A diversidade nas organizações contribui com o desenvolvimento de novas ideias e favorece empreendedores com métodos de crescimento cada vez mais inclusivos
Diversidade é inovação, e sua mola propulsora é o desafio. A inovação é, necessariamente, um caminho que deveria ser digno, sobretudo do ponto de vista da dignidade humana. Mas nem sempre é essa a realidade, infelizmente. E, pensando mais, quando relacionamos a economia criativa aos recortes das comunidades LGBTQIAPN+ e negra, de gênero e, também, de classe, entendemos que as adversidades são ainda mais profundas.
Porém, podemos ressignificar esse lugar e status inicial. Essa é a nossa maior missão enquanto instituição com foco na aceleração da diversidade organizacional, principalmente quando pensamos em lideranças que já acessaram alguns espaços antes restritos e que podem auxiliar a promover essa lógica. Os desafios que eu, uma mulher preta e transgênero, e todas as pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ enfrentamos, tornam-se perspectivas fundamentais.
Quando discutimos a economia criativa e seus desdobramentos para a diversidade, falamos, especialmente, sobre a possibilidade de oferecer meios e subsídios para que as pessoas possam construir os seus sonhos, planos e metas, além de torná-los reais. Mas, para atingirmos esse objetivo, é essencial que se entenda que o primeiro passo é o método. Essa é a maior chave. Devem ser desenvolvidos recursos dentro da economia criativa para que esses futuros empreendedores possam escalar o seu propósito e alcançar a evolução social. Então, a economia criativa e a inovação precisam, obrigatoriamente, passar por essas comunidades.
É impossível falar de futuro sem se aprofundar e pôr em prática questões de pluralidade. É necessário que esse conceito ganhe cada vez mais forma para conseguirmos fazer com que os sonhos dessas pessoas se tornem acessíveis. Observando a economia por esse ângulo, percebemos que o improviso deve ser parte da criatividade. Mas, até mesmo no improviso, há método. E esse é um grande contratempo que a comunidade LGBTQIAPN+ tem: acessar os métodos de crescimento de negócios.
Temos que fazer uma gestão de comunidade para organizar o acesso e modificar o contexto. Isso é fundamental porque a comunidade LGBTQIAPN+ desenvolve negócios e representa potência para a movimentação de capital, o que já vem sendo percebido pelas grandes corporações. Essa evolução é fruto do intenso trabalho dos empreendedores e da ampliação do debate. Para o futuro, planejamos continuar promovendo o relacionamento entre empreendedores LGBTQIAPN+ e grandes marcas, além de viabilizar oportunidades para a disrupção do mercado.
*Raquel Virgínia é fundadora e CEO da Nhaí, startup que acelera o processo de desenvolvimento da diversidade nas empresas.
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