Espetáculo sobre o médium Chico Xavier mistura humor, leveza e muitas reflexões sobre o sentido da vida

por | nov 6, 2023 | Arte, Cultura, Espetáculos | 0 Comentários

A peça “Os mundos de Chico Xavier” mostra o desencarne de Chico e o seu despertar no plano espiritual, sendo recebido por seu mentor Bezerra de Menezes

Chico, como era carinhosamente chamado, foi autor de mais de 450 livros que geraram a venda de 50 milhões de exemplares em todo o mundo. Ele sempre atribuiu a autoria de seus livros aos espíritos e doou todos os direitos para instituições de caridade. Costumava dizer que seu “desencarne” iria acontecer em um dia de festa no Brasil, para que sua morte não fosse lembrada com tristeza. E isso aconteceu justamente em um domingo, no dia 30 de junho de 2002, enquanto o Brasil conquistava o pentacampeonato da Copa do Mundo.

A peça “Os mundos de Chico Xavier” começa mostrando esse momento único: o desencarne de Chico e o seu despertar no plano espiritual, sendo recebido por seu mentor Bezerra de Menezes. Um encontro inusitado, cheio de alegria e descontração. De forma simples e informal, Chico e Bezerra falam de amor, mostram as dificuldades que temos em lidar com o afeto e lembram a importância da autoescuta, de ouvirmos as nossas intuições e inspirações, muitas vezes não percebidas pela dureza do dia a dia.

 

Carlos Meceni e João Signorelli, nos papéis de Bezerra de Menezes e Chico Xavier, respectivamente – foto Marcelo Navarro

 

É o mineiro de Cambuquira João Signorelli quem vive com propriedade o médium também mineiro, nascido na cidade de Pedro Leopoldo em 1910. Já o ator Carlos Meceni interpreta o iluminado espírito Bezerra de Menezes (1831-1900), médico que dedicou sua vida ao atendimento dos mais necessitados.

Signorelli, que desde 2003 encarna o líder pacifista Mahatma Gandhi em um monólogo teatral, com apresentações em todo o Brasil, além de turnês na Europa e na Índia, conta que está muito feliz por estar unindo a arte e a espiritualidade. “É algo que sempre quis fazer e aconteceu; comecei com o Gandhi, depois apareceu o Chico Xavier e, em 2024, eu estreio um espetáculo vivendo o poeta Fernando Pessoa. Fazer o Chico é um sentimento de muita alegria, quase um êxtase, e ao mesmo tempo uma responsabilidade grande, porque ele é um personagem que existiu, que muita gente conheceu, com uma história admirável.”

Para o ator, a possibilidade de emprestar seu corpo, sua voz e sua sensibilidade para dar passagem para essas pessoas tão inspiradoras é uma experiência maravilhosa: “Fui me entregando nesse fluxo e é um caminho muito realizador e que não tem mais volta”.

A peça fica em cartaz no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, até 14 de dezembro. Signorelli lembra que todo o figurino que ele usa no palco – roupas, perucas, boinas e óculos – foi do próprio Chico, cedido gentilmente pela família do médium.

 

foto Marcelo Navarro

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