Enquanto o Brasil vende ou desativa fábricas de adubos, guerra entre Rússia e Ucrânia provoca a escassez desses insumos

por | maio 5, 2022 | Agronegócio, Negócios | 0 Comentários

Segundo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, a invasão da Ucrânia pela Rússia vai impactar não só esta como também as próximas safras de alimentos, por causa da elevação nos preços dos fertilizantes. O Banco Mundial projeta que uma elevação de 1% nos preços dos alimentos pode lançar mais 10 milhões de pessoas na pobreza extrema no mundo.

Em 2021, o Brasil gastou US$ 15,2 bilhões em importações de adubos e fertilizantes químicos, valor 90% maior que o gasto em 2020. O país adquiriu de países como Rússia, Ucrânia, China, Lituânia e Canadá cerca de 41,5 milhões de toneladas de fertilizantes – 22% a mais do que no ano anterior.

Enquanto o Brasil aumenta sua dependência de importação desses insumos essenciais para o agronegócio, unidades de produção de fertilizantes instaladas no país são desativadas ou vendidas. Esse é o caso da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (Fafen), em Araucária, no Paraná, fechada em março de 2020. Ela sozinha abastecia 30% das necessidades brasileiras de ureia e amônia. A outra cartada errada do governo federal foi a recente venda para o grupo russo Acron da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

 

Armazenamento de Fertilizantes | Foto Divulgação

Armazenamento de Fertilizantes | Foto Divulgação

 

Um dia as autoridades que decidem sobre os rumos do agronegócio brasileiro vão perceber que a produção de fertilizantes é uma questão estratégica, não apenas mais uma conversa de camelô ou uma simples questão de compra e venda no exterior. A falta de fertilizantes no país pode gerar – além da fome e do desemprego – a perda de clientes acostumados a comprar os produtos agrícolas brasileiros. Quando a gente não vai lá e vende, outro vendedor aparece com a mesma mercadoria.

 

Prosa rápida

Show do trilhão
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2022 deve alcançar R$ 1,227 trilhão, 2,4% acima do obtido em 2021, que foi de R$ 1,199 trilhão. Os produtos com melhor desempenho devem ser o algodão em pluma, a banana, a batata, o café (conillon e arábica), a cana-de-açúcar, o feijão, a laranja, o milho, o tomate e o trigo. Culturas como a soja e o arroz devem agregar valores menores do que os atingidos em 2021.

Devo, não nego
Segundo a 2ª edição do Estudo de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian, 15,8% dos trabalhadores do campo estavam com dívidas em março deste ano. Em comparação com a primeira onda do levantamento, feita em junho de 2021, houve uma queda de 0,1 ponto percentual. A notícia boa é que esse número é bem menor que o verificado na população geral do país – que tem cerca de 40% de endividados.

Celulite na coxinha
Pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e da Embrapa Suínos e Aves divulgaram que os abatedouros brasileiros registram perdas anuais de mais de US$ 10 milhões de dólares por causa da celulite em frangos. A doença é um processo infeccioso e inflamatório que, através de bactérias, invade o tecido subcutâneo devido a cortes e arranhões da pele, formando placas fibrino-caseosas que podem se estender até os músculos.

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