A moda vem passando por grandes mudanças. De um lado, as marcas se apressam para abrir uma agenda que priorize a sustentabilidade no setor, olhando para seus impactos negativos e discutindo verdades inconvenientes, e de outro, consumidores finais que, com a pandemia, estão cada vez mais exigentes e mais preocupados com a origem das peças e com a pegada que a forma de adquirir bens deixa no meio ambiente.
A preocupação com o impacto do consumo no planeta não é de hoje. O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente no começo da década de 1970 na Conferência das Nações Unidas realizada em Estocolmo, na Suécia, e a ideia apontou um caminho em que as questões do desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente podiam e deviam andar lado a lado. Nos anos 1990, para organizar e expandir essa narrativa, foi criado o tripé da sustentabilidade ou 3Ps.
O pilar profit refere-se ao resultado financeiro da empresa, o people, ao capital humano e o planet, ao capital natural. De lá para cá, as empresas são capazes de medir seus resultados e, assim, analisar suas operações sob essa ótica integrada.
Nessa jornada em que a transparência é premissa, as corporações inseridas em toda indústria da moda podem se aproximar de toda sua cadeia de valor, ou seja, seus fornecedores e stakeholders disseminando seus valores e mostrando como olham para o futuro das próximas gerações. Na outra ponta, clientes, muitas vezes ativistas, também podem colaborar valorizando peças que carregam boas histórias em seus processos e materiais.
Mas como saber se uma marca de modjadas pelas suas dificuldades, fazem análises constantes, produzem relatórios de sustentabilidade e os publicam em seus sites, mostrando metas de melhorias no que diz respeito a emissões de carbono e ao uso de recursos naturais, como água e energia. Além disso, marcas que acreditam que a moda pode colaborar para um mundo melhor, usam suas vozes dentro e fora de seus portões para falar sobre a biodiversidade e as questões sociais, como antirracismo e igualdade de gênero.
E na hora do consumo propriamente dito? Como alinhar o planeta, as pessoas e a moda no mundo pós-pandemia? Como fazer boas escolhas, aquelas, através das quais mostramos nosso posicionamento nesse novo mundo em construção?
No Movimento Ecoera, dividimos produtos e peças em algumas categorias e cada uma delas leva um atributo que confere uma porta de entrada para processos, matérias ou iniciativas que diminuem os impactos negativos e que podem funcionar como guias. São eles: Orgânicos, sem uso de defensivos químicos; Reuso, que reaproveita e reutiliza excedente de materiais, Produção Local, que promove economia local; Vegano, sem exploração e sem origem animal, Projeto Social, que incluem mão de obra de projeto social e se posicionam a favor da comunidade em toda a sua cadeia de valor; Reciclado, que utiliza matéria prima transformada; Artesanal, feito à mão, Verde, que colabora com um menor impacto no meio ambiente; e Empresa Consciente, para marcas que direcionam seus esforços baseados nos pilares cultural, ambiental, social e econômico.
Nessa nova forma de consumir, baseada em valores e propósito, a comunicação dos atributos sustentáveis de cada roupa ou acessório é fundamental. Por meio de informações consistentes nas etiquetas, nos tags ou através de selos e certificações, cada um pode tomar decisões, escolher seus looks e se vestir com mais consciência. Vamos juntos!
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