A floresta é objeto de desejo para além do óbvio. Está em pé e viva em joias da designer brasileira Silvia Furmanovich, que são requisitadas mundo afora. O luxo é ressignificado em sua obra – o formato, as cores e os materiais das joias e pequenas bolsas valorizam a fauna e a flora de lugares onde ela esteve – e seu ateliê em São Paulo se firma como um ponto relevante do luxo no país. Silvia é a primeira representante da moda brasileira a ganhar um livro pela editora Assouline, o “Silvia Furmanovich. Art, Nature and Adornment”.
Com olhos de artista e coração de exploradora, a designer viaja pelo mundo em busca de inspirações e traduz suas descobertas em peças de estilo único. “Para toda coleção é feita uma imersão no universo que desejo explorar. Sempre busco conhecer profundamente a cultura local por meio das minhas viagens, em que tenho oportunidade de conversar e trocar conhecimento com artesãos. Eu levo um caderno comigo onde coloco meus pensamentos, imagens, desenhos, colagens, pinturas, pesquisas e anotações”, conta.
Sobre o Brasil, Silvia já lançou as coleções Amazônia Bamboo e Marchetaria. “Em uma de minhas pesquisas, descobri a arte da marchetaria de madeira, que é presente no Norte do país. Depois de uma imersão, conseguimos adaptar para a escala da joalheria. Assim surgiu nossa primeira coleção com essa técnica, que se tornou nossa marca registrada.”
O trabalho da designer parece estar de acordo com o nosso tempo, em que a preservação ambiental e a valorização local nunca estiveram tão em alta. “Acredito que a pandemia abriu a mente de muitas marcas e consumidores para valorizar matérias-primas locais, por causa do trânsito reduzido. Espero que isso traga uma visão verdadeira sobre a preservação das nossas reservas naturais, e valorização das tradições artesanais.”
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