Inaugurado há cem anos, o hotel Belmond Copacabana Palace terá ao longo de 2023 uma série de festas e eventos

por | jan 2, 2023 | Hospedagem, Lifestyle, Turismo | 0 Comentários

O Hotel Copacabana Palace completa um século de existência com passagens de hóspedes célebres, e começa a divulgar uma intensa programação de eventos gastronômicos e culturais idealizados especialmente para a memorável celebração de seu centenário

Existem grandes hotéis. Muitos. E existem ícones da hotelaria. Poucos. O Copacabana Palace pertence a esse segundo grupo. Além de 239 lindos quartos, suntuosos salões de festa, duas magníficas piscinas e três fantásticos restaurantes, o Copa tem uma herança histórica e uma alma única. Lá, se hospedaram reis da Inglaterra, da Espanha e da Bélgica, entre outros tantos. Foi ali, em 1928, que o presidente Washington Luís foi baleado pela marquesa italiana Elvira Maurich, que supostamente era sua amante. Barack Obama, Nicolas Sarkozy e Nelson Mandela tiveram passagens mais tranquilas.

Fachada Copacabana Palace – Foto Kike Martins da Costa

 

Foi num guardanapo do hotel que Walt Disney criou o Zé Carioca. Em seus palcos, cantores como Maurice Chevalier, Marlene Dietrich e Nat King Cole se apresentaram. Foi lá também que Fernanda Montenegro fez sua estreia numa montagem teatral, em 1950. Naquela piscina nadaram a discreta Lady Di (bem cedinho, para não ser fotografada pelos paparazzi) e a desinibida Janis Joplin, pelada, sem se importar com quem por acaso a estivesse observando.

Foi em um dos corredores do hotel que a diva dos musicais de Hollywood Ginger Rogers ensinou novos passos de dança ao playboy Jorginho Guinle, herdeiro da família que construiu aquele monumento. E foi também ali que popstars como Madonna, Justin Bieber e Paul McCartney se acomodaram quando visitaram o Brasil. Rod Stewart destruiu vários objetos de sua suíte ao jogar futebol com seus coleguinhas após uma noite de bebedeira.

 

Janela do Copacabana Palace - Foto Edgardo Contreras/divulgação

Janela do Copacabana Palace – Foto Edgardo Contreras/divulgação

 

Mais comportados, os Rolling Stones fixaram residência no hotel durante uma de suas turnês pela América Latina. Iam tocar em Santiago e voltavam para o Rio. Iam para Lima e retornavam ao Copa. Se apresentavam em Buenos Aires e rapidinho regressavam às suas suítes de frente para a orla carioca. Ao partirem de volta a Londres, a mulher do guitarrista Ron Wood levou a cama do hotel, que para ela era a melhor do mundo!

Outro artista que veio e ficou foi o cantor e compositor Jorge Benjor. Depois que sua casa foi inundada por uma dessas chuvas torrenciais que vêm assolando o Rio de Janeiro, ele se instalou na torre de apartamentos conhecida como “Anexo” no início de 2020 e de lá nunca mais saiu, até hoje.
Tem coisas que só acontecem no Copacabana Palace!

O hotel em 1930, na então longínqua praia de Copacabana - Foto reprodução

O hotel em 1930, na então longínqua praia de Copacabana – Foto reprodução

 

A história do hotel começa por volta de 1919, quando os empresários Octávio Guinle e Francisco Castro Silva atendem a uma solicitação do então presidente Epitácio Pessoa, que desejava um grande hotel na então capital do país, para receber o grande número de convidados e visitantes da Exposição do Centenário da Independência do Brasil, um evento de dimensões internacionais a ser realizado na Esplanada do Castelo, em 1922. Para a execução do projeto, foi contratado o arquiteto francês Joseph Gire, que se inspirou em dois famosos hotéis da Riviera Francesa: o Negresco, de Nice, e o Carlton, de Cannes.

O edifício, com fachada sóbria e imponente, foi inaugurado apenas em 13 de agosto de 1923, quase um ano depois da Exposição, por causa das dificuldades na importação de mármores italianos e cristais tchecos, além do atraso na execução das suas fundações e dos danos causados por uma violenta ressaca que, em 1922, praticamente destruiu a Avenida Atlântica. A inauguração teve show da vedete francesa Mistinguett.

Durante anos, um cassino funcionou no térreo do hotel, mas em 1946 o presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo no país. O cassino foi transformado em uma casa de espetáculos, e o hotel passou por uma ampla reforma. Foi quando surgiram a pérgula lateral e o chamado “Anexo”, nos fundos.

Com a transferência da sede do governo federal para Brasília, em 1960, o hotel entrou numa fase de lenta decadência. Em 1985, sua demolição chegou a ser cogitada, mas o Copacabana Palace acabou tornando-se patrimônio histórico, sendo tombado nas esferas federais (Iphan), estadual (Inepac) e municipal (Sedrepahc).

 

Copacabana Palace-Noble Room - Foto Divulgação

Copacabana Palace-Noble Room – Foto Divulgação

 

Em 1989, a família Guinle vendeu-o ao grupo Orient-Express, que deu início a um processo de reabilitação do hotel, adequando o ultrapassado empreendimento a alguns padrões internacionais. Em 2015, o grupo Orient Express agrupou seus espetaculares hotéis espalhados pelo mundo (como o londrino Cadogan, o madeirense Reid’s Palace e o Splendido, de Portofino, na Riviera Italiana) sob a bandeira Belmond, e assim o Copa passou a ser chamado oficialmente de Belmond Copacabana Palace. No final de 2018, a rede Belmond foi adquirida pelo conglomerado de luxo LVMH, dono de poderosas marcas globais como Dior, Givenchy, Fendi, Louis Vuitton, Marc Jacobs, Moët Chandon, Dom Pérignon, Guerlain, Tiffany & Co. e TAG Heuer.

Hoje, prestes a completar 100 anos, o hotel voltou aos seus dias de glória. O Belmond Copacabana Palace não é apenas um hotel, é um destino. A cada dia, o lugar se consolida como ponto de encontro e como hub gastronômico e cultural. Nenhum outro hotel da América Latina possui dois restaurantes com estrelas Michelin – caso do italiano Cipriani e do pan-asiático Mee.

Segundo o general manager do hotel, Ulisses Marreiros, o Copacabana Palace envelheceu bem, sabendo se modernizar, mas sem se descaracterizar e sem perder seu charme vintage e sua brasilidade genuína. “Um hotel é feito de pessoas. E a nossa equipe – modéstia à parte – é maravilhosa. É graças ao trabalho de todo nosso time de colaboradores que hoje somos considerados um símbolo do Rio, um monumento que reflete o espírito vibrante da cidade”, avalia.

E, para marcar esse centenário, várias celebrações e novidades estão programadas para o ano de 2023. Em fevereiro, por exemplo, o tradicional Baile da Copa terá como tema “O Túnel do Tempo”. Nessa viagem, os convidados serão levados ao passado e ao futuro em uma festa que promete ser simplesmente estonteante.

Quarto da Penthouse Ocean View Suite, com vista para a Orla de Copacabana – Foto Edgardo Contreras/divulgação

 

Em junho, o novo sistema de luzes vai deixar o Copa ainda mais majestoso à noite, graças ao trabalho de uma empresa inglesa de lightning design especializada na iluminação de monumentos pela Europa. Ao longo do ano, o Teatro Copacabana Palace – que ficou fechado de 1994 a 2021 – receberá peças de grandes nomes das artes dramáticas brasileiras.
O Cipriani e Mee terão jantares preparados por chefs de renome internacional, convidados especialmente para a celebração do centenário, como o peruano Virgilio Martinez, do premiado Central, de Lima, que figura no topo de todos os rankings de melhores restaurantes da América Latina. E, para quem gosta de festa, o mítico Bar do Copa será ressuscitado em quatro noites exclusivas, reunindo os melhores DJs e mixologistas do país. Por fim, em agosto o tapete vermelho será estendido para a realização de um evento cinematográfico. O hotel está preparando uma festa de arromba para os cariocas, cheia de surpresas.

No Copacabana Palace é assim: um dia é de celebração à vida, e o outro também! A propósito, o título desta matéria é uma referência a isso e também à biografia de Jorginho Guinle, lançada em 1997 e intitulada “Um Século de Boa Vida: Memórias de um Brasileiro Que Nunca Trabalhou”.

Para conhecer esse templo da hotelaria de luxo, acesse www.belmond.com e faça a sua reserva. As diárias variam de R$ 2 mil a R$ 14 mil, de acordo com a data e a categoria da acomodação. Pode parecer muito, mas momentos memoráveis não têm preço. Vale aquele ditado: “as melhores coisas do mundo não são coisas”.

0 Shares

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Share via
Copy link
Powered by Social Snap