Trinca de companhias aéreas brasileiras sofrem há 20 meses com a crise que a pandemia causou no setor, mas hoje respiram aliviadas e tentam trabalhar de forma mais enxuta e eficiente
As três grandes empresas aéreas brasileiras sobreviveram com dignidade à pandemia. Elas saem menores dessa crise, mas fortes e com boas perspectivas. A Gol, por exemplo, teve uma pequena redução em sua frota. Na virada de 2019 para 2020, tinha 129 aeronaves em operação, e hoje 123. Mas a empresa acaba de concluir o refinanciamento de uma dívida de R$ 1,2 bilhão, com vencimento em 2024, o que faz com que suas dívidas de curto prazo atinjam o menor patamar desde 2014.
Na Azul, a frota também encolheu, de 167 no final de 2020 para 134 hoje. Mas agora a empresa atende um total de 130 destinos – sendo que 15 deles entraram nessa lista em pleno 2021! O número de voos e o total de passageiros transportados a cada mês já estão em níveis superiores aos registrados antes da pandemia causar esse furdunço no setor. E, quanto à saúde financeira da empresa, ficou claro que as coisas andam bem por lá: a Azul até tentou comprar a operação brasileira da chilena Latam!
E, por falar nela, a Latam Brasil também teve um ligeiro encolhimento em sua frota. Os 151 do final de 2020 viraram 141 hoje, com a triste perda de onze modernos Airbus A350. Mas a empresa, que ainda está em meio a um processo de Recuperação Judicial, hoje tem uma operação mais enxuta, eficiente e rentável.
Para este ano que começa, as perspectivas são promissoras. O tráfego total do mercado doméstico deve superar os patamares pré-pandemia já no primeiro trimestre e, nas rotas internacionais – quase todas já reativadas, ainda que com frequências meio “banguelas” – a retomada infelizmente vai demorar um pouco mais. Se as varia ntes sigma, zeta e ômega (letras gregas que vêm depois de gama, delta e omicron) não melarem as previsões, as três gigantes dos céus brasileiros não enfrentarão turbulências em 2022.
Radar
Rapa Nui
A partir do dia 3 de fevereiro, a Ilha de Páscoa reabre fronteiras para o turismo, com a retomada dos voos regulares da Latam, suspensos em março de 2020. Para manter a crise da pandemia sob controle e continuar a proteger a saúde dos habitantes, os turistas devem ter esquema vacinal completo e o resultado negativo de um teste de RT-PCR realizado, no máximo, 48 horas antes do embarque.
Porcos com asas
Em fevereiro, o Palmeiras vai disputar o Mundial de Clubes em Abu Dhabi. Dados da plataforma de viagens Kayak mostram que, em dezembro, as buscas de voos para esse emirado árabe subiram 3.276% em comparação com a semana anterior à classificação do time para o torneio. O metabuscador aponta que ocorreu um aumento de 34% no preço médio das passagens. Os raros tickets estão sendo vendidos por, no mínimo, R$ 8.000.
Flop no ar
Que vexame a Ita, hein? Antes de completar seis meses de operação, a companhia aérea do Grupo Itapemirim já encerrou suas atividades e deixou, às vésperas do Natal, milhares de passageiros no chão. Com Certificado de Operador Aéreo (COA) suspenso pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é improvável que a empresa volte a voar tão cedo. E, se pagar o que deve aos funcionários e convencê-los a retomar seus postos, quem vai querer voar com uma companhia dessas?
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