Ex-BBB e campeão de paracanoagem, Fernando Fernandes é o novo apresentador do reality “No Limite”

por | maio 1, 2022 | Entrevista, Pessoas & Ideias | 1 Comentário

Atleta de paracanoagem e kitesurf, Fernando estreia como apresentador do reality “No Limite” e desbrava desafios no esporte e na vida

Fernando Fernandes é tetracampeão mundial, tricampeão panamericano, tetracampeão sul-americano e tetracampeão brasileiro de paracanoagem. É um atleta obstinado e verdadeiramente apaixonado pela adrenalina: “O esporte é meu psicólogo, é minha religião”. Antes de se encontrar na canoagem – modalidade que descobriu como forma de reabilitação depois do acidente que sofreu em 2009 e o deixou paraplégico –, o atleta ficou famoso pelo público por participar da segunda edição do “Big Brother Brasil”, em 2002.

De participante, vinte anos depois, Fernando agora se torna apresentador de um reality show. À frente do “No Limite”, que estreia neste mês, o paulistano promete um programa mais competitivo, com desafios mais intensos e competidores dispostos a tudo pelo prêmio de R$500 mil. “Com certeza viveremos no limite o tempo inteiro nessa nova edição.”

Orgulho dos espaços conquistados e consciente de todos aqueles a quem representa, o atleta se desafia ainda no kitesurf e elege o Ceará, onde também fixou residência recentemente, como o melhor lugar do mundo para competir e treinar. Dividindo-se entre modalidades, treinos, um canal no Youtube em que experimenta diferentes esportes de aventura, Fernando Fernandes fala à 29HORAS sobre os limites ultrapassados e aqueles que ainda deseja encarar.

 

Fernando Fernandes - Carlos Sales

Fernando Fernandes – Carlos Sales

 

A nova edição de “No Limite” traz mudanças em relação ao programa do ano passado. O que você já pode adiantar da edição de 2022?
Será um programa muito mais competitivo, muito mais desafiador, muito mais intenso, com mais participantes, que são anônimos, além de mais provas, mais edições, duas vezes na semana comigo e, aos domingos, com a Ana Clara, entrevistando os eliminados. Então, com certeza viveremos no limite o tempo inteiro nessa nova edição.

Como apresentador, o que você espera passar aos novos participantes? E o que você quer ver entre os competidores?
Acho que só a minha presença física, tanto como ser humano, como atleta, já vai fazer com que eles reflitam sobre esse limite, né? De alguma forma, em momentos frágeis, de insegurança, de incerteza, eles verão a minha imagem e isso vai trazer essa reflexão, por saber que eu sou uma pessoa que vive no limite o tempo inteiro, por lidar com a condição física, mas também como atleta, que está tentando ultrapassar essa questão. O que eu quero passar é justamente isso, que eles valorizem cada luta, cada dia e a própria conduta no jogo, porque eu tenho certeza de que todos vão sair de lá pessoas melhores, e aquele que sobreviver ao jogo levará um prêmio de R$500 mil.

O que é estar no limite para você? Você diria que já vivenciou uma situação em que se viu no limite?
Estar no limite para mim é sair da sua zona de conforto, lutar por aquilo que acredita, por aquilo que deseja. E, sim, eu vivencio situações em que eu estou no limite o tempo todo, como um atleta desbravador dos esportes adaptados e um cara que usa o esporte para quebrar paradigmas na sociedade. Eu tento usar a ferramenta que eu tenho, que é o esporte, para me comunicar. Muitas vezes, quando eu me proponho desafios do mundo outdoor de esportes e de aventura, minha vida está em jogo, e eu tenho que ter serenidade, conhecimento e inteligência para tomar grandes decisões em momentos muito difíceis.

Antes de estar à frente de um reality show, você também foi participante de um, da segunda edição do “BBB”. Como você vê a evolução do programa nos últimos anos? Você acompanha as edições?
Eu participei do “Big Brother” há 20 anos, então, o mundo se transformou, não é nem uma evolução, é uma questão de transição, que eu acho que o Boninho e toda a equipe conseguiram enxergar durante esses anos. Nós tínhamos um programa que era visto na televisão somente e se comentava sobre ele em casa, e hoje a gente tem as redes sociais, onde as pessoas interagem sobre o reality. Isso exigiu uma nova forma de se comunicar, de se trazer informações de um jeito diferente. Essa transformação foi sentida, vista e adaptada por quem criou o jogo, por quem cria essas dinâmicas dentro do programa. E eu adoro assistir ao comportamento humano.

 

Fernando Fernandes -Foto Carlos Sales

Fernando Fernandes -Foto Carlos Sales

 

Do acidente que você sofreu em 2009 até hoje, como você avalia a representatividade de cadeirantes na TV, nas mídias sociais e nas principais discussões no país?
Bom, faz muito tempo, né? São 13 anos. A representatividade das pessoas com deficiência, cadeirantes, ainda é pouca, somos vistos como incapazes, inválidos… e esse espaço que eu estou ocupando tem muita importância na sociedade, você começa a trazer novos olhos, novas informações para as pessoas. No meu canal do Youtube, eu realizo feitos esportivos extraordinários e faço as pessoas refletirem sobre capacidade e incapacidade. Agora é mais um “passo” que daremos, eu falo nós, porque representarei muita gente. O momento é esse, é agora, a gente tem que estar juntos para transformar, para criar esse espaço e essa representatividade.

Como é a sua relação com o esporte? Como você começou na canoagem?
O esporte é meu psicólogo, é minha religião, e faz parte da minha vida desde que eu me conheço por gente. Já joguei futebol profissional, lutei boxe amador, fiz faculdade de educação física e a canoagem surgiu depois do meu acidente como forma de reabilitação. Só que ali, no meio daquela fatalidade, quando eu estava no meio do processo de reabilitação, foi quando eu enxerguei a oportunidade de ser o que sempre sonhei na vida, atleta profissional e viver do esporte. Algo que servia como reabilitação se tornou minha maior força de vida, o meu trabalho, o meu grande prazer, o que abriu as portas da vida novamente para mim.

Você tem algum ídolo no esporte? Em quem você se inspira?
Meus maiores ídolos no esporte são Ayrton Senna e Muhammad Ali. O Senna por tudo que representou para nós no Brasil e o Ali pelo que representou para a sociedade. Esses são ídolos um pouco mais antigos, do nosso passado, mas hoje tenho pessoas do esporte que admiro a conduta, a caminhada… como o Ítalo Ferreira, que atingiu o topo do mundo no surf e continua dando valor a tudo que vem com ele desde novo, suas origens, quem está ao redor, aos treinos. É admirável o quanto ele se dedica, o quanto mostra isso, acho que é um atleta que está representando bem o quanto vale a pena lutarmos.

Hoje você pratica kitesurf…qual é o melhor lugar no Brasil para treinar e competir?
O melhor lugar no Brasil e no mundo para praticar e competir kitesurf é o Ceará, na verdade, é o nosso litoral nordeste…Ceará, Piauí, Maranhão, são lugares extraordinários, onde o mundo inteiro vem durante a temporada, que é de julho a dezembro, que acredito que seja a maior temporada do mundo também. São praticamente seis meses no ano que você consegue velejar, com constância, todos os dias, com água quente ainda, é o paraíso do kite.

 

Fernando Fernandes praticando kitesurf no Ceará - Foto Daniel Sigaki

Fernando Fernandes praticando kitesurf no Ceará – Foto Daniel Sigaki

 

Como têm sido as experiências nessa categoria?
Na verdade, iniciar no kitesurf foi um grande desafio, porque eu não tinha referência nenhuma, não tinha ninguém praticando no Brasil, talvez na América toda, duas ou três pessoas praticando no mundo… as referências que tinham lá fora, não serviram para mim, aqui no Brasil. Então, tive que criar minha forma de velejar, tive que encontrar parceiros, que me ajudassem a construir meu assento adaptado, pranchas, alguém que acreditasse em ensinar alguém de uma forma diferente. Foi o caso do Gustavo Fester, que hoje é meu amigo e treinador, e foi o cara que me instruiu, que abraçou esse projeto comigo.

Ainda há o desejo de se desafiar em outra modalidade?
Tenho muitos desejos de me desafiar em outros esportes, até porque quando eu me tornei um cadeirante, eu me tornei uma criança, tive que aprender a fazer tudo aquilo que eu fazia com excelência nos esportes de uma forma diferente. Aquilo se tornou meu grande desafio de vida, meu motivador, meu combustível, reaprender tudo novamente de forma diferente… então, tem outras modalidades que eu quero desbravar, que quero desenvolver e conhecer, mas já digo que quem assistir ao primeiro episódio do “No Limite”, vai ver algo inédito aqui no Brasil.

Depois do “No Limite”, já tem projetos em mente? Para onde os ventos vão te levar?
Tenho alguns grandes projetos, até porque o programa surgiu de repente na minha vida. Os outros planos ainda continuam ativos, eu estou com a minha casa no Ceará, onde, a partir do segundo semestre vou fazer alguns eventos e há algumas viagens marcadas para lugares extraordinários do planeta. Mas, agora, o meu foco é o “No Limite”, minha vida é o “No Limite” e mais uma vez eu vou viver no limite.

 

Foto Daniel Sigaki

Foto Daniel Sigaki

 

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1 Comentário

  1. Lucinha Alves

    Meu ídolo amo vê você, minha inspiração todos dias amigo eu acordo para ir nos meus treinos qndo a preguiça bate lembro de vc pulo da cama vou embora, eu agora vou começar treina p 70km ultramaratona na patogonia meu sonho eu vou.um abraço Deus te abençoe mto.

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