que o Estado de São Paulo possa ser tão rico e diversificado. Por onde começar?
Poderia iniciar falando de Montevidéu, sua capital, considerada pelo relatório da consultoria Mercer sobre qualidade de vida a melhor cidade para viver em toda América Latina. É lá onde se concentra a maior parte da população uruguaia, com cerca de 1,3 milhão de pessoas.
Foi lá também que o compositor Gerardo Matos Rodríguez escreveu o tango mais famoso da história, “La Cumparsita” – aliás, o Uruguai tem não apenas o tango mais difundido de todos os tempos, como também o seu principal expoente, o músico Carlos Gardel, que, para a infelicidade de nossos hermanos argentinos, os indícios históricos parecem apontar que de fato ele era uruguaio.
É em Montevidéu que está o Estádio Centenário, construído para sediar a primeira Copa do Mundo, em 1930, quando o país conquistou o primeiro dos seus dois títulos mundiais – sobre o segundo, em 1950, no Brasil, não precisamos entrar em detalhes.
Também é na capital que estão os principais museus e pontos turísticos e culturais, como a Plaza Independencia. Nela está localizada a estátua do herói nacional, o General Artigas, assim como o seu mausoléu no subterrâneo da praça. Em frente à praça, o visitante poderá conhecer o edifício Palácio Salvo, desenhado pelo arquiteto italiano Mario Palanti e inaugurado no ano de 1928, com os seus 95 metros e 27 pisos.
A capital uruguaia conserva muito de sua história. A Cidade Velha, que tem início passando-se pelos restos do portão da antiga muralha que circundava Montevidéu em sua época de colônia, é a parte mais antiga da cidade, originária da urbanização que data de 1742.
Ali no início do bairro ficam o Museo Torres Garcia, com a história e as obras do grande artista, e também a charmosa livraria Mas Puro Verso, cujo prédio com arquitetura “art nouveau”, datado de 1917, foi originalmente construído para ser a sede de uma loja de equipamentos médicos.
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O clássico grill uruguaio
Descer a pé pelas ruas da Cidade Velha é uma experiência fantástica. As ruas ficam mais estreitas e íngremes e, se você se encontrar em um ponto alto, consegue ver à distância, entre os prédios antigos, o Rio de La Plata e a ponta de alguns guindastes dos cargueiros do porto. Descendo até o final do bairro, chega-se ao Mercado del Puerto, local de turistas e boêmios locais, com restaurantes, bares e lojas.
Além dos pontos já conhecidos pelo turismo, a cidade guarda lugares interessantíssimos que às vezes escapam do grande público. É o caso da simpática livraria Escaramuza, que funciona em uma antiga casa no bairro de Cordón, com uma área no fundo reservada para um café. Também no mesmo bairro está o Mercado Ferrando. Inaugurado em 2017, é um galpão de 2 mil m2 que abriga pizzarias, sorveteria, comidas mexicanas, casa de carnes, entre outras opções gastronômicas.
Aliás, opções gastronômicas não faltam em Montevidéu. O Restaurant García é um clássico grill uruguaio com cortes premium selecionados e uma excelente cozinha; o Jacinto é comandando pela jurada do MasterChef uruguaio, Lucía Soria, e serve pratos com influências ítalo-espanholas; o Autoría tem uma cozinha contemporânea; já o Bruta e o Tribu Montevideo apresentam uma cozinha moderna e autoral.
O charme do enoturismo
O Uruguai, de uns anos para cá, vem ganhando cada vez mais notoriedade pelos seus vinhos. A produção em sua maior parte é focada no público local, por isso a diversão é explorar as vinícolas (ou “bodegas”, como se diz em castelhano) e descobrir rótulos que dificilmente chegam ao Brasil – ou até encontrar rótulos já conhecidos, mas por preços melhores.
Existem muitas vinícolas no Uruguai, mas grande parte concentra-se em duas regiões: Canelones, que fica a cerca de uma hora de Montevidéu, e Carmelo, perto de Colonia del Sacramento. A maioria das vinícolas é formada por empreendimentos familiares, de origem de imigrantes italianos e espanhóis, que passam o negócio de geração em geração.
NA REGIÃO DE CANELONES
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Vinhedo em Canelones. Foto: Eduardo Arraes
Juanicó
Uma das mais tradicionais vinícolas pertence à família Deicas. Seu vinho mais conhecido é o Don Pascual. Ela abre todos os dias para visitação, com passeio nos vinhedos e nas instalações, onde se mostra o processo de produção dos vinhos. Ao final do passeio, acontece uma degustação. juanico.com
Pizzorno
Foi fundada em 1910 e é comandada por Carlos Pizzorno, quarta geração da família. O tour abrange desde uma visitação pelas barricas, até uma degustação que varia entre quatro e cinco rótulos diferentes. A vinícola também tem uma pequena pousada onde é possível se hospedar. pizzornowines.com
NA REGIÃO DE CARMELO
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Margem do rio Carmelo
Bodega Irurtia
A vinícola data de 1913, quando o fundador, Don Lorenzo Irurtia, espanhol nascido na cidade de Pamplona, chegou a Carmelo para trabalhar na pedreira que fica no fundo da propriedade. Hoje a vinícola desenvolve vinhos com diversas cepas francesas, produzindo mais de 100 mil garrafas de vinho fino. Oferece visitação e também tem um café na entrada. irurtia.com.uy
Narbona
Uma das mais famosas vinícolas da região, ela é focada em turismo de luxo. Tem um excelente restaurante e uma pousada boutique. Em alta temporada, é importante fazer reserva para visitação por causa da alta demanda. Além dos ótimos vinhos, eles vendem o doce de leite Narbona, conhecido por ser um dos melhores do país. narbona.com.uy
Campotinto e Bodega Cordano
A Campotinto une pousada, restaurante, condomínio de vinhos e produção própria. Ali perto, em um antigo armazém, fica a Bodega Cordano, que vende desde vinhos a produtos feitos na região. Os dois oferecem visitação. posadacampotinto.com e almacendelacapilla. wixsite.com/almacendelacapilla
por André Cordeiro | nov 12, 2018 | AGGIOTECH |
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Na passarela do Parque das Cataratas é possível ficar bem próximo desse espetáculo natural
A cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, é uma das mais peculiares do nosso país. Primeiro por ficar localizada em um ponto do continente sul-americano que pega a divisa de três países: Brasil, Paraguai e Argentina. Isso faz a dinâmica da cidade ser diferente do que estamos acostumados: lá, o passaporte é mais usado que o RG, porque visitar outro país é como trocar de bairro.
Segundo porque, além dessa riqueza cultural entre países, há toda a riqueza natural das Cataratas do Iguaçu, uma das Sete Maravilhas da Natureza. Elas podem ser visitadas tanto do lado brasileiro quanto do argentino – cada um com o seu ponto de vista próprio desse incrível espetáculo da natureza.
No lado brasileiro, o passeio é feito no Parque Nacional do Iguaçu, que em 2017 bateu o recorde anual de visitantes de todos os tempos, contabilizando mais de 1.642.000 pessoas. Após comprar o ingresso, você pega um ônibus do Centro de Visitantes e com ele faz quatro paradas: Estação Porto Preto, Macuco Safári, Trilha das Cataratas e Porto Canoas. Os ônibus costumam passar de quinze em quinze minutos em cada ponto, então cada um visita as atrações no seu ritmo.
Porto Preto é uma trilha de nove quilômetros pela região que os índios usavam para contornar as cataratas. Pode ser feita a pé, de bicicleta ou carro elétrico e é ótima para apreciar a fauna e a flora. Já no Macuco Safári acontece o passeio com barcos infláveis, que levam os visitantes para perto da queda, praticamente debaixo das cataratas.
E a parada principal é a Trilha das Cataratas, onde você chega na passarela que dá acesso à Garganta do Diabo. Ela é a mais imponente das quedas que formam as Cataratas do Iguaçu, com 80 metros de altura. Depois segue-se até a estação Porto Canoas, onde fica o restaurante de mesmo nome às margens do Rio Iguaçu, em um deque debruçado bem perto da Garganta do Diabo, com vista privilegiada.
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Passeio de caiaque no Parque das Cataratas
Esse passeio merece pelo menos um dia para a visitação. Dedique esse mesmo tempo para as cataratas do lado argentino. Para isso você precisará atravessar a fronteira pela Ponte Internacional Tancredo Neves até chegar em Puerto Iguazú, onde fica o Parque Nacional do Iguazú. Logo na entrada do parque tem uma casa de câmbio, mas o melhor é já chegar com peso argentino na carteira para evitar a fila.
Ali no parque você terá uma outra perspectiva da Garganta do Diabo, que vale muito a pena. E lembre-se: tanto no lado argentino quanto no brasileiro você verá muitos quatis, o animal da região. Apesar de ele parecer bonitinho, tome cuidado. Esse tipo de guaxinim é maluco por comida e pode atacar as pessoas que estiverem carregando algum alimento.
E por falar em comida, aproveite para jantar em Puerto Iguazú. Restaurantes como o Aqva, La Rueda ou El Quincho del Tio Querido oferecem o melhor da culinária argentina. Outros programas que valem a pena fazer na cidade são a visita ao Duty Free, próximo da fronteira, e ao Casino Iguazú. Neste último você pode tentar a sorte nas roletas, cartas, caça-níqueis ou apenas conhecer o local e ver algum show em cartaz por lá.
Voltando ao Brasil, outra atração que merece ser visitada em Foz é o Parque das Aves, bem perto do Parque Nacional do Iguaçu. Ele é um centro internacionalmente reconhecido de recuperação e conservação de aves. Lá você vivenciará um contato direto com mais de 1320 aves, abrangendo cerca de 143 espécies diferentes, assim como também conhecerá o maior viveiro de voo de araras do mundo. São 16,5 hectares de Mata Atlântica mantidos para formar o melhor habitat para os animais.
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Araras-canindé, uma das belezas do Parque das Aves.
Além do programa comum de visitação, eles oferecem passeios de experiência como o Backstage Experience – um tour pelos bastidores feito de manhã antes do parque abrir – e o Forest Experience, uma imersão à cultura da tribo guarani, em meio à Mata Atlântica.
Quando bater a vontade de fazer compras, siga até a Ciudad del Este, no Paraguai, cruzando a Ponte da Amizade. Entre os vários shoppings da cidade, destaca-se o Shopping Paris. Com estacionamento gratuito e uma infraestrutura moderna, o Paris estende-se em uma área superior a 64 mil metros quadrados. Ali você encontra lojas das principais marcas e grifes do mundo a preços acessíveis. O shopping também tem áreas de entretenimento e lazer, como o Museo Planet 3D e o Snow Park. Se o que estiver procurando for produtos de tecnologia, boas opções são a Cell Shop e a Mega Eletrônicos.
E Foz do Iguaçu também tem ótimos lugares para consumo, como o Shopping Palladium. Um dos maiores do Paraná, ele oferece estacionamento gratuito e variedade de itens e ofertas. Quando o assunto é hospedagem, uma boa dica é o hotel Wish, bandeira cinco estrelas da rede GJP Hotels & Resorts, que fica a dez minutos do aeroporto. Trata-se de um empreendimento com casas no estilo dos condomínios americanos, com ampla área de lazer e um campo de golfe profissional com 18 buracos e 80 hectares.
Como se pode notar, Foz do Iguaçu é uma cidade muito rica em cultura e natureza. Perfeita para aproveitar as belezas de nosso país e também de nossos hermanos.
por André Cordeiro | nov 12, 2018 | Turismo |
Há muito tempo que os cruzeiros deixaram de ser meros meios de transporte. Hoje eles funcionam como verdadeiros resorts flutuantes e as empresas investem cada vez mais em novas ideias de entretenimento para seduzir o público. Pistas de corrida, shows da Broadway, helicóptero e submarino a bordo são alguns desses atrativos. Com o objetivo de proporcionar experiências de conforto, inovação e sofisticação, as companhias se esforçam para mimar seus hóspedes e antecipar a satisfação dos seus desejos. Confira a seguir algumas das novidades dos cruzeiros desta temporada.
Kart em alto mar
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Pista de kart do Norwegian Bliss
O Norwegian Bliss, que viaja pelo Alasca em 2018, terá nada mais nada menos do que uma pista de corrida de 305 metros a bordo, com quatro configurações de velocidade e um especial “turbo boost”. Para não perturbar os viajantes, serão utilizados carros elétricos silenciosos. Porém, no interior do automóvel, para conferir maior realidade à experiência, alto-falantes localizados no apoio para a cabeça canalizarão os sons reais de carros de corrida ao motorista.
Shows incríveis
Conhecido por oferecer espetáculos da Broadway a bordo, o Norwegian Bliss terá o “Jersey Boys”, musical premiado com o Tony Awards, além de um musical inédito que está sendo produzido exclusivamente para o Bliss, com direção do diretor e coreógrafo Warren Carlyle, cuja inspiração será a cultura cubana. Outro navio da companhia, o Norwegian Breakway, que partirá de Nova York para uma temporada na Europa do Norte no verão de 2018, traz o “Rock of Ages” e o “Jungle Fantasy do Cirque Dreams” como atrações. O primeiro é um musical que revive os hinos das bandas cabeludas dos anos 1980; o outro é um espetáculo que inclui acrobatas de classe mundial, trapezistas e músicos, com um toque de improviso e uma pitada de participação do público, que assistirá o show durante o jantar.
A bordo do Breakway, do Getaway e do Epic, a companhia de dança de salão “Burn the Floor”, com seus dançarinos selecionados nas competições mais prestigiadas do mundo, coloca o público para dançar e se divertir. O grupo já se apresentou em mais de 300 cidades de mais de 29 países, incluindo o Teatro Longacre, na Broadway.
Explorando o céu e o mar
O Scenic Eclipse é um superiate na categoria seis estrelas para exclusivos 228 hóspedes. Primeiro navio de oceano da Scenic, ele foi projetado para proporcionar uma experiência única com sofisticação, tecnologia e recursos de segurança que oferecem a oportunidade de explorar além do que possa ser imaginado. Em 2018, inaugura três destinos: Mediterrâneo Oriental (setembro), Cuba (outubro) e Antártica (dezembro).
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O superiate Scenic Eclipse disponibiliza passeios de helicóptero e submarino
O grande diferencial do Scenic Eclipse é que ele leva a bordo um helicóptero e um submarino. Assim, por exemplo, na Sicília, os hóspedes poderão sobrevoar o vulcão Etna, numa visão privilegiada e exclusiva, ou vislumbrar regiões gélidas e inatingíveis do Ártico. O submarino proporciona incríveis experiências no fundo do mar aos aventureiros.
Com a mão na massa
A gastronomia é um dos pontos fortes da Oceania Cruises e, nos navios Marina e Riviera, não se resume aos restaurantes de bordo sob supervisão do chef Jacques Pepin. Esses navios oferecem o Culinary Center para os hóspedes aprenderem diferentes técnicas e pratos com chefs estrelados. Trata-se de uma verdadeira escola de culinária com aulas ativas em estações individuais com fogão, apetrechos e todos os equipamentos necessários.
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Aula de culinária do Culinary Center, nos navios Marina e Riviera, da Oceania
Outra possibilidade é participar dos Culinary Discovery Tours, experiências em terra para conhecer a gastronomia local. Os passageiros, acompanhados de um masterchef, visitam mercados locais e têm a oportunidade de ver de perto a diversidade de especiarias, peixes e outros produtos usados nas receitas.
No navio Explorer, que faz parte da frota da Regent Seven Seas Cruises, o Culinary Arts Kitchen é uma verdadeira escola de culinária a bordo, que concorre com centros de gastronomia renomados no mundo. Ali, em estações individuais de frente para o oceano, é possível aprender a fazer queijo em Sorrento, a preparar cannoli em Taormina, e vivenciar uma aula de cozinha toscana em Livorno. As aulas incluem tours gourmet em terra, quando os viajantes podem fazer passeios guiados por mercados e conhecer cozinhas de restaurantes estrelados. De volta a bordo, têm a oportunidade de testar o que conheceram e viram nas estações individuais da Culinary Arts Kitchen.
De ioga à dança de salão
Não é de hoje que as companhias embarcaram na onda dos cruzeiros temáticos, com opções para todos os gostos. Um nicho sempre presente é o do fitness e bem-estar. Com saída do porto de Santos em fevereiro, o cruzeiro 24º Fitness & 16º Bem-Estar da Costa Cruzeiros terá mais de 150 atrações e atividades diárias ministradas por educadores físicos, nutricionistas e especialistas.
Já quem gosta de dança de salão pode bailar a bordo com o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, destaque de um cruzeiro de sucesso da mesma companhia. Mais de 90 aulas dos mais diversos ritmos musicais serão ministradas aos passageiros por professores brasileiros e estrangeiros. O 15º Dançando a Bordo parte de Santos no dia 3 de março de 2018 rumo a Buenos Aires e Montevidéu. Uma semana inteira dançando, que tal?
por André Cordeiro | nov 12, 2018 | Turismo |
Outono em Amsterdã. Os dias se tornam mais curtos, as folhas caem em silêncio, as ruas ficam menos movimentadas e os canais se acalmam. Os preços e o turismo diminuem. É a época para visitar cafés acolhedores, aproveitar os museus e experimentar a vida noturna como um nativo. É também a época das cozinhas locais e sazonais, em que pratos como stamppot – um delicioso purê de batatas e couve com salsichas defumadas – e a sopa de ervilha ganham força, além de ser a estação da bokbier, uma cerveja de cor vermelha, doce e quente,
que os holandeses se orgulham de criar.
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A cidade é um extenso labirinto de canais alinhados, com lojas pitorescas, marcos históricos e cafés à beira-mar. Não há nada melhor do que andar ao longo dessas vias navegáveis – as principais são Singel, Herengracht, Kiezersgracht e Prinsengracht – em um dia frio de outono, enquanto as folhas mudam de cor.
O desembarque é no aeroporto de Schiphol. Um dos principais da Europa, ele surpreende pelo seu tamanho, sendo praticamente um shopping, com lojas de todos os tipos, restaurantes e até uma biblioteca. Mas a melhor coisa são as opções de transporte que o aeroporto oferece até o centro da cidade.
Além dos táxis, você pode pegar um trem ou ir de ônibus, ambos conectados ao aeroporto. Para chegar à Centraal Station você demora vinte minutos de trem, e de lá você consegue pegar um tram (uma espécie de bonde) até o seu hotel. Já de ônibus, demora 40 minutos até Leidseplein (região central) e a passagem custa cinco euros.
A mobilidade urbana é algo que se tornou a marca de Amsterdã. Além dos canais, ônibus e tram, as bicicletas são verdadeiras protagonistas na vida urbana da cidade. São cerca de 880 mil bicicletas e 800 mil pessoas. E é bom prestar atenção quando andar a pé: algumas ciclovias não são pintadas como as daqui. Lá as bicicletas trafegam em alta velocidade por uma parte rebaixada da calçada. É comum para quem não está familiarizado andar nos trechos de bicicleta achando que é calçada. Se isso acontecer, eles vão lhe empurrar para fora. Fique ligado.
Para o turista, a melhor opção é comprar um passe de “hop on-hop off” dos canais. Cada empresa tem seus pacotes e os preços variam conforme o tempo que você escolher para esse serviço (podem ir de 20 a 30 euros por pessoa). Ele é ideal, porque além de poder aproveitar de barco os incríveis canais de Amsterdã, você pode desembarcar nos pontos principais da cidade e sair para explorar a pé. Se preferir, você não precisa voltar até o ponto em que desembarcou, pode fazer o percurso que quiser a pé e depois pegar o barco em qualquer um dos pontos de parada.
Para quem gosta de arte é imperdível a visita à casa de Rembrandt. O local que foi a moradia do pintor holandês entre 1636 e 1658 virou um museu, que abriga seus estúdios, móveis e coleção de arte, todos muito bem conserva dos. Ali não espere ver muitos quadros do Rembrandt, isso você verá no Rijksmuseum, que fica no principal ponto da cidade, onde está a famosa instalação “I Amsterdam”.
O Rijksmuseum acolhe a principal obra do Rembrandt: “A Ronda Noturna”, que fica no final do corredor principal do segundo andar, logo depois de subir as escadas. A sala em que ela se encontra é ampla. As pessoas ficam ali paradas por minutos, apreciando a imponente pintura que parece ocupar toda a longa parede do museu. Outras obras de Rembrandt estão lá, além de clássicos como “A Leiteira”, de Vermeer, e quadros de Van Gogh.
Se quiser mergulhar mesmo em Van Gogh, ali perto do Rijksmuseum está o Van Gogh Museum, com a maior coleção de pinturas e desenhos do artista em todo o mundo. Eles fornecem um áudio-guia que tem a opção em português, o que nos ajuda a aprender sobre a vida trágica de Van Gogh e a evolução do seu estilo. É bom garantir pela internet o seu ingresso com antecedência, porque a fila é concorrida em todas as épocas do ano.
Mais concorrida que o Van Gogh Museum só mesmo a casa de Anne Frank, que pede agendamento antecipado. É
um passeio triste, que nos faz lembrar da Holanda tomada pelo nazismo e de uma garota sonhadora que teve sua vida destruída pela crueldade da Segunda Guerra. Para quem leu o livro, a experiência é ainda mais impactante, ver em cores o local em que Anne e sua família se esconderam.
A partir da casa de Anne Frank é possível fazer uma boa caminhada até a Praça Dam, marco de Amsterdã, rodeado de monumentos e edifícios históricos. Entre eles está o Palácio Real, de arquitetura neoclássica, inaugurado em 1655 e usado originalmente como prefeitura – hoje é sede de diversos atos oficiais. Lá também está o Monumento Nacional, um obelisco de 22 metros de altura construído em homenagem aos soldados holandeses falecidos na Segunda Guerra Mundial.
Outra parada interessante é a Heineken Experience. O tour, que acontece na antiga fábrica onde funcionou a primeira cervejaria da Heineken, em 1867, é totalmente interativo, sendo possível conhecer a história e o processo de fabricação da cerveja, ver e experimentar alguns dos ingredientes, como o lúpulo e a cevada. Ao final, cada visitante tem direito a duas Heinekens no “lounge bar”.
E claro que não dá para falar de Amsterdã sem mencionar sua política de drogas. A maconha não é exatamente legal, mas também não é ilegal. Existe uma política de tolerância, com alguns cafés licenciados que podem vender e lugares específicos para o consumo.
À noite, quando as luzes se acendem pela cidade, aventure-se pelo Red Light District. O bairro da prostituição, em que mulheres ficam expostas nas vitrines das casas, vale pela curiosidade e por ser tão diferente da nossa cultura. Por incrível que pareça, a região virou ponto turístico, onde acontecem algumas cenas bizarras, como um guia explicando para um grupo de velhinhos que não pode tirar fotos das moças. É quando cai a ficha que em nenhum lugar do mundo a fantasia foi tão civilizada.
por André Cordeiro | nov 12, 2018 | Viagens |
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Duomo de Florença: obra-prima da arquitetura renascentista
Não existe sol igual ao sol da Toscana. O céu é de um azul forte e irá segui-lo pelas colinas verdejantes ao longo dessa região que ocupa quase 23 mil km² da Itália. De carro ou de trem, você verá os prados cortados por trilhos, as montanhas ao fundo, as dispersas casas amarelas e os típicos ciprestes italianos que parecem ter saído de um quadro do Van Gogh. É a região dos vinhos, da arte, da história e do amor.
São dez as províncias que compõem a Toscana: Arezzo, Florença, Grosseto, Livorno, Luca, Massa-Carrara, Pisa, Pistoia, Prato e Siena. É tanto para se ver e fazer que algumas pessoas entram na paranoia de planejar dia por dia, minuto por minuto, para conseguir visitar o máximo de locais possíveis. Apesar desse ser um jeito válido de viajar ele vai contra a própria filosofia da Toscana: dolce far niente!
Sim, o doce fazer nada. E o “nada” aqui não é para ser entendido no sentido literal da palavra, mas sim como aproveitar o momento e deixar-se levar pelas surpresas de cada cidade. Vamos supor que você tenha dez dias na Toscana, o que fazer? Ao invés de ficar um dia em cada província, o melhor seria escolher no máximo três. Quais? Vai da sua preferência, mas se quiser ir ao coração desse lugar o melhor é ir para Florença e Siena.
Florença é a capital e a maior cidade da Toscana, com cerca de 380 mil habitantes. Foi o berço do Renascentismo e a cidade natal do poeta Dante Alighieri. É uma cidade fascinante que exala arte. Melhor dica: ande a pé pelas ruas. Não entre na furada de pegar aqueles ônibus turísticos, tira todo sentido da experiência. É uma cidade fácil de localizar; sempre que se perder é só olhar para além dos telhados e procurar o topo do Palazzo Vecchio.
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David de Michelangelo, exposto na Academia de Belas Artes, em Florença
O palácio que foi a residência da família Médici e hoje é a sede da prefeitura fica na Piazza della Signoria. A praça é praticamente um museu a céu aberto com estátuas como o Netuno, de Bartolomeo Ammannati; a réplica do David de Michelangelo; Hércules e Caco, de Baccio Bandinelli; o incrível Rapto das Sabinas, de Giambologna; e tantas outras.
Ali também fica a entrada da Galeria Uffizi, o maior museu da Europa depois do Louvre, com verdadeiras relíquias da arte renascentista como “A Anunciação”, de Leonardo Da Vinci. Perto dessa região, na Via dei Neri, você vai encontrar o melhor sanduíche da cidade, trata-se do All’Antico Vinaio, que chega a formar fila no quarteirão. A dica é escolher o seu sanduíche e comer na rua. De sobremesa, no final da mesma via, vá à Gelateria Dei Neri e pague €1,80 para experimentar o melhor do gelato italiano com direito a dois sabores. Recomendação: uma bola de pistache e outra de caramelo.
Caminhe na Ponte Vecchio, veja o rio Arno refletir o sol e as várias lojas da alta joalheria. Do outro lado da ponte, na margem direita do Arno, você encontrará o Palácio Pitti, que acolhe um belo jardim, os Jardins Boboli. Para apreciar o pôr do sol o lugar é a Piazzale Michelangelo, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade.
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Ponte Vecchio, em Florença
Não pode faltar no roteiro a catedral de Santa Maria del Fiore e seu imponente Duomo. A obra-prima da arquitetura renascentista merece ser visitada todos os dias que você estiver em Florença. De manhã, de tarde, à noite, com sol ou com chuva, o Duomo nunca é o mesmo. Nenhuma foto faz jus ao tamanho daquele monumento e à emoção que é vê-lo ao vivo. Inclusive, essa beleza estonteante pode causar a chamada Síndrome de Stendhal, batizada assim depois
que o escritor Stendhal desmaiou após visitar, em 1817, a Basilica de Santa Croce. Para quem estuda arte o choque é muito grande de pisar no mesmo lugar em que passaram Michelangelo, Rafael, Da Vinci, Dante e outros mestres.
Outros pontos importantes são a Catedral de Santa Maria Novella, a Acadèmia, onde está o David de Michelangelo, e a Basilica di San Lorenzo, mas a verdadeira viagem acontece com o que você descobrir por conta própria, entre uma atração e outra. Pode ser o caso de um capuccino na cafeteria Volume na Piazza Santo Spirito, sentando-se nas mesas de fora e apreciando o ir e vir das pessoas. Ou quem sabe um delicioso fagottini de pera com queijo de fondue na La Gratella, na Via Guelfa.
E o que beber? Isso não deveria ser uma dúvida. Você está na região dos vinhedos mais nobres do mundo, o nosso colunista Didú Russo que o diga! Em qualquer restaurante que entrar, peça sempre pelo “vino della casa”, e o garçom perguntará se quer o branco ou o tinto. Não tem erro. Na Toscana, bebe-se vinho como se fosse água.
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Piazza del Campo, principal praça de Siena
O “vino della casa” vale também em Siena. A 70 km de distância de Florença, Siena é uma cidade de colina com quase 60 mil habitantes, distribuída ao redor da Piazza del Campo, considerada uma das maiores e mais preservadas praças medievais da Europa. Nesta praça estão localizados o Palazzo Pubblico e a famosa Fonte Gaia.
A cidade é composta por 17 bairros, dos quais dez são representados na corrida de cavalos, o famoso Palio de Siena, uma das festas mais comemoradas da Toscana e que ocorre nos dias 2 de julho e 16 de agosto. Se estiver com tempo vá a Pisa e tire uma foto com a famosa torre. Mas não existe uma regra a ser seguida na Toscana. Faça o que sentir vontade: perca-se, encontre-se, apaixone-se e descubra a sua própria Toscana.
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