Aquele papo que os melhores cafés são todos exportados já não é mais realidade graças ao consumidor exigente e às diversas cafeterias especializadas do país
É visível como nos últimos 10 anos o consumo de café mudou no Brasil, seguindo a onda de abertura de novos negócios especializados em grãos – antes exportados, e agora em nossa terra de origem. E já não importa a região do país. Sempre haverá uma portinha de uma franquia ou uma linda cafeteria prometendo grãos de melhor qualidade e bebidas com as nomenclaturas de origem italiana comuns em todo mundo: espresso, machiatto, cappuccino, ristretto, doppio ristretto e por aí vai.
Primeiro, é necessário dizer que, no Brasil, maior produtor de café do mundo, a Associação Brasileira da Indústria do Café separa por categoria de qualidade os cafés que estão na gôndola do supermercado. Portanto, comprar café apenas pela marca é bobagem, já que cada uma disponibiliza linhas de qualidades diferentes.
O extra-forte possui mais defeitos sensoriais e torra intensa demais, com amargor predominante. O tradicional traz torra bem escura e valor acessível, mas a qualidade ainda deixa a desejar. Já a categoria chamada “superior” possui torra menos escura dos grãos e aroma mais adocicado – um prenúncio do que encontraremos na xícara: uma bebida de cor marrom, mais saborosa, com informações sobre a região em que o café foi produzido. E, então, o café gourmet, que possui ainda mais sabores agradáveis, de acordo com sua torra e onde foi produzido.
Existe uma categoria de qualidade que não é vendida apenas no Brasil, mas no mundo todo, e vem revolucionando novas gerações no campo. Em países como China, Colômbia, Vietnã, Japão, Itália e Irlanda, o café especial é uma bebida com muita qualidade, que enaltece o terroir, o tipo de torra e o nome de quem o produziu. Fora isso, é uma janela aberta para o mundo sensorial de possibilidades e sensações incríveis. Já pensou em provar um café que lembra morango? E chocolate ao leite? Caramelo?
É possível encontrar essas variedades especiais nas cafeterias especializadas. Nelas, basta perguntar ao barista qual café pode agradar mais o seu paladar. Esse profissional ajudará a escolher a bebida do seu agrado, mais delicada ou mais intensa, os grãos mais ou menos torrados, com notas mais fechadas e intensas ou mais refrescantes. Muitas vezes, essa pessoa até já visitou o local onde esse café foi produzido. Se você não tem ainda um moedor de grãos, pode pedir para moer na hora seu café e levá-lo muito fresco para casa.
Quando as portas se abrem para esse mundo dos cafés especiais, as harmonizações em almoços e jantares ou ainda aquele bolo de fubá com erva-doce da tarde ganham um novo personagem principal.
Onde comprar (e tomar) ótimos cafés em São Paulo
The Little Coffee Shop
R. Lisboa, 357A – Pinheiros.
Takkø Café
R. Maj. Sertório, 553 – Vila Buarque.
Clemente Café
R. Dr. Diogo de Faria, 315 – Vila Mariana.
J. Café
R. Guaipá, 186 – Vila Leopoldina.
*Gi Coutinho é jornalista, provadora de café e fala sobre essa bebida apaixonante no Instagram @puracaffeina e no Podcast Pura Caffeina.
0 comentários