Tenor Jean William brilha com sua voz em concertos mundo afora

por | jan 12, 2023 | Ideias, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

Entre as melodias dedilhadas por intuição pelo avô, violonista autodidata, e as trilhas italianas das novelas que a avó acompanhava religiosamente, Jean William descobriu a música. Lá mesmo, pelas igrejas e bares de Barrinha, município no interior de São Paulo, onde se dividia entre entoar louvores e hits do rock. “Aprendi a música clássica mais tarde, com Rosana Merino, minha professora de canto. Ela me ensinou ‘Con Te Partirò’, de Francesco Sartori, cantada por Andrea Bocelli.”

Hoje, aos 37 anos, Jean é um dos grandes tenores brasileiros. Apadrinhado em 2009 pelo maestro João Carlos Martins, já cantou para o Papa Francisco, para o príncipe de Mônaco Albert 2º, para dois milhões de pessoas na orla da praia de Copacabana, apresentou-se no Lincoln Center, gravou com Fafá de Belém, Céu e Nelson Ayres, e hoje recorda essas e outras memórias artísticas em “O Resumo da Ópera”, livro biográfico escrito em parceria com o jornalista Elcio Padovez. “Acredito que essa obra seja um resumo dos passos que dei para transcender as barreiras impostas pelo preconceito e pela escassez de oportunidades, e ultrapassar os limites geográficos e sociais de um sonho.”

Tenor Jean William | Foto Rodrigo Casamassa

Tenor Jean William | Foto Rodrigo Casamassa

 

Em um país enorme como o Brasil, é preciso difundir o contato com a música e a arte, e o diálogo entre diferentes estilos é fundamental. É por isso que, no setlist do cantor, todo tipo de música tem vez. “Gosto de incluir bossa nova, pop, tudo que puder no meu repertório. A música é uma linguagem de identidade, e esse mix que faço é uma forma de expressar o meu ‘eu’ híbrido e minha história múltipla, de tantas vertentes, tantos sons e tantos discursos dissonantes, mas convergentes.”

Em 2023, além de planejar eventos de lançamento da obra por todo o país, Jean estrela três óperas no Brasil, uma turnê solo na qual interpretará um repertório selecionado de peças eruditas brasileiras e um concerto em Milão, no segundo semestre, com partituras do italiano Gioachino Rossini. “Também planejo expandir minhas parcerias e renovar antigos duos, como o que fiz com Luiza Possi. Mas, mais que isso, espero que possamos usar o próximo ano para usufruir da arte, com o incentivo e a devoção que nosso povo merece.”

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