Fernanda Lima roda o mundo com sua família em novo projeto “Minha Viagem”

por | jul 31, 2023 | Entrevista, Pessoas, Viagens | 0 Comentários

Sentindo-se inteiramente livre após 17 anos de contrato com a Globo, Fernanda Lima juntou a família e partiu em uma jornada sem data para acabar, explorando novas paisagens, culturas, aromas e sons. E esse rolê todo deu origem a uma série de micro documentários, postada semanalmente em suas redes sociais

Rodando o mundo desde a adolescência, quando começou a trabalhar como modelo, Fernanda Lima resolveu unir o útil ao agradável e agora dedica-se ao projeto “Minha Viagem”, uma série de vídeos documentais curtos, postados em seu perfil no Instagram e espelhados em suas contas no TikTok e no Facebook. Trata-se de um projeto familiar intimista. Afinal, os filhos da Fernanda estão crescendo, e num futuro próximo trilharão seus próprios caminhos. Assim, ela e Rodrigo arranjaram um jeito de aproveitar ao máximo o convívio com eles, em busca de uma conexão mais plena com o mundo.

Curiosa pelo ser humano, por diferentes culturas e pelos aromas, sabores, sons e cores das mais variadas paisagens, Fernanda embarcou com a família nessa jornada ao ver-se totalmente livre, depois de 17 anos de contrato com a Globo e outros tantos com a MTV.

 

foto MARINA BAGGIO | divulgação

 

“Esse projeto ‘Minha Viagem’ nem sempre implica um movimento para longe, pode ser para dentro de mim, seja numa prática de yoga, numa caminhada ou numa meditação. Pode ser também uma escuta atenta sobre o que o outro sente ou faz, um ponto de vista, um olhar diferente”, filosofa Fernanda, que em junho completou 46 anos de idade. Autodefinindo-se como itinerante, ela e sua família são nômades modernos, que vivem entre São Paulo e Portugal, não morando nem lá e nem cá.

Em entrevista à 29HORAS, Fernanda Lima fala sobre o prazer de viajar, diz se sentir a gerente de Recursos Humanos de sua família e revela algo surpreendente: o seu maior defeito e as piores falhas de Rodrigo Hilbert. Sim, eles têm defeitos! Veja nas quatro páginas a seguir os principais trechos dessa conversa.

Defina para a gente a proposta desse projeto “Minha Viagem” e conte como surgiu a ideia de colocá-lo no ar em seus perfis nas redes sociais.
“Minha Viagem”, como o nome já anuncia, é o que me vier à cabeça e ao coração. Esse projeto nasceu de uma vontade de olhar para fora, para os outros e, ao mesmo tempo, sair um pouco do universo pepeta, Peppa Pig e mamadeira. Minha filha vai fazer 4 anos e já tem certa autonomia. Agora posso me reinventar outra vez, aos poucos, criando linguagens para me comunicar. Acredito que as redes democratizaram a opinião e por isso podem ser um espaço muito bom para as pessoas como eu se expressarem. Através dos meus perfis, compartilho tudo o que me atravessa e me transforma.

Por onde você esteve viajando como parte desse projeto?
Eu sempre viajei muito, antes solteira e sozinha e agora com minha trupe. Mudamos muito de casa, de cidade e de país. A série não tem linearidade, e por isso pode ter material de qualquer lugar por onde estive nos últimos quatro anos. No Brasil, na África, na Europa… Entre outros lugares, já passamos por Paris, Londres, Bolonha e Marrakech, no Marrocos. Onde vai terminar, eu não sei. Vou para onde minha intuição e minha curiosidade mandarem. Sempre tem algo que pode despertar o olhar de quem assiste e tocar num recanto singular da nossa alma. Essa é a beleza da coisa – e pode acontecer em qualquer lugar.

 

Fernanda, os gêmeos Francisco e João, a pequena Maria e o maridão Rodrigo Hilbert – foto reprodução Instagram

 

Outro dia, uma amiga minha falou que toda viagem tem três momentos: o sonho/preparação, a experiência e a recordação. Como você curte a excitação do primeiro tempo, as sensações do segundo e as reflexões e elaborações que fazem parte do terceiro?
Eu amo viajar. Mas viajar a trabalho é diferente de sair de férias, que muitas vezes também é cansativo, principalmente quando se tem filhos. Viajar gravando precisa de uma organização e disciplina arretada. Tem horários de luz, horário para dormir, equipamentos para carregar… é punk, mas captar momentos tem sua magia única, e isso também me fascina. Amo todas as etapas, mas voltar para minha cama é sempre a melhor, sem dúvida. Voltar para casa com as percepções alteradas e registrar as memórias é algo muito prazeroso. É uma forma de espichar a viagem depois que acabou. Ter referência de outros lugares e realidades ajudam a gente a ampliar o nosso olhar sobre a Humanidade.

Por falar em vida dentro de casa, como vocês enfrentaram o confinamento provocado pela pandemia? Foi uma fase de crescimento e de fortalecimento ou foi apenas um período de melancolia e tristeza – já que o seu pai morreu em decorrência da Covid?
A pandemia foi profunda, trágica e deixou marcas em todo mundo, e comigo não foi diferente. Infelizmente muitos tentaram ganhar em cima da tragédia e isso não mudou. O homem segue agredindo e matando não só seus semelhantes como a natureza. Certamente essa é uma das causas do aparecimento do coronavírus. Mas ainda tenho esperança de que as futuras gerações consigam atenuar e curar as mazelas do planeta.

Nesse quinteto dos Lima-Hilbert, qual é a função de cada um? O Rodrigo cuida da cozinha, os meninos adolescentes se encarregam da bagunça, a Maria entra com a fofura e você atua como regente, responsável pela saúde mental e pelo equilíbrio da família? Como num time de futebol, cada um tem uma função fixa ou vocês se alternam nas diversas posições?
É mais ou menos assim como você falou. Mas, agora, com os filhos mais crescidos, as funções vão se alternando e eles ganharam mais responsabilidades. Meus guris já têm 15 anos. Estão aprendendo a se virar. Minha filha Maria também já tem suas responsabilidadezinhas. E assim não fica tão pesado para os pais. Porque filho exige muita dedicação. Vejo mais como uma firma, uma empresa. Eu seria o RH – não de Rodrigo Hilbert, mas de recursos humanos mesmo. Sou eu quem conversa, escuta, acolhe e encaminha. O Rodrigo cuida do refeitório, das compras da semana e dos pagamentos mensais. Ah, eu também atuo como um vigia noturno – só sossego quando todo mundo já dormiu!

 

Fernanda Lima com o marido Rodrigo Hilbert no programa “Bem Juntinhos” – foto GNT | divulgação

 

Quando os gêmeos João e Francisco nasceram, você tinha acabado de sair de uma rotina alucinada de gravações de novela e logo depois mergulhou no projeto de “Amor & Sexo”. Agora com mais tempo para curtir a Maria Manoela, a experiência está sendo muito diferente para você? E como você acha que ela tira proveito disso?
Quando os meninos nasceram, foi insano, pois além de maternar e trabalhar como louca, ainda arrumei uma pós-graduação, que acabei largando no último ano. Minha vida mudou muito daquele tempo, hoje tenho mais tempo para administrar a família. Vivo cada dia com eles. Aprendi muita coisa com o João e o Chico e, doze anos depois, fui ser mãe de novo e aprendi muito mais com a Maria. Hoje estou me cobrando menos. A maturidade é boa, mas às vezes dá um siricutico…

 

 

E agora, depois de 17 anos de contrato com a Globo, como tem sido a sensação de liberdade, de ser a dona do seu destino, com plenos poderes para aceitar ou recusar convites e propostas de trabalho?
É diferente a vida sem contrato. Agora sou eu que cuido da minha história. E está sendo legal, bem tranquilo. Tenho recebido uns convites bem interessantes, mas ainda não apareceu nada que me fizesse falar: “Vou parar minha história, vou me dedicar a esse trabalho”. Vamos ver o que vou conseguir fazer.

Por falar nisso, para que tipo de projeto você está aberta neste momento? O que gostaria de fazer? Pretende seguir investindo na sua trajetória como apresentadora? Pensa em voltar a atuar? Quer se aprofundar nos trabalhos como roteirista?
Eu deixo meu coração sempre aberto. Posso fazer qualquer tipo de projeto desde que me apaixone e que consiga montar uma logística para deixar meus filhos bem. Nunca fui atriz e não estudei para esse lindo e difícil ofício, mas atuei em duas novelas. Me joguei naquelas aventuras, porém descobri que aquilo – definitivamente – não era o meu sonho. Também não sou exatamente uma roteirista, fui me tornando. É um trabalho difícil para mim, que toma muito do meu tempo, pois fico costurando assuntos, pesquisando e vendo com quem quero falar.

 

Como apresentadora do “Superstar” – foto João Miguel Junior | TV Globo

 

Você é uma empresária de sucesso – e o restaurante Maní, do qual você é uma das sócias-fundadoras, é a prova disso. Como expert em yoga, respiração, alimentação saudável e bem-estar, tem planos de abrir um spa? Ou uma filial do Maní em Portugal, para ampliar a presença internacional da moderna gastronomia brasileira?
Nunca me passou pela minha cabeça ter um spa, mas para o Maní eu tenho algumas ideias. O Maní é um projeto que nasceu de um sonho, de uma paixão e de amizades. Eu queria muito abrir um Maní fora do Brasil, mas estamos investindo na inauguração de casas com esta marca pelo Brasil e ainda tenho que convencer meus sócios a apostarem na internacionalização do restaurante. Tenho muito orgulho do Maní e do que é feito lá. Os funcionários trabalham felizes, os clientes saem felizes e nós, os sócios, nunca tivemos uma discussão.

Por fim, as pessoas idealizam sua relação com o Rodrigo e têm a certeza de que vocês são um casal perfeito. Depois de duas décadas juntos, o que essa relação tem de maravilhoso e onde vocês ainda têm de trabalhar para manterem a coisa funcional? E o mais importante: o que eu e todos os leitores queremos saber, na verdade, é qual é a sua pior falha e qual é o maior defeito do Rodrigo? Não é possível que vocês sejam seres humanos sem imperfeições!
Nosso casamento é de muita harmonia. Nos apoiamos e nos admiramos. Ao longo do tempo, amadurecemos, entendemos que cada um é um, com a sua criação, seus valores, suas virtudes e seus defeitos – temos vários! O que posso expor é que o Rodrigo é bem ansioso e eu bem orgulhosa. Mas vamos bem juntos porque eu o acalmo e ele quebra meu orgulho. Outra coisa: eu sou super-pontual e ele está sempre em cima da hora. Aí ele me relaxa e eu o coloco na linha. E eu acho que ele come um monte de tranqueira que eu evito. Aí ele come melhor e me tira do trilho! Ele é também mais conservador na educação e eu sou bem mais flexível. Aí ele puxa o freio e eu converso e libero. Em geral é assim, mas não sei… tem vez que é tudo o contrário disso!

 

foto MARINA BAGGIO | divulgação

 

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