Um dos únicos museus totalmente dedicados a um idioma no mundo, o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, é reinaugurado após incêndio
Fechado para reformas desde um triste incêndio em 2015, o Museu da Língua Portuguesa reabre para o público com a exposição temporária “Língua Solta”, com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos, que explora o português em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano. O museu ainda apresenta seu acervo permanente e abre, pela primeira vez, seu terraço – local para lindas fotos da região central de São Paulo e, em breve, espaço para um café e eventos.
São 180 peças que compõem a exposição, em cartaz no primeiro andar do Museu. Nos primeiros metros do percurso, os visitantes têm contato com o embaralhamento proposto pelos curadores e que dá a tônica de toda a mostra, conectando a arte à política, atravessadas pela língua portuguesa. Cartazes de rua, cordéis, brinquedos, revestimento de muros e rótulos de cachaça se misturam às obras de Mira Schendel, Rosângela Rennó, Emmanuel Nassar, Elida Tessler e Jonathas de Andrade, dentre outros artistas contemporâneos.
Nos segundo e terceiro andar, entre as obras fixas do acervo, também há novidades. “A língua mudou nesses anos todos, pois toda a dinâmica da sociedade mudou. No museu renovado também ganhou grande destaque a presença global e a potência geopolítica da língua portuguesa mundo afora, com suas variantes, seus problemas, sua originalidade e riqueza”, explica Isa Grinspum Ferraz, curadora especial do Museu da Língua Portuguesa.
A reforma foi dividida em três fases: restauro das fachadas e esquadrias; reconstrução da cobertura e recuperação dos espaços internos, todos atingidos pelo incêndio. “Cerca de 85% da madeira necessária para a recuperação dessas esquadrias foi reaproveitada do material já existente no edifício, com a reutilização de parte da madeira da cobertura, datada de 1946, que resistiu ao incêndio. Os espaços internos foram reconstruídos mantendo os conceitos do projeto original, assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro, em 2006”, detalha Larissa Graça, gerente de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, parceira da reconstrução do Museu.
Os ingressos podem ser adquiridos exclusivamente pelo site Sympla, com dia e hora marcados, e a capacidade de público está restrita a 40 pessoas a cada 45 minutos. Os visitantes recebem chaveiros touchscreen para evitar toque nas telas interativas das exposições.
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